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Os livros de Mercado Aberto | ENGENHARIA Bernardo Gradin presidente da GranBio "Metabolic engineering" Autor: Gregory Stephanopoulous Editora: Elsevier CIÊNCIAS SOCIAIS Paolo Dal Pino, presidente da Pirelli "O futuro chegou" Autor: Domenico de Masi Editora: Casa da Palavra LITERATURA Fernando Fernandez, presidente da Unilever "A guerra do fim do mundo" Autor: Mario Vargas Llosa Editora: Alfaguara Alexandre de Saint-Léon, CEO da Ipsos Brasil "A festa da insignificância" Autor: Milan Kundera Editora: Companhia das Letras Luis Terepins presidente da Fundação Bienal de São Paulo "A revolta de Atlas" Autor: Ayn Rand Editora: Arqueiro David Dias, presidente da Arteris "Ensaio sobre a lucidez" Autor: José Saramago Editora: Companhia das Letras José Berenguer, diretor presidente do J.P. Morgan no Brasil "Inferno" Autor: Dan Brown Editora: Arqueiro ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA Marcos Lutz, presidente da Cosan "Fewer, bigger, bolder" Autor: Sanjay Khosla e Mohanbir Editora: Penguin Group Nicola Calicchio, presidente da McKinsey "Give and take" Autor: Adam Grant Editora: Sextante Rodolfo Landim, sócio-diretor da Mare "Too big to fail" Autor: Andrew Ross Sorkin Editora: Viking Press Rachel Maia, CEO da Pandora "It's your ship" Autor: Michael Abrashoff Editora: Headline Duilio Calciolari, ex-CEO do Grupo Gafisa "Sonho grande" Autor: Cristiane Correa Editora: Primeira Pessoa Terry Hill, CEO da Jaguar Land Rover "The Empty raincoat" Autor: Charles Handy Editora: Random House Business BIOGRAFIA Caio Megale, economista do Banco Itaú "The patriarch" Autor: David Nasaw Editora: Penguin Books Eduardo Mufarej, CEO da Tarpon "Getúlio" Autor: Lira Neto Editora: Companhia das Letras Franklin Feder, ex-presidente da Alcoa "Dirceu" Autor: Otavio Cabral Editora: Record Hercilio da Luz Filho, presidente da Fundação Pró-Rim "O anestesista" Autor: Rui Vaz Gomide do Amaral Editora: Livre Expressão OUTROS Thierry Founier, presidente da Saint-Gobain na América do Sul "Raízes do Brasil* Autor: Sérgio Buarque de Holanda Editora: Companhia das Letras Antonio Ermírio de Moraes Neto, sócio da Vox Capital "Story" Autor: Robert McKee Editora: Arte e Letra | 2015-02-01 | colunas | mercadoaberto | http://www1.folha.uol.com.br/colunas/mercadoaberto/2015/01/1568644-os-livros-de-mercado-aberto.shtml |
Obra sobre Luís Carlos Prestes é mentirosa, diz filha | Filha de Luís Carlos Prestes, a historiadora Anita Leocádia Prestes fez duros ataques ao recém-lançado perfil biográfico do pai escrito pelo historiador Daniel Aarão Reis. Para ela, o autor de "Luís Carlos Prestes –Um Revolucionário entre Dois Mundos" tenta desqualificar seu pai e sua mãe, Olga Benário, numa obra "anticomunista" recheada de "fofocas, mexericos, intrigas e mentiras". Em texto que passou a circular na internet há duas semanas, Anita diz que o livro de Reis está "repleto de erros factuais e de informações falsas". Publicado em novembro pela Companhia das Letras, a obra é fruto de mais de cinco anos de pesquisa. Ele reconstitui a participação de Prestes –sem esquecer seus erros e acertos– em momentos cruciais da história brasileira do século 20: a coluna nos anos 1920 eternizada com seu nome, a Intentona Comunista de 1935, as posições durante a ditadura de 1964 e o ostracismo que viveu ao voltar do exílio, em 1979. Segundo o autor, o livro, baseado em documentação inédita, é uma tentativa de fazer um retrato equilibrado. Ele também explora aspectos pouco conhecidos de sua vida, como a relação com a mãe e os conflitos entre Anita e as tias com Maria Ribeiro, última mulher de Prestes. A exposição familiar parece ter incomodado a filha. É notária sua birra com quem se aventura na história de Prestes em livros ou documentários. Anita afirma que não tenta controlar o que se escreve a respeito do pai. "Sou obrigada a criticar quem escreve sem conhecimento de causa, reproduzindo calúnias e inverdades", disse à Folha. Professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Anita diz trabalhar há mais de 30 anos numa biografia política sobre o pai, que deve lançar no primeiro semestre deste ano pela editora Boitempo. Por essa razão, conta, não deu entrevistas a Aarão Reis. Ela afirma que a "metodologia" do livro recém-lançado é marcada pela "incompetência e irresponsabilidade". Entre os erros apontados está a informação de que Olga, ao vir para o Brasil nos anos 1930, deixou um filho em Moscou. O autor credita a afirmação ao Arquivo da Internacional Comunista, na Rússia. Anita diz que a informação é falsa: "Conheço essa documentação. Se alguém, em algum lugar, afirmou tal coisa a respeito de Olga, é mentira". À Folha o autor diz que vai conferir os supostos erros numa eventual reedição. Segundo ele, falhas são normais num livro de mais de 500 páginas que "abrange quase um século, dedicado à vida de um homem que viveu boa parte do tempo na clandestinidade". Ele lembra que o jornalista Augusto Nunes, em resenha na revista "Veja", o acusou de "complacência", enquanto a filha de Prestes sustenta que seu livro é "anticomunista". | 2015-02-01 | ilustrada | null | http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2015/01/1569683-obra-sobre-luis-carlos-prestes-e-mentirosa-diz-filha.shtml |
Governo chinês reedita a Revolução Cultural | O governo chinês decidiu mandar artistas para o campo para que eles se inspirem na vida simples dos trabalhadores a ter uma "visão correta da arte". A iniciativa, anunciada pela agência responsável pela censura no país, lembra o traumático período da Revolução Cultural (1966-1976), quando intelectuais e artistas sofreram perseguição e humilhações e milhões de pessoas foram enviados das cidades para ser reeducados em áreas rurais. É mais uma ação recente do governo para reforçar o controle sobre a indústria cultural, marcado por episódios como a censura ao uso de trocadilhos em programas de TV para preservar a "pureza do idioma". Meios de comunicação, artistas e a internet são alvos constantes da censura chinesa. Há bloqueios a transmissões televisivas, livros, filmes e páginas on-line com informações incômodas ao regime, como relatos sobre o massacre da praça da Paz Celestial, que vitimou entre 2.000 e 7.000 pessoas em 1989. Em outubro, o líder chinês, Xi Jinping, reuniu artistas e fez um discurso que foi considerado o mais importante sobre o assunto desde um célebre pronunciamento de Mao Tsétung em 1942 sobre arte e literatura. Diante de nomes consagrados, como o Nobel de Literatura Mo Yan, Xi defendeu a produção de uma "arte moral" inspirada no socialismo. O líder chinês criticou os artistas excessivamente comerciais que cedem ao "cheiro do dinheiro" e ainda bateu na arquitetura moderna, lamentando as construções "estranhas" que proliferaram nas cidades chinesas na onda da expansão econômica. "Uma obra de arte deve ser como um raio de sol num céu azul, uma brisa de primavera que inspire as mentes, aqueça os corações, cultive o bom gosto e limpe os estilos indesejáveis", disse Xi, emulando o espírito maoísta. TEORIA NA PRÁTICA Agora, a retórica do líder será posta em prática pelo governo chinês. Inicialmente, os principais alvos da nova campanha de reeducação são as equipes de produção da TV estatal, de roteiristas a diretores e atores, responsáveis pelos programas mais assistidos do planeta. Apesar da disseminação da internet no país, que tem mais de 600 milhões de usuários, a televisão ainda é a principal fonte de informação e entretenimento de boa parte da população, principalmente a de mais baixa renda. Segundo o anúncio da Administração Geral do Estado para Imprensa Rádio, Filme e Televisão (órgão de censura oficial conhecido como Sarft na sigla em inglês), as equipes passarão pelo menos 30 dias por ano vivendo em "comunidades de base, vilarejos e locais de mineração para fazer trabalho de campo e experimentar a vida". Embora a comparação com a Revolução Cultural seja inevitável, a China de hoje é muito diferente daquela em que Mao Tsétung governava, quando ninguém escapava do controle estatal. Não se imagina possível hoje, depois de três décadas de abertura econômica, que milhões sejam mandados das cidades para o campo, como ocorreu na implacável perseguição a intelectuais que vigorou até 1976. CERCO A nova campanha do governo é, sem dúvida, mais uma indicação do estilo conservador de Xi Jinping, que apertou o cerco a dissidentes e opositores desde que chegou ao poder, há dois anos. Mas a nova medida deve ter um efeito limitado, já que muitos artistas trabalham de forma totalmente desconectada do Estado, sem falar dos que são abertamente críticos ao governo chinês. O exemplo mais célebre é o do artista plástico Ai Weiwei, famoso mundialmente tanto por suas obras como por seu ativismo político. Detido durante 81 dias em 2011, ele teve o passaporte confiscado e desde então continua proibido de deixar o país. À Folha o artista Gao Qiang, cuja obra é marcada pela exposição debochada do legado autoritário de Mao Tsétung, deixou claro o seu incômodo com a nova ofensiva de doutrinação do governo. "É absurdo que o líder de um país queira interferir na produção artística", disse ele. "Parece que estamos vivendo um retorno ao passado." O atual líder chinês sentiu na pele a Revolução Cultural, conhecida como a "década do pesadelo". O pai dele, Xi Zhongxun, era um alto quadro do Partido Comunista e foi preso, acusado de ser contrarrevolucionário. Na época com 15 anos, Xi foi mandado de Pequim para uma área rural, onde ficou sete anos vivendo entre camponeses. | 2015-02-01 | ilustrada | null | http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2015/01/1569681-governo-chines-reedita-a-revolucao-cultural.shtml |
Centenária, aspirina também poderá ser usada contra câncer | Um medicamento barato, criado há 117 anos, continua sendo alvo de novas pesquisas para a cura e a prevenção de doenças tão distintas como infarto, câncer, esquizofrenia e mal de Alzheimer. Há registros de mais de 55 mil referências de estudos sobre a aspirina, a maioria sobre suas propriedades analgésicas e uso para prevenção de doenças cardiovasculares. Os últimos trabalhados, porém, têm se debruçado mais sobre aspirina e câncer. O medicamento, à base de ácido acetilsalicílico, já foi ligado em pesquisas à prevenção de tumores de mama, próstata, pulmão, ovário, endométrio, bexiga, pâncreas, fígado e, principalmente, de esôfago e colorretal. A proteção pode estar relacionada à ação anti-inflamatória da aspirina. "Chama a atenção o fato de vários estudos mostrarem um benefício para tumores diferentes, principalmente aqueles ligados a uma inflamação crônica", afirma Felipe Fernández Coimbra, cirurgião oncologista e diretor de cirurgia abdominal do A.C.Camargo Cancer Center. Esse efeito explica ainda por que a aspirina é testada para diversas doenças, inclusive as neurodegenerativas e as mentais, como depressão, que já foram ligadas a um processo inflamatório. Deve ser lançada neste ano, nos EUA, uma diretriz que informará se a aspirina deve ser usada para profilaxia de câncer colorretal. A Bayer, fabricante da aspirina, está conduzindo um estudo com cerca de 10 mil pacientes para investigar se a aspirina pode, de fato, ser indicada para a prevenção desse tipo de câncer. "A maioria dos estudos anteriores foi feita sem patrocínio. Com os resultados indicando uma tendência favorável, a empresa decidiu investir", afirma Gustavo Giannattasio, gerente de grupo médico da Bayer. Ele afirma, porém, que o medicamento não tem indicação formal para a prevenção de câncer e não deve ser usado para esse fim. "Discute-se se a aspirina poderia ser indicada para famílias com alto risco de câncer ou pessoas com muitos pólipos no intestino, por exemplo. Seria interessante ter um remédio que prevenisse tumores que geralmente são diagnosticados em fase avançada, mas ainda não é algo que usamos na prática clínica", diz Coimbra. Um dos poréns para indicar o uso da aspirina de maneira generalizada para a população é seu risco de sangramentos gastrointestinais. Giannattasio lembra que pacientes com câncer têm, muitas vezes, risco maior de sofrer esse efeito adverso. O remédio continua instigando pesquisadores a relacionar os benefícios centenários às diversas enfermidades. Na prática, porém, a pílula permanece com as mesmas boas e velhas indicações. CORAÇÃO O risco de sangramentos levou a uma redução do uso preventivo de aspirina em pessoas sem histórico de doenças cardíacas, segundo Raul Dias dos Santos, diretor científico da Socesp (Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo). "Porém, já se sabe que para quem teve um evento cardiovascular, como infarto ou AVC, o tratamento com aspirina é obrigatório. Como o risco de um novo problema é grande, os benefícios superam os riscos e o é possível reduzir a mortalidade", afirma. O uso em eventos cardiovasculares agudos também está consagrado. O problema é indicar o remédio para quem tem fatores de risco, mas nunca teve nenhuma complicação, a chamada prevenção primária. Nesses casos, a aspirina pode diminuir o risco relativo de um evento cardiovascular em 25%, mas, afirma Santos, hoje é possível ter um benefício similar controlando a hipertensão e o colesterol com drogas mais inócuas. "Na prática, pessoas com formação de placas de gordura nas artérias poderiam se beneficiar da prevenção diária com aspirina, mas pacientes mais velhos, fumantes e/ou com diabetes são os que têm maior indicação", diz o cardiologista. No entanto, esses pacientes são também as pessoas a ter mais sangramentos como efeito colateral, provavelmente porque têm aparelho digestivo mais sensível. "É uma conta difícil de fazer." Em ambos os casos, os benefícios na redução dos eventos cardiovasculares devem superar os riscos de hemorragias gastrointestinais. "Se somarmos os benefícios que o remédio faz ao coração e poderia fazer para o câncer, seríamos capazes matar dois coelhos com uma cajadada só, já que as doenças cardiovasculares e o câncer são as duas principais causas de mortalidade", diz Santos. O uso da aspirina é contraindicado em algumas situações como hipersensibilidade conhecida ao medicamento, úlcera ativa e doenças graves do fígado. | 2015-02-01 | equilibrioesaude | null | http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2015/01/1569582-centenaria-aspirina-tambem-podera-ser-usada-contra-cancer.shtml |
Painel FC: Com mais de R$ 580 milhões, Fifa dará bônus recorde para filiados em 2015 | A Fifa vai distribuir mais de R$ 580 milhões aos seus filiados em 2015. É o maior valor já pago pela entidade às 209 confederações. A CBF, por exemplo, receberá aproximadamente R$ 2,6 milhões. No comunicado enviado a cada uma ... Leia post completo no blog | 2015-02-01 | esporte | null | http://www1.folha.uol.com.br/esporte/2015/01/1569686-painel-fc-com-mais-de-r-580-milhoes-fifa-dara-bonus-recorde-para-filiados-em-2015.shtml |
Painel: Dilma estuda agência reguladora para a mídia nos moldes de Portugal | Mídia na pauta Sob a batuta de Ricardo Berzoini (Comunicações), Dilma Rousseff estuda criar uma espécie de agência reguladora para a mídia, nos moldes do que há em Portugal. O órgão seria responsável por analisar medidas administrativas, como multas ou ... Leia post completo no blog | 2015-02-01 | poder | null | http://www1.folha.uol.com.br/poder/2015/01/1569685-painel-dilma-estuda-agencia-reguladora-para-a-midia-nos-moldes-de-portugal.shtml |
Nina Horta: O jardim | Foi-se o ano. 2014 foi um ano pouco encantado, mas teve lá suas graças particulares, seus enfeites. Sempre tem a vida que brota, planta rústica do meio das pedras, dos tijolos quebrados. Os passarinhos ainda cantam, gritam de alegria, até, ... Leia post completo no blog | 2015-02-01 | comida | null | http://www1.folha.uol.com.br/comida/2015/01/1569684-nina-horta-o-jardim.shtml |
Amma Chocolate abre loja em casa nos Jardins em março | Projetada pelo arquiteto Flavio de Carvalho e erguida em 1938, uma casa de 220 m² quase na esquina das alamedas Lorena e Ministro Rocha Azevedo era a maior das 16 construções da Vila Modernista –e sua única sobrevivente. A partir de março, abrigará a Casa do Sabor Amma (al. Ministro Rocha de Azevedo, 1.052, ainda sem tel.). É uma vitrine alinhada ao estilo de produção da marca: "A casa tem tudo a ver com os nossos princípios de preservação das florestas brasileiras e de patrimônios histórico-culturais. Achamos que restaurá-la e abri-la ao público seria um serviço", explica Diego Badaró, 32. Quinta geração de cacauicultores de Ilhéus (BA), o empresário investe em reflorestamento e na produção de cacau orgânico, que passa por fermentação lenta. Cerca de metade da sua produção vai para o mercado internacional, o que inclui restaurantes como o dinamarquês Noma, o melhor do mundo segundo a revista "Restaurant". No térreo da casa, uma sala ampla terá galeria de fotos das fazendas e uma cafeteria com bolos, pães e produtos feitos com cacau, como o novo chocolate com aroeira. O local também promoverá cursos e palestras. | 2015-02-01 | comida | null | http://www1.folha.uol.com.br/comida/2015/01/1569202-amma-chocolate-abre-loja-em-casa-nos-jardins-em-marco.shtml |
Cresce em São Paulo serviço de receitas vendidas em pote | "Na época das cerejas na França, que dura um ou dois meses, recolhíamos as frutas do jardim e fazíamos a compota para comer durante o ano todo", relembra Nicolas Barbé. O chef, que passou por restaurantes de alta gastronomia em Paris e esteve à frente do Cinco Bistrô, em São Paulo, hoje armazena e vende receitas em potes de vidro. Cozido por quatro horas, o cassoulet leva "jus de canard", um caldo reduzido feito com a carcaça do pato tostada. O prato, cujo preparo começa dois dias antes de ele ficar pronto, diz Barbé, é vendido em potes para aquecer em banho-maria, por R$ 36, para duas pessoas. Esta e outras receitas, como a musse de fígado (R$ 18; 180 g), o boeuf bourguignon (R$ 36; 550 g) e a tagine de cordeiro com ameixa e amêndoa (R$ 38; 550 g), são envasadas e mantidas por três horas a 110º C. O procedimento faz com que o pote, fechado, possa ser mantido fora da geladeira por até três meses. O Petits Pots existe há cerca de um ano, com venda sob encomenda em São Paulo, mas no fim de dezembro passou a ter seus vidros no Mestre Queijeiro, em Pinheiros. Quem também se rendeu aos frascos foi Grasiele Ferrari, da No Pote, que desde dezembro vende suas compotas sob encomenda. Entre elas, estão bolos como o rainha de copas (com massa de limão-siciliano, ganache de chocolate branco e compota de morangos) e o gianduia e leche (com bolo de cacau, musse de doce de leite e pasta de avelã) –cada um sai por R$ 10 (200 g). Já o S Simplesmente concentra sua atenção na cozinha saudável: vende em potes saladas, sucos, sopas e doces –veganos e sem glúten. São opções o tabule de quinua (R$ 29,50; 450 g), a sopa de tomate com erva-doce, manjericão e pimenta-caiena (R$ 24,50; 500 g) e a musse de cacau orgânico com leite de amêndoas e tâmara (R$ 15,50). "Eu como direto da embalagem", conta o empresário francês Charles Piriou (ex-sócio do P.J. Clarke's). Segundo ele, há mais vantagens: o pote de vidro, além de conservar bem, permite a visualização do produto. No Salada Urbana, as receitas podem combinar folhas, queijos, frutas, grãos e legumes em porções com peso entre 170 g e 380 g (a depender da salada), cada pote por R$ 19,90. Há também massa integral, com molho sugo ou branco (400 g). Em 2015, entram no cardápio (on-line) frango e peixe. É possível fazer assinatura com entregas de duas refeições por dia, para cinco dias da semana (R$ 760), três dias (R$ 456) ou dois dias (R$ 312). NO POTE O QUÊ bolos em camadas de massa e creme CONTATO tel. (11) 96401-6574; facebook.com/nopoteoficial ONDE é preciso buscar na House of Food (r. Dr. Virgílio de Carvalho Pinto, 47, Pinheiros) PETITS POTS O QUÊ receitas francesas (molhos, cozidos e patês) CONTATO tel. (11) 99376-3788; [email protected] ONDE entrega na capital paulista com taxa de R$ 30 S SIMPLESMENTE O QUÊ petiscos, sucos, saladas, sopas e sobremesas veganas e sem glúten CONTATO tel. (11) 2985-9603; ssimplesmente.com.br ONDE entrega na capital paulista com taxa de R$ 25 (gratuita para compras a partir de R$ 150) SALADA URBANA O QUÊ saladas e massas ao sugo ou com molho branco CONTATO tel. (11) 99222-7064; saladaurbana.com.br ONDE entrega na Grande São Paulo com taxa de R$ 10 | 2015-02-01 | comida | null | http://www1.folha.uol.com.br/comida/2015/01/1569207-cresce-em-sao-paulo-servico-de-receitas-vendidas-em-pote.shtml |
População de carnívoros de grande porte cresce na Europa | Carnívoros como ursos pardos e lobos estão começando a aumentar seus números na Europa mesmo sem uma grande intervenção humana, o que sugere que os animais são mais eficientes em se adaptar às novas condições de vida do que se imaginava. "Esta é uma história inesperada de sucesso de conservação", diz Guillaume Chapron, cientista da Universidade Sueca de Ciências Agrícolas e principal autor da pesquisa, que foi publicada na revista científica "Science". "Estes animais são grandes e assustadores, e eles comem carne. Você não esperaria que eles ainda estivessem presentes em um continente com rodovias, cidades e centenas de milhões de pessoas." Cerca de um terço do continente abriga pelo menos uma grande espécie de carnívoro. Os ursos pardos são encontrados em 22 países, linces eurasiáticos em 23, e lobos em 28. Na maioria dos casos, as populações desses animais estão estáveis ou aumentando, de acordo com a pesquisa de Chapron e outros 75 colaboradores. Ao contrário dos Estados Unidos e da África, a Europa não tem grandes reservas onde os grandes animais são separados dos humanos. Desde os anos 1970, no entanto, alguns acordos forneceram proteção legal para os grandes carnívoros e os europeus continuaram a migrar para os grandes centros urbanos, deixando mais espaço para os animais selvagens. A Europa não é o único local que tem grande número de carnívoros coexistindo com os humanos. Ursos pretos e leões da montanha são abundantes em regiões povoadas dos EUA, embora a atividade humana seja uma ameaça a essas espécies. | 2015-02-01 | ambiente | null | http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2015/01/1569581-populacao-de-carnivoros-de-grande-porte-cresce-na-europa.shtml |
Exportação de calçado vai atingir o pior nível em 30 anos, diz sindicato | A exportação de calçados em Franca (a 400 km de São Paulo) deve encerrar os últimos 12 meses com queda de 9% em relação ao mesmo período anterior. O volume –2,6 milhões de pares– é o pior dos últimos 30 anos, segundo estimativa das indústrias. Os dados consolidados serão divulgados no final deste mês. Segundo a direção do Sindifranca (Sindicato das Indústrias de Calçados de Franca), é a segunda crise que o setor enfrenta em seis anos. Já o faturamento com as exportações deve ser de US$ 56,4 milhões –30% mais baixo do que o registrado em 2009 (US$ 80 milhões), ano da crise financeira mundial. As causas para a redução, segundo a direção do sindicato, foram o baixo consumo aliado ao alto custo de produção pela elevada carga tributária e trabalhista, gastos maiores com logística e a concorrência com os asiáticos. Sem as exportações, as indústrias de Franca registraram maior dependência do mercado doméstico, com 96,5% de sua produção voltada para o consumo interno. Há cinco anos, o índice era de 86%. Mesmo assim, as vendas para o mercado interno foram menores por causa da crise da economia nacional, que deixou o consumidor mais cauteloso. "Um conjunto de fatores prejudicou o setor. A gente já havia perdido espaço no mercado externo para os asiáticos, porque os produtos deles são mais baratos que os nossos", disse o presidente do Sindifranca, José Carlos Brigagão do Couto. Em 2014, as indústrias calçadistas do município produziram 1,5 milhão de pares de calçados a menos que em 2013, quando foram feitos 39 milhões de pares. CRISE "A indústria de Franca já não dependia mais das exportações, porque sabe que é uma operação arriscada. Muitas empresas focaram no mercado interno, porque o consumo no Brasil estava aumentando, mas esse ano quebrou todas as nossas expectativas", disse Brigagão. Por causa disso, as indústrias demitiram. Até novembro do ano passado, foram fechadas 1.127 vagas, segundo o Ministério do Trabalho. Dono de uma fábrica de calçados de couro há 24 anos, Jamil César David disse que 2014 foi o ano mais difícil para a sua empresa. A unidade fechou o ano com uma produção 12% menor do que a dos últimos dois anos. A expectativa era produzir 300 mil pares de sapatos no ano, mas foram feitos apenas 260 mil. "No primeiro semestre, a gente conseguiu manter um ritmo normal de vendas, mas no segundo semestre tudo piorou. Até agora estamos com uma perspectiva negativa porque ninguém está comprando", disse David. Dos cerca de 150 funcionários, David teve que dispensar 30. Ele também fechou uma fábrica de pesponto, em Pedregulho, devido à crise. | 2015-02-01 | cotidiano | ribeiraopreto | http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/ribeiraopreto/2015/01/1569562-exportacao-de-calcado-vai-atingir-o-pior-nivel-em-30-anos-diz-sindicato.shtml |
Todos sabemos que Dilma terá muitas dificuldades, escreve leitor | Ao assistir pela TV a cerimônia de posse da presidente da República, vimos uma Dilma Rousseff firme, segura, com um discurso histórico, longo, simples, direto e mobilizador. Uma surpresa agradável para um recomeço de uma nova era. Dilma não fugiu de nenhum tema atual, citando inclusive o imbróglio da Petrobras. LUIZ THADEU NUNES E SILVA (São Luís, MA) * Não é novidade para ninguém que a presidente da República terá grandes dificuldades em seu segundo mandato, principalmente pela forma que montou seu ministério. Dilma tentou agradar a todos os partidos que se dizem da base aliada. O pior é que esse modo de formar ministério tem como pano de fundo uma grande mentira da política brasileira, a de governabilidade. ANTÔNIO DILSON PEREIRA, advogado (Curitiba, PR) * O governo do PT está se tornando um ícone neoliberal. CARLOS ALBERTO CARMELLO JUNIOR (Santos, SP) * Nas primeiras horas do primeiro dia do ano já levei uma bofetada ao ler "O padrinho prisioneiro", de Rogério Gentile. Valdemar Costa Neto, enquanto cumpria o regime semiaberto, consegue a nomeação de Antonio Carlos Rodrigues para o Ministério dos Transportes. O último parágrafo do texto de Gentile é chocante, falando sobre o perfil e o caráter do novo titular dessa pasta tão importante. Nós, brasileiros, estamos entregues à bandidagem, desde o seu mais alto escalão. Que nojo! AVELINO GUEDES (São Paulo, SP) * A relação dos "novos" ministros, mostra que Dilma só procura os próprios interesses. Esse é um governo velhíssimo, do qual nada devemos esperar. MÁRIO A. DENTE (São Paulo, SP) * A coluna de Ricardo Melo "O mi(ni)stério de Dilma" um libelo contra a presidente Dilma. Chega a ser desrespeitoso com a presidente ao sugerir que ela agiu de má-fé. Ricardo Melo deve ser a única pessoa que acreditou no que Dilma disse na campanha. Tanto oposicionistas como petistas sabiam que era tudo mentira, um sórdido comportamento que adotou para ganhar a eleição de qualquer jeito. Haja ingenuidade e boa-fé! ROBERTO DOGLIA AZAMBUJA (Brasília, DF) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected] | 2015-02-01 | paineldoleitor | null | http://www1.folha.uol.com.br/paineldoleitor/2015/01/1569632-todos-sabemos-que-dilma-tera-muitas-dificuldades-escreve-leitor.shtml |
Vários nazistas se refugiaram na Argentina | O caso do médico nazista Carl Vaernet, que fugiu para a Argentina para não ser julgado, não é isolado: uma comissão que estudou o tema no fim dos anos 1990 calcula que cerca de 180 tenham ido ao país após a Segunda Guerra. O nome mais famoso é o do coronel Adolf Eichmann. Em 1960, ele foi sequestrado pelo Mossad e levado a Israel, onde foi sentenciado à morte. O historiador German Friedmann explica que a Argentina foi destino de nazistas por dois motivos principais: as fronteiras eram porosas e os governos dos anos 1940 e 1950 eram simpáticos ao fascismo. "[Juan Domingo] Perón tinha simpatia pelos alemães. Os militares argentinos admiravam o Exército prussiano, estudaram as Forças Armadas alemãs." "Um setor do governo era germanófilo", diz a historiadora Beatriz Bragoni. Após a guerra, houve uma busca por trabalhadores especializados e cientistas que serviram a Alemanha nazista, relata. | 2015-02-01 | mundo | null | http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2015/01/1569625-varios-nazistas-se-refugiaram-na-argentina.shtml |
Cultura sem educação | RIO DE JANEIRO - Juca Ferreira fez coisas boas na primeira passagem pelo Ministério da Cultura. Poderá fazer outras agora. Mas sua biografia estará para sempre manchada pela forma com que tratou Ana de Hollanda. Ela o substituiu em janeiro de 2011. Juca se dedicou com afinco a derrubar sua sucessora –para quem deixou uma série de arapucas contábeis. Fizesse isso à luz do dia, seria aceitável no jogo democrático. Mas atuou nas sombras: enquanto evitava dar entrevistas, estimulava os ataques que seus apoiadores desferiam contra Ana de Hollanda. No jornal "O Globo", em que este colunista trabalhava, todo dia era dia de seguidores de Juca sugerirem pautas contra a ministra, oferecerem "denúncias" e garantirem que ela estava para cair. Havia, no jornalismo cultural, repórteres engajados nas campanhas "sai, Ana" e "volta, Juca". Ana de Hollanda podia não ser o nome certo para o posto –que deixou após 20 meses. Mas jamais mereceria o que Juca lhe fez. É uma pessoa digna, que se abateu por não estar acostumada com o volume de sujeiras que corre em Brasília, nas redes sociais, na imprensa. Se as feministas permitem dizer, também não se deve fazer isso com uma mulher. Aécio Neves foi massacrado por ter chamado Dilma Rousseff de "leviana". Pelo menos, cometeu sua grosseria na cara da rival. Juca não teve a mesma coragem. Quem fez o trabalho sujo foram ativistas dependentes de verbas públicas –o que não é crime, diga-se. Precisam muito do MinC, pois as torneiras das empresas estatais estão fechando. Pregam ética, mas chegaram, em 2014, a usar seus espaços em jornais para impulsionar candidatos sem informar aos leitores que coordenavam a campanha desses candidatos. O novo velho ministro pode ter méritos como gestor. Mas lhe faltam algumas virtudes como homem. | 2015-02-01 | colunas | luizfernandovianna | http://www1.folha.uol.com.br/colunas/luizfernandovianna/2015/01/1569606-cultura-sem-educacao.shtml |
Casa na zona sul de São Paulo tem menu inspirado no Brasil | Um restaurante integrado ao jardim de uma casa antiga, quase uma extensão da praça em frente, não parece muito São Paulo –o que pode ser um atrativo. O Otávio Machado é assim. Embalado por um toque informal e rústico, tem um cardápio original, inspirado em cozinhas brasileiras. Dá vontade de ir. Pelo menos para quem mora por ali, na Chácara Santo Antônio –e se não for um dia de muito calor (no horário do almoço o ar-condicionado faz falta). São quatro sócios, três deles sem ligações anteriores com a gastronomia, senão o gosto pela comida. Na inauguração, em fins de 2012, foi contratada uma chef que, mais tarde, tornou-se sócia. Jovem, Juliana Mendes, 27, concluiu o curso de gastronomia em 2008; à época trabalhou no Maní e, mais tarde, já formada, no Brasil a Gosto. Vêm no mínimo daí seus pendores pelos sabores brasileiros e sua inclinação moderna –embora nem tanto na área do café, que funciona todo dia, desde cedo, até o final da tarde. O cardápio traz uma definição do que será servido –"uma comida inspirada na identidade da cozinha brasileira". De fato percebe-se essa intenção e, se no geral os pratos não têm a sutileza e a sofisticação de sabor dos grandes chefs (o que a jovem Juliana pode chegar a ser), eles tampouco são grosseiros, e alguns chegam a ser bem sacados –e preparados. Entre os petiscos, há do tradicional queijo coalho com melaço ao pastel de carne-seca com abóbora, passando por um interessante bolinho de bobó de camarão, bem acompanhado por uma pimenta perfumada. Entre os pratos, também há o tradicional –como a moqueca baiana (de pintado, com pirão de peixe e farofa); pequenas intervenções como na picanha com baião-de-dois e crocante de queijo coalho; e opções mais autorais. Neste último departamento, entram por exemplo um bem-feito peito de frango marinado em mix de ervas e servido com curau salgado e legumes defumados; o filé-mignon suíno com raclete de batata-doce e queijo coalho, coulis de dedo-de-moça e chips de cebola-roxa; e, menos atraente, o cordeiro assado com pasta de coalhada e terrine de batatas gratinada. O gostoso bolinho cremoso de bananada servido quente com sorvete de canela tem sabor caseiro; outras sobremesas podem compor o café gourmet (expresso acompanhado de cinco doces). OTÁVIO MACHADO (Regular) ENDEREÇO r. Otávio Machado, 283, Chácara Santo Antônio, tel. (11) 3804-1079 HORÁRIO seg., das 12h às 15h; ter. a sex., das 12h às 15h e das 18h às 22h; sáb. e dom., das 12h às 17h AMBIENTE avarandado com clima bucólico e informal SERVIÇO precário, reflete a rusticidade do ambiente VINHOS oferta limitada (dúzia e meia de rótulos guardados em geladeira) PREÇOS entradas, de R$ 19 a R$ 22; pratos, de R$ 36 a R$ 67; sobremesas, de R$ 10 a R$ 20 | 2015-02-01 | comida | null | http://www1.folha.uol.com.br/comida/2015/01/1569199-casa-na-zona-sul-de-sao-paulo-tem-menu-inspirado-no-brasil.shtml |
Quatro dias após chuva em São Paulo, ainda há árvores caídas no chão | Quatro dias após o temporal que atingiu São Paulo, ruas de bairros da zona sul, como Moema, ainda possuem diversas árvores caídas ou restos de galhos que foram cortados pela prefeitura e permanecem no local. Além de árvores, fios da rede elétrica também estão caídos em frente a casas nas ruas Jauaperi, Iraúna e na avenida República do Líbano. Em nota, a Secretaria de Coordenação das Subprefeituras de São Paulo disse que, até as 19h de quinta-feira (1º), foram registradas 548 ocorrências de queda de árvores na cidade. De acordo com o órgão, mais de 500 destas árvores já tinham sido cortadas para liberação das vias. Segundo a secretaria, em 2014, foram registradas 2.284 quedas de árvores na cidade, 21% a mais do que em 2013, quando o total chegou a 1.881. FALTA DE LUZ Na quinta-feira (1º), poucas pessoas ainda sofriam com a falta de luz gerada pelo temporal da madrugada de segunda-feira (29), que teve rajadas de vento de 96,3 km/h. Segundo a AES Eletropaulo, no começo da tarde, restavam somente dez casos pontuais de locais sem luz que estavam sendo atendidos pelas equipes de eletricistas. De acordo com a companhia, 500 mil consumidores chegaram a ficar sem energia. Em Moema (zona sul), o empresário Hélio Coelho, 55, ficou sem luz na sua imobiliária no domingo em função de um cabo que se rompeu com a queda de árvores. O abastecimento foi restabelecido somente no meio da tarde de quinta-feira. Segundo ele, o prejuízo não foi tão grande porque a equipe que estava trabalhando era reduzida em função do recesso de final de ano. Ainda assim, ele aguardava a volta da luz para contabilizar o total de equipamentos que acabaram queimando com as quedas de energia. Perto dali, um posto de combustíveis na av. dos Bandeirantes só voltou a abrir na quarta-feira (31) e teve que se desfazer de alimentos congelados e picolés que estragaram com a falta de luz. Na Vila Olímpia (zona oeste), por pouco os moradores da rua Doutor Andrade Pertence não tiveram que passar a virada do ano no escuro. A luz retornou apenas por volta de 17h do dia 31. Mesmo assim, depois de dois dias e meio sem energia, o morador Antonio Marcos Corrêa da Silva, 41, precisou colocar fora seis quilos de carne que havia comprado para a ceia de Ano-Novo. | 2015-02-01 | cotidiano | null | http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2015/01/1569656-quatro-dias-apos-chuva-em-sao-paulo-ainda-ha-arvores-caidas-no-chao.shtml |
Uma de cada 6 linhas de ônibus de São Paulo está superlotada | Uma em cada seis linhas de ônibus de São Paulo tem lotação acima do limite de conforto aceitável. Dados da prefeitura obtidos pela Folha por meio da Lei de Acesso à Informação e complementados pela SPTrans (empresa que gerencia o transporte municipal) apontam que 161 de 926 linhas básicas do sistema levam mais de seis passageiros por metro quadrado. Esse é o parâmetro internacional para o limite de conforto no transporte público. Em alguns sistemas, como no de Londres, índices maiores do que quatro pessoas por metro quadrado já são classificados como excessivos. Para esse cálculo a prefeitura considera a quantidade de passageiros transportados e o fator de renovação de cada linha –ou seja, o sobe e desce ao longo do trajeto, obtido por meio de pesquisas. A conta resulta em uma estimativa de quantos usuários viajam em pé dentro dos ônibus nos horários de pico. O índice, chamado de "performance operacional" pela SPTrans, é usado para ajustar a quantidade de veículos e partidas para cada linha. As 926 linhas compõem a base do sistema municipal. No total, incluindo derivações, existem 1.286 linhas. A pior situação está no sistema local –as antigas lotações, operadas por cooperativas de proprietários independentes, os "perueiros". Das 161 linhas superlotadas, 76% são de perueiros. A gestão Fernando Haddad (PT) estuda a possibilidade de aposentar a contratação de cooperativas na próxima licitação do transporte, prevista para este ano. A Ocesp (organização das cooperativas de SP) diz que a medida contraria a legislação e pode aumentar os custos do sistema, uma vez que empresas têm mais gastos. CONFORTO Por ser uma medida teórica e baseada em estimativas, o índice de conforto dos passageiros de ônibus pode ser muito pior na prática. É comum a cena de passageiros se espremendo para conseguir subir nos veículos pela manhã, e a superlotação está entre as campeãs de reclamação nos canais oficiais. Outros levantamentos da própria SPTrans já apontaram lotação acima de oito passageiros por metro quadrado em algumas regiões. No ano passado, um decreto de Haddad passou a usar o limite de seis passageiros por metro quadrado no transporte –antes, eram cinco. Na prática, porém, a área técnica da SPTrans só aprova um aumento de frota quando a "performance operacional" da linha chega a sete por metro quadrado. Para secretário, problema é causado por emprego longe de casa Folha passa a publicar serviço de transporte público do Moovit | 2015-02-01 | cotidiano | null | http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2015/01/1569613-uma-de-cada-6-linhas-de-onibus-de-sao-paulo-esta-superlotada.shtml |
'Comida' lança página no Instagram; veja outros destaques do caderno | O caderno "Comida" ganha perfil no Instagram e passa a compartilhar fotos de pratos, bebidas e ambientes bacanas na linha do tempo dos seus leitores. Na rede social, siga o perfil @folhacomida e confira diariamente dicas de restaurantes por onde os repórteres andam na cidade, destaques das edições, harmonização de bebidas, novidades no ramo da gastronomia, pratos saborosos, receitas e dicas para cozinhar em casa. * FAMOSOS NA COZINHA A cantora Tiê, 34, tem duas filhas, Liz, 5, e Amora, 2, e aproveita os momentos em casa para fazer receitas com a participação das crianças. "Faço bolos com a Liz desde que ela é bem pequenininha. O processo é a própria brincadeira, porque a gente bota avental, organiza os ingredientes bem direitinho e prepara tudo juntas." Confira a receita do bolo de chocolate com coco preparado pela cantora * VOCÊ CONHECE? A bottarga é a ova da tainha extraída com a membrana intacta, depois salgada e seca. De cor âmbar e formato parecido com o de uma língua, tem sabor levemente picante. Pode ser usada em molhos, saladas e petiscos, como nesta torrada com pão italiano. ONDE COMPRAR aromadochef.com.br, (R$ 43,50; 100 g) * APLICATIVO TRADUZ CARDÁPIOS PARA TURISTAS NO RIO Turistas estrangeiros que visitam o Rio de Janeiro terão mais facilidade para entender cardápios em português com o aplicativo "Menu For Tourist", que traduz os pratos para diferentes línguas. O app gratuito mostra os cardápios em português, inglês e espanhol. As casas interessadas podem contratar outros idiomas como alemão, francês e italiano. O aplicativo está disponível para dispositivos que rodam iOS e Android. Cerca de 60 estabelecimentos já estão cadastrados no sistema. As casas podem aderir ao serviço no site menufortourist.com. O custo inicial para restaurantes é de R$ 290 e a mensalidade a partir de R$ 40. * KÁTIA BARBOSA ABRIRÁ LANCHONETE EM 2015 A cozinheira Kátia Barbosa, do Aconchego Carioca, vai abrir em fevereiro uma terceira casa no Rio: o Calango, na praça da Bandeira. Ele terá sanduíches com ingredientes brasileiros (carne louca, pernil feito na panela e barriga de porco) por até R$ 20. A lanchonete terá quatro mesas e parte do lucro será revertido a projetos sociais. Há 20 dias, a cozinheira abriu o bar Comedoria (r. Rainha Guilhermina, 48, Leblon; tel. 21/2294-2913), com receitas inspiradas em viagens que fez pelo país, como bolinho de moqueca (R$ 29,90; foto) e rabada prensada com agrião (R$ 79,90, para duas pessoas). * LANÇAMENTO MEMÓRIAS DO VINHO GAÚCHO O livro está dividido em três volumes e apresenta a essência da atividade vitivinícola gaúcha sob aspectos técnicos, sociais, políticos e culturais. A obra explica o vinho produzido no Estado vinculado ao modo de vida das comunidades que o produzem. AUTOR Rinaldo Dal Pizzol e Sérgio Inglez de Souza EDITORA AGE PREÇO R$ 120 (os três volumes) * CERAMISTAS VENDEM BOLINHAS PARA ASSAR Quem gosta de preparar tortas e quiches deve conhecer a tática de usar feijões na hora de assar a massa –os grãos fazem peso, distribuem o calor e impedem que a massa infle (e rache quando esfriar). O problema é que o feijão fica inutilizável. Para substituí-lo, um trio de ceramistas passou a produzir bolinhas chamadas de MaruMaru (marumaru.com.br ). Vendidas em uma marmiteira, na qual podem ficar armazenadas, custam R$ 50 (700 g). Outra profissional que faz pesinhos do tipo é Maga Nogueira, de Pindamonhangaba (SP); pelo site maganogueira.com.br, ela os vende a R$ 76 (1 kg). | 2015-02-01 | comida | null | http://www1.folha.uol.com.br/comida/2015/01/1569175-comida-lanca-pagina-no-instagram-veja-outros-destaques-do-caderno.shtml |
Cortes na Educação são concretos, diz assessor de Aécio Neves | A informação do corte de verbas de apoio à pós-graduação citada na coluna do senador Aécio Neves e contestada pela Capes foi também divulgada por vários dirigentes de universidades federais. Agora, há apenas a promessa do governo de que os cortes serão atenuados, mas, de concreto, o que existe são cortes. Um exemplo são os repasses para investimentos na forma de auxílio financeiro a pesquisadores: neste ano, apenas R$ 100 mil foram liberados, segundo o Portal da Transparência. Isso significa 0,23% do valor repassado no ano passado. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected] | 2015-02-01 | paineldoleitor | null | http://www1.folha.uol.com.br/paineldoleitor/2015/01/1663219-cortes-na-educacao-sao-concretos-diz-assessor-de-aecio-neves.shtml |
Confederação de atletismo quer montar CT nacional em Bragança | A CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo) quer recuperar uma instalação marcada por um escândalo no passado e torná-la seu centro nacional de treinamento. A entidade negocia a compra de um complexo esportivo em Bragança Paulista, cidade a 85 km de São Paulo, que entre 2008 e 2009 abrigou a Rede Atletismo. Bancada pelo Grupo Rede, empresa do setor energético, a equipe causou frisson no cenário esportivo ao fazer investimento milionário. O elenco montado há cinco anos, orçado em R$ 6 milhões, tinha como principal estrela Maurren Maggi. Todos acabaram dispensados após seis casos de doping virem à tona envolvendo atletas do time e treinadores de renome, como Jayme Netto Júnior, técnico dos revezamentos 4 x 100 m medalhistas em Atlanta-1996 (bronze) e Sydney-2000 (prata). A espinha dorsal do projeto era o complexo esportivo de 210 mil m² –que custou R$ 7 milhões para ser erguido–, com pista certificada pela Iaaf (órgão máximo do atletismo), outra de aquecimento e alojamento para os atletas. É justamente esse espaço que interessa à CBAt agora. Segundo o presidente da entidade, José Antonio Martins Fernandes, o complexo bragantino é "estratégico" para as seleções brasileiras e eventos da confederação. "Poderíamos ter uma estrutura muito grande lá. A cidade de Bragança tem uma boa rede hoteleira e nos ajudaria a economizar na realização de campeonatos", diz. A construção de um centro iria na esteira do que tem ocorrido no esporte nacional. O judô, por exemplo, inaugurou neste ano um CT em Lauro de Freitas, na Bahia. O principal obstáculo é a captação de dinheiro. A confederação já fez algumas reuniões com os atuais donos, entre eles Jorge Queiroz de Moraes, idealizador do Rede Atletismo, que pedem R$ 9 milhões para fechar negócio. Mas as tratativas empacaram. O dirigente conta que a CBAt não tem recursos para comprar o terreno. A solução seria arrumar parceiros para efetuar a aquisição. "Estamos atrás de empresas para ver se viabilizamos financeiramente", afirmou Fernandes. Um dos potenciais parceiros na empreitada é a Caixa Econômica Federal, que já patrocina a CBAt. | 2015-02-01 | esporte | null | http://www1.folha.uol.com.br/esporte/2015/01/1569651-confederacao-de-atletismo-quer-montar-ct-nacional-em-braganca.shtml |
Grandes clubes do país querem Copa São Paulo 'enxuta' | Grandes clubes do país planejaram um código de ética que vale para as categorias de base e que apresenta algumas reivindicações para facilitar o trabalho nos departamentos amadores. O consenso é que a Copa São Paulo de futebol júnior, que começa neste sábado (3), deveria ter menos equipes para que o nível técnico melhorasse. A edição deste ano terá 104 clubes. "Isso depende da Federação Paulista, não de nós. A Copa São Paulo é uma competição muito boa, que tem muita mídia, mas a crítica que podemos fazer é que o volume de times é muito grande. Acaba prejudicando o nível técnico", afirma Agnello Guimarães, coordenador técnico da base do Corinthians. A ressalva é feita por dirigentes de outros times paulistas ouvidos pela Folha. Quando começou a ser disputada, em 1969, o torneio tinha apenas quatro equipes. Por enquanto não há nenhum projeto da Federação Paulista de Futebol, que organiza o torneio, para diminuir o número de participantes. Vinte cinco cidades de São Paulo recebem partidas da competição. As maiores agremiações do país têm reivindicações para a base que vão além de pleitear a mudança no formato da Copa São Paulo. Querem que o torneio sinalize o final da temporada das categorias de base, não o começo (como é hoje em dia). Os clubes desejam que a pré-temporada da base ocorra após o torneio, que tem a sua final no dia 25 de janeiro, data do aniversário da cidade de São Paulo. A mudança abriria espaço no calendário para a disputa de amistosos no exterior. "São mudanças no calendário e uma uniformidade nas competições de base. É preciso haver uma flexibilização das datas para equipes que recebem convites internacionais", completa Agnello Guimarães. A constatação quanto aos problemas causados pelo inchaço é feita até por aqueles que fazem parte do grupo de clubes que estão na competição apenas para fazer figura. "Eu pago por tudo. Não tenho apoio da prefeitura. É difícil fazer um trabalho assim. Eu fico com medo de ir até São Paulo e passar vergonha", afirma Tiba, técnico do Araguaína, de Tocantins. O elenco é formado apenas por garotos da região e na primeira fase está na chave com Primavera, Cruzeiro e ABC-RN. Tiba é ex-atacante, com passagem pelo Corinthians e foi campeão paulista pelo Bragantino em 1990. Ele também cuida da carreira de jogadores e pode ser um dos afetados por mudanças promovidas pela Fifa, que podem ter influência no formato da Copa São Paulo. A entidade que dirige o futebol decidiu proibir que pessoas físicas ou empresas sejam donas de direitos econômicos de atletas. Expediente que é comum nas categorias de base e nos profissionais. A partir daí, surgiu a expressão "clube de empresários", que funcionariam apenas para colocar na vitrine jogadores de determinado agente, visando transferências futuras. "A Copa São Paulo serve muito para isso: times de empresários. Esta nova lei é para contratos novos, não os que estão em vigência. No curto prazo, não vai mudar nada na quantidade de equipes, acredito. Os investidores vão acabar assumindo clubes de futebol e nós vamos ver quem trabalha de forma séria e quem não trabalha", afirma Wagner Ribeiro, empresário de Neymar e Lucas. DOMÍNIO PAULISTA Nos últimos três anos, o campeão do torneio foi paulista. O Corinthians levantou o troféu em 2012, enquanto o Santos é o atual bicampeão. Os rivais, inclusive, fizeram a final da última edição e disputam o torneio neste ano como favoritos. O time da capital paulista é treinado por Osmar Loss e conta com jogadores campeões do Paulista sub-20 e do Brasileiro sub-20. Já a equipe santista, treinada por Pepinho, filho do ex-jogador Pepe, terá jogadores campeões do torneio do ano passado, como Matheus, e do Paulista sub-17. O Palmeiras, único grande do Estado sem título do torneio, aposta em Gabriel Fernando, 17. Ele fez 37 gols no Paulista sub-17 de 2014 –o vice-artilheiro fez só 19, e é a esperança do técnico Diogo Giacomini. O São Paulo, do técnico Menta, terá Ewandro, atacante que disputou a última edição da Copa São Paulo e Leonardo Paoli, 19, que tem multa rescisória de R$ 30 milhões, já foi alvo de clubes italianos e é visto como futura estrela do clube. | 2015-02-01 | esporte | null | http://www1.folha.uol.com.br/esporte/2015/01/1569649-grandes-clubes-do-pais-querem-copa-sao-paulo-enxuta.shtml |
Ex-colegas de cela da presidente elogiam a Comissão da Verdade | Companheiras de cela de Dilma Rousseff durante a ditadura militar, Rose Nogueira, 68, e Elza Lobo, 77, compareceram à posse da petista e afirmaram sentir "orgulho" pelo trabalho da Comissão da Verdade, conduzido pelo governo da amiga presidente. A Comissão Nacional da Verdade concluiu seu relatório em dezembro responsabilizando 377 agentes do Estado por violações dos direitos humanos de 1946 a 1988. "Foi um grande avanço democrático, ainda que tardio. Ela deveria ter sido feita quando acabou a ditadura", disse Rose. "Ajudamos com tudo que a gente pôde", afirmou Elza. Elas disseram ter fornecido documentos e dado depoimentos à comissão. Elza ficou presa dois anos, e Rose ficou nove meses na Torre das Donzelas, apelido da ala feminina do presídio Tiradentes, em São Paulo. Rose, que conhece Dilma há mais de 40 anos, não tem contato diário com a petista, mas reencontrou a amiga em alguns eventos de campanha. "Conheci a Dilma numa situação terrível, que é a da prisão. Ali a gente se conhece muito. É uma das pessoas mais íntegras que conheço." Elza, que também foi companheira de cela de Dilma, lembrou que a presidente ajudava as presas a preparem depoimentos para o DOI-Codi. | 2015-02-01 | poder | null | http://www1.folha.uol.com.br/poder/2015/01/1569633-ex-colegas-de-cela-da-presidente-elogiam-a-comissao-da-verdade.shtml |
Sem espaço, passageiros entram pela saída em linha superlotada de SP | São 6h30 quando um micro-ônibus da linha 8013 (Morro Doce-Lapa) para em um ponto na rodovia Anhanguera, no sentido São Paulo. Ele está lotado, mas dezenas de pessoas se aglomeram na porta para entrar também. Uma delas é a operadora de telemarketing Jéssica Lopes Dutra, que empurrava passageiros pendurados na porta na tentativa de abrir espaço e subir um degrau. Quando percebeu que não teria sucesso, entregou o cartão de Bilhete Único pela janela à cobradora, que girou a catraca e permitiu que Jéssica entrasse pela porta traseira. Um repórter da Folha fez o mesmo para embarcar. Planejada para transportar 11,9 mil passageiros por dia, a linha carrega mais que o dobro –são 26,9 mil, em média. Isso faz dela a linha mais sobrecarregada da cidade. Pelos dados da prefeitura, porém, o índice de conforto no horário de pico está dentro do aceitável –são 5,8 passageiros por metro quadrado. Alheios à análise oficial, os passageiros se espremem e o calor deixa o ambiente sufocante. Uma placa indica que a lotação máxima é de 33 pessoas, 12 em pé. Mas o veículo transporta 58 passageiros, 21 sentados e 37 de pé. "Hoje não está tão ruim. As férias devem ter esvaziado um pouco", conta Jéssica. DEMORA Essa não é a única linha da região, na zona norte, que leva até a Lapa, na zona oeste. Mas usuários dizem que somente ela para naquele ponto –as outras chegam ainda mais lotadas e passam direto. O coletivo segue com lotação extrema por quatro ou cinco pontos, quando começa a esvaziar gradativamente. O que poderia ser algo relativamente rápido torna-se uma eternidade por causa do congestionamento formado na chegada a São Paulo. A morosidade fez esse período de aperto máximo durar 30 minutos no dia em que a reportagem usou a linha. O trajeto completo durou uma hora e 25 minutos. O ajudante de cozinha Aneislan Caetano Pereira, 25, disse que espera até dez minutos para conseguir entrar no ônibus. "Essa linha é bem cruel. Não temos faixas exclusivas na rodovia ou outra opção melhor para usar. Melhor se eu voltasse a pegar carona com alguns amigos e não dependesse mais de condução." É preciso esforço para imaginar mais pessoas entrando em um ônibus daquele tamanho, mas o motorista Bruno da Silva Nascimento diz que o coletivo que dirige chega a encher ainda mais. Ele é condutor da linha 8014 (Morro Doce-Perus), que tem um dos piores índices de conforto da cidade –6,8 passageiros por metro quadrado. "No período de aulas, a coisa fica complicada. Muitos passageiros usam esse coletivo para descer na estação [Perus] de trem para chegar até a faculdade", diz. Uma de cada 6 linhas de ônibus de São Paulo está superlotada Para secretário, problema é causado por emprego longe de casa | 2015-02-01 | cotidiano | null | http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2015/01/1569614-sem-espaco-passageiros-entram-pela-saida-em-linha-superlotada-de-sp.shtml |
Folha agradece e retribui os votos de boas-festas | A Folha agradece e retribui os votos de boas-festas recebidos de Helena Nader, presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (São Paulo, SP), da agência Maringá Turismo (São Paulo, SP), da escola de design SAE Brasil (São Paulo, SP) e de Nanci Peniche (Taboão da Serra, SP). * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected] | 2015-02-01 | paineldoleitor | null | http://www1.folha.uol.com.br/paineldoleitor/2015/01/1569619-folha-agradece-e-retribui-os-votos-de-boas-festas.shtml |
João Paulo Diniz: Esporte em segundo plano | Sou um apaixonado por esporte desde a infância. Além de praticar diferentes modalidades, tive ao longo da vida a oportunidade de apoiar a prática esportiva no Brasil. Fiz isso buscando as melhores referências em países que tratam essa atividade como uma ferramenta para o desenvolvimento do ser humano, por meio de programas contínuos e de longo prazo, de incentivo às categorias de base até a atletas de alto rendimento. Sempre acreditei também que o esporte é essencial para estimular a adoção de uma série de valores, como disciplina, determinação e trabalho em equipe, além de ser o responsável por gerar nossos grandes ídolos nacionais, que se tornam exemplo e fonte de inspiração para as novas gerações, como Ayrton Senna, Gustavo Kuerten, o Guga, Neymar e, mais recentemente, o surfista Gabriel Medina. Mas, infelizmente, no Brasil, o esporte tem sido deixado em segundo plano. Aqui não há um sistema de integração nacional, tampouco de políticas públicas de sucesso. Por outro lado, o que temos visto é um trabalho louvável de verdadeiros mecenas do esporte. Um exemplo que sempre me inspirou é o de Antônio Carlos de Almeida Braga, o Braguinha, que fez do vôlei referência nacional, além de ter ajudado muito no crescimento da Fórmula 1 e do tênis. O problema é que a política esportiva de um país não pode depender apenas de iniciativas individuais para crescer. Elas podem ser efetivas, mas não garantem um legado para as modalidades. Para revertermos esse quadro e superarmos os desafios dos Jogos Olímpicos no Rio, em 2016, que podem potencializar a atividade esportiva no país caso tenha uma organização bem-sucedida, precisamos de um Ministério do Esporte fortalecido. Ao longo dos últimos governos, essa pasta tem sido marginalizada e tratada como moeda de troca de apoio entre as legendas da base aliada. Políticos sem experiência e conhecimento técnico estão definindo as prioridades de investimentos, causando um enorme atraso no desenvolvimento do esporte no Brasil. Neste novo mandato, a presidente Dilma Rousseff teria a oportunidade de romper com essa lógica perversa e encher os brasileiros de esperança. No entanto, indicou o deputado federal George Hilton (PRB-MG) como ministro. Radialista, apresentador de televisão, teólogo e animador, de acordo com seu perfil no site da Câmara dos Deputados, Hilton não tem nenhuma ligação aparente com o esporte. Temos nomes de excelente reputação no meio esportivo com experiência na área pública que poderiam aceitar esse desafio. Comandar esse Ministério em um dos momentos mais importantes da história do esporte brasileiro é uma enorme responsabilidade. Daqui a um ano e meio sediaremos pela primeira vez uma Olimpíada. Apesar de não haver mais tempo de melhorar a performance dos nossos atletas, um trabalho bem feito de planejamento e organização trará reconhecimento ao país e colocará a população, em especial os mais jovens, em contato com modalidades pouco conhecidas ou praticadas aqui. Esse pode ser o ponto de partida para gerar interesse por novas práticas, além do futebol. Apesar da frustração com o rumo dado ao Ministério do Esporte, mantenho a esperança de que o Brasil poderá encontrar o caminho em direção ao crescimento e desenvolvimento como potência esportiva. Muitas pessoas sérias e comprometidas estão trabalhando nesse sentido, entre atletas, ex-atletas, jornalistas, empresários, entidades sociais e apaixonados por esporte, todos com um desejo em comum: o de transformação. JOÃO PAULO DINIZ, 51, é conselheiro da organização Atletas pelo Brasil e do Instituto Península, que desenvolve e apoia projetos ligados à educação e esporte * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. | 2015-02-01 | opiniao | null | http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2015/01/1569599-joao-paulo-diniz-esporte-em-segundo-plano.shtml |
O acúmulo dos impostos | Muita vontade política e firme determinação são os requisitos para a remoção de um dos maiores entraves à competitividade da economia: o alto custo dos impostos sobre o processo produtivo. Em grande medida, isso decorre de distorções da estrutura tributária. Em nenhum outro país a cobrança sobreposta ou cumulativa de impostos adquire tamanha envergadura e provoca efeitos tão nefastos para a economia como no Brasil. O problema aparece quando as empresas não recuperam os tributos pagos ao longo da cadeia de produção, na compra de insumos e serviços, devido a limitações legais, a travas burocráticas ou à recusa da União e dos Estados em honrar essas dívidas. Na prática, isso significa que a incidência de um imposto sobre bens e serviços torna-se, de fato, maior do que a alíquota legal, encarecendo, especialmente, produtos cujas etapas de produção são mais extensas (carros, por exemplo). Isso ocorre sempre que a base de cálculo do tributo é o faturamento, tais como o ISS e, parcialmente, o PIS/Cofins e o ICMS. Não é fácil mensurar o ônus para as empresas brasileiras porque cada caso é um caso, mas a consultoria Strategy& calcula que nos setores de base signifique de 10% a 15% dos custos de produção –acréscimo capaz de derrubar a competitividade de qualquer companhia. Outro dado sugestivo vem da Receita Federal. As empresas sujeitas ao regime baseado no lucro real, que são as grandes empregadoras e maiores exportadoras, declararam ter no final de 2012 créditos tributários de R$ 182 bilhões, o equivalente a 4,1% do PIB ou a 3,6% de suas receitas brutas. A indústria de transformação aparece como a maior credora, com R$ 79 bilhões a receber ou 4,1% do faturamento anual. Para o universo empresarial, essa dinheirama representa um custo que asfixia a sua competitividade, mas, para o governo, se constitui em financiamento disfarçado, sem juros, dos seus desequilíbrios orçamentários. Mesmo com o atual ambiente de restrição fiscal e tributária, é imperativo rever essa estrutura de impostos, cujos efeitos nocivos contaminam outros fatores de crescimento, além de provocar perda da competitividade dos produtos brasileiros. Explica-se: custos tributários excessivos estão associados a níveis mais baixos de investimentos, à queda nas exportações e à crescente penetração de importados, além de reduzir a renda do cidadão. Enfim, o que é barato para o governo sai caro, muito caro, para a sociedade. A remoção da cumulatividade tributária não requer benesses, vantagens nem incentivos fiscais, mas acarretará menor arrecadação pelos governos, que certamente desejarão compensar a perda elevando outros impostos. No estudo "O Cúmulo da Cumulatividade Tributária", o Iedi recomenda uma sequência de medidas para dar maior equilíbrio e racionalidade à questão. A primeira providência é não criar novos tributos cumulativos. Um compromisso nesse sentido é importante no momento em que a reedição da CPMF começa a ser ventilada. O passo seguinte seria um "acerto com o passado". Trata-se de reconhecer a existência de tributos acumulados e não devolvidos e criar um sistema de securitização desses créditos, possibilitando seu pagamento no médio ou longo prazo. O caminho mais viável para tal modelo seria o desenvolvimento de um mercado secundário para dar saída às empresas que desejem ou necessitem receber rapidamente esses recursos. O estudo do Iedi também sugere uma redução significativa da cumulatividade da estrutura tributária, com mudanças na incidência das alíquotas sobre bens e serviços (como ICMS, IPI, Cofins, PIS). O objetivo seria aproximá-la do modelo mais usado internacionalmente, no qual os impostos incidem sobre o valor adicionado, e não sobre o faturamento. Nada disso dispensa a necessidade de uma reforma constitucional para tratar da atualização do regime tributário, sobretudo a introdução do imposto sobre valor adicionado, o IVA existente em vários países, substituindo todos os tributos cumulativos. O redesenho dessa estrutura exigirá vigoroso esforço de negociação e a adaptação de governos e empresas. Sem isso, contudo, nossa competitividade continuará sendo minada, distanciando cada vez mais a perspectiva de retomada do crescimento econômico. | 2015-02-01 | colunas | pedropassos | http://www1.folha.uol.com.br/colunas/pedropassos/2015/01/1569594-o-acumulo-dos-impostos.shtml |
Dilma entre dois amores | UM ARTICULISTA CAPAZ poderia ter criado um modo mais convincente de a presidente explicar por que os planos anunciados de política econômica de Dilma Rousseff 2 representam o desmanche de Dilma Rousseff 1. Só que não. No seu discurso de posse, a presidente quis vestir dois santos com uma roupa só. Um deles ficou pelado. Mais que um defeito de retórica, a ambivalência ranheta talvez venha a se tornar um problema real. Tanto bons como maus resultados na economia muita vez não dependem de vontades, erros e acertos de governos. Ainda não se descobriu como dar cabo da alternância de altas e baixas econômicas. Além do mais, ocorrem choques e outros reveses inesperados da vida, entre outras mumunhas da história. A presidente, no entanto, optou por dizer que fará um "ajuste", palavrão "neoliberal", naquilo que não está desajustado. "Sempre orientei minhas ações pela convicção sobre o valor da estabilidade econômica, da centralidade do controle da inflação e do imperativo da disciplina fiscal", discursou. Um cínico poderia dizer que, se o valor da estabilidade norteou as ações do governo, então houve um fracasso impremeditado, por imperícia, ingenuidade ou mero azar. Afinal, não é possível que se considere estável uma economia em que, por exemplo, os passivos crescem sem limite (a dívida pública e o deficit externo crescem), mas a economia permanece estagnada, incapaz de produzir o suficiente a bom preço (tem inflação). Seja como for, virá algum "ajuste". A presidente diz tal coisa como se tivesse de acabado de engolir um sapo-boi, como se tivesse se rendido a uma força de ocupação, sua nova equipe econômica, mas ainda gritando "no pasarán!". "Assim como provamos que é possível crescer e distribuir renda, vamos provar que se pode fazer ajustes na economia sem revogar direitos conquistados ou trair compromissos sociais assumidos", discursou a presidente. É possível. Melhor ainda, também teria sido possível fazer uma polí- tica socioeconômica progressista sem arruinar as contas públicas ou desordenar setores centrais da economia. Mas não parece ser assim que pensa a presidente nem gente que se diz de esquerda, para quem estabilidade e o plano econômico de Dilma 2 são coisa "de direita". Sim, ser de esquerda é endividar o governo à matroca e, assim, transferir anualmente 6% do PIB em juros da dívida para os mais ricos, entre outras tolices inadvertidamente cruéis. Isto posto, ainda resta a dúvida a respeito do grau de convicção da presidente ao aceitar o plano anunciado de "ajuste" (contenção de gastos, juros maiores, real desvalorizado). No caso da Petrobras, a presidente ainda não se rendeu à evidência de crise iminente, como parece ter sido o caso da política econômica. Dilma Rousseff dobrou sua aposta fantasista ao atribuir a desgraça da empresa a uma conspiração e ao reafirmar algumas das políticas que contribuíram para avariar as finanças da petroleira e para criar o ambiente propício à corrupção (reservas de mercado, exigência excessiva de conteúdo nacional, obrigações excessivas criadas pelo modelo de partilha). A presidente vai chegar ao limite do risco de ruína antes de ceder? | 2015-02-01 | colunas | viniciustorres | http://www1.folha.uol.com.br/colunas/viniciustorres/2015/01/1569607-dilma-entre-dois-amores.shtml |
Janeiro: trocas, queimas e um fio de esperança para o comércio | O comércio varejista deve começar 2015 em busca de recuperação para as vendas. Como sempre, devem se destacar as empresas que tiverem mais criatividade e disposição para batalhar pelo consumidor em janeiro. A primeira frente de trabalho do ano deverá se concentrar nos consumidores que forem às lojas para trocar os presentes de Natal, o que não é novidade. No entanto, neste ano pesa sobre as lojas um diferencial de que há uma necessidade urgente de tentar dar uma injeção de ânimo no consumo. Cenário que fará com que as tradicionais queimas de janeiro ganhem relevância. Isso acontece porque o Natal de 2014 teve desempenho inferior aos dos anos anteriores. Em 2010, segundo o SPC Brasil, houve um aumento de 10,89% nas vendas. Nos anos seguintes, o crescimento foi bem inferior, porém a data continuou sendo a "menina dos olhos" do comércio varejista. Em 2011 a variação foi de + 2,33%, em 2012 foi de +2,37% e em 2013 foi de 2,97%. Em 2014, as vendas não só não cresceram, como também declinaram 0,7%. Na avaliação do SPC, a inflação desacelerou as vendas, pois os juros estão mais elevados e os rendimentos dos trabalhadores não estão crescendo. Além disso, podemos adicionar a incerteza econômica para 2015 e a inflação. Dessa forma, a tradicional troca de presentes que acontece em janeiro pode ser a oportunidade para o comércio emplacar vendas novas e tentar amenizar o balanço negativo do Natal. É importante lembrar que, antes mesmo do Natal, já havia uma expectativa não muito otimista para as vendas deste ano. Pesquisa do próprio SPC apontou que, em 2013, 13% dos consumidores declararam que queriam reduzir os gastos com presentes. Em 2014, o número saltou para 33%. Esse indicadores refletiam uma baixa na confiança do consumidor em virtude, possivelmente, da piora na geração de empregos, do enfraquecimento da economia em geral e do menor crescimento dos salários dos trabalhadores. Post em parceria com Adriana Matiuzo | 2015-02-01 | colunas | carodinheiro | http://www1.folha.uol.com.br/colunas/carodinheiro/2015/01/1567834-janeiro-trocas-queimas-e-um-fio-de-esperanca-para-o-comercio.shtml |
Preço do couro pesou contra o setor calçadista em 2014 | Além dos problemas econômicos e financeiros, a fabricação de sapatos de couro masculino, que representa a maior parte da produção em Franca (a 400 km de São Paulo), foi afetada em 2014 por causa do aumento do preço da matéria-prima. A informação é de Heitor Klein, presidente-executivo da Abicalçados (Associação Brasileira das Indústrias de Calçados). O preço do couro para os fabricantes brasileiros registrou aumento de até 50%, porque a demanda pelo produto no exterior teve grande crescimento. Segundo dados da CICB (Centro das Indústrias de Curtume do Brasil), em novembro o valor das exportações de couro já havia superado em 7% todo o ano passado. Além disso, o preço médio do couro exportado no ano [de janeiro a novembro] esteve 17,1% mais caro que em 2013. "O fabricante já esperava um aumento no preço do couro. O que ele não conseguiu prever, e se precaver, é de que haveria uma conjunção de fatores negativos para o setor neste ano [2014]", disse Klein. Para 2015, a expectativa de Klein é de que as vendas para o mercado externo melhorem, com a valorização do real e a sinalização do governo federal para a desoneração de alguns tributos do setor. No entanto, ele disse não acreditar na recuperação das vendas internas. | 2015-02-01 | cotidiano | ribeiraopreto | http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/ribeiraopreto/2015/01/1569564-preco-do-couro-pesou-contra-o-setor-calcadista-em-2014.shtml |
Nazista que tentou 'curar' gays vira tema de documentário | Um nazista que buscou uma "cura" para a homossexualidade por meio de experimentos feitos em homens gays no campo de concentração de Buchenwald (Alemanha) virou tema do documentário "Triângulo Rosa". Carl Vaernet, o nazista, era um médico dinamarquês e foi um dos colaboradores que fugiram para o país sul-americano após a derrota do Eixo. "[Heinrich] Himmler autorizou a pesquisa de Vaernet e demandou o extermínio de existência anormal'", relata o militante LGBT Peter Tatchell, que, na década de 1990, pressionou o governo dinamarquês a abrir os documentos sobre o médico. Segundo Tatchell, os nazistas perseguiram homossexuais por entender que traíam o ideal ariano masculino e por temer que pudessem causar um "dano" demográfico. "Os nazistas descreviam os gays como sabotadores sexuais'", explica. "Eles pensavam que a homossexualidade enfraquecia o Terceiro Reich, que precisava aumentar a população alemã para criar um exército e uma força de trabalho cada vez maior para conquistar a Europa", diz. Em suas experiências, Vaernet dava testosterona aos pacientes. O nazista desenvolveu uma cápsula que liberava o hormônio aos poucos (uma espécie de glândula artificial) após ser inserida cirurgicamente. De tempos em tempos, ele abria novamente os "pacientes" para trocar o aparato. Segundo Tatchell, trata-se do único caso conhecido de experimentos feitos em gays detidos em campos de concentração. O argentino Esteban Jasper, um dos diretores do documentário "Triângulo Rosa", afirma que cerca de 20 homens foram submetidos aos experimentos, e que três morreram no processo. "Ele não era um cientista com todas as letras", diz Jasper. Inicialmente, Vaernet não fazia pesquisa. Ele tinha uma clínica em Copenhagen, mas sua ligação com o nazismo o tornou alvo da resistência dinamarquesa. Ele viajou para a Alemanha e, com seus contatos, conseguiu trabalho em hospitais locais e acesso aos presos que usou como cobaia. Logo depois da derrota do Eixo, Vaernet voltou à Dinamarca. "Ele foi preso logo, mas pouco depois enganou as autoridades dizendo que tinha uma doença séria que tinha de ser tratada na Suécia. De lá foi para a Argentina", relata Jakob Rubin, autor de um livro sobre o nazista. O médico chegou a Buenos Aires em 1947 e conseguiu um emprego no Ministério da Saúde da Argentina. Segundo Rubin, Vaernet também teve uma clínica em Buenos Aires. Não se sabe, porém, se ele voltou a procurar a "cura" para a homossexualidade na Argentina. Quando foi ao país, o médico deixou para trás os filhos do primeiro casamento. O empresário Jan Vaernet, de Copenhagen, é um dos descendentes que ficaram na Europa. Ele só soube do passado nazista de sua família quando era adolescente, pelos jornais dinamarqueses. "Eu sabia que o meu avô paterno tinha ido para a Argentina. Mas meu pai era antinazista e tinha vergonha dos problemas e do nome do pai dele, que era reconhecidamente o de um colaboracionista. Eles se distanciaram antes de eu nascer." Os netos argentinos de Vaernet também cresceram desconhecendo a filiação ao nazismo e as experiências no campo de concentração. O veterinário Sérgio Vaernet, que mora na cidade de Resistencia, na província do Chaco, nasceu quando o avô já estava morto. "Na minha família simplesmente não se falava da Dinamarca ou do passado. Era um tema que trazia muita dor. Só fui descobrir a história depois de adulto", conta. | 2015-02-01 | mundo | null | http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2015/01/1569626-nazista-que-tentou-curar-gays-vira-tema-de-documentario.shtml |
O jardim | Foi-se o ano. 2014 foi um ano pouco encantado, mas teve lá suas graças particulares, seus enfeites. Sempre tem a vida que brota, planta rústica do meio das pedras, dos tijolos quebrados. Os passarinhos ainda cantam, gritam de alegria, até, comeram uma jabuticabeira inteira, uma amoreira, uma pitangueira, deixaram pires de frutas para quem plantou, mas são felizes demais, que se danem os não passarinhos. Sem água no jardim, morreu quase tudo. As flores já eram meio escassas, como dizia meu filho pequeno, nossa casa não tem primavera, só folhas verdes. E de repente, no tronco de uma palmeira baixa, folhuda, nasceu uma orquídea. Acho que puxou toda a seiva restante, a última gota da última água e nasceu agressiva, maior do que costumava nascer, bem maior, abrindo-se em pontas dentadas para espetar, se preciso fosse. Flor do Norte, mandacaru da cidade, orquídea voraz. Para falar a verdade , no momento é um jardim um pouco angustiado. As hortênsias, uns três pés de hortênsias azuis, tiveram medo de morrer e puxaram os pescoços para cima, e a flor já nasceu velha, já pendendo para semente, diferente, estranha, mas bonita. Pouca cor, mas o jasmineiro, justamente pela ausência de água, de gente para cuidar dele, de pouco sol, soltou todo o perfume que tinha. É sentar na sala para um café, sem esperar mais do que o café, que ele o atropela com o quase pecado de cheirar bem demais. E tem a galinha. Eram duas garnizés -uma, a mais fortezinha, morreu; e a outra, que perdeu um dedo do pé, ficou sozinha, viúva da outra galinha. Nem percebi que estava doente. Só quando seu Antônio começou a frequentar demais aquela bandas da casa, com colher na mão, andando depressinha, como parente em corredor de hospital, é que desconfiei. Não adiantaram as colheres de azeite, de água com sal e açúcar, ela murchou, devia estar na hora dela. Ah, como ia falando, a vantagem foi que o cachorro que odiava as duas e fazia com que as trancássemos num galinheiro improvisado, não se lixa a mínima para uma galinha só. Até gosta, e a viva voltou a frequentar a casa, burra, burríssima como sempre. E no canteiro de ervas tinha uma que me venderam como novalgina, sempre me intriguei com o nome e nunca usei para dores, mas de boba que ela era e meio feia e inútil foi tomando conta de tudo, de humílima a dona do pedaço foi um passo. Vamos ter que achar dentro de nós esse tipo de raiz de novalgina que vai nos fazer viver com o máximo de esforço e inteligência, cavando fundo. Foi o que aconteceu também com o pé de neem, a folha do curry. Esse merecia um artigo só para ele. Só floresce muito raramente quando o verão é tórrido e acreditem que ele é usado para conter o deserto do Saara, senão as areias tomam tudo pela frente. Ele afunda no escuro da terra, onde nem o capeta chega para tirar aquela flor. Esperemos criar raízes e abrir em flor em 2015. | 2015-02-01 | colunas | ninahorta | http://www1.folha.uol.com.br/colunas/ninahorta/2015/01/1569211-o-jardim.shtml |
O ano dos Felipes | Um Felipe usará branco e ostentará o número 19. O outro deve vestir macacão escuro e levará o 12 no bico do carro. Sim, a imprensa vai se esbaldar com a coincidência dos nomes. Dois brasileiros, dois Felipes. Mas paremos por aí. As perspectivas são bem diferentes para este 2015 que apenas começa. Massa, o veterano, até outro dia parecia caminhar para um melancólico fim de carreira. Estava muito aquém do companheiro, Bottas, no campeonato. Não brilhava, não reagia, não suscitava esperanças. Cumpria tabela. Mas reagiu na segunda metade da temporada. Emplacou três pódios nas sete últimas corridas e ajudou a fazer da Williams a segunda força do campeonato, uma façanha. Em 2015, com este fôlego novo e já ambientado à equipe, precisa se impor. Porque é obrigação de qualquer piloto superar seu companheiro –e ele carrega dez temporadas a mais que o finlandês nos bolsos do macacão. E porque é um ano crucial, de renovação de contrato. O acordo de Massa com a Williams termina em dezembro. As especulações vão começar logo, ainda mais se o carro andar bem. Deve ser um assento cobiçado para 2016. Cabe a ele segurá-lo –até porque o grid está cada vez mais enxuto e vai ser complicado achar outra porta aberta. Nasr, o novato do carro 12, começa com o pé direito. A Sauber é uma equipe honesta, séria, de boa estrutura. Campo perfeito para o pleno desenvolvimento de um piloto. Viverá uma situação inusitada no ano: com Marussia e Caterham quebradas, a Sauber deve dividir com a Lotus o fundo do grid. O copo meio cheio desta situação é que 55% dos pilotos que largarem chegarão aos pontos. Fará bem ao ego e às estatísticas pessoais. Nasr dividirá os boxes com Ericsson, velho conhecido da GP2 em 2012 e 2013. No primeiro ano, ficou 29 pontos atrás do sueco. No segundo, 33 à frente. Não é nenhuma corda-bamba, portanto, mesmo o companheiro já tendo uma temporada de F-1 no currículo. De novo: ficar à frente na tabela é a primeira obrigação. E repito aqui o que já escrevi em casos anteriores de brasileiros estreando na F-1. Há dois pontos fundamentais a seguir. Primeiro: não cair na armadilha da busca da mídia por um "novo Senna". É fatal. É marcante. E além disso dá uma zica danada. Segundo: tem que chegar chegando. A F-1 não é paciente com jovens pilotos. Um bom resultado logo de cara é fundamental para a construção de uma boa imagem no paddock. Sem essa de poupar carro no treino para pensar na corrida. Manda bala no sábado e depois pensa no domingo. A pré-temporada começa em 1º de fevereiro, em Jerez de la Frontera. | 2015-02-01 | colunas | fabioseixas | http://www1.folha.uol.com.br/colunas/fabioseixas/2015/01/1569652-o-ano-dos-felipes.shtml |
Vídeo: Conheça mais sobre o investimento CRA | Em vídeo para o "Folhainvest", o professor da FGV e colunista da Folha Samy Dana orienta leitora que quer mais informações sobre CRA (Certificado de Recebíveis de Agronegócio). Na dúvida que enviou, a leitora conta que obteve as seguintes informações: o CRA pagaria 9% de juros ao ano mais inflação, que seria necessário ter alto poder aquisitivo e não teria garantia semelhante à dos papéis do Tesouro e da poupança no investimento. Samy Dana começa a resposta dizendo que todo investimento, grosso modo, deve ter a avaliação de risco e retorno. A poupança, lembra ele, tem a garantia do FGC (Fundo Garantidor de Créditos), que paga até R$ 250 mil por CPF e por instituição ao correntista ou investidor em caso de quebra da casa financeira onde os recursos estavam depositados ou aplicados. No caso dos papéis do Tesouro, que podem ser comprados por meio do programa do Tesouro Direto, não há garantia do FGC, diz, mas o risco é o de o governo dar o calote, considerado mínimo. "No caso de CRA, o banco emite os certificados e empresta o dinheiro captado para o agronegócio", afirma o economista. Ele diz que há de fato limite alto para iniciar o investimento, carência em alguns casos -o dinheiro não pode ser retirado antes de determinado período-e baixa liquidez -se o investidor, passada a carência, precisa sacar o recurso aplicado, muitas vezes não consegue fazê-lo no dia que pretende. "Além disso, o sucesso do investimento depende de quão bom é o empréstimo que o banco faz", afirma Dana. "Se emprestar para bons pagadores, terá um bom retorno; se emprestar para maus pagadores, por outro lado, terá um péssimo retorno", diz. O vídeo completo está disponível abaixo: Veja vídeo | 2015-02-01 | mercado | null | http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2015/01/1568042-video-conheca-mais-sobre-o-investimento-cra.shtml |
Dissidentes são presos de novo por regime em Cuba | O governo de Cuba voltou a deter nesta quinta (1º) dissidentes que haviam sido presos e libertados nos últimos dias por preparar um ato público em Havana em favor da liberdade de expressão no contexto da atual reaproximação com os EUA. As novas detenções ocorreram no dia da celebração do 56º aniversário da Revolução Cubana, que derrubou o então ditador pró-americano Fulgencio Batista. Segundo relatado na conta da blogueira Yoani Sánchez no Twitter, o grupo de detidos incluiu a artista Tania Bruguera, que havia sido presa na terça (30) e na quarta (31) por preparar um ato na praça da Revolução, a principal de Havana. Nos dois dias, ela foi solta posteriormente. Os EUA fizeram duras críticas às prisões, vistas como o primeiro atrito bilateral desde que os dois países reataram relações diplomáticas, há duas semanas. Bruguera e outros ativistas libertados, porém, organizaram um protesto na quinta na frente do presídio onde se encontravam vários colegas. Acabaram novamente detidos, segundo Sánchez. Há informações, porém, de que a artista voltou a ser libertada. Entre os opositores que retornaram para a cela estão o físico Antonio Rodiles e a pintora Ailer María, que avisou seus seguidores no Twitter: "SOS chegam patrulheiros, nos cercam repressores". O blogueiro Agustín López, que não estava no grupo de presos na terça-feira (30), também acabou sendo levado. López protestava pela libertação da irmã, Ada, cujo paradeiro é incerto. O número exato de dissidentes presos e libertados nos últimos dias é desconhecido. A grande maioria dos cubanos não recebeu a informação das prisões, já que o governo exerce estrito controle sobre a internet e sobre os meios de comunicação, totalmente dominados pela propaganda estatal. Num aparente sinal de preocupação com possíveis manifestações políticas, porém, o jornal oficial "Granma" publicou na quarta-feira um comunicado exigindo da população "adequada conduta social" e "colaboração com as forças de segurança" nas festas de fim de ano e do aniversário da revolução. Vários dissidentes cubanos vêm demonstrando ceticismo em relação à reaproximação entre Havana e Washington por considerar que o pacto supostamente não exerce a devida pressão contra o regime do ditador Raúl Castro por maiores liberdades políticas internas. | 2015-02-01 | mundo | null | http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2015/01/1569627-dissidentes-sao-presos-de-novo-por-regime-em-cuba.shtml |
Reformas econômicas da Índia são lição para o Brasil, dizem analistas | Enquanto a percepção de vulnerabilidade da Índia diminui, a do Brasil se mantém. A nomeação de Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda aumentou a expectativa de uma política econômica mais ortodoxa, com corte de gastos. Mas existe o temor de que os efeitos colaterais no curto prazo –como possível impacto no crescimento– farão a presidente Dilma Rousseff retroceder. A necessidade de uma política fiscal austera para reduzir o buraco nas contas do governo e de juros mais altos para combater a inflação faz com que o cenário de baixo crescimento se mantenha. Apesar dos perfis distintos de crescimento, segundo economistas, há lições que a recente retomada indiana deixa para o Brasil e outros emergentes em situação difícil. "Essa corrida por posições no ranking de maiores economias não é importante. Mas o fato de que a Índia é um dos poucos países que conseguiram melhorar sua perspectiva é importante", diz Otaviano Canuto, consultor do Banco Mundial. ATAQUE A PROBLEMAS Segundo Canuto, a retomada indiana indica a importância de reformas que ataquem problemas econômicos estruturais, que foram deixadas de lado pelos países emergentes nos anos de bonança. Agora, mesmo passado o pior momento da crise, a tendência é de expansão global ainda baixa nos próximos anos, com perda de fôlego do crescimento chinês e retomada lenta na Europa. Por isso, aumenta a importância de que os países criem fontes domésticas de crescimento. Esse é um dos grandes desafios que o Brasil enfrentará. | 2015-02-01 | mercado | null | http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2015/01/1569588-reformas-economicas-da-india-sao-licao-para-o-brasil-dizem-analistas.shtml |
Exagero flagrante | SÃO PAULO - Os dois principais candidatos a tiranizar o homem são, pela ordem, o poder do Estado e a ditadura da opinião pública. Os remédios jurídicos para pelo menos atenuar essas ameaças são os direitos e garantias fundamentais descritos no artigo 5º da Constituição. Trata-se de dispositivos como a presunção de inocência, o direito de não ser preso sem o devido processo legal, a liberdade de expressão e de imprensa etc. Nesse contexto, eu sou um garantista, isto é, vejo esses mecanismos como o verdadeiro teste do pudim a diferenciar democracias de governos autoritários. Eles precisam ser levados a sério, mesmo que isso signifique abrir mão de objetivos socialmente desejáveis. Acho que é correto, por exemplo, anular um processo (e soltar um bandido) se as provas usadas na sua condenação foram obtidas ilegalmente. Fiz essa longa preliminar para dizer que advogados que vêm escrevendo artigos, nesta Folha e alhures, contra a prisão dos diretores de empreiteiras estão, a meu ver, exagerando. Mesmo reconhecendo que sua preocupação é legítima, parece demasiado comparar uma prisão cautelar que, à primeira análise, cumpre as exigências legais a tortura. Esses defensores abraçam uma concepção idealizada da realidade, na qual decisões só se legitimam se tomadas em condições de total ausência de interferências externas. Ora, no mundo real isso não existe. Do pai que rouba comida para alimentar o filho ao juiz que o condena após ter brigado de manhã com a mulher, todas as nossas escolhas ocorrem sob influência de uma infinidade de constrangimentos físicos e processos neurofisiopsicológicos dos quais nem suspeitamos. Aqui, eu concordo com Sartre, para o qual a facticidade, isto é, os detalhes concretos de um mundo que não controlamos, ao mesmo tempo em que limita a nossa liberdade é a condição para que ela exista. É por isso que ela se confunde com angústia. | 2015-02-01 | colunas | helioschwartsman | http://www1.folha.uol.com.br/colunas/helioschwartsman/2015/01/1569608-exagero-flagrante.shtml |
Marlon Alberto Weichert: Direitos Humanos no STF | O Ministério Público Federal tem adotado iniciativas de responsabilização de perpetradores de crimes contra a humanidade, promovendo pela primeira vez no Brasil a aplicação direta do direito internacional dos direitos humanos e do direito penal internacional. Essas providências trouxeram novos desafios para os juristas e tribunais brasileiros, acostumados à aplicação estrita do direito nacional. A tarefa de conciliação entre o direito penal brasileiro e o direito internacional chegou recentemente ao Supremo Tribunal Federal e trata-se de oportunidade única para consolidar o Brasil como um importante ator na comunidade internacional de promoção dos direitos humanos. A Corte está diante da tarefa de harmonizar sua própria jurisdição com a da Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), cuja autoridade foi soberanamente reconhecida pelo país. A questão concreta a ser decidida refere-se à punição de graves violações de direitos humanos durante a ditadura, que está no meio de um aparente conflito entre a decisão do Supremo Tribunal Federal de considerar esses crimes anistiados –julgamento de abril de 2010, na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF 153)– e aquela tomada em novembro de 2010 pela CIDH, a qual declarou que as disposições da lei de anistia brasileira não poderiam permanecer como óbices à obrigação de responsabilizar graves violações aos direitos humanos no Brasil (caso Gomes Lund). O STF pode apreciar a matéria tanto no julgamento da ADPF 320, proposta pelo PSOL e na qual se pede que a Corte declare que o Estado brasileiro está descumprindo a sentença Gomes Lund, como na apreciação de recurso interposto pelos acusados do homicídio e ocultação de cadáver de Rubens Paiva, que tentam impedir o prosseguimento da ação penal de responsabilização proposta no Rio de Janeiro. O momento é de extrema relevância. Uma decisão recusando os efeitos da sentença Gomes Lund será um desastre, com perversos efeitos para o futuro e, dada a natural liderança regional do Brasil, também para a população do continente. Este será o precedente que definirá como o Judiciário brasileiro aceita a autoridade do sistema interamericano e, em decorrência, como os juízes brasileiros devem aplicar as normas de proteção do direito internacional dos direitos humanos. Se o STF afastar a força vinculante de Gomes Lund e privilegiar seu próprio precedente na ADPF 153, as vítimas de violações aos direitos humanos ficarão órfãos de instrumentos para exigir o cumprimento de decisões internacionais. O que é ainda mais grave, é que uma decisão do STF que faça prevalecer uma sentença interna em face de sentença da Corte Interamericana representará uma afronta ao artigo nº 68.1 da Convenção Americana sobre Direitos Humanos, o qual determina que o Brasil deve cumprir as decisões da CIDH nos casos em que for parte. Assim, do ponto de vista lógico, não restaria ao Estado outra alternativa senão denunciar integralmente a Convenção, pois não é possível a denúncia apenas parcial, ou seja, a recusa de cumprir um de seus artigos. Essa seria uma medida trágica dos pontos de vista jurídico, político e diplomático e temos convicção que não faz parte dos planos de quaisquer dos Poderes da República. Mas é preciso que o STF e a sociedade brasileira tenham bem clara a dimensão das perplexidades que uma decisão contrária à autoridade da sentença Gomes Lund pode provocar. MARLON ALBERTO WEICHERT, procurador regional da República * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. | 2015-02-01 | opiniao | null | http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2015/01/1567450-marlon-alberto-weichert-direitos-humanos-no-stf.shtml |
Conhecido por casas caras, Itaim tem opções a R$ 20 | A casa é de uma rede presente em mais de 25 países. O salão, superlativo, abriga 270 pessoas. O atendimento tem jeitão de fast food. E, no fim, as massas valem a pena no recém-aberto Vapiano. O esquema é assim: cada cliente vai até uma estação, como um caixa de lanchonete, e faz o pedido. O prato é preparado pelo misto de chef e atendente, e cabe ao cliente pegar bandeja e talheres antes de ir à mesa –coletiva. Entre as bem servidas opções, há penne (pode-se variar a massa, como fez a reportagem, que optou por pappardelle) com ratatouille por R$ 21 –R$ 6 adicionam uma porção de camarões. O preço ainda dá direito a fatias de pão italiano. Fartura a bons preços também é a marca de outro restaurante no bairro –que, para muita gente, parece não abrigar casas do gênero. De porte menor que o Vapiano, o Panela do Guri nasceu como trailer e foi crescendo até se mudar, no final do ano passado, para um sobrado na rua Bandeira Paulista. O cardápio, simples, é baseado em pê-efes –e 11 deles custam menos de R$ 20. Mas também há as "sugestões da semana", dentre as quais a principal é a chuleta (R$ 25). O bife, de bom tamanho, vem coberto por uma camada de alho frito e acompanhado de arroz, feijão, batatas e farofa. PANELA DO GURI ENDEREÇO r. Bandeira Paulista, 189, tel. (11) 3168-0549 OUTRAS SUGESTÕES bife acebolado (R$ 17) e filé à parmigiana (R$ 22) HORÁRIO seg. a sex., das 7h às 16h VAPIANO ENDEREÇO r. Joaquim Floriano, 422, tel. (11) 3167-5228 OUTRAS SUGESTÕES ravióli com rúcula (R$ 26) e penne all'arrabiata (R$ 21) HORÁRIO seg. a dom., das 11h às 24h | 2015-02-01 | comida | null | http://www1.folha.uol.com.br/comida/2015/01/1569204-conhecido-por-casas-caras-itaim-tem-opcoes-a-r-20.shtml |
Biju e cuscuz marcam café no Sudeste; no Sul, pratos têm influência europeia | Mineiro de Belo Horizonte, o chef Frederico Trindade (do Trindade) buscou em suas lembranças da infância as receitas servidas pela mãe e pela avó no café, onde é possível saborear o biju, que leva apenas farinha de tapioca e, depois de assado, pode ser comido com manteiga. O queijo não pode faltar à mesa, e o chef indica o da serra da Mantiqueira e o da Canastra –este também é usado para rechear a broa de milho verde. Para beber, limonada de "limão capeta", como chamam o limão-galego. Confira receita do cuscuz paulista Confira receita de fortaia Confira receita de polenta cozida com manteiga Acostumada a viajar para a casa de familiares no interior paulista, a chef Janaina Rueda (Bar da Dona Onça) acabou trazendo para a mesa matinal de sua casa itens consumidos por lá, como o toucinho frito, servido com ovo frito, e o cuscuz de geladeira (cuscuz paulista). No dia a dia também aparecem bolo de milho cremoso, pão de queijo e café coado, cujos grãos Janaina compra direto do produtor. No café da manhã capixaba do chef Juarez Campos (Oriundi Ristorante) é possível encontrar a combinação tradicional de café com leite e pão com manteiga. No entanto, no Espírito Santo existem pratos regionais como a canoinha do bar Santos (pão amanhecido sem miolo, manteiga, presunto e queijo-do-reino), o biscoito Pfefferkuchen (com açúcar mascavo, mel, melado e especiarias) e bananas cozidas com açúcar e manteiga. SUL A colonização europeia levou a cultura de diversas nacionalidades para o Sul. De acordo com o chef gaúcho Marcos Livi, do Bar Quintana, em São Paulo, esses imigrantes poloneses, italianos, alemães e até ucranianos trabalhavam na lavoura –e necessitavam, assim, de uma primeira refeição reforçada para o trabalho pesado. É possível encontrar numa mesa gaúcha desde embutidos, queijos e méis até o feijão campeiro, que leva farinha de mandioca, linguiça, toucinho e cheiro verde. A chef Manu Buffara, do curitibano Manu, lembra que durante a infância na casa de seus avós, no interior do Paraná, comia logo pela manhã mandioca com melado acompanhado de café com garapa. Ela também destaca que na região litorânea do Estado os caiçaras comem inhame em substituição ao pão. | 2015-02-01 | comida | null | http://www1.folha.uol.com.br/comida/2015/01/1569153-biju-cuscuz-e-bananas-cozidas-fazem-parte-do-cafe-da-manha-no-sudeste.shtml |
Dilma quis mostrar ousadia estética, mas não disfarçou incômodo com look | Mexe daqui, mexa acolá. O colo exposto e a manga assimétrica do look rendado deram trabalho para Dilma Rousseff em vários momentos da cerimônia de posse do seu segundo mandato como presidente, em Brasília. Ao abolir o branco e optar por um tom entre o rosa chá e o off-white, Dilma queria mostrar alguma ousadia estética, ainda que neutralizada pelas cores, e distanciar-se da imagem asséptica do tailleur usado em 2010, quando assumiu o executivo pela primeira vez. As barras rendadas e a manga mais justa, no entanto, incomodavam a presidente, que puxava as pontas da blusa e ajeitava o relógio de ouro arrematado com sua tradicional pulseira de olho grego –o pingente espantaria o mau-olhado –tentando disfarçar o problema. O conjunto de saia e blusa foi confeccionado pela gaúcha Juliana Pereira –apesar de a costureira oficial de Dilma Rousseff ser Luisa Stadtlander, também gaúcha, que cuida do guarda-roupa da presidente e de sua família. Os cabelos, mais curtos e iluminados por tons de loiro, têm a assinatura de Celso Kamura. A silhueta em "A" da parte de cima da roupa esconderam os quilos extras da presidente, que antes de assumir a presidência costumava usar looks de alfaiataria, mais sisudos e sóbrios. As rendas e o tipo de cor usados na posse são comuns em vestidos das noivas que se casam pela segunda vez. Curiosamente, um buquê de rosas foi jogado pelo público quando a presidente subiu a rampa do planalto. Dilma preferiu não usar o acessório quando colocou em si mesma a faixa presidencial –que não caiu tão bem no colo rendado e precisou constantemente ser ajustada por ela. Outro ponto que chamou a atenção foi a escolha, premeditada e cheia de significados, do visual das outras duas mulheres que apareceram ao lado de Dilma: a filha, Paula, e a mulher do vice-presidente Michel Temer, Marcela. Paula usou um vestido vermelho decotado, a cor do partido da mãe. Já Marcela, centro das atenções na cerimônia de posse de 2010 quando apareceu com um look que valorizava suas curvas, ficou em segundo plano com um vestido simples da alagoana Martha Medeiros. Rendado, era romântico e ficaria apagado se não fosse o laço na cintura. | 2015-02-01 | poder | null | http://www1.folha.uol.com.br/poder/2015/01/1569634-dilma-quis-mostrar-ousadia-estetica-mas-nao-disfarcou-incomodo-com-look-rendado.shtml |
El Bulli renasce em Barcelona | Em Barcelona, não se fala em outro restaurante a não ser no Disfrutar, recém-inaugurado. Os chefs-proprietários, Oriol Castro, Eduard Xatruch e Mateu Casañas, são crias do chef mais famoso do mundo, Ferran Adrià. Capitanearam o mítico e extinto El Bulli. O Disfrutar serve comidas "bullinianas" –consolo para os que nunca puderam prová-la na fonte. Os chefs somam-se a outros que também o fazem, a começar pelo próprio irmão de Ferran, Albert Adrià. Sócio-proprietário de um crescente império barcelonês que inclui o Pakta e o Hoja Santa, ele próprio define seu Tickets como um "Bulli de bairro". O menu tem as famosas falsas azeitonas (azeite encapsulado) e um globo gigante e oco de iogurte que é igual a um de gorgonzola servido no El Bulli. No Disfrutar há uma série de bocados que parecem filhos bastardos das incríveis maluquices comestíveis de Adrià. Falsos raviólis transparentes. Falsos rigatones feitos de caldo de presunto. Doces que replicam pimentões. Excitante para os que sempre quiseram ter um gostinho do que se servia no El Bulli, mas cheira a plágio disfarçado. Uns argumentariam que muitas técnicas bullinianas correram o mundo e tornaram-se universais: as espumas tiradas de sifões de chantilly, as esferificações, o bolo esponjoso assado por segundos em microondas etc. Só que a técnica deve ser usada para criar algo com estilo próprio, nunca pratos que lembrem os que fazia seu ex-patrão. Naturalmente, há inúmeros cozinheiros em Barcelona que passaram pela cozinha do El Bulli. Mas os mais bem-sucedidos são os que souberam criar estilo próprio. Carles Abellan hoje dedica-se a cozinha tradicional espanhola rejuvenescida, tapas e comida de rua. E o casal Albert Raurich e Tamae Imachi arrebentam com menus de sabores potentes em seu Dos Palillos, mesclando a Espanha dele e o Japão dela. Com sorte, conforme amadureça o Disfrutar, o trio de chefs também achará um caminho próprio. A um restaurante que se inspira em estilo alheio sempre faltará alma. | 2015-02-01 | colunas | alexandraforbes | http://www1.folha.uol.com.br/colunas/alexandraforbes/2015/01/1569177-el-bulli-renasce-em-barcelona.shtml |
Leitores comentam mudanças em regras de benefícios sociais | As medidas anunciadas pela presidente Dilma Rousseff confirmam o vale-tudo da campanha eleitoral. Total desrespeito pelo cidadão, conforme muito bem descrito por Bernardo Mello na coluna "A vaca tossiu". Gostaria que houvesse uma mudança do discurso em 2015. Que eventuais fracassos da política econômica não fossem justificados de forma simplista como consequência de crise internacional. E que consultorias não sejam explicações para justificar enriquecimentos ilícitos de políticos corruptos. FERNANDO PINHEIRO REIS (Viçosa, MG) * Acredito que a presidente Dilma está interessada no Nobel de Literatura com a obra de ficção que está criando para justificar que o aumento da gasolina, o aumento dos juros, a escolha do Ministro da Fazenda, a redução de direitos trabalhistas e outras ações recentes do seu governo. Será que no seu íntimo Dilma acredita que até seus eleitores engolem essa ficção? Será que ela ainda conta com o apoio da maioria dos eleitores brasileiros? GEORGE RUGITSKY (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected] | 2015-02-01 | paineldoleitor | null | http://www1.folha.uol.com.br/paineldoleitor/2015/01/1569622-leitores-comentam-mudancas-em-regras-de-beneficios-sociais.shtml |
Para secretário, parte da lotação é causada por emprego longe de casa | O secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, diz que a lotação do transporte público ocorre em parte devido à má distribuição de emprego e moradia em São Paulo, que exige grandes deslocamentos rumo ao centro. "No horário de pico, no mundo inteiro, há um problema de excesso de lotação. Esse é um problema de organização das cidades, e São Paulo não é diferente. Resolver esse problema é de longo prazo, e o Plano Diretor aponta um pouco para isso, para que as pessoas possam trabalhar perto de suas residências." Ele diz que o transporte de massas deveria ser feito pela rede de metrô e trens, e caberia aos ônibus um papel complementar. "Mas a gente não fica parado, esse é o diagnóstico. Nós estamos tomando medidas em relação ao excesso de lotação", afirma. Entre elas está uma reformulação nas linhas da cidade, que deve começar no primeiro semestre de 2015. A ideia é criar quatro redes de linhas para atender melhor a demanda por viagens em períodos diferentes do dia. A primeira será a rede da madrugada, com 140 linhas que vão passar nos pontos em no máximo 15 minutos. Depois serão estipuladas as linhas dos finais de semana, as do horário fora dos picos e, por último, as linhas que vão funcionar nos picos da manhã e da tarde. Haverá mudanças no percurso e nos horários das linhas. A ideia é que nos corredores exclusivos circulem menos linhas do que hoje –de dezenas para três ou quatro. Elas serão divididas entre paradoras, semiexpressas (paradas só em alguns pontos) e expressas (do ponto inicial ao final sem paradas). Também haverá linhas que só funcionarão em alguns períodos do dia, ou que farão percursos diferentes dependendo do horário. A mudança será implementada aos poucos, mas a prefeitura reconhece que será preciso amplo trabalho de informação. "O passageiro vai ter que reaprender a andar de ônibus", diz Ana Odila Souza, diretora de planejamento da SPTrans. A estrutura em rede vai exigir mais trocas de ônibus –o que sempre gera reclamação dos passageiros. Mas Souza diz esperar que, com uma frequência maior e mais previsível, o passageiro vai ter um ganho de tempo e aderir. A viabilidade do plano exige que a operação do sistema seja controlada de outra forma pela prefeitura. Hoje são estabelecidos horários fixos para cada linha, mas a ideia é que uma central passe a aumentar ou diminuir a frequência de partidas de ônibus de acordo com a necessidade, em tempo real. Uma de cada 6 linhas de ônibus de São Paulo está superlotada | 2015-02-01 | cotidiano | null | http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2015/01/1569615-para-secretario-parte-da-lotacao-e-causada-por-emprego-longe-de-casa.shtml |
Teté Ribeiro: Eu, você e todos nós | No segundo semestre do último ano, encontrei uma entre as últimas pessoas que não conheciam a palavra selfie. Foi Bibi Ferreira, 92, convidada do programa "Roda Viva", da TV Cultura, de que participei como entrevistadora. Selfie foi dicionarizada em 2014, depois de ter sido eleita a "palavra do ano" em 2013. Segundo o "Merriam-Webster", trata-se de uma imagem de alguém, feita pela própria pessoa, com câmera digital, com o objetivo de ser postada em redes sociais. A conversa com Bibi Ferreira, que tem quase o mesmo tempo de carreira que de vida –ela entrou num palco pela primeira vez aos quatro meses de idade, substituindo uma boneca–, chegou à selfie por um pensamento que seguia a trajetória do autógrafo. Antes era assim: uma pessoa encontrava alguém notável, e, titubeando entre a timidez e o deslumbre, pedia um autógrafo. Os mais preparados chegavam com papel e lápis, os mais desfrutáveis esperavam que o famoso, por costume ou obrigação, andasse por aí com bloquinho e caneta. Então, surgiram os laptops e as câmeras digitais. Aí, a graça de encontrar alguém que a pessoa admirava era fazer uma imagem, muitas vezes sem que ela percebesse, e usar como descanso de tela. Com os smartphones, as estrelas passaram a ser gatos e cachorros em posições inusitadas, crianças de óculos escuros, colegas de trabalho cochilando em cima da mesa, mendigos de rua com carrinhos lotados de latas vazias, placas com erros de português e, sim, gente que a gente admira. Mas tudo em escala mínima. Suas fotos eram vistas por quem de fato queria ou não tinha coragem de fazer como um cartum da revista americana "New Yorker". Dois senhores se encontram, e um diz ao outro: "Se você não me mostrar fotos dos seus netos, prometo que também não mostro as dos meus". As redes sociais, que entraram com o pé na porta na vida de muitos de nós, causaram a febre da selfie, uma onda tão avassaladora que fez caducar as cenas descritas acima. Agora tudo é pose. O que diferencia uma selfie de outra, depois que cada um descobre seu melhor ângulo, é o que –ou quem– está em volta. E quem se exibe com frequência para os seus seguidores sabe que, em geral, eles diligentemente curtem as imagens e fazem comentários decorados com emoticons. A maioria de nós, com um pingo de autocrítica a menos, sente que tem seu próprio fã-clube. E assim tudo virou cenário, e o resto do mundo virou figuração. Quem dá de topa com Bibi Ferreira hoje em dia não pede nada, só enfia a cara ao lado da cara dela e diz: "Você se incomoda de tirar uma foto?". Falar selfie nessa hora é indelicado, pode deixar muito às claras que quem importa, naquele momento, é quem faz a foto, não quem ele encontrou. TETÉ RIBEIRO é editora da revista "Serafina". | 2015-02-01 | opiniao | null | http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2015/01/1569609-tete-ribeiro-eu-voce-e-todos-nos.shtml |
Mauro Vieira assume Itamaraty em meio a crise da pasta | O novo chanceler brasileiro, Mauro Vieira, assumiu nesta quinta-feira (1º) o Itamaraty no momento mais crítico do ministério em sua história recente. Diante de um orçamento enxugado, da falta de prestígio da pasta, da redução da visibilidade do Brasil no exterior e da insatisfação dos diplomatas, Vieira, 63, terá de se dividir entre as agendas interna e externa do ministério, buscando maior atenção da presidente para a política externa e tentando retomar espaço no cenário internacional. Vieira, que era embaixador em Washington desde janeiro de 2010, é visto por seus pares como um diplomata com experiência política, mas perfil bem mais discreto que o do ex-chanceler Celso Amorim –outro nome cotado para assumir o lugar deixado por Luiz Alberto Figueiredo, e um dos tutores de Vieira. A escolha de Dilma Rousseff por Vieira seria um sinal, inclusive, de que a presidente reconheceu a necessidade de mudanças no Itamaraty, mas não estaria disposta a colocar alguém com perfil mais protagonista na pasta. Dos quase cinco anos em que Vieira esteve em Washington, a imagem que ficou foi de um embaixador que atua bem nos bastidores, mas que não tem a diplomacia comercial como forte e evita o "confronto" diplomático, mesmo em temas caros ao Brasil como a espionagem americana e o contencioso do algodão. Neste último, quem tomou a frente do lado brasileiro foi o então representante do país na OMC, Roberto Azevêdo (2008-2013), que viajava de Genebra a Washington para discutir com representantes americanos os incentivos dos EUA a seus produtores. Como na escolha por Figueiredo –que agora assumirá a embaixada em Washington–, Dilma optou por um diplomata com quem ela já mantinha mínimo diálogo. A presidente chegou a aproveitar uma passagem pelos EUA para se consultar com Vieira sobre Argentina, país onde foi embaixador de 2004 a 2010. Para o ex-embaixador do Brasil em Washington Roberto Abdenur, a escolha de Dilma pelo representante nos EUA está em "sintonia" com declarações dos novos ministros Joaquim Levy (Fazenda) e Armando Monteiro (Comércio Exterior). "[Eles falaram] sobre a importância de o Brasil envolver-se mais no comércio internacional, inclusive mediante acordos com outros países e agrupamentos regionais [como os EUA e a Aliança do Pacífico]", disse Abdenur. Para Diego Guelar, ex-embaixador argentino no Brasil, contudo, espera-se que o novo ministro reforce a cooperação com o país e o hemisfério sul. "Vieira conhece bem a Argentina e o atual governo. Seguramente se iniciará nova etapa na qual o Brasil ratificará sua vocação integradora." BRASÍLIA Vieira tem experiência em Brasília: trabalhou nos ministérios de Ciência e Tecnologia e da Previdência Social, e transitou pelo Congresso. No Itamaraty, foi chefe de gabinete na Secretaria-Geral, responsável pela administração da pasta e pela relação com o resto da Esplanada. Para alguns, essa experiência gabarita o diplomata a reposicionar o Itamaraty no governo e até pleitear mais recursos para a pasta. O cientista político da UnB David Fleischer, porém, ressalta que a experiência de Vieira em Brasília ocorreu numa fase de "vacas gordas". "O Itamaraty tem de ser 'reinventado' agora", afirma. Amorim acredita que a primeira missão de seu ex-chefe de gabinete deverá ser cuidar dos diplomatas. "Ele vai ter de se voltar muito para a casa [Itamaraty], porque sinto que o moral anda baixo na casa", disse à Folha. "Essa talvez será sua tarefa principal." Colaboraram LUCIANA COELHO, de São Paulo, e FELIPE GUTIERREZ, de Buenos Aires | 2015-02-01 | mundo | null | http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2015/01/1569628-mauro-vieira-assume-itamaraty-em-meio-a-crise-da-pasta.shtml |
Mandioca e pamonha estão na mesa do café do Nordeste e Centro-Oeste | Na Bahia, a influência do café da manhã vem dos negros e índios, que eram obrigados a comer o que tinham à disposição, diz Tereza Paim, chef do restaurante soteropolitano Casa de Tereza. Itens como carne de sol, mandioca e batata-doce cozidas fazem parte da primeira refeição do dia. Outra receita típica é o bolinho de estudante, feito com tapioca e coco, frito e passado no açúcar e na canela. Confira receita de bolo de queijo cuiabano Confira receita de bolinho de estudante Chef do restaurante Picuí, em Maceió, Wanderson Medeiros sugere para o café da manhã o queijo coalho com mel de engenho, bolo de fubá com amendoim, cuscuz de milho e bode guisado. Criado no interior da Paraíba, Wanderson diz que suas influências vêm da infância, quando vivia entre as panelas da mãe e da avó. Já no Recife, o chef Claudemir Barros (Wiella Bistrô) prefere sentar-se à mesa de manhã para comer bolo de rolo (massa fina enrolada com goiabada), que sua mãe sempre fazia em casa. E também coalhada, bolo Souza Leão (com mandioca), mungunzá e macaxeira com charque. CENTRO-OESTE A chef Ariani Malouf, do restaurante Mahalo, em Cuiabá (MT), diz se lembrar do tradicional café com bolo que sua avó servia às 5h da manhã durante a festa de São Benedito, que ocorre entre os meses de junho e julho. Entre as receitas, havia bolo de queijo assado, francisquito (biscoito aromatizado com erva-doce), piché (farinha de milho tostada com açúcar e canela, servida em cones de papel) e chocolate quente com canela. Na memória do chef dinamarquês Simon Lau (do extinto Aquavit, em Brasília), que vive no Brasil há quase 30 anos, estão receitas como biscoito de queijo, pamonha assada e peta –um tipo de biscoito de polvilho doce que leva banha e ovos e é preparado pela dona Octávia, uma senhora que abre as portas de sua casa na Cidade de Goiás (136 km da capital, Goiânia) para servir café da manhã. Para o desjejum, Lau também é adepto de pastel de carne com guariroba (tipo de palmito) com suco de cajazinho (fruto típico do cerrado de sabor agridoce), que ele come quando acaba a noite no bar Morro do Macaco Molhado, na mesma cidade. Já em Brasília, o chef Agenor Maia, do restaurante Olivae, gosta de receitas tradicionais do cerrado, como broa, pão de queijo, bolo de arroz e bolo de castanha de pequi (fruto típico da região, de cor amarela e com espinhos, cuja polpa é muito usada em pratos salgados). Para adoçar a refeição, compotas de cajuzinho do cerrado e cagaita (fruta de sabor ligeiramente ácido). | 2015-02-01 | comida | null | http://www1.folha.uol.com.br/comida/2015/01/1569159-mandioca-e-pamonha-estao-na-mesa-do-cafe-do-nordeste-e-centro-oeste.shtml |
Análise: Novo chanceler pode liderar restauração do ministério | Este é um dos piores momentos da diplomacia brasileira. No entanto, toda crise abre espaço de criatividade para uma nova liderança. Assim começa a gestão do chanceler Mauro Vieira. Ele pode liderar um processo de restauração. Ainda jovem, aprendeu política brasileira da mão do habilíssimo Renato Archer. Depois, circulou com destreza no Senado de José Sarney, no PFL de Heráclito Fortes e na República do PT. É raro um diplomata ter essa educação. No Itamaraty, foi um dos jovens embaixadores disputando espaço às cotoveladas na constelação de Celso Amorim. No processo, aprendeu sobre a máquina do governo federal como poucos. No exterior, chefiou as duas embaixadas mais importantes para o país –Buenos Aires e Washington. Ao chegar na Argentina, recebeu saraivada de críticas na imprensa por ser "jovem e inexperiente". Reverteu o comentário negativo mostrando serviço. O casal Kirchner passou a consultá-lo com regularidade. Numa das crises entre a Casa Rosada e o setor agrícola, o embaixador facilitou o diálogo a pedido deles. Washington foi mais difícil. A Declaração de Teerã, a economia criativa, a espionagem e a compra dos caças na Suécia reduziram o espaço da embaixada. De quebra, as relações com o próprio Itamaraty sofreram ruído e tensão. Hoje, Mauro Vieira assume num ambiente de negatividade. Mas pouca gente percebe que, na realidade, há motivos para o otimismo. O ajuste de Levy, se funcionar, criará condições fiscais para uma nova onda de expansão brasileira em países como Argentina, Venezuela, Bolívia e Paraguai, revertendo os termos de nossa famigerada diplomacia regional. A restauração com os Estados Unidos tende a decolar, e esse chanceler sabe onde há maiores riscos, podendo tomar as precauções necessárias de um lado e do outro. Em 2015, a ONU será palco da disputa pela definição de "desenvolvimento". Desse processo nascem os critérios usados para mensurar o bem-estar das populações. Na briga, estarão sobre a mesa todos os temas que levaram os brasileiros à rua e assustaram a classe política há dois anos. Se o chanceler conseguir mostrar aos ministros da área social, aos governadores e a Dilma como o processo negociador na ONU pode render vantagens políticas em casa, terá criado as condições para a recuperação do orçamento perdido por seu ministério. Nessas condições, a única coisa a temer é o próprio medo. Medo da proverbial hostilidade da Casa Civil em relação ao Itamaraty que tanto paralisa. Medo da imprensa, que deixa o Itamaraty sem política decente de comunicação social. Medo das mudanças que estão transformando a forma como vocalizam suas demandas os diplomatas e oficiais de chancelaria que tocam o cotidiano da diplomacia. O teste de toda política não é seu início, mas seu fim. Mauro Vieira tem condições de deixar como legado algo muito superior ao que achou. MATIAS SPEKTOR é professor da FGV e autor de "18 dias: quando Lula e FHC se uniram para conquistar o apoio de Bush" (Objetiva, 2014). | 2015-02-01 | mundo | null | http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2015/01/1569630-analise-novo-chanceler-pode-liderar-restauracao-do-ministerio.shtml |
Lula teve passagem discreta pela cerimônia de posse de Dilma | O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve passagem discreta na cerimônia de posse do segundo mandato de Dilma Rousseff, sua afilhada política. Não compareceu à cerimônia no Congresso, embora houvesse uma cadeira para ele e para sua mulher, Marisa Letícia, na primeira fila do plenário da Câmara, ao lado do lugar do também ex-presidente José Sarney (PMDB-AP). Por um equívoco, Dilma chegou a anunciar sua presença durante o discurso, mas ele já estava no Planalto. Sem a mulher, Lula esperou numa sala da Presidência até que a petista concluísse o trajeto da Câmara até o Palácio do Planalto. Circulou entre convidados, cumprimentou Dilma ao lado dos governadores Fernando Pimentel (PT-MG) e Luiz Fernando Pezão (PMDB-RJ), assistiu ao discurso e foi embora antes da posse dos ministros. Segundo interlocutores, o ex-presidente está contrariado com a configuração final da Esplanada. Não é o único no partido. Os ministros Gilberto Kassab (PSD), George Hilton (PRB) e Manoel Dias (PDT) foram sutilmente vaiados quando anunciados. Já petistas foram fervorosamente aplaudidos. A presença da presidente da Petrobras, Graça Foster, também foi objeto de comentários entre os presentes. Sob pressão devido à crise na estatal, por causa das revelações de corrupção da Operação Lava Jato, empresários comentaram que ela deveria ser mais assertiva em sua defesa. Amiga de Dilma, a ex-chefe da Casa Civil Erenice Guerra teve aparição discreta. Usando um vestido verde, o mesmo que usara cinco anos atrás na posse da Confederação Nacional de Agricultura, a ministra Kátia Abreu (Agricultura) pediu ajuda ao futuro ministro da Articulação, Pepe Vargas, para lidar com o PT –especialmente com Patrus Ananias. A ida de Patrus para o Desenvolvimento Agrário sinalizou um aceno à esquerda petista irritada com a ida da senadora ruralista para a Agricultura. "O Patrus é conciliador", respondeu Pepe. O novo ministro da Defesa, Jaques Wagner, minimizou a tese de que "desaparecerá" no novo cargo. "Fui ministro da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Social e acabei eleito governador [da Bahia]. Além de tudo, participarei do conselho do governo". O futuro ministro da Cultura, Juca Ferreira, recusou-se a comentar as críticas da antecessora Marta Suplicy. Mas o PMDB já está de olho nela para concorrer à Prefeitura de São Paulo em 2016. "No partido, todo mundo concorda que ela seria muito bem-vinda", diz o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). | 2015-02-01 | poder | null | http://www1.folha.uol.com.br/poder/2015/01/1569635-lula-teve-passagem-discreta-pela-cerimonia.shtml |
Com fusões e fechamentos, quatro maiores bancos têm 71% do crédito | O fortalecimento dos bancos públicos, fusões e o fechamento de instituições de médio porte levaram a um aumento da concentração do sistema bancário nos últimos oito anos no Brasil. Isso pode ser visto em relação aos três principais indicadores utilizados por entidades brasileiras e internacionais de defesa da concorrência: operações de crédito, depósitos e ativos totais. Segundo o BC, em junho de 2006, os indicadores estavam próximos à linha que separa a baixa concentração e o nível considerado moderado. Em junho de 2014, depósitos e crédito se encontravam próximos ao limite que separa a concentração moderada da elevada. O índice internacional IHH (os "H" representam as iniciais dos criadores do indicador), nesses casos, está pouco acima de 0,16, em escala em que a concentração moderada vai de 0,10 a 0,18. Outro levantamento do BC mostra que, antes da crise de 2008, a participação dos quatro maiores bancos (de um total de 129) nesses três indicadores estava pouco acima de 50% do mercado. Em 2013, estava em torno de 70% (eram 133 bancos), sem alteração em 2014 (eram 132 instituições). No período se destacaram eventos como o avanço dos bancos públicos pelo aumento de operações de crédito e via compra de parcelas de instituições privadas (como Pan-Americano e Votorantim). Outro fator foi a fusão entre Itaú e Unibanco, o que permitiu à Caixa entrar no grupo dos quatro maiores. Também houve a saída do mercado de várias instituições de médio porte, por problemas financeiros ou por desistência de atuar no país. MAIS DISPUTA Na avaliação do BC, o aumento de concentração não afetou a competição no setor bancário. Ao contrário. A instituição considera que o crescimento da fatia de mercado dos grandes bancos reflete justamente o aumento da disputa entre essas instituições. Para o governo, o sistema financeiro nacional é descrito como um ambiente de "competição monopolística". O BC diz, porém, que o grau de competição era maior no período 2004-2007, quando o avanço no crédito se dava via bancos privados. A partir de 2008, houve ligeira redução na concorrência, mas que se mantém acima do que era visto até meados da década passada. "Tal concentração se deu num ambiente de inédita expansão do crédito bancário, redução dos custos dos serviços financeiros e ampliação do prazo médio da carteira de crédito", afirma o BC. Luis Miguel Santacreu, analista do setor financeiro da Austin Rating, afirma que a concentração no sistema financeiro vai além dos serviços bancários, pois a maior parte desses grupos oferece ainda produtos como seguros e cartões de crédito. Ele afirma que os bancos que estão entrando hoje no país, como alguns asiáticos, vão atuar em áreas específicas, como crédito para exportação ou investimentos. Para o grande público, o segmento de varejo, a oferta continuará limitada a seis grupos: Itaú-Unibanco, BB, Caixa, Bradesco, Santander e HSBC. "O governo tem tentado incentivar a concorrência, com medidas como portabilidade de crédito e redução de spreads dos bancos públicos, mas existe uma concentração que limita esse efeito de queda de juros", diz Santacreu. O economista afirma ainda que as novas exigências de capital para aumentar a solidez do sistema bancário estão levando muitas instituições estrangeiras a reduzir sua atuação ou sair de alguns países, inclusive do Brasil. | 2015-02-01 | mercado | null | http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2015/01/1569591-com-fusoes-e-fechamentos-quatro-maiores-bancos-tem-71-do-credito.shtml |
Brasil deve perder para a Índia o 7º lugar entre as maiores economias | O fraco crescimento do Brasil deverá fazer o país perder o posto de sétima maior economia do mundo para a Índia já em 2015. A previsão é da consultoria britânica EIU (Economist Intelligence Unit). Segundo a EIU, o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro deverá somar US$ 2,12 trilhões em termos nominais neste ano, ante US$ 2,48 trilhões da Índia, que também deixará para trás a Itália, hoje a oitava maior economia. A tendência já era antevista por economistas para algum momento desta década por causa das altas taxas de expansão do país asiático. O cenário de persistente fraco crescimento do Brasil e recuperação da economia indiana depois de percalços nos últimos anos contribui para a possível materialização da projeção em 2015. O PIB brasileiro se expandiu a modestos 2% ao ano desde 2011, cerca de metade da taxa média que era projetada para o país em meados da década passada. A Índia também desacelerou. O crescimento do país, que atingiu dois dígitos em 2010, chegou a cair para 4,7% dois anos depois. Mas, em 2014, a economia indiana ensaiou uma recuperação, ao contrário da brasileira, que deve ter ficado praticamente estagnada. Neste ano, a expectativa é de nova aceleração na Índia –a EIU projeta alta de 6,5%, ante 6% em 2014– e outro ano de expansão fraca no Brasil, inferior a 1%. Mudanças de posição no ranking das maiores economias do mundo não são incomuns e, às vezes, provam-se insustentáveis. O Brasil chegou a desbancar o Reino Unido e alcançar a sexta posição em 2011, para recuar, novamente, em 2012. A ascensão da Índia, porém, tende a ser definitiva devido à expansão demográfica e à urbanização, que favorecem altas taxas de expansão no país asiático. CAUSA DA RETOMADA A Índia começou sua retomada depois que o governo reformista do primeiro-ministro Narendra Modi assumiu, em maio de 2014. Modi tem conseguido destravar a agenda de reformas. Segundo Omar Hamid, chefe do departamento de risco da Ásia da consultoria IHS, existe uma percepção de que o novo governo "está fazendo muito mais" do que a gestão anterior, minada por escândalos de corrupção. Entre as mudanças implementadas, estão medidas para melhorar o ambiente de negócios. Em outubro, Modi anunciou, por exemplo, um plano para reduzir o elevado custo trabalhista no país. Para Robert Wood, diretor-adjunto de risco da EIU, a mudança de humor em relação à Índia começou antes mesmo da posse do novo governo, com a indicação de Raghuram Rajan, ex-economista-chefe do FMI, para o comando do banco central, em setembro de 2013. Assim que assumiu, Rajan promoveu três altas de juros que contribuíram para a desaceleração da inflação. Além disso, a Índia se beneficia da queda do preço do petróleo, que favorece o declínio da inflação doméstica e a estabilização do deficit em conta-corrente. | 2015-02-01 | mercado | null | http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2015/01/1569589-brasil-deve-perder-para-a-india-o-7-lugar-entre-as-maiores-economias.shtml |
Editorial: Terror renovado | A morte de Osama bin Laden, em 2011, e o enfraquecimento da rede Al Qaeda, que há anos deixou de produzir atentados em grande escala, levaram à conclusão precipitada de que a batalha contra o terrorismo jihadista estava ganha, ou pelo menos bem encaminhada. Em 2014, a entrada em cena do Estado Islâmico mostrou que o encerramento do conflito entre o Ocidente e o radicalismo muçulmano representa ideia tão prematura quanto a do "fim da história" pós-Guerra Fria, em voga nos anos 1990. Com velocidade impressionante, o Estado Islâmico renovou o terrorismo, tornando ultrapassada a figura do homem-bomba solitário. A facção sunita é revolucionária nos métodos e conservadora no discurso. Valendo-se de agressiva campanha de recrutamento na internet, atrai jovens ocidentais desiludidos, incluindo um punhado de brasileiros, com a promessa do retorno a um tempo puro do islã, antes do que seria a corrupção dessa fé por valores modernos. A milícia sabe explorar simbolismos, e não por acaso o líder Abu Bakr al-Baghdadi é chamado de califa. A designação remonta ao século 7º; no plano retórico, ajuda o grupo a ignorar as fronteiras atuais do Oriente Médio, esboçadas em 1916 por França e Reino Unido no acordo Sykes-Picot, e legitimaria a ocupação de áreas hoje pertencentes à Síria e ao Iraque. Se a Al Qaeda dependia da boa vontade de um Estado hospedeiro (Afeganistão, Iêmen e outros), a nova facção resolveu o problema criando seu próprio "país", dotado de bandeira, imprensa oficial (a revista eletrônica Dabiq), cortes islâmicas e, em breve, moeda. Líderes políticos e analistas ocidentais se perguntam aonde chegarão esses radicais, intolerantes com todas as outras vertentes do islã. Ainda não têm respostas, porém. A milícia baseia sua ação na conquista de território, algo que a Al Qaeda nunca almejou, mas até agora não se sabe se tem como objetivo realizar ataques em grande escala na Europa e nos EUA. A reação ao crescimento do Estado Islâmico, por enquanto, restringe-se basicamente a bombardeios capitaneados pelos EUA. Os impactos foram limitados. É duvidoso que os estimados 30 mil combatentes (20% deles ocidentais) da facção possam ser vencidos sem o emprego de tropas terrestres. O que talvez não se tenha compreendido é que, nas mãos do Estado Islâmico, o terrorismo não se resume à busca violenta de um objetivo político. É da própria redefinição do termo terror –como atestam os vídeos que exibem a decapitações de reféns a sangue frio– que vem a força dos radicais. Desvalorizar sua marca e encontrar uma maneira de reduzir seu apelo são tarefas tão urgentes quanto complexas. | 2015-02-01 | opiniao | null | http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2015/01/1569596-editorial-terror-renovado.shtml |
São Paulo ganha novas casas no primeiro semestre de 2015 | São Paulo começa o ano de 2015 com casas novas. Uma das primeiras inaugurações é a do chef Diego Belda, que abre na semana que vem o Goya, no mesmo ponto da Vila Madalena onde funcionava o Rothko (r. Wisard, 88). A nova casa deve resgatar o conceito original do local fechado em setembro: ter uma pegada mais de restaurante do que de lanchonete. O forte do cardápio serão os bocados, definidos como minipratos. As porções, com cerca de 250 gramas, custarão entre R$ 25 e R$ 35. Entre as opções, alguns clássicos do Rothko –caso do porco bebinho, uma costela suína marinada em caipirinha– e novidades como a lula grelhada com beterraba, creme de wasabi e leite de coco. Haverá espaço para salumeria e queijos artesanais. Belda continua fazendo hambúrgueres no projeto Born to Grill, churrasqueira itinerante usada em eventos. A chef Angelita Gonzaga, que deixou o Garimpos do Interior em fevereiro de 2014, volta à cozinha de um restaurante em casa própria, ainda sem nome, na Pompeia. Depois de viajar pelo Sul e pelo Sudeste pesquisando sabores em acampamentos, hospedagens e restaurantes, Angelita reuniu receitas de cozinha campeira (do campo, do Sul), tropeira (do século 18, pesquisada especificamente em Santa Catarina) e caipira (do interior paulista). A casa, que deve abrir em março, terá disco de arado para preparar carnes e fogão a lenha para cafés caipiras. O cozinheiro Luiz Campiglia, do Paribar, no centro da cidade, também está buscando registros antigos da cozinha para abrir sua segunda casa, em março: o Duco, vizinho ao bar na República. Para resgatar elementos da cultura da cidade de São Paulo, o cardápio vai reunir receitas tradicionais a outras incorporadas por paulistanos. No cardápio haverá receitas como o arroz de cupim, com a carne cozida por horas, e o sanduíche de churrasco grego no pão francês. Além de almoço executivo, um bar no porão vai servir drinques clássicos e autorais. Em Pinheiros, há duas novidades. Os sócios do restaurante Nou vão abrir na mesma rua (Ferreira de Araújo) a lanchonete Mano, em março. Com balcão e sem garçons, terá sanduíches como o de abobrinha com queijo de cabra e o de pernil assado. Em abril, é a vez do Negroni: bar de coquetéis na rua vizinha (Padre Carvalho). Paulo Sousa, um dos sócios do Nou, uniu-se a outros empresários para montar a casa. Elementos do bar devem remeter à Florença dos anos 1920, cenário em que o drinque teria sido criado. Além de versões da bebida, deve haver pizzas e outras comidinhas feitas no forno a lenha. OUTRAS PROMESSAS DE ABERTURA EM 2015 PADOCA DO MANÍ A padaria dos donos do Maní será vizinha ao restaurante (r. Joaquim Antunes, 138). Previsão começo de janeiro MANIOCA Na Livraria Cultura do shopping Iguatemi, a nova casa da dupla Helena Rizzo e Daniel Redondo terá cozinha casual Previsão final de março EATALY A marca, trazida pelo grupo St. Marche, terá mercado e restaurantes, seguindo o modelo da rede italiana Previsão estava programado para fim de janeiro, mas foi adiado PITICO Do dono do Pita Kebab, o espaço (r. Guaicui, 61, lgo. da Batata) terá contêineres com sanduíches, drinques, cervejas e venda de produtos orgânicos Previsão 2ª quinzena de jan. MEATS A primeira filial da lanchonete será aberta nos Jardins (esquina da r. Dr. Melo Alves com al. Lorena), no lugar do Rockets Previsão 3ª semana de janeiro O QUE FECHOU EM 2014 Biondi > virou It Sushi Girarrosto* > pode virar Italy Marcelino Pan Y Vino* Nama Baru* D'Olivino > virou Paris 6 Porto* O Pote* Santovino > virou L'Entrecôte d'Olivier *imóvel ainda desocupado | 2015-02-01 | comida | null | http://www1.folha.uol.com.br/comida/2015/01/1569201-sao-paulo-ganha-novas-casas-no-primeiro-semestre-de-2015.shtml |
Mesmo com seca, Araraquara tem alta de casos de dengue | Mesmo em um ano de seca recorde, municípios da região de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) não conseguiram controlar de forma significativa o avanço da dengue. O acúmulo de água parada em locais como pneus, lonas e vasilhas é apontado como um dos principais fatores para a proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença. Em Araraquara (a 273 km de São Paulo), o número de confirmações de casos da doença, em 2014, foi 62% superior ao número registrado no ano anterior. De acordo com a Secretaria da Saúde do município, foram 1.341 casos confirmados em 2014. Já em 2013, foram 830 casos de dengue. A Prefeitura de Araraquara informou que realizou ações de combate ao mosquito e de conscientização da população durante o ano. Entre as ações, foram feitas visitas casa a casa, bloqueio, nebulização e mutirões de recolhimento de materiais inservíveis em diversos bairros de Araraquara. Nos 11 primeiros meses do ano, porém, as cidades da região de Ribeirão Preto registraram pouco mais da metade da chuva esperada para o período. Foram 2.790 milímetros de chuva, o que equivale a 56% da média histórica. Em Franca (a 400 km de São Paulo), o número de casos diminuiu, mas não de forma significativa. Foram confirmados 229 casos de dengue em 2014, apenas 56 a menos do que no ano anterior –285 casos. Segundo a Prefeitura de Franca, o município mantém durante todo o ano um trabalho de combate à doença. Entre as ações realizadas durante o ano, foi feito um concurso cultural com alunos dos ensinos infantil, fundamental e médio, com a produção da frase e de desenhos para compor o calendário de combate a dengue de 2015. QUEDA Já em Ribeirão Preto, a queda nos casos de dengue foi significativa. Em 2014, o número de casos da doença teve um decréscimo de 97% em comparação à 2013. Segundo dados da Secretaria da Saúde, até o dia 15 de dezembro de 2014 foram confirmados 393 casos. No período anterior, 13.168 casos. A equipe de Controle de Vetores da prefeitura realizou ações de controle da doença, como mais de 280 mil visitas em casas para eliminar criadouros do mosquito Aedes aegypti, segundo a assessoria da secretaria. | 2015-02-01 | cotidiano | ribeiraopreto | http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/ribeiraopreto/2015/01/1569559-mesmo-com-seca-araraquara-tem-alta-de-casos-de-dengue.shtml |
Economia está dando dois passinhos para trás, diz presidente do Boticário | Nos últimos anos, o grupo O Boticário criou três marcas, abriu uma segunda fábrica na Bahia e um centro de pesquisa e inovação no Paraná. O faturamento duplicou desde 2010. Mas agora a economia brasileira estancou. O presidente Artur Grynbaum, 45, diz que observa "com dó" o atual momento: "Estamos dando dois passinhos para trás". Seu mercado é mais resistente, acredita ele, pois depende menos do crédito, mas não vê o mundo cor de rosa: "Se a economia tiver que sofrer em 2015, que a gente passe por isso para poder colher coisas melhores em 2016 e 2017. Mais crescimento e mais estabilidade". Leia entrevista à Folha. * Folha - Economistas dizem que o Brasil terá que mudar de um estímulo ao consumo para o investimento. Sua empresa vive do consumo. O que acha da mudança? Artur Grynbaum - Por mais que tenhamos tido excelentes anos de crescimento através do consumo, se isso não é sustentável, é um jogo que não interessa a quem está aqui no longo prazo. Agora, tem que qualificar melhor as ações para que possa haver crescimento sustentável. Não adianta crescer 7% em um ano e zero no outro. É bom manter o passo constante. Mas o consumo vai moderar? Já sentem isso no seu negócio? As taxas de crescimento do consumo vão se reduzir. Porque de onde vem o consumo? Boa parte vem de uma inflação baixa e da manutenção do emprego. Quando se olham os dois pontos à frente, não são simples de ser atingidos. Todo o mundo fala em índice de confiança, mas eu, como varejista, falo em humor do consumidor. São coisas diferentes. Para sair de casa, entrar em uma loja ou tomar um café, é preciso que o consumidor esteja de bom humor. E, neste momento, o humor está prejudicado. Na economia, não se consegue dizer ainda quais serão os caminhos. Ninguém sabe qual será o tamanho de 2015 –se será melhor do que zero ou 1%. E o que acontece em 2016 e 2017? Tem que plantar as sementes hoje. O cenário ainda é nebuloso? Está nebuloso, para o empresário e para o consumidor. E isso faz com que a taxa de crescimento do consumo caia um pouco. A venda continuará crescendo, mas não em ritmo tão acelerado quanto antes. É uma maturidade desse processo. A saída será cortar preço ou cortar custo? Vai ter que fazer um pouco de cada um, porque vai ter que mexer no custo para manter a operação saudável. Mas será necessário também fazer ofertas que sejam necessárias para o consumidor. Não adianta adotar uma fórmula burra. É só baixar o preço que o consumidor vem? Se você cortar 30% de tudo, em algum momento o consumidor pode pensar que não foi suficientemente bom para ele. Por outro lado, o cosmético brasileiro não deixa a desejar em termos de tecnologia, benefícios e performance. Então o consumidor consegue um produto de alto valor agregado por um baixo valor econômico. Não precisa financiar em 24 meses para comprar um cosmético. Não depender de crédito deixa o setor de cosméticos imune? Ninguém é imune. Mas isso faz com que tenhamos uma resiliência maior. E isso só se consegue com movimentos anteriores, investimos muito em planejamento, infraestrutura, laboratórios. Você pode perguntar: Vai cortar investimentos?'. Eu já fiz investimentos. Nossa visão é de longo prazo. 2015 vai ser mais duro, mas depois vêm 2016, 2017, 2018. Os economistas falam que pode haver dois anos de baixo crescimento. O que espera? Estou preocupado como todo o mundo está. O mundo não é cor de rosa, vão ser momentos difíceis. Mas, para quem viveu as dificuldades do passado... eu já esse filme. Dá dó, estamos dando dois passinhos para trás. Quem entrou no mercado sobretudo a partir de 2000 viveu momentos bons, os ventos eram favoráveis. E agora estão se perguntando: Por que temos que fazer ajustes?'. Esse é um mundo desconhecido para eles. Mas a gente já fez isso antes. O que é pior: dólar alto, crescimento baixo ou inflação? A parte tributária é muito delicada para o setor, ainda mais agora que o consumidor está mais sensível a preço. O baixo crescimento e a inflação também são importantes porque estão relacionados ao custo. A alta do dólar afeta os insumos, mas os importados também ficam mais caros. Agora, dizer que a gente ganha competitividade só pela moeda [desvalorização do real e dos custos locais]... competitividade não vem por aí. Vem de uma mão de obra mais eficiente, menor custo de componentes, de fornecedores de longo prazo. Abriram fábrica, criaram marcas e o crescimento murchou. Foi um mau momento? Estou preparado para os anos futuros. Minha vida não acaba em 2015, nem em 2016. Eu tinha que abrir a fábrica, isso não é algo que você cria do nada. Meu maior investimento é o meu negócio. Teme uma paralisia em razão da turbulência política e do escândalo da Petrobras? Vai haver uma paralisia. As pessoas vão ficar com medo de assinar até cartão de aniversário. Tem coisas que me cortam o coração. Outro dia estava no aeroporto Afonso Pena [Curitiba]. As obras estão paradas e não estão beneficiando a população. Tudo o que a gente passa, tem que vislumbrar algo melhor à frente. Então, se a economia tiver que sofrer em 2015, que a gente passe por isso para poder colher coisas melhores em 2016 e 2017. Mais crescimento e mais estabilidade. * RAIO-X DO GRUPO BOTICÁRIO O PRESIDENTE Artur Grynbaum, 45, nascido em Curitiba (PR) e formado em administração, ingressou na empresa em 1986 e detém 20% do capital do grupo A EMPRESA Maior franquia do país, com 3.912 pontos de venda em 1.752 cidades. Tem lojas em outros seis países. Previsão de faturamento em 2014: R$ 9,3 bi, com as marcas O Boticário, Quem Disse, Berenice?, Beauty Box e Eudora | 2015-02-01 | mercado | null | http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2015/01/1569600-economia-esta-dando-dois-passinhos-para-tras-diz-presidente-do-boticario.shtml |
Editorial: Inépcia não saneada | Quem julgasse o saneamento básico do país pelo destaque que o tema recebeu na campanha eleitoral de 2014 talvez imaginasse que existe pouco a fazer nessa área. Os dados do setor, no entanto, revelam um quadro vexaminoso. Embora 82,7% das pessoas tenham acesso à água tratada, apenas 22 (0,4%) dos 5.570 municípios brasileiros contavam com 100% de cobertura nesse serviço em 2012 (informações mais recentes). A coleta de esgotos, por sua vez, alcança menos da metade (48,3%) da população, e a taxa de tratamento fica em ridículos 38,7%, na média nacional, ou 41,3%, nos cem maiores municípios. São bilhões de litros de água não tratada despejados em rios, lagos, praias. Os maiores desafios estão no Norte e Nordeste, onde os índices de coleta dos dejetos são de cerca de 15% e 20%, respectivamente. São Paulo, a maior e mais rica metrópole do país, recolhe 96,1% do esgoto, mas trata meros 52,2%. Diante de quadro tão precário, é lamentável que governo federal e municípios tenham criado uma situação que só agrava o problema. Segundo reportagem do jornal "O Globo", muitas cidades podem perder verbas da União para saneamento básico por não terem se adequado a um decreto presidencial. Datado de março, o diploma estipulou que, após 31 de dezembro de 2014, os municípios que não tiverem criado órgão colegiado de controle social para o setor deixarão de receber parte da verba para investimentos em saneamento. Cerca de metade das cidades não possui tais conselhos, de acordo com José Carlos Rassier, secretário-geral da Associação Brasileira de Municípios. Esse tipo de irresponsabilidade não é nova. Findo em agosto de 2014 o prazo de quatro anos para adaptação às exigências da Política Nacional de Resíduos Sólidos, menos de metade das prefeituras encerraram seus lixões, forma rudimentar de deposição de detritos. No caso do saneamento, segundo o Ministério das Cidades, a restrição de dinheiro se refere às transferências voluntárias da União, como convênios, e não às transferências constitucionais obrigatórias. De todo modo, é com o recurso proveniente de convênios que muitas prefeituras realizam os tão necessários investimentos no setor. A inépcia dos municípios tem consequências que vão além do óbvio prejuízo a seus moradores. Implica que o país como um todo continuará ostentando níveis vergonhosos em item tão fundamental para a qualidade de vida. | 2015-02-01 | opiniao | null | http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2015/01/1569597-editorial-inepcia-nao-saneada.shtml |
Escândalo na Petrobras é tema de cartas de leitores | O jornal "Financial Times" escreveu recentemente que a presidente da Petrobras, Graça Foster, foi a única do mundo que entregou o cargo três vezes e não foi demitida. Claro que Dilma não poderia aceitar porque a missão de Graça Foster vai muito além da gestão "per se". É como disse Kenneth Maxwell em "A caixa de entrada de Dilma". Ou Dilma não sabia o que acontecia na Petrobras, o que a torna incompetente, ou sabia de tudo, o que a torna culpada. Isso vale para Lula em relação ao mensalão. ARY BRAGA PACHECO FILHO (Brasília, DF) * Finalmente, em seu longo discurso de posse, a presidenta Dilma trouxe para os brasileiros e brasileiras uma esperada explicação para os malfeitos na Petrobras. "Forças ocultas" nacionais e principalmente internacionais têm interesse em derrubar a estatal. Dilma que tome cuidado, pois forças ocultas derrubaram o presidente Jânio Quadros. GERALDO SIFFERT JUNIOR, médico (Rio de Janeiro, RJ) * Graças a Janio de Freitas, descobri que havia corrupção no Brasil. Conto essa história para os jovens, exaltando a sagacidade do colunista da Folha. O fato foi oportunamente lembrado no artigo "Empreiteiras reincidentes", de João de Orleans e Bragança. Hoje Janio me parece mais leniente com os abusos do PT. CONCEIÇÃO APARECIDA ARAÚJO OLIVEIRA (Belo Horizonte, MG) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected] | 2015-02-01 | paineldoleitor | null | http://www1.folha.uol.com.br/paineldoleitor/2015/01/1569624-escandalo-na-petrobras-e-tema-de-cartas-de-leitores.shtml |
Bolo de cupuaçu e banana-da-terra frita são parte do café do Norte | A região é dominada pela Amazônia, bioma onde são encontrados produtos como o bacuri (fruto de polpa branca e sabor adocicado), usado em geleias, sucos e bolos. Segundo o professor de culinária brasileira do Senac Ricardo Frugoli, uma mesa do Norte tem bolos de cupuaçu e macaxeira, banana-da-terra frita, geleia de bacuri, mingau de carimã (farinha de mandioca) e suco de açaí. Confira receita de bolo podre Confira receita do bolo puba O chef Thiago Castanho, do Remanso do Bosque, de Belém (PA), acrescenta que a tapioca molhada com leite de castanha é um clássico da região, assim como o biju de massa puba (feita a partir da mandioca-brava). Chef do Lá em Casa, em Belém, Daniela Martins adiciona ao cardápio do Norte o bolo podre, que leva farinha de tapioca, manteiga, creme de leite, castanha-do-pará e leite condensado, e a torrada de pupunha com geleia de cupuaçu e bacuri. MANDIOCA, MACAXEIRA OU AIPIM? A depender do Estado, a raiz é chamada por um desses nomes –como aipim na Bahia e macaxeira em Pernambuco–, mas todas são da mesma espécie, diz a Embrapa. Há a mandioca-mansa (de uso doméstico) e a mandioca-brava, que é tóxica e a indústria usa para fazer farinha e amido. É a brava que também dá origem à farinha puba e ao tucupi (este feito com o tubérculo), além da maniçoba (esta feita com as folhas). | 2015-02-01 | comida | null | http://www1.folha.uol.com.br/comida/2015/01/1569167-bolo-de-cupuacu-e-banana-da-terra-frita-sao-parte-do-cafe-do-norte.shtml |
Futuro gestor da Sabesp diz que Estado tem de estar 'preparado para o pior' | Escolhido pela gestão de Geraldo Alckmin para dirigir a Sabesp, o ex-presidente da ANA (Agência Nacional de Águas) Jerson Kelman afirma que o Estado tem de estar "preparado para o pior". "A situação é preocupante, é grave, e nós temos que torcer pelo melhor, mas estar preparados para o pior", disse à Folha. Em novembro, em entrevista ao jornal "Brasil Econômico", ele havia dito que o governo não atuou da melhor maneira possível e não foi transparente como a gestão Fernando Henrique Cardoso (PSDB) em 2001, época do racionamento de energia. Kelman foi presidente da ANA entre 2001 e 2004. "O Alckmin deve ter tido suas razões, porque em 2002 quem ganhou as eleições foi o Lula, não o Serra. Esse deve ter sido o raciocínio dele. Mas do ponto de vista de governo, de interesse público, a atuação não foi a melhor, desperdiçou-se água e os reservatórios estão mais vazios que deveriam", disse na entrevista. Após ser reeleito, Alckmin passou a adotar medidas mais duras para diminuir o consumo, como a sobretaxa para quem aumentar o consumo. O novo secretário de Saneamento e Recursos Hídricos, Benedito Braga, afirma que vai avaliar o resultado da taxa extra e cogita até adotar medidas adicionais. Os nomes de Kelman e de Ricardo Borsari, como superintendente do Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica), foram anunciados nesta quinta (1º) por Braga. A nova equipe vai enfrentar a maior crise hídrica da história do sistema Cantareira. Nesta quinta, o sistema permaneceu estável, com 7,2% de sua capacidade. Oficiamente, o nome de Kelman ainda tem de passar por um conselho da Sabesp antes de ele assumir o cargo. Ele deve ser o substituto de Dilma Pena, que se desgastou com a crise. Kelman é professor de Recursos Hídricos da COPPE-UFRJ. Também foi presidente do grupo Light e diretor-geral da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). A seguir, a conversa dele com a Folha. Folha - Em uma entrevista anterior, o senhor falou da necessidade de se dar mais transparência à questão da crise hídrica. Jorge Kelman - O conceito de transparência é um conceito universal, que eu sempre defendo, não vai aí nenhuma crítica. Eu penso que a população do Estado de São Paulo sabe compreender as condições hidrológicas do momento. A melhor política é de absoluta transparência, de compartilhar com a população da forma mais clara possível. O senhor também disse que talvez pudesse ter sido melhor a condução da crise pelo governo, que a questão eleitoral atrapalhou. Eu estou aceitando esse cargo olhando para a frente, não quero ficar aqui atirando pedras para o passado. Olhando para a frente, a situação de São Paulo é preocupante, é grave, e temos que torcer pelo melhor, mas estar preparados para o pior. O senhor chega no período de chuva, mas se preparando para a estiagem. Como vamos chegar a esse período? Nesse período de chuvas agora, que às vezes tem tempestades muito fortes, é preciso deixar claro para manter sempre esclarecida a população de que essas chuvas intensas e curtas não resolvem o problema. O abastecimento depende do estoque de água do sistema Cantareira. O que poderia acontecer de ruim é você ter uma enchente, carros boiarem, essas coisas que acontecem no verão, e ter um efeito colateral indesejável que seria a população imaginar que o problema está resolvido e relaxar na postura que está tendo de uso econômico da água. | 2015-02-01 | cotidiano | null | http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2015/01/1569650-futuro-gestor-da-sabesp-diz-que-estado-tem-de-estar-preparado-para-o-pior.shtml |
Ricardo Patah: O Brasil tem pressa | Entre brindes e festas, os brasileiros aguardaram ansiosos a chegada de 2015. Enormes desafios precisam ser vencidos neste ano. O maior deles é superar a desigualdade, em especial a econômica e social. Desde a estabilização da economia, com o controle da inflação feito com a implantação do Plano Real, esse processo foi iniciado, mas muito precisa ser feito ainda. Especialmente na redução das desigualdades de renda, gênero, raça, trabalho, propriedade, entre outras. Não podemos nos esquecer também das desigualdades regionais, para garantir um padrão de vida de qualidade nacional a todos os brasileiros, independentemente de onde residam ou trabalhem. A atuação dos trabalhadores nesse processo será fundamental. Estamos dispostos a colocar a mão na massa, como sempre fizemos nos momentos em que a sociedade precisou de nós. O Brasil precisa voltar a crescer rapidamente. Com o PIB próximo do zero, o emprego e a renda podem diminuir se não houver crescimento e as políticas de inclusão social correm sérios riscos, pois o Estado não consegue arrecadar impostos paras mantê-las. O que nós, trabalhadores, queremos para este ano de 2015 é progresso, e não recessão, como já se lê e se ouve por aí. O Brasil tem pressa por uma rápida eliminação do deficit social nas áreas de habitação, saneamento, saúde e educação. Nesse aspecto, nosso país precisa, com urgência, universalizar a educação de qualidade, desde a infância, para o desenvolvimento pleno da cidadania. O Brasil tem pressa para que se faça uma reforma tributária porque o peso dos impostos no nosso país recai sobre o consumo, e não sobre a renda, prejudicando os trabalhadores e os menos favorecidos. O Brasil tem pressa para que se faça uma reforma política e eleitoral que amplie a democracia, garanta maior participação popular, fortaleça os partidos e as instituições. Essa reforma deve ser voltada para a valorização do diálogo, favorecendo toda ação pública focada no serviço coletivo e no bem comum. O Brasil tem pressa para que se acabe com a especulação financeira e sejam valorizados os investimentos produtivos, especialmente em novas tecnologias e inovação, pois esse é o único caminho para conseguirmos uma economia sustentável e socialmente justa. O Brasil tem pressa em promover o trabalho decente e o combate à escravidão e a todas as formas de precarização do trabalho. Queremos também que os direitos trabalhistas sejam mantidos, e não retirados, como pregam algumas políticas neoliberais muito em voga atualmente. Deve-se ressaltar que a presidente Dilma Rousseff sempre nos garantiu que isso jamais acontecerá –a retirada de direitos dos trabalhadores. O Brasil tem pressa em fazer uma reforma no mercado do trabalho, para acabar –ou pelo menos diminuir– com a grande rotatividade de profissionais em quase todos os setores econômicos, gerando insegurança para o trabalhador. Amplos setores da economia tiveram suas folhas de pagamento desoneradas pelo governo federal, como incentivo ao desenvolvimento. Tomo a liberdade de sugerir que a contrapartida seja uma maior estabilidade no emprego. O Brasil tem pressa, por fim, para que haja mais transparência na gestão pública, que seja combatida toda forma de corrupção e que os envolvidos em escândalos sejam punidos como mandam as leis. RICARDO PATAH é presidente nacional da UGT - União Geral dos Trabalhadores * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. | 2015-02-01 | opiniao | null | http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2015/01/1569605-ricardo-patah-o-brasil-tem-pressa.shtml |
Oposição diz que Dilma é 'escapista' ao falar de estatal | O discurso feito pela presidente reeleita Dilma Rousseff (PT) em sua cerimônia de posse no Congresso Nacional foi criticado como "pouco confiável" e "sem substância" por lideranças de oposição ao governo federal. Segundo elas, ao dizer que defenderá a Petrobras de "predadores internos e de inimigos externos", a petista adotou um discurso "escapista", sem reconhecer que sua administração tem também responsabilidade pelo escândalo na empresa estatal. "A frase é demagógica, da boca para fora. Não existem inimigos internos ou externos da Petrobras, mas corruptos indicados pelo PT", criticou o presidente nacional do DEM, Agripino Maia. "Dá um tom de insinceridade ao discurso dela", acrescentou. Para o vice-presidente nacional do PSDB, Alberto Goldman, os verdadeiros inimigos da empresa estatal são a presidente e o seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "Não há inimigo externo. Não vejo nenhuma potência externa querendo prejudicar a Petrobras. Não existem piores inimigos que Dilma, Lula e a gangue", criticou. Na avaliação do líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Antônio Imbassahy (BA), ao culpar "predadores internos" pelo escândalo de corrupção, a presidente "finge esquecer" que participou de decisões da empresa estatal –a petista fez parte do Conselho de Administração da empresa no governo Lula. "Parece patológico a presidente agora falar em corrigir erros na Petrobras e reconhecer tardiamente que a empresa foi assaltada, como se não tivesse ela própria participação e responsabilidades relevantes nos últimos doze anos da empresa estatal", criticou, por meio de nota. Para o líder tucano, a sociedade assistiu à posse de uma presidente "desacreditada", "desorientada" e "sem foco". "Nem ela mesma acredita naquilo que diz, como indicou a leitura sem entusiasmo de um discurso artificial e carente de conteúdo", criticou. NOVO LEMA O discurso feito pela presidente de que a área da educação será a prioridade de seu novo mandato também foi visto com ressalvas por dirigentes oposicionistas. Na avaliação de Agripino Maia, a defesa feita pela petista é tardia e deveria ter sido encampada antes, nos últimos quatro anos. "Por que ela não fez antes? A presidente faz uma avaliação como se tivesse assumido agora o governo federal. É um elenco de enunciados de intenção", criticou. Para Alberto Goldman, a petista deveria ter detalhado melhor o que pretende fazer para melhorar a qualidade do ensino público no país. " "É preciso dizer como fazer e o que fazer, não basta dizer que a educação é essencial. As frases assim caem no vazio, não dão impacto, porque não têm substância. É um governo perdido", observou. Segundo Imbassahy, o discurso de Dilma na posse é "ambíguo" e "dissonante" da realidade do país. "Quem ainda tinha esperança em um suposto governo novo certamente teve a sua definitiva frustração", afirmou. | 2015-02-01 | poder | null | http://www1.folha.uol.com.br/poder/2015/01/1569636-oposicao-diz-que-dilma-e-escapista-ao-falar-de-estatal.shtml |
Juca Ferreira admite que primeiro ano de gestão como ministro 'vai ser difícil' | O novo ministro da Cultura, Juca Ferreira, admite que o primeiro ano de sua gestão "vai ser difícil", já que o governo federal deve conter gastos. A pasta tradicionalmente luta por maiores recursos para seus programas. POUCO A POUCO "Sou solidário e vou fazer o possível com o que temos disponível", afirma ele. A posse, que deveria ocorrer até hoje, ficou marcada para o dia 12 a pedido do próprio Juca. Ele quer passar o bastão para o sucessor na secretaria municipal, que ocupou por dois anos. NA REDE Cotado desde a campanha para assumir o ministério, Juca Ferreira acabou pego de surpresa por Dilma Rousseff. Ele descansava no arquipélago de Tinharé, na Bahia, quando foi localizado. Tomou o avião às 4h30 da manhã de terça para chegar no mesmo dia, às 10h, a uma reunião marcada com ela em Brasília. QUEDA LIVRE A atuação nunca esteve nos planos de Lucas Verissimo, 23. O estudante de letras da USP estava na casa dos pais em São Sebastião (litoral de São Paulo) quando foi convidado pelo músico Thiago Pethit para protagonizar um clipe seu. "Ele me achou pelo Facebook", diz Lucas. * Desde o inesperado telefonema, o também skatista já participou da série "O Caçador" (Globo) e de "SP É uma Festa", filme da cineasta Vera Egito que ainda não foi lançado. * Mesmo animado com a carreira em ascensão, Lucas contemporiza: "Sinto um tesão forte em atuar, mas não é a única coisa que quero fazer". LINHA DIRETA E a transferência do controlador-geral do município de São Paulo, Mário Vinícius Spinelli, para o mesmo cargo no governo de Minas Gerais foi acertada diretamente entre o prefeito Fernando Haddad, então chefe de Spinelli, e o governador Fernando Pimentel. Mineiro, o "xerife", que desmantelou uma máfia que desviou cerca de R$ 500 milhões da prefeitura, queria voltar para seu Estado, onde ainda moram sua mulher e filhos. ASAS A cidade de Santos será a primeira a receber uma exposição da Fiocruz sobre dengue que estava montada na sede da fundação, no Rio. A abertura será no próximo dia 23. Municípios como São Paulo também tentavam sediar a mostra multimídia sobre a doença, comum no verão. Santos teve uma explosão de casos em 2013. Mas a epidemia foi controlada com o uso de armadilhas para o mosquito. O número de pacientes caiu mais de 90%. EMBALOS DE FLORIPA A atriz Bruna Marquezine participou da festa Sunset College Cool, segunda (29), no Café de La Musique de Florianópolis. O DJ Paulo Velloso comandou uma das pick-ups do evento, que contou com a presença do ator e cantor Fiuk e da apresentadora Gianne Albertoni. O ator Lui Mendes também passou por lá. LONGE DE HOTEL Marco Nanini vai ficar em seu apartamento em São Paulo durante a temporada de "Beije Minha Lápide" na cidade. O ator, que vive um escritor obcecado por Oscar Wilde na peça já apresentada no Rio, tem imóvel na alameda Casa Branca, nos Jardins. A montagem, que levou o autor Jô Bilac a ser indicado aos prêmios Shell e Cesgranrio, ficará no Sesc Consolação até março. * Nanini passa o espetáculo inteiro dentro de um cubo de vidro de cerca de 9 m². ADIANTADAS Walério Araújo já tem encomendas para fantasias de Carnaval. Leandra Leal e Maria Rita, que vão estar no Cordão da Bola Preta, a atriz Lucy Ramos, que desfilará pela Vai-Vai, e a cantora Fafá de Belém, que sai no Galo da Madrugada, já requisitaram as suas. "Normalmente a maioria vem em cima da hora e é uma correria! Mas fazer o quê?", diz o estilista. FESTA-MODELO A top Alessandra Ambrosio reuniu amigos para comemorar seu aniversário em uma balada em Jurerê Internacional (SC). Entre os convidados estavam colegas da modelo como Fernanda Motta e Eliza Joenck e o ator Marco Antonio Gimenez. O ex-nadador Fernando Scherer foi ao evento, no fim de semana, com a mulher, a dançarina Sheila Mello. CURTO-CIRCUITO A exposição de Salvador Dalí no Instituto Tomie Ohtake, em Pinheiros, fica em cartaz até 11 de janeiro. Luiz Melodia faz shows no Sesc Vila Mariana, nos dias 9 e 10 de janeiro, às 21h, e 11, às 18h. 12 anos. A peça "Stereo Franz", com direção de Paola Lopes, estreia no dia 9, às 21h, no Sesc Santo Amaro. Ary Fontoura faz sessão de estreia da peça "O Comediante", no dia 15, às 21h, no Teatro Raul Cortez. O mineiro Carlos Bracher expõe no Centro Cultural Banco do Brasil de São Paulo entre os dias 29 de janeiro e 2 de março. O musical "As Noviças Rebeldes" estreia no dia 12, às 21h, no Theatro Net SP. Direção de Wolf Maya. com ELIANE TRINDADE, JOELMIR TAVARES, MARCELA PAES e NICOLAS IORY | 2015-02-01 | colunas | monicabergamo | http://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabergamo/2015/01/1569179-juca-ferreira-admite-que-primeiro-ano-de-sua-gestao-no-minc-vai-ser-dificil.shtml |
O que Dilma não disse | BRASÍLIA - Não se deve esperar muita autocrítica de um discurso de posse. É um momento de celebrar a própria vitória, dizer palavras bonitas e repetir promessas para o futuro. Mesmo assim, Dilma Rousseff poderia ter mantido os pés mais perto do chão em sua fala de ontem no Congresso. A presidente exagerou nos autoelogios e ficou devendo um diagnóstico realista sobre os motivos da crise que ronda seu governo. Dilma falou do remédio, mas não explicou a doença. Admitiu que as contas públicas precisam de um "ajuste", mas omitiu que o tranco só será necessário por causa das barbeiragens em sua primeira gestão. "Sempre orientei minhas ações pela convicção sobre o valor da estabilidade econômica, da centralidade do controle da inflação e do imperativo da disciplina fiscal", disse. É difícil acreditar nisso quando se sabe que ela era a verdadeira responsável pela política que produziu deficits sucessivos nos últimos quatro anos. A situação se deteriorou tanto que agora a presidente se viu obrigada a entregar a Fazenda a um economista identificado com a oposição. Dilma recorreu ao malabarismo para defender o primeiro pacote de cortes, que tirará dinheiro dos trabalhadores para tapar o rombo no Tesouro. A redução de benefícios, que ela tanto criticava na campanha, virou mera "correção de distorções" e de "eventuais excessos". Se os problemas eram tão simples, seria interessante saber por que seu partido levou 12 anos para descobri-los. Por fim, a presidente indicou que não conhece ou não quer reconhecer a extensão do esquema que pilhava os cofres da Petrobras. Tratou os desfalques milionários na estatal como obra de "alguns servidores que não souberam honrá-la", como se o escândalo não envolvesse altos dirigentes da empresa e políticos dos maiores partidos que a apoiam. Reconhecer os erros do primeiro mandato seria uma fórmula mais indicada para quem precisa tanto de confiança ao iniciar o segundo. | 2015-02-01 | colunas | bernardomellofranco | http://www1.folha.uol.com.br/colunas/bernardomellofranco/2015/01/1569643-o-que-dilma-nao-disse.shtml |
EUA nos fizeram ultrapassar limites, diz chanceler palestino | A última tentativa palestina de estabelecer prazos para a retirada dos assentamentos israelenses e para a retomada das negociações de paz falhou com a rejeição de uma resolução pelo Conselho de Segurança da ONU na terça (30). Para o chanceler palestino, Riyad al-Maliki, o texto não foi aprovado por pressão imposta pelos EUA sobre dois países –Nigéria e Coreia do Sul, que se abstiveram. "O governo americano ultrapassou todos os limites, e isso nos permite também ultrapassá-los", disse Maliki à Folha, ao chegar ao Brasil para a posse da presidente Dilma Rousseff. O primeiro "limite ultrapassado", segundo o chanceler, foi a adesão do governo palestino ao TPI (Tribunal Penal Internacional), na quarta (31). Com isso, eles poderão acusar Israel por "crimes contra o povo palestino". * Folha - Como o senhor recebeu a derrota da resolução palestina na ONU? Riyad al Maliki - A intervenção e mesmo coerção do governo americano forçaram a abstenção de pelo menos um país que votaria a favor, o que é inaceitável. O governo americano ultrapassou todos os limites, e isso nos permite também ultrapassá-los. Os americanos não queriam usar seu poder de veto, então eles trabalharam até o último minuto para que fracassássemos. Que limites os palestinos estão dispostos a ultrapassar? O meu presidente assinou nossa adesão ao TPI, e isso nos abre uma oportunidade para processar Israel pelos crimes contra o povo palestino. Ainda é preciso esperar 60 dias para que seja confirmada nossa adesão, e, nesse período, vamos preparar ações para a Corte começar a analisar, como sobre o ataque contra Gaza em julho. A decisão de aderir ao TPI pode prejudicar a retomada das negociações de paz? Pode, mas não foi uma escolha nossa. [O secretário de Estado americano John] Kerry disse que em seis meses conseguiríamos um acordo de paz. Em nove meses, nada aconteceu, e vemos os assentamentos engolindo o território palestino. Então como nos defender? Fomos obrigados. Segundo os EUA, os prazos estabelecidos na resolução para as negociações de paz foram arbitrários. O grupo islâmico Hamas diz que o texto previa muitas concessões. É possível equilibrar? Não acho que temos obrigação de equilibrar nada. Só olhamos o interesse da comunidade palestina e agimos. A ocupação começou em 1967. Se, mesmo 47 anos depois, colocar prazos para o fim da ocupação ainda é algo arbitrário, então não entendo a lógica americana. Quando se trata dos nossos direitos fundamentais, não podemos ceder. Não temos de nos equilibrar entre a pressão americana e do Hamas. O Hamas também diz defender os interesses palestinos. Nem sempre defende. Quando deram um golpe contra as autoridades legítimas palestinas em 2007, não representaram o interesse palestino. Nem quando tentaram se desassociar do resto do projeto nacional palestino, tirando Gaza desse contexto. Na democracia você tem opiniões diferentes, e nós respeitamos a voz do Hamas, só que é uma voz minoritária. Israel acusa seu governo de incentivar os recentes ataques de palestinos contra israelenses. Como é possível reduzir as tensões? Os ataques são uma resposta dos palestinos a algo feito antes pelos israelenses. Israel decidiu bloquear o acesso a lugares sagrados em Jerusalém, e isso foi uma provocação. Muitos anos atrás, criamos, com Israel e EUA, um comitê trilateral antiprovocações, que funcionou apenas por dois encontros. Queríamos reativar esse comitê, mas os israelenses se opõem. Um representante do governo israelense chamou o Brasil de anão diplomático' após criticar sua ação em Gaza. Como o senhor vê a atuação do Brasil? Respeitamos o Brasil por essa posição corajosa, apesar da reação que poderia vir de Israel ou de outros países. O Brasil é um país importante não só na sua região, mas em todo o mundo, e precisa agir e se comportar como tal. | 2015-02-01 | mundo | null | http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2015/01/1569629-eua-nos-fizeram-ultrapassar-limites-diz-chanceler-palestino.shtml |
Leitor contesta coluna de Luiz Felipe Pondé | É bastante discutível o posicionamento do colunista Luiz Felipe Pondé em ""O silêncio dos animais"":http://www1.folha.uol.com.br/colunas/luizfelipeponde/2014/12/1568104-o-silencio-dos-animais.shtml. Ele afirma que "avançamos apenas tecnicamente e, mesmo assim, sem qualquer segurança nos resultados a longo prazo". Ao contrário do que ele aponta, a humanidade não gira em falso. Como explicar então realidades como o aumento da expectativa de vida dos seres humanos? A história é feita de permanências, mudanças, regressões e de progressos. GUSTAVO HENRIQUE TUNA, historiador (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected] | 2015-02-01 | paineldoleitor | null | http://www1.folha.uol.com.br/paineldoleitor/2015/01/1569631-leitor-contesta-coluna-de-luiz-felipe-ponde.shtml |
Chefs contam como é o café da manhã típico de vários Estados do país | Pingado. Pão na chapa. Eis uma dupla típica do café da manhã do paulistano. Mas como é a primeira refeição em cada região do país, que distingue o Norte do Sul? De acordo com o professor de cozinha brasileira do Senac Ricardo Frugoli, o regionalismo presente em cada cardápio depende da disponibilidade de ingredientes. "No Norte, por exemplo, o caboclo consome a pupunha não só no café da manhã, mas também durante o dia. Quando acaba a disponibilidade, acaba o uso", conta. Já o paranaense pode nunca ter ouvido falar no bacuri, fruto de polpa branca e sabor adocicado,usado em bolos e sucos, também do Norte. Mas certamente conhece o tucum, um coquinho de palmeira da mata atlântica que serve de base para sucos. Mesmo com toda a variedade de alimentos, um deles é onipresente praticamente em todo o país -a mandioca, ou "rainha do Brasil", como definiu o historiador Luís da Câmara Cascudo (1898-1986). "É um alimento-base do brasileiro, ao lado do milho. O índio levou a mandioca da Amazônia para o restante do país, por isso o ingrediente se manifesta em diversos pratos", afirma Frugoli. As receitas que marcam cada região ainda ganham influência dos variados imigrantes. Caso dos alemães, que levaram a cuca (espécie de pão doce) para o Sul, e dos escravos africanos, que introduziram o mungunzá (canjica) à mesa do brasileiro. Os itens do café da manhã ainda têm forte relação com os hábitos cotidianos. Para quem trabalha na roça, por exemplo, tomar um café reforçado ajuda a suportar o trabalho pesado. Por isso a presença constante de carnes de porco e de sol, feijão e embutidos, ovos e queijos nessas mesas. Para retratar variados cafés da manhã, o "Comida" conversou com chefs das cinco regiões do país, que falaram de receitas e costumes de seus Estados. | 2015-02-01 | comida | null | http://www1.folha.uol.com.br/comida/2015/01/1569150-chefs-contam-como-e-o-cafe-da-manha-tipico-de-varios-estados-do-pais.shtml |
Hoje na TV: Charlotte Hornets x Cleveland Cavaliers, NBA, ESPN | Destaques da programação desta sexta-feira (2): 11h - Torneio de Abu Dhabi, tênis, Bandsports 18h20 - Iowa x Tennessee, futebol americano universitário, ESPN + 21h45 - Kansas State x UCLA, futebol americano universitário, ESPN + 22h - Charlotte Hornets x Cleveland Cavaliers, NBA, ESPN | 2015-02-01 | esporte | null | http://www1.folha.uol.com.br/esporte/2015/01/1569654-hoje-na-tv-charlotte-hornets-x-cleveland-cavaliers-nba-espn.shtml |
Ex-governador de Nova York Mario Cuomo morre nos EUA aos 82 anos | Morreu nesta quinta-feira (1º) em sua casa na cidade de Nova York Mario Cuomo, que foi governador do Estado nova-iorquino entre 1983 e 1994. As causas da morte ainda são desconhecidas, mas ele sofria nos últimos anos de graves problemas de saúde. A morte aconteceu no mesmo dia em que seu filho, Andrew Cuomo, assumiu mais um mandato como governador do Estado, cargo em que está desde 2011. Mario Cuomo não foi em nenhum dos dois discursos de posse do filho, realizados em Nova York e em Buffalo. Reconhecido como um ativista do liberalismo, Mario Cuomo comandou o Estado de Nova York em um momento em que foi obrigado a fazer cortes de programas sociais e aumentos de impostos para equilibrar o Orçamento, prejudicado pela recessão do início dos anos 1980. No seu segundo mandato, fez reformas fiscais e mudanças na saúde, no meio ambiente e na educação, servindo de inspiração para outras medidas no país. Após ser um grande crítico do presidente Ronald Reagan, ele chegou a ser cogitado como candidato democrata em 1988 e 1992, mas desistiu nas duas vezes. | 2015-02-01 | mundo | null | http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2015/01/1569663-ex-governador-de-nova-york-mario-cuomo-morre-nos-eua-aos-82-anos.shtml |
Ônibus é incendiado na zona leste de São Paulo | Um ônibus coletivo foi incendiado por volta das 21h50 desta quinta-feira (1) na zona leste de São Paulo. Não houve feridos. Segundo informações da Polícia Militar, o ônibus seguia pela avenida São Miguel, próximo ao número 1.060, na Vila Marieta, quando um grupo entrou e ordenou a todos que saíssem. Eles atearam o fogo e fugiram em seguida. O ônibus ficou totalmente destruído. A motivação do ataque ainda é desconhecida. A PM não soube informar o número de integrantes do grupo. Todos estão foragidos. O caso será investigado pelo 24º Distrito Policial, Ponte Rasa, também na zona leste. | 2015-02-01 | cotidiano | null | http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2015/01/1569669-onibus-e-incendiado-na-zona-leste-de-sao-paulo.shtml |
Régis Bittencourt com tráfego pesado no sentido SP devido a acidente | A rodovia Régis Bittencourt está com a faixa direita interditada no sentido São Paulo, na altura de Juquitiba, do km 38 ao km 37, devido a um acidente que ocorreu por volta das 0h20 desta sexta-feira (02). Segundo a Arteris, empresa que administra a rodovia, houve uma colisão entre uma carreta e um caminhão, e um dos veículos pegou fogo. Não há informações de vítimas. Equipes da Policia Rodoviária Federal trabalham no local. O tráfego segue apenas com a faixa da esquerda e não há previsão de liberação total da rodovia. | 2015-02-01 | cotidiano | null | http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2015/01/1569676-regis-bittencourt-com-trafego-pesado-no-sentido-sp-devido-a-acidente.shtml |
Otimismo | BRASÍLIA - Uma conhecida minha dos EUA, que trabalha numa consultoria de risco geopolítico e passou o fim do ano na Bahia, parece ter sido contaminada pelo otimismo inocente típico desses dias. Antes do fim de 2015, me perguntou: o Congresso ter se tornado um polo rebelde ao longo do ano não aproximou o presidencialismo brasileiro do modelo norte-americano? Isso não seria, no fundo, bom? O presidente dos EUA é a pessoa mais poderosa da Terra, mas tem as mãos amarradas por um sistema em que Câmara, Senado, Suprema Corte e 50 Estados que o impedem de fazer o que bem entender. Escrevendo sobre o contínuo processo eleitoral americano, que desaguará no pleito presidencial deste ano, o dono de consultoria George Friedman lembra que a sucessão de primárias e "caucuses" serve a um propósito dos pais fundadores da nação: paralisar o governo ao máximo, para evitar voluntarismos. Para bem e para mal, o Brasil é um pastiche diverso do bipartidarismo, ponderei. O "parlamentarismo branco" de 2015 foi uma novidade. Seria alvissareira se não tivesse parido pautas-bombas e bizarrices, antes de virar a briga de foice do impeachment, apimentada pela Lava Jato. A acefalia do Executivo seria interessante se o país andasse sozinho, mas estamos longe disso. A julgar pelo artigo róseo publicado neste jornal na sexta (1º), Dilma segue em outra esfera (Pronatec? Solidez econômica? Reforma?), impressão reforçada pelo fim de ano errático: aumenta de forma populista o salário mínimo enquanto retira dinheiro de creches. Com o vácuo em expansão, além das saídas constitucionais surgem sussurros parlamentaristas. A desgraça é que, com a qualidade do material humano e o modelo de nossa representação, fica difícil ver um desfecho otimista em qualquer caso. Talvez o melhor seja capitular, tirar uma "selfie" na praia, pular ondas, dançar um tango argentino. [email protected] | 2015-02-01 | colunas | igorgielow | http://www1.folha.uol.com.br/colunas/igorgielow/2015/01/1725098-otimismo.shtml |
Veja as mortes e missas publicadas nesta sexta-feira | MORTES Egberto Monteiro de Barros - Aos 94, em 31 de dezembro. Deixa a mulher Helena, os filhos Helena Maria e Cícero, a nora Ivone e os netos Fernando, Renato e Alice. Cemitério São Paulo. Luiz Valdstein - Aos 81, casado com Raisa Valdstein. Deixa as filhas Suely, Simone, Paulette, Gisele, o irmão Moyses, netos e bisnetos. Cemitério Israelita do Butantã. Rosita Kahn - Aos 72. Deixa os filhos Ranan, Ziva e Itamar, a irmã Amalia e netos. Cemitério Israelita do Butantã. Sabina Frankel - Aos 93, viúva de Biniamin Frankel. Deixa os filhos Abrão Elias e Tamara, netos e bisnetos. Cemitério Israelita do Butantã. * 7º DIA Ana Laura Amaro Carpinelli Amorim - Amanhã (3/1), às 9h, na paróquia Nossa Senhora do Rosário de Fátima, av. Dr. Arnaldo, 1.831, Sumaré. Antonio Atalla - Amanhã (3/1), às 11h, na paróquia São Dimas, r. Domingos Fernandes, 588, Vila Nova Conceição. Cyro Rubens Silveira Godoy - Hoje (2/1), às 19h30, na paróquia de Santa Tereza, praça Irmã Maria Clara Neumaier, em São José do Rio Pardo (SP). Dora Moraes de Oliveira Carneiro - Hoje (2/1), às 18h30, na paróquia Nossa Senhora de Lourdes, alameda dos Piratinins, 679, Planalto Paulista. Elza Soares de Vilhena Moraes - Hoje (2/1), às 19h30, na paróquia São João de Brito, r. Nebraska, 868, Brooklin. Hed Arruda Camargo - Amanhã (3/1), às 18h, na paróquia Sagrada Família, r. Padre Rodolfo, 28, Vila Ema, em São José dos Campos. Laura Fraga de Almeida Sampaio - Amanhã (3/1), às 10h45, na capela das Irmãs de São Pedro Fourier, r. Juarez Távora, 335, Morumbi. * 1º ANO Waldemar Neddermayer Belfort Mattos - Amanhã (3/1), às 18h, na paróquia Assunção de Nossa Senhora, al. Lorena, 665, Jardim Paulista. | 2015-02-01 | cotidiano | null | http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2015/01/1569612-veja-as-mortes-e-missas-publicadas-nesta-sexta-feira.shtml |
Adone Fragano (1923-2014) - Viveu cercado por 'italianidades' | Adone Fragano era um paulistano que passou a vida cercado por "italianidades". Viajou diversas vezes à terra natal de seus pais a trabalho e era casado com uma filha do "país da bota" —curiosamente, uma prima. Maria chegou ao Brasil aos 17 anos para morar na mesma casa do futuro marido, pois suas mães eram irmãs por parte de pai. Casaram-se dois anos depois. Enquanto construía uma família, Adone dedicou-se ao cinema. Em 1955, criou a Paulistânia Filmes, em sociedade com um casal de italianos ligados à cinematografia, produzindo os filmes "O Pão Que o Diabo Amassou" e "Macumba na Alta". Foi ainda distribuidor de filmes (viajou diversas vezes à Itália para comprar películas) e produtor de cinema —é considerado o primeiro do país. Trabalhou como executivo em empresas como a Paris Filmes até fundar a sua própria, a Olympus Filme, em 1980, no mercado até hoje. Adone foi responsável por distribuir produções que fizeram grande sucesso no Brasil, caso de "Marcellino Pane e Vino" (1955) e "King Kong" (1976). Foi premiado diversas vezes como cineasta. Apreciava as obras de Vittorio De Sica e Michelangelo Antonioni. Também demonstrou talento no esporte, colecionando medalhas na esgrima. Gostava de acompanhar jogos de futebol e tênis e de fazer ginástica e caminhadas. Morreu na segunda (29), aos 91 anos, de falência de múltiplos órgãos. Deixa Maria, dois filhos, cinco netos e uma irmã. A missa do sétimo dia será na terça (6), às 19h, na paróquia São Dimas, na Vila Nova Conceição. [email protected] | 2015-02-01 | cotidiano | null | http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2015/01/1569611-adone-fragano-1923-2014---viveu-cercado-por-italianidades.shtml |
Espectador pode escolher hoje entre amor ingênuo e trágico | Zapear pela grade da TV paga dá margem a sentimentos opostos: é possível não encontrar nada entre centenas de canais ou escolher uma entre ótimas opções no mesmo horário. É o caso desta sexta (2), em que opostas são também as representações do amor. Em "Antes do Amanhecer" (Before Sunrise, 1995, 10 anos, Max HD, 19h15), dois jovens representam a possibilidade de se apaixonar sem temer o passado do novo amor ou ter expectativas sobre um futuro a dois. O importante é o momento. O porvir cabe ao acaso, e aos outros filmes dessa trilogia. Já "Tabu" (2012, 14 anos, TC Cult, 19h45) retrata um amor no passado que vai da sensação de paraíso à tragédia de sua impossibilidade. No filme, o pobre homem sofre infeliz porque seu coração, "insolente" e "caprichoso", "manda mais do que o rei e o eterno". | 2015-02-01 | ilustrada | null | http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2015/01/1569740-espectador-pode-escolher-hoje-entre-amor-ingenuo-e-tragico.shtml |
Ecovias alerta para tráfego intenso em rodovias de SP a partir das 10 horas | Os motoristas que decidirem usar as principais rodovias paulistas nesta sexta-feira (2) devem encontrar problemas de tráfego intenso em alguns horários. De acordo com a Ecovias, que administra o sistema Anchieta e Imigrantes, a principal ligação entre o litoral sul e a capital paulista, as viagens devem ser evitadas entre 10h e 24h. A Dersa informou que a Tamoios, que liga o litoral norte ao planalto, deve ter grande fluxo de veículos no mesmo período. Por outro lado, as rodovias Padre Manoel da Nóbrega e Mogi-Bertioga só devem ter tráfego intenso da 0h às 2h, de acordo com a previsão da Dersa. Nesta quinta-feira (1º), as rodovias do Estado tiveram boas condições de tráfego na maior parte do dia, facilitando o retorno para a capital para quem tem compromissos na cidade nesta sexta (2). Mas, no início da noite, a Padre Manoel registrou 12 km de filas, devido ao excesso de veículos. A Imigrantes apresentou lentidão de 6 km, após um acidente no km 48. TEMPO A previsão é que as temperaturas continuem elevadas nesta sexta, com mínimas de 22ºC e máximas que podem ultrapassar os 32ºC. Chuvas devem atingir a capital entre o fim da tarde e o início da noite, com possibilidade ocorrer alagamentos. A chegada de uma frente fria trazida do oceano deve alterar as temperaturas em São Paulo a partir de sábado (3). O dia deve começar abafado, com sol entre nuvens, com temperatura mínima de 21°C. A máxima está prevista para ultrapassar os 29ºC. Mas, no fim da tarde, a previsão é que ocorra um aumento da nebulosidade, provocando a ocorrência de chuvas fortes, ventos e raios. | 2015-01-01 | cotidiano | null | http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2015/01/1569610-ecovias-alerta-para-trafego-intenso-em-rodovias-de-sp-a-partir-das-10-horas.shtml |
Torcedor invade campo, dá bronca em técnico e é preso na Inglaterra | Um torcedor invadiu o campo para discutir com o técnico do Arsenal, Arsène Wenger, 65, nesta quinta-feira (1), durantea rodada do Campeonato Inglês. Ao fim da partida que deu a vitória ao Southampton sobre o Arsenal por 2 a 0 no St. Mary's Stadium, entrou no gramado e precisou ser contido por dois policiais quando chegou na área do técnico. "Acho que ele não disse nada. Não foi agressivo em tudo", contou Wenger. Porém, imagens mostram o torcedor falando de forma agressiva com o técnico. De acordo com o Southampton, tratava-se de um torcedor do Arsenal, que comprou ingresso para assistir ao jogo no meio da torcida adversária devido à demanda de ingressos. O homem de 25 anos foi preso por ter violado as leis de infrações do futebol inglês. | 2015-01-01 | esporte | null | http://www1.folha.uol.com.br/esporte/2015/01/1569638-torcedor-invade-campo-e-discute-com-tecnico-do-arsenal-apos-partida.shtml |
Crítica: Inofensivo, filme sobre críticos de cinema se repete e gira em falso | O filme argentino "O Crítico" é uma comédia metalinguística que trabalha essencialmente com clichês. Em primeiro lugar, sobre a figura do crítico –que por vezes é coadjuvante nos filmes sobre cinema e aqui ganha um raro status de protagonista. O crítico corresponde a um certo senso comum: Víctor Téllez é sisudo e rabugento, acredita que o grande cinema morreu há décadas e odeia filmes populares. Ele pensa em francês, como se estivesse num filme da nouvelle vague, e se diz vítima da "maladie du cinema": vê não só os filmes como também a vida como um roteiro cheio de chavões. Víctor se tornou um especialista em identificar e fustigar os clichês das comédias românticas: câmera lenta, fogos de artifício, corridas na chuva, beijos melosos etc. A virada do filme ocorre quando Víctor se apaixona por Sofia, mulher misteriosa com quem disputa um apartamento em Buenos Aires. A partir daí, ele passa a ser vítima dos clichês românticos que sempre tentou denunciar. Dirigido por Hernán Guerschuny (editor da revista "Haciendo Cine"), "O Crítico" tem uma premissa simpática –sobre a vida ser maior que o cinema e sobre o papel da subjetividade na apreciação de qualquer obra de arte. Também tem bons momentos de humor –como na cena em que um colega de Víctor rouba o lanche oferecido em uma sessão para a imprensa. Mas, como na maioria das comédias calcadas em clichês, seu fôlego é curto. A partir da metade do filme, a piada sobre a transformação de Víctor começa a se repetir e a girar em falso. O filme também desperdiça a oportunidade de explorar melhor o universo dos críticos. A fauna é bem mais variada do que o longa faz supor, cheia de figuras que são a antítese de Víctor, com gosto por blockbusters e alergia a intelectualismos. A princípio, "O Crítico" parece ser uma comédia mais mordaz do que se revela. O olhar de Guerschuny –para os críticos e para as comédias românticas– é afetuoso. E o resultado, inofensivo como os filmes que Víctor odeia. | 2015-02-01 | ilustrada | null | http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2015/01/1569741-critica-inofensivo-filme-sobre-criticos-de-cinema-se-repete-e-gira-em-falso.shtml |
Programa Mais Especialidades deve ser apresentado a Dilma até julho | O novo programa do governo federal para área da saúde, chamado Mais Especialidades, deve ser concluído e apresentado para a presidente Dilma Rousseff (PT) ainda no primeiro semestre deste ano, segundo informou o ministro Arthur Chioro (Saúde), nesta quinta-feira (1º). O programa, que é uma das promessas de campanha de Dilma, não tem, porém, uma data definida ser implementado. Chioro disse ainda que todos os acordos com Estados e municípios para a implementação do programa serão feitos nos primeiros seis meses deste ano. O "Mais Especialidades" pretende garantir o acesso rápido de pacientes a consultas com especialistas, além da realização de exames e outros procedimentos. O ministro disse ainda que espera conseguir compatibilizar os recursos da pasta com as promessas de campanha da presidente, apesar dos possíveis cortes orçamentários na área. | 2015-01-01 | cotidiano | null | http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2015/01/1569586-programa-mais-especialidades-deve-ser-apresentado-a-dilma-ate-julho.shtml |
Três morrem em acidentes de trânsito na região de Ribeirão nesta quinta (1º) | Três pessoas morreram em acidentes de trânsito na região de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) nesta quinta-feira (1º). Outras cinco pessoas ficaram gravemente feridas. Um morador de rua foi atropelado por volta das 6h, na rodovia Abrão Assed, no quilômetro 47. O homem aparenta ter 30 anos, segundo a Polícia Civil, e estava sem os documentos. Ele morreu na hora. Na madrugada, por volta das 2h50, na rodovia Brigadeiro Faria Lima, próximo a Bebedouro (a 381 km de São Paulo) o motorista de um carro, que levava quatro passageiros, perdeu o controle do veículo que acabou caindo em uma ribanceira. O passageiro que estava no banco da frente, ao lado do motorista foi arremessado para fora do carro e acabou morrendo no local do acidente. Ele tinha 26 anos. As outras três vítimas e o motorista ficaram presos nas ferragens. Somente após quatro horas, por volta das 7h, uma das vítimas, uma menina de 15 anos, conseguiu sair do carro e pedir socorro. A adolescente teve ferimentos leves e as outras três vítimas ficaram gravemente feridas e foram encaminhados ao hospital municipal de Bebedouro. Já pela manhã, na rodovia Washington Luís, em São Carlos (a 232 km de São Paulo), um motorista de 20 anos foi internado, em estado grave, após perder o controle do carro que dirigia e capotar. Ainda em São Carlos, um motociclista morreu ao entrar na contramão em uma avenida da cidade. | 2015-01-01 | cotidiano | ribeiraopreto | http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/ribeiraopreto/2015/01/1569534-tres-morrem-em-acidentes-de-transito-na-regiao-de-ribeirao-nesta-quinta-1.shtml |
Mourinho volta a criticar arbitragem após resultado negativo do Chelsea | O técnico do Chelsea, José Mourinho, voltou a criticar a atuação de árbitros em jogos do seu clube, nesta quinta-feira (1), após a derrota para o Tottenham por 5 a 3. "Não quero que me punam e quero estar presente no próximo jogo da minha equipe. Portanto, vou apenas dizer que perdemos. Obviamente, eu prefiro perder como contra o Newcastle por 2 a 1 do que por causa do árbitro", afirmou Mourinho. O técnico admitiu que o Chelsea também errou nos dois últimos jogos. "Nesses dois últimos jogos que fizemos entregamos presentes de Natal. Esse tipo de presente, os torcedores não gostam. Nós cometemos muitos erros defensivos, falhas individuais", avaliou. "Quando as causas da derrota são de fora, o sabor que permanece é diferente", disse. O Chelsea acumula dois jogos consecutivos sem vencer, depois de ter empatado no último domingo fora de casa contra o Southampton por 1 a 1. "Tivemos problemas com velocidade e força (Nacer) Chadli e contra movimentos no ataque (Harry) Kane. Não foi um jogo fácil para a minha defesa", disse Mourinho. Na próxima rodada do Campeonato Inglês, o Chelsea recebe o Newcastle. | 2015-01-01 | esporte | null | http://www1.folha.uol.com.br/esporte/2015/01/1569583-mourinho-volta-criticar-arbitragem-apos-resultado-negativo-do-chelsea.shtml |
Aviso | A coluna voltará a ser publicada em fevereiro. | 2015-01-01 | colunas | fernandocanzian | http://www1.folha.uol.com.br/colunas/fernandocanzian/2015/01/1589308-aviso.shtml |
'É um novo ano, um novo começo', diz Biden após encontro com Dilma | O vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, demonstrou otimismo após encontro com a presidente Dilma Rousseff, na noite desta quinta-feira (1). "É um novo ano, um novo começo", afirmou o norte-americano ao deixar o Palácio Itamaraty. As relações entre os dois países ficaram abaladas por revelações sobre espionagem em 2012. Na ocasião, foi divulgado que o governo norte-americano espionou a presidente e assessores de seu governo. Dilma, então, cancelou sua visita de Estado a Washington. Questionado se a presidente planeja retomar a viagem, Biden respondeu: "Espero que sim". O vice-presidente dos EUA acompanhou a posse da presidente, no Palácio do Planalto, e seu reuniu com ela no Itamaraty por cerca de uma hora. Em junho do ano passado, em entrevista ao "The New York Times", Dilma disse estar "certa de que podemos retomar nossa relação com os Estados Unidos de onde elas pararam" e de que pode remarcar a visita de Estado ao país. NOVO MINISTRO Na tarde de hoje, Dilma deu posse ao novo chanceler brasileiro, Mauro Vieira, então embaixador do país em Washington. Ao lado de seu antecessor, Luiz Alberto Figueiredo, o novo titular do Itamaraty acompanhou o encontro com Biden. | 2015-01-01 | poder | null | http://www1.folha.uol.com.br/poder/2015/01/1569585-e-um-novo-ano-um-novo-comeco-diz-biden-apos-encontro-com-dilma.shtml |
No PR, governador tucano fala em estreitar relações com governo federal | O governador reeleito do Paraná, Beto Richa (PSDB), pediu aos paranaenses união para defender os interesses do Estado em seu discurso de posse. O governador afirmou que o país vive uma crise ética e moral e que, apesar do convívio turbulento com o governo federal durante o primeiro mandato, deseja que as relações entre ambos "sejam maduras, republicanas e transparentes". Em entrevista concedida à imprensa após a cerimônia, Richa falou sobre as medidas impopulares que tomou no início de dezembro, quando enxugou secretarias e aumentou impostos, como o IPVA e o ICMS. "Eu sei que é uma medida impopular, mas o gestor responsável não vive só de medidas populares, ações simpáticas, ações demagógicas. Precisamos também de medidas amargas para proteger o nosso Estado. Importante é que a aplicação dos recursos aqui no Estado é correta, é em benefício da população, mais obras, investimento em infraestrutura nos 399 municípios paranaenses, programas e ações, sobretudo na área social, que garantem uma vida melhor aos paranaenses", afirmou o governador reeleito. Richa afirmou ainda que no Paraná não ocorre desvio de conduta. "Aqui não tem mensalão, aqui somos intolerantes com a corrupção." Em relação ao corte de custos, o governador lembrou que três secretarias foram extintas e mil cargos de comissão foram eliminados para maior eficiência e menor gasto do poder público. Richa amenizou o fato de não ter comparecido à posse da presidente Dilma Rousseff, em Brasília, e disse que sua presença não era essencial, pois já havia conversado com a presidente por telefone. "Me coloquei à disposição para termos uma boa relação, uma relação republicana, uma relação transparente e ética. Fui muito bem recebido naquele telefonema. Ela disse que marcaria em breve uma audiência onde poderíamos colocar todos os pontos, em especial os interesses do Paraná em estreitar as relações, em voltar a receber recursos federais, porque é um direito, além de tudo, de todos os paranaenses. Estou convicto de que teremos todas as condições de um bom relacionamento com o governo federal." | 2015-01-01 | poder | null | http://www1.folha.uol.com.br/poder/2015/01/1569578-no-pr-governador-tucano-fala-em-estreitar-relacoes-com-governo-federal.shtml |
Posse de Dilma Rousseff leva cerca de 15 mil à Praça dos Três Poderes | A presidente Dilma Rousseff começou seu segundo governo com metade do público que assistiu a seu discurso de posse há quatro anos. Em 2011, a Polícia Militar de Brasília contou aproximadamente 30 mil pessoas ouvindo, da Praça dos Três Poderes e sob chuva, o discurso da então novata no cargo. Nesta quinta-feira (1º) esse número foi de cerca de 15 mil, também segundo a PM, em um dia ensolarado. Apenas quando contabilizado o que a polícia chama de público rotativo, ou seja, todas as pessoas que participaram, em algum momento, do evento desta quinta, mas que não necessariamente chegaram à praça, o número dessa segunda posse se aproximaria de 30 mil. A expectativa inicial dos policiais era de que 100 mil pessoas comparecessem, mas ela foi reduzida para 40 mil logo no início do ato. O movimento começou por volta das 13h, manteve-se fraco por toda a tarde e não chegou a formar multidões. Não houve incidentes graves. Um dos poucos momentos de tensão ocorreu quando um homem, segurando um cartaz elogioso ao adversário de Dilma no segundo turno, Aécio Neves (PSDB), foi xingado e empurrado por parte do público. A polícia decidiu retirá-lo do evento. Apesar do esvaziamento, Dilma, ao discursar no Palácio do Planalto para a população que presenciava a cerimônia, afirmou: "Eu agradeço a vocês terem vindo de todos os cantos do nosso país nessa marcha da esperança". O PT gastou R$ 2,5 milhões com a posse, incluindo custo com passagem de militantes, montagem de palco e shows. Para economizar, o partido cancelou ou reduziu o transporte de petistas de seus Estados de origem até a capital. No mês passado, o tesoureiro do PT, João Vaccari, alertou para as dificuldades de arrecadação. Ele sugeriu que os diretórios estaduais se mobilizassem para levar a militância. VIRADA Para a festa da virada, integrantes da cúpula do PT recorreram ao esquema da vaquinha. Giles Azevedo, ex-chefe de gabinete de Dilma, e a ministra Eleonora Menicucci (Políticas para as Mulheres), organizaram uma festa com convites a R$ 300. A chegada de 2015 foi celebrada ao som do jingle da campanha de Dilma Rousseff. Os petistas comemoram aos gritos de "Quem não pula é tucano". Em outra mansão em área nobre, uma festa foi organizada a custo de R$ 100 por pessoa. A mobilização não conseguiu atrair a base do partido. Incomodados com o desenho do novo ministério, a juventude petista boicotou a festa. | 2015-01-01 | poder | null | http://www1.folha.uol.com.br/poder/2015/01/1569617-posse-de-dilma-rousseff-leva-cerca-de-15-mil-a-praca-dos-tres-poderes.shtml |
Governador de PE assume falando em tempos difíceis na economia | A expectativa de tempos difíceis para a economia brasileira em 2015 pautou o discurso de posse do novo governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), nesta quinta-feira (1º). Na Assembleia Legislativa de Pernambuco, no Recife, as referências de Câmara às dificuldades a serem enfrentadas rivalizaram com menções constantes ao ex-governador Eduardo Campos, morto num acidente aéreo em agosto e mentor da eleição do governador. "Tenho consciência da dimensão dos desafios econômicos em que foi lançado o Brasil. Estou disposto a contribuir, no que me couber, para que o país supere o risco de recessão aliada à volta da inflação", afirmou na cerimônia de posse, que teve a presença da viúva de Eduardo Campos, Renata, e dos cinco filhos deles. Paulo Câmara afirmou ainda que, para superar a crise, é necessário mais que formulação de equipes econômicas, "por mais iluminadas que sejam". Ele convocou a realização de uma política "com pê maiúsculo", cobrando mais diálogo com Brasília. "O pais requer tanto o saber ouvir quanto o saber falar com franqueza e lealdade." Aos 42 anos, o economista e auditor concursado do Tribunal de Contas do Estado foi eleito com 68,8% dos votos, derrotando o candidato da aliança petista, o senador pelo PDT e recém-empossado ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro Neto. Durante os oito anos de gestão de Eduardo Campos em Pernambuco, Câmara foi um dos homens fortes do governo, comandando as pastas de Administração, Turismo e Fazenda, até ser ungido candidato pelo próprio Campos no início de 2014. A decisão provocou certo mal-estar com o então vice-governador, João Lyra Neto, que se considerava herdeiro natural do posto. A transição entre os dois, realizada no Palácio do Campo das Princesas, sede do governo de Pernambuco, teve um momento inusitado. Logo após receber a faixa das mãos de Lyra, o cerimonial anunciou que Câmara iria levar o ex-governador até o carro dele. Assim, Lyra foi embora sem ouvir o discurso do novo ocupante do palácio. | 2015-01-01 | poder | null | http://www1.folha.uol.com.br/poder/2015/01/1569575-governador-de-pe-assume-falando-em-tempos-dificeis-na-economia.shtml |
Corpo de homem é encontrado dentro de lixeira na zona norte do Rio | O corpo de um homem foi encontrado dentro de uma lixeira nesta quinta-feira (1º), na rua Jorge Rudge, no bairro de Vila Isabel, na zona norte do Rio de Janeiro. De acordo com a Polícia Militar, a Divisão de Homicídios foi chamada e já foi feita a perícia no local. Imagens de câmeras de segurança serão usadas para identificar os autores de um possível crime. A vítima ainda não tinha sido identificada no início da noite. Ainda nesta quinta-feira outro corpo foi encontrado no município de Niterói, na região metropolitana do Rio. Segundo a PM, o corpo estava carbonizado. A Divisão de Homicídios de Niterói também foi acionada e está investigando o caso. | 2015-01-01 | cotidiano | null | http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2015/01/1569584-corpo-de-homem-e-encontrado-dentro-de-lixeira-na-zona-norte-do-rio.shtml |
Prepare-se: sexta nublada tem clássicos de Pixote e Jamiroquai | DE SÃO PAULO PERSONAGEM DO DIA "Existem três princípios básicos para a vida. Fé, esperança e amor. Essa é a grande receita." Jaqueline Line, 22, vendedora, Vila Olímpia * TEMPO * O QUE AFETA SUA VIDA * CULTURA E ENTRETENIMENTO AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas aqui sempre às 20h Edição e coordenação: Wesley Klimpel Reportagem: Wesley Klimpel (cidades e agenda) e Paulo Troya + Renan Teles (personagem do dia) | 2015-01-01 | saopaulo | null | http://www1.folha.uol.com.br/saopaulo/2015/01/1568522-prepare-se-sexta-nublada-tem-classicos-de-pixote-e-jamiroquai.shtml |
Mudança no seguro-desemprego representa economia de R$ 9 bi, diz ministro | O ministro Manoel Dias (Trabalho e Emprego) disse nesta quinta-feira (1º) que o aumento do prazo para requerimento do seguro-desemprego deve responder por metade da economia projetada para 2015 com as novas regras para solicitação de benefícios trabalhistas e previdenciários. As restrições impostas pelo governo –que incluem também abono salarial, pensão por morte, auxílio doença e seguro-defeso para pescadores– devem representar uma economia total de R$ 18 bilhões neste ano. Para o seguro-desemprego, as novas regras valem para solicitações feitas a partir de março, prazo que o governo precisa para ajustar o sistema de pagamento. O período de carência para pedir o benefício passa de seis meses trabalhados para 18 meses na 1ª solicitação e para 12 meses na 2ª solicitação. Fica mantido em seis meses na 3ª solicitação. "Temos que zelar pelo Fundo [de Amparo ao Trabalhador] e a alta rotatividade [no mercado de trabalho] pode afetar o resultado. Essa é uma medida que tem de ser posta em prática", disse Manoel Dias. O ministro esteve presente na cerimônia de posse da presidente Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto. | 2015-01-01 | mercado | null | http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2015/01/1569580-mudanca-no-seguro-desemprego-representa-economia-de-r-9-bi-diz-ministro.shtml |
Indonésia identifica primeiro passageiro de avião que caiu no mar | As autoridades da Indonésia identificaram na quinta-feira (1º) a primeira vítima da queda do Airbus A320 da AirAsia, no último domingo (28). Equipes de resgate ainda buscam a parte principal e as caixas-pretas do avião. A passageira Hayati Lutfiah Hamid, 49, foi identificada pelos legistas após análise de suas impressões digitais. Ela foi velada por familiares e amigos em um hospital de Surabaia, na ilha de Java, de onde saiu o voo QZ8501. Em seguida, seu corpo foi enterrado de acordo com as tradições islâmicas no cemitério de um vilarejo perto da cidade. Cerca de 150 pessoas compareceram à cerimônia. Outros dois cadáveres foram encontrados pelas autoridades indonésias, elevando para nove o número de corpos recuperados. Os restos mortais são levados para Surubaia, onde são feitos os trabalhos de identificação. Além dos corpos, as equipes de resgate recuperaram pequenos destroços da aeronave na região do estreito de Kalimata, entre as ilhas de Bornéu e Belitung. As fortes chuvas e ventos e o mar revolto na região do mar de Java prejudicam as buscas. O mau tempo também impediu que 50 mergulhadores vasculhassem a área onde pilotos de aviões de resgate avistaram uma grande mancha que pode ser da parte maior da aeronave. "Há algo como uma sombra negra que foi vista de um avião, mas ainda não podemos confirmar se é um destroço", afirmou o porta-voz da Força Aérea indonésia, Hadi Tjajanto. A preocupação das autoridades é que, com o forte movimento das marés, os destroços se movam ou que a busca demore tempo demais, impedindo a identificação dos corpos das vítimas. "É possível que os demais corpos estejam na fuselagem. Então, agora é uma briga contra o tempo e as condições meteorológicas", disse o chefe das equipes de resgate, Sunarbowo Sandi. Além da Indonésia, equipes de Cingapura, China e EUA e Malásia participam das buscas. A França, país do copiloto e uma das acionistas da Airbus, também enviou investigadores à Ásia. QUEDA O voo QZ8501, da AirAsia, decolou do aeroporto de Surabaia às 5h20 de domingo (20h20 de sábado em Brasília) rumo a Cingapura com 162 pessoas a bordo. Após quase uma hora de voo, o piloto solicitou ao controle de tráfego aéreo um desvio à esquerda e uma subida de 32 mil para 38 mil pés para evitar uma tempestade. A primeira solicitação foi atendida, mas o controle de tráfego aéreo rejeitou a elevação porque outra aeronave trafegava na altitude pedida. Minutos depois, o avião já havia desaparecido do radar. A principal hipótese é de que os pilotos tenham perdido o controle e o avião tenha caído após tentar fazer o desvio à esquerda. | 2015-01-01 | mundo | null | http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2015/01/1569579-indonesia-identifica-primeiro-passageiro-de-aviao-que-caiu-no-mar.shtml |
Renan Filho prega união para superar piores indicadores sociais do país | Enquanto o senador Renan Calheiros (PMDB) presidia a cerimônia de posse da presidente Dilma Rousseff (PT), em Brasília, Renan Filho (PMDB) assumia o governo de Alagoas na tarde desta quinta-feira (1º). Em seu discurso, o filho do presidente do Senado pregou a união entre os poderes e o Ministério Público para enfrentar os problemas do Estado que possui os piores indicadores sociais e econômicos do país. Cercada por denúncias de corrupção e envolvimento de deputados em diversos tipos de crimes, a Assembleia Legislativa alagoana acaba de aprovar um projeto de lei que limita a atuação da 17ª Vara Criminal da Capital. Criada por meio de ato do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ-AL), a vara especializada composta por cinco magistrados, que é considerada um forte mecanismo contra o crime organizado no Estado, teve a legalidade questionada no Supremo Tribunal Federal (STF) pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Alagoas. A Corte a considerou legal, mas determinou que sua criação se desse por meio de um projeto de lei da Assembleia. Depois de meses de tensão e cobranças, na última sessão de 2014 os deputados aprovaram o projeto que cria a 17ª Vara Criminal, impedindo-a de atingir agentes públicos, como políticos, militares e servidores públicos efetivos. Cabe a Renan Filho a decisão de sancionar o projeto. Cercado de jornalistas, o governador assegurou apenas que defende a atuação plena da 17ª Vara no combate à corrupção e ao crime organizado, sem confirmar se irá ou não sancioná-lo. O dia da posse também foi marcado por cobranças. Cerca de 20 aprovados no concurso da Polícia Militar alagoana circulavam pela Assembleia, onde Renan Filho foi empossado oficialmente, com camisas padronizadas para cobrar o cumprimento de um compromisso de campanha: a nomeação de mais de 800 novos militares. O ex-governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) não os incorporou porque Alagoas já ultrapassou o limite prudencial da Lei da Responsabilidade Fiscal. "O governador [Renan Filho] nos recebeu e disse que cortaria cargos comissionados para nos atender", disse Filipe Emanuel, um dos manifestantes. SECRETARIADO Depois da sessão na Assembleia Legislativa, Renan Filho e comitiva seguiram para o Palácio Floriano Peixoto, antiga sede do governo local, hoje transformada em museu, onde ocorreu a cerimônia de transmissão do cargo e posse dos novos secretários. Pelo menos um nome do novo secretariado é alvo de controvérsias. Indicada para a pasta da Cultura, a ex-prefeita de Piranhas, Melina Freitas, conseguiu unir, aproximadamente, cem grupos culturais alagoanos – todos contra ela. Eles assinaram uma carta de repúdio e realizam uma petição on-line para colher assinaturas contra a indicação, a ser encaminhada ao governador. Além de não ter currículo para ocupar a pasta, segundo os grupos, a ex-prefeita já foi alvo de denúncia do Ministério Público Estadual de Alagoas. Ela é acusada de uma série de ilícitos penais, entre eles fraudes a licitação, peculato e formação de quadrilha. De acordo com a Promotoria, o grupo teria desviado R$ 15.930.029,33 dos cofres públicos do município localizado às margens do rio São Francisco. Filha do desembargador Washington Luiz, que está prestes a assumir a presidência do Tribunal de Justiça de Alagoas, Melina teve a prisão decretada, mas obteve um salvo-conduto que a impede de ser presa. | 2015-01-01 | poder | null | http://www1.folha.uol.com.br/poder/2015/01/1569572-na-posse-em-alagoas-renan-filho-prega-uniao-entre-poderes.shtml |
Primeiro dia do ano tem praias lotadas e forte esquema de fiscalização no Rio | Após receber cerca de 2 milhões de pessoas na cerimônia de queima de fogos do Réveillon, o a orla da zona sul do Rio de Janeiro teve o primeiro dia do ano nesta quinta-feira (1º) com praias lotadas e um forte esquema de fiscalização contra irregularidades. De acordo com a Seop (Secretaria Municipal de Ordem Pública), durante a operação Réveillon foram apreendidos cerca de 14 mil produtos com ambulantes não autorizados. Até mesmo um caminhão, que servia como depósito irregular e fornecia os produtos, foi apreendido e rebocado. Além disso, a Seop desmontou 250 barracas de camping na orla carioca. Entre as apreensões, no dia 31 foram encontrados cerca de 50 kg de camarão, que teriam sido enterrados por ambulantes na faixa de areia, para tentar burlar a fiscalização. Segundo Juliana Cardoso, que é moradora de Copacabana, a fiscalização e o policiamento ajudaram a minimizar os problemas enfrentados devido ao grande fluxo de pessoas na zona sul. "Mesmo com uma multidão não vi problemas na zona sul. Vários agentes estavam ajudando no trânsito, e a única coisa de diferente foi o metrô, que estava bem mais lotado do que o normal devido ao grande número de pessoas que veio para Copacabana", disse. No primeiro dia do ano, as praias ficaram lotadas devido ao forte calor. Segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), a sensação térmica chegou aos 47°C no bairro de Guaratiba, na zona oeste. A temperatura máxima foi registrada no bairro da Vila Militar, com 40°C. | 2015-01-01 | cotidiano | null | http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2015/01/1569571-primeiro-dia-do-ano-tem-praias-lotadas-e-forte-esquema-de-fiscalizacao-no-rio.shtml |
Mesmo após título mundial, técnico da Alemanha quer reinvenção da equipe | O título da Copa do Mundo conquistado em 2014 pela seleção alemã não iludiu o técnico Joachim Löw. O treinador, que tem contrato até a Eurocopa de 2016, disse que sua meta é fazer mudanças na equipe tetracampeã e buscar uma reinvenção constante. "Alcançamos o topo. Somos campeões mundiais e líderes no ranking da Fifa. Tenho a sensação de que devemos conservar essa boa base, mas ao mesmo tempo buscar soluções novas. A meta é confirmar em 2016 o êxito", disse Löw. "Os títulos do passado não contam para o futuro. Agora temos que olhar para a frente, temos que nos reinventar em certas áreas", afirmou Löw também falou sobre a sua própria continuidade na seleção alemã. Ele garante que ainda não pensa na luta pelo penta da Copa do Mundo, em 2018, na Rússia. "Eu penso em ciclos de dois anos, porque sei que para um torneio como a Eurocopa, é naturalmente importante saber se a relação acaba ou continua". | 2015-01-01 | esporte | null | http://www1.folha.uol.com.br/esporte/2015/01/1569555-depois-do-titulo-mundial-tecnico-da-alemanha-quer-reinvencao-da-equipe.shtml |
Mulher fica presa em casa durante incêndio e morre em São Carlos | Uma mulher de 35 anos morreu na madrugada desta quinta-feira (1º) durante um incêndio em sua casa, no bairro Cidade Aracy, em São Carlos (a 232 km de São Paulo). De acordo com a Polícia Civil, Carla Silva do Nascimento, 35, estava sozinha quando as chamas começaram, por volta das 2h30. Ainda de acordo com a polícia, Carla e o marido chegaram em casa por volta das 2h, após comemorarem a virada do ano. A mulher estava passando mal e, por isso, o marido foi a uma farmácia buscar um remédio, segundo a polícia. Quando voltou para casa, o homem encontrou o imóvel em chamas. Ele quebrou a parede do banheiro para resgatar a mulher e a encontrou desacordada, segundo a polícia. A mulher foi levada para a UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) do bairro, mas no local os médicos constataram que ela já estava morta. O homem teve queimaduras nos braços e foi atendido na unidade. A Polícia Civil investiga as causas do incêndio. Uma perícia técnica já foi feita no local. | 2015-01-01 | cotidiano | ribeiraopreto | http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/ribeiraopreto/2015/01/1569522-mulher-fica-presa-em-casa-durante-incendio-e-morre-em-sao-carlos.shtml |
Flávio Dino toma posse no MA e anuncia regras para transição | O novo governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B), tomou posse nesta quinta-feira (1º) fazendo críticas indiretas à família Sarney e anunciando a edição de 17 medidas provisórias, decretos e projetos de lei. Ele afirmou que os textos "marcam concretamente que hoje, 1º de janeiro de 2015, é sim o dia da mudança", disse em discurso na Assembleia Legislativa, utilizando um dos motes de sua campanha. Uma dessas proposições prevê a criação de regras para a transição de governo, com uma lista de informações que deverão ser repassadas obrigatoriamente ao sucessor ao final de cada mandato. Durante a atual transição, Dino e seus auxiliares reclamaram da falta de transparência no repasse de dados pela equipe da ex-governadora Roseana Sarney (PMDB), que renunciou ao cargo no último dia 10 de dezembro. Ele disse que está criando obrigações para si mesmo a fim de evitar que isso se repita no futuro. "Não quero que mais ninguém sofra o que nossa equipe sofreu no período que mediou entre esta data e o dia 5 de outubro [dia de sua eleição]", afirmou. O novo governador diz estar preocupado com a falta de justificativas de alguns gastos do governo anterior. "Até hoje tem contas do governo sobre as quais nós não temos informação. Só no mês de dezembro foram gastos mais de R$ 480 milhões em despesas, e não tem qualquer tipo de informação sobre isso", disse. Em referência ao predomínio do grupo de Sarney no poder, Dino declarou que "o fim dessa era que se passou tornará a alternância de poder algo frequente". Outra medida anunciada no plenário da Assembleia é um projeto de lei para a criação do programa "Mais Bolsa Família-Escola". A proposta prevê o pagamento de uma complementação anual, equivalente a uma parcela do benefício federal, para ser utilizada para a compra de material escolar. Na campanha, essa promessa era comparada a um "13º salário" do Bolsa Família. "No Maranhão que queremos não terá mais crianças indo descalças para a escola. Todas elas têm direito a ter uma mochila repleta de cadernos, livros, lábis de cor e sonhos", discursou Dino. MAIS POLICIAIS Em discurso no Palácio dos Leões, sede do governo maranhense, Dino prometeu chamar a partir desta sexta-feira (2) cerca de mil aprovados em concurso da Polícia Militar promovido pela gestão anterior, mas até hoje não convocados. Ele também decretou a instituição de uma comissão para vender a casa de veraneio do governo. "Acabou a época de privilégios no governo do Maranhão. Agora o aparato do governo tem de servir ao povo, e não para o luxo de sua classe política", disse. Seu governo, afirmou Dino, terá como tarefa fundamental passar uma mensagem ao povo brasileiro: "Que esse novo governo vai fazer o Brasil respeitar o Maranhão como uma terra de gente honesta e trabalhadora". Entre as medidas anunciadas, está o decreto, antecipado pela Folha, que proibirá que obras públicas do Estado recebam nomes de pessoas vivas, coibindo uma prática que foi recorrente nos governos do grupo de Sarney. Dino afirmou que as administrações anteriores promoveram um "jogo patrimonialista" que privilegiava apenas alguns aliados e excluía até mesmo integrantes da situação e prometeu não perseguir os adversários. "Não vou ser governador para transformar os antigos excluídos nos novos protegidos nem para transformar os antigos protegidos nos novos excluídos no jogo do poder", declarou. | 2015-01-01 | poder | null | http://www1.folha.uol.com.br/poder/2015/01/1569557-flavio-dino-toma-posse-no-ma-e-anuncia-regras-para-transicao-de-governo.shtml |
Governadores empossados prometem austeridade e combate ao desperdício | Antevendo um cenário econômico difícil para 2015, os novos governadores tomaram posse nesta quinta-feira (1º) com um discurso de austeridade e combate ao desperdício de recursos públicos. A perspectiva de frustração de receitas, tanto em arrecadação própria como em repasses federais, levou os gestores a anunciar um ano de "aperto financeiro" e de ajuste fiscal. Com perspectiva de perda de cerca de R$ 2 bilhões este ano em recursos dos royalties do petróleo, o governador do Rio de Janeiro Luiz Fernando Pezão (PMDB) anunciou cortes em gastos com gratificações e despesas operacionais. No Distrito Federal, onde o rombo é estimado em R$ 3,8 bilhões, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) defendeu um "pacto" para recuperar as finanças. "Brasília não pode continuar sendo identificada pela corrupção, desmandos, ineficiência da gestão pública", disse Rollemberg. O governador Pedro Taques (PDT), de Mato Grosso, anunciou a extinção de 2.000 cargos comissionados e prometeu cortar gastos "combatendo a corrupção" e gastando apenas "o necessário". Já o governador da Bahia, Rui Costa (PT), prometeu melhorar a gestão e economizar recursos para investir. Ele afirmou não crer em repasses voluntários da União –principal fonte para investimentos- no primeiro semestre do ano. Em consonância com o principal lema dos protestos de junho de 2013, os governadores prometeram serviços públicos de melhor qualidade e foco em áreas prioritárias como educação, saúde e segurança pública. Prometendo "medidas duras" para restabelecer o equilíbrio fiscal, o governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori (PMDB) afirmou que vai cortar os gastos "ruins" e "supérfluos" em sua gestão. CLIMA DE TENSÃO Nos Estados em que a faixa foi transmitida a um governador da oposição, a posse foi marcada por um clima de tensão. Em Minas Gerais, o governador Fernando Pimentel (PT) prometeu fazer um "balanço" das gestões tucanas no Estado –incluindo os sete anos de gestão de Aécio Neves (PSDB), derrotado na disputa presidencial de 2014. O petista afirmou que o Estado sempre foi governado "de forma antiquada" e "de dentro dos gabinetes". E, sem citar Aécio nominalmente, o criticou com um de seus motes da campanha: "Minas Gerais não tem dono, não tem rei, não tem imperador". Na transmissão do cargo no Rio Grande do Sul, petistas e peemedebistas trocaram vaias no Palácio Piratini. Já no Maranhão, o governador Flávio Dino (PCdoB) recebeu a faixa do presidente da Assembleia Legislativa -a ex-governadora Roseana Sarney renunciou no início de dezembro alegando problemas de saúde. A cena se repetiu no Amapá, onde o ex-governador Camilo Capiberibe (PSB) não compareceu à posse de seu sucessor e desafeto Waldez Góes (PDT). Com colaboração de PORTO ALEGRE, BELO HORIZONTE, RIO DE JANEIRO, BRASÍLIA e CUIABÁ | 2015-01-01 | poder | null | http://www1.folha.uol.com.br/poder/2015/01/1569554-governadores-empossados-prometem-austeridade-e-combate-ao-desperdicio.shtml |
'Folha 10' traz análises e previsões sobre segundo mandato | A "Folha 10" desta semana traz textos do time de colunistas da <b>Folha</b> sobre os ministros escolhidos para o segundo mandato de Dilma Rousseff. Janio de Freitas escreve sobre o 'esvaziamento' do PT durante os governos do partido. Vladimir Safatle também analisa as ações dos partidos de esquerda durante governos ditos progressistas. Ainda nesta edição, veja a análise de Vinicius Torres Freire sobre os ministros nomeados por Dilma. A "Folha 10" é uma revista criada exclusivamente para tablets. Nela estão os melhores textos da semana que foram publicadas no jornal impresso e no site da Folha. A revista sai uma vez por semana, com as edições de sábado, domingo e feriados. Ela pode ser baixada pelo próprio aplicativo da Folha, disponível na App Store (da Apple) e na Google Play (para aparelhos com Android). A publicação também pode ser lida no webapp da Folha. Se você é assinante e está acessando este texto via tablet, toque sobre o link a seguir e tenha acesso direto a todo o conteúdo. | 2015-01-01 | poder | null | http://www1.folha.uol.com.br/poder/2015/01/1569568-folha-10-traz-analises-e-previsoes-sobre-segundo-mandato.shtml |
Chuvas deixam regiões de SP em estado de atenção para alagamentos | As fortes chuvas que atingem a cidade de São Paulo levaram o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), da prefeitura, a decretar estado de atenção para alagamentos em algumas regiões no início da noite desta quinta-feira (1°). Segundo o CGE, o decreto foi feito para as zonas oeste, sul e para a região da marginal Pinheiros, onde a chuva ocorre com maior intensidade. Os bairros mais atingidos são Butantã, Campo Limpo, Santo Amaro e M'Boi Mirim. Moradores relatam fortes ventanias na região do Jabaquara, na zona sul da capital. A Secretaria de Coordenação das Subprefeituras divulgou que da madrugada da última segunda-feira (29) até as 19h30 desta quarta-feira (31), foram registradas 538 ocorrências de queda de árvores em São Paulo. Cerca de 490 destas árvores já foram cortadas para desobstrução das vias da cidade. Em 2013, foram registradas 1.881 quedas de árvores. Em 2014, o número chegou a 2.274. O aumento representa um crescimento de 21% na quantidade de quedas de árvores na cidade. De acordo com meteorologistas da prefeitura, a tendência é que as chuvas se desloquem para outros pontos da cidade, com forte intensidade em alguns pontos. Há a possibilidade de granizo e ventos fortes. A previsão é que as temperaturas continuem altas nesta sexta-feira (2), com mínimas de 22ºC e máximas que podem ultrapassar os 32ºC. Chuvas devem atingir a capital entre o final da tarde e a noite, com potencial para formação de alagamentos. | 2015-01-01 | cotidiano | null | http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2015/01/1569561-chuvas-deixam-regioes-de-sp-em-estado-de-atencao-para-alagamentos.shtml |
Veja cinco dos lançamentos tecnológicos mais esperados para 2015 | O Apple Watch pode dar impulso ao mercado de produtos 'wearable' Que novidades tecnológicas vão dominar as atenções neste ano que começa? A BBC destaca e analisa cinco apostas para 2015: 1. Apple Watch Após meses de especulação, a Apple finalmente apresentou, em setembro de 2014, seu modelo de relógio de pulso inteligente. A Apple prometeu a novidade para o início de 2015, mas não deu datas específicas. Além de mostrar a hora, o relógio envia mensagens, fornece localização e faz pagamentos via conexão sem-fio. Também usará apps e deve funcionar em conjunto com o iPhone 5 ou modelos posteriores. Talvez um dos fatores mais inovadores em relação a relógios inteligentes prévios seja sua estética: tem tamanhos e cores diferentes. Alguns analistas preveem que se o sucesso do Apple Watch for confirmado, ele pode dar impulso à indústria dos "wearables" (tecnologia de "vestir", literalmente). 2. Windows 10 Em setembro, a Microsoft anunciou detalhes de seu novo sistema operacional, o Windows 10. Para amenizar os aspectos mais criticados do Windows 8, a empresa disse que vai recuperar algumas características de versões anteriores, como a tecla "iniciar" para o acesso rápido às funções do computador. O Windows 10 recuperará características de versões anteriores que deixaram saudades nos usuários O novo sistema operacional deve chegar ao mercado no início de setembro de 2015. 3. Oculus Rift, versão para consumidores Trinta anos após os primórdios da realidade virtual, a tecnologia para vivenciá-la parece estar finalmente chegando mais perto dos consumidores. Essa indústria tem como principal aposta os óculos Rift, cuja versão ao público em geral deve ficar pronta ao longo de 2015. "Está a meses, e não a anos de distância", disse em novembro o diretor-executivo da Oculus Rift, Brendan Iribe. O gadget promete realizar o sonho de trazer a realidade virtual da ficção científica à sala de estar dos fãs de games. Tanto o protótipo como a versão para programadores despertou grande entusiasmo. Óculos podem trazer a realidade virtual para dentro das salas de estar Os óculos vêm sendo observados com curiosidade pela indústria desde seu primeiro protótipo, de 2012, até a versão "Crystal Cove", bem mais bem acabada, apresentada no evento Consumer Eletronics Show, em 2014. Em março deste ano, o Facebook anunciou a aquisição da Oculus por cerca de US$ 2 bilhões - uma aposta por um futuro não tão distante em que a realidade virtual e aumentada poderia ser parte da nossa vida cotidiana. 4. Google Glass, versão para consumidores Muito tem sido dito sobre o Google Glass. No entanto, até o momento, ele não chegou ao mercado como um produto totalmente acabado. Sua versão Explorer Edition foi colocada à venda em maio de 2014, como um produto para desenvolvedores, disponível nos EUA e no Reino Unidos por cerca de US$ 1,5 mil. Agora, a indústria aguarda o próximo modelo, o Google Glass 2, segundo o jornal The Wall Street Journal (WSJ). Essa nova geração de óculos inteligentes é esperada para 2015, mas não se sabe a data exata. Acredita-se que o novo modelo já seja uma versão voltada ao consumidor, com um preço muito mais baixo e com apelo a um setor mais amplo do mercado. O WSJ informou que o novo Google Glass usará um microchip da Intel que, segundo analistas, pode aumentar a duração de sua bateria - um dos itens criticados na versão Explorer. 5. Celular OnePlus Two OnePlus causou burburinho ao criar celular funcional e de baixo custo. O aparelho, o primeiro e único modelo sendo comercializado pela start-up OnePlus, causou burburinho em 2014, quando foi apontado como uma das revelações do ano. A OnePlus é sediada em Shenzen, um gigantesco centro tecnológico em ebulição na China. E, após o sucesso do OnePlus One, a empresa confirmou o lançamento do OnePlus Two em 2015, que deve chegar às prateleiras entre abril e setembro. O modelo atual pode dar pistas a respeito de como seria a versão Two: é um celular atraente e funcional, ao preço competitivo de US$ 299 nos EUA para um modelo de 16 giga de memória. Foi projetado para competir com modelos de grande peso, como o Samsung Galaxy S5, o HTC One M8 e o Google Nexus 5. O OnePlus usa o sistema operacional CyanogenMod, sistema de código aberto para celulares e tablets baseado no Android. Mas o OnePlus One ainda não está disponível na América Latina. A empresa diz estar em expansão e aumentando o número de países onde pretende vender o que é, por enquanto, seu único celular. | 2015-01-01 | tec | null | http://www1.folha.uol.com.br/tec/2015/01/1569520-veja-cinco-dos-lancamentos-tecnologicos-mais-esperados-para-2015.shtml |
Pai e três filhos morrem afogados no rio São Francisco, em Sergipe | Quatro pessoas de uma mesma família morreram afogadas na manhã desta quinta-feira (1º) no rio São Francisco. A tragédia ocorreu entre 10h30 e 11h no município de Gararu, a cerca de 170 km de Aracaju (SE). As vítimas são um homem de 46 anos e seus três filhos: dois rapazes de 17 e 23 anos e uma jovem de 20. De acordo com a Polícia Militar, a família de Maruim estava a caminho de Gararu quando decidiu visitar alguns amigos no povoado de Genipatuba. "O grupo estava brincando às margens do rio. A bola caiu na água e a jovem de 20 anos foi buscá-la. O irmão de 23 anos percebeu que a moça estava em dificuldade e tentou resgatá-la, sem sucesso. Na sequência, foram o outro jovem de 17 e, por último, o pai. Todos se afogaram", disse o tenente Hélio, oficial de Dia do 4º Batalhão da Polícia Militar. Os corpos foram resgatados por pescadores e encaminhados ao IML (Instituto Médico Legal). | 2015-01-01 | cotidiano | null | http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2015/01/1569551-pai-e-tres-filhos-morrem-afogados-no-rio-sao-francisco-em-sergipe.shtml |
Polícia analisa imagens de hotel em que turista foi assaltada no Rio | A Polícia Civil do Rio já apreendeu as imagens das câmeras de vigilância do hotel Othon Palace, na praia de Copacabana, zona sul da capital Fluminense, onde uma turista foi assaltada no fim da noite de terça-feira (30). A estrangeira de 27 anos, cujo nome e nacionalidade não foram divulgados, teve o quarto de hotel invadido por dois homens e teve seus pertences roubados. De acordo com o Jornal Extra, cuja reportagem afirma ter tido acesso ao boletim de ocorrência e ao depoimento da vítima, a turista teria sido amarrada pelos homens e obrigada a fornecer a combinação do cofre sob ameaça de morte. Ela teria dito ainda que viu os dois homens circulando pelas áreas comuns do hotel pouco antes do assalto. Segundo a reportagem, ela teria esquecido um pertence no quarto e quando voltou se deparou com os dois homens lá dentro. Na quarta-feira (31), um inspetor da 13ª DP (Ipanema), onde o caso foi registrado, não quis dar mais detalhes sobre o ocorrido à Folha. Disse apenas que os homens estavam bem vestidos e que havia naquele momento a suspeita de que eles poderiam ser hóspedes do hotel ou até estrangeiros, informações até o momento não confirmadas pelas investigações. Segundo um inspetor que atendeu a reportagem por telefone nesta quinta-feira (1º), dois policiais estiveram no hotel durante esta manhã e esta tarde em busca de testemunhas e informações. Oficialmente, a Polícia Civil afirma que "as investigações estão em curso, não havendo novas informações para serem divulgadas". Procurada pela reposrtagem ainda na quarta-feira (31), a direção do Othon não forneceu informações sobre o incidente. Em nota, disse apenas que "está colaborando integralmente com as investigações" e vai "aguardar as conclusões do inquérito policial". A posição se manteve nesta quinta-feira. | 2015-01-01 | cotidiano | null | http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2015/01/1569546-policia-analisa-imagens-de-hotel-em-que-turista-foi-assaltada-no-rio.shtml |
No Rio, manifestantes usam avião em ato contra escândalo na Petrobras | O "Movimento Brasil Livre, Vem Pra Rua" realizou na tarde desta quinta-feira (1º) um protesto na orla do Rio contra as denúncias de corrupção na Petrobras de forma inusitada. Um avião monomotor foi usado para exibir uma faixa com os dizeres "Petrolhão #elasabia". De acordo com os organizadores, o objetivo da ação era alcançar o maior número possível de pessoas com o protesto. A baiana Fernanda Januário, 29, em férias no Rio, achou a iniciativa inusitada. "Foi diferente ver um avião sendo usado para chamar a atenção da população sobre um escândalo como este. Realmente precisamos nos inteirar mais e cobrar das autoridades uma investigação rígida e que os responsáveis sejam julgados por esses crimes." O avião sobrevoou as orlas da zona sul e da zona oeste da cidade. Outras cidades também tiveram protestos contra a corrupção na Petrobras. Em Florianópolis (SC), no lugar de uma aeronave foi usado um balão para exibir as faixas. Em Maceió (AL) foi feito um panfletaço. Já em São Paulo, os manifestantes realizaram uma simulação da posse da presidente Dilma na avenida Paulista, com direito a desfile em carro aberto e cortejo até o prédio da Petrobras. | 2015-01-01 | poder | null | http://www1.folha.uol.com.br/poder/2015/01/1569548-no-rio-manifestantes-usam-aviao-em-ato-contra-escandalo-na-petrobras.shtml |
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