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Eu simpatizo com o dr. Pedro Arroja porque ele diz estas inconveniências pouco vulgares com um ar muito despachado e totalmente imperturbável. Não -- apresso-me a dizer -- porque gostasse de tirar daí quaisquer outras consequências. As questões nacionais não são puramente contabilísticas. Entretanto, o dr. Pedro Arroja tornou-se uma espécie de faz-tudo português do radicalismo liberal. Lembrei-me dele, justamente, porque na única batalha que a esquerda oficial ainda sente forças para travar, o chamado «neoliberalismo» -- também conhecido por «capitalismo selvagem», em momentos de maior emoção retórica -- aparece cada vez mais frequentemente como o quinto cavaleiro do apocalipse, nutrido de todas as pestilências e culpado de todas as guerras, de todas as fomes e de todas as desordens.
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Embora o United se apresente como mais forte, não se pense que a equipa do Chelsea será facilmente vencida pelos campeões de Inglaterra. Basta verificar o que aconteceu nos jogos entre os dois clubes em pleno campeonato. O Chelsea venceu, tanto em Old Trafford como em Stamford Bridge, dando mostras de competência e capacidade, inspiradas por Glenn Hoddle, o seu treinador de notáveis recursos, em condições que nos fazem prever novas dificuldades para a equipa de Cantona, Giggs e companhia.
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António Barreto excerto do prefácio ao livro de fotografias de Alfredo Cunha «1970-1995, Naquele Tempo» (ed. Contexto, 238 pgs., 1995) Alfredo Cunha nasceu em 1953 em Celorico da Beira. Iniciou a sua carreira profissional na área da publicidade e fotografia comercial em 1970. Depois de colaborar, em 1971, no jornal «Notícias da Amadora», entra em 1972 para os quadros do jornal «O Século». Em 1977 passa a fazer parte dos quadros da agência noticiosa portuguesa ANOP, transitando em 1982 para a NP, Notícias de Portugal. Em 1985 é designado fotógrafo oficial do Presidente da República, Dr. Mário Soares. Em 1987 entra para os quadros da agência Lusa. É, desde 1989, um dos editores de fotografia do PÚBLICO, jornal onde mantém a sua actividade.
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Para a fabricação da cenografia, das esculturas e das imagens vídeo com que os bailarinos se vão debater (muitas vezes com uma técnica que deve mais à acrobacia do que à dança), contou a companhia com a habilidade consumada de Fabrizio Plessi. A música de Nyman (inglês, habitual colaborador de Peter Greenaway e agora também de Karine Saporta, na recente «Princesse de Milan», apresentada há 15 dias em Bayonne) está aqui perfeitamente calhada com a cenografia tecnocrática e a coreografia convulsiva. O Festival prossegue na próxima terça feira, às 21h30, com «A Marcha», pelos alunos do Instituto de Formação, Investigação e Criação Teatral, dirigidos por Adolfo Gutkin.
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O temor continua também entre os jornalistas holandeses. «O time mostrou, durante 40 minutos contra a Irlanda, a exibição necessária para ser campeã», disse Lex Muller, do «Algemeen Dagblad». «Mas, contra o Brasil, 40 minutos não são o suficiente para vencer.»
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O «comboio» tinha previsto duas viagens a Vukovar -- que se encontra cercada pelo Exército federal e os autonomistas sérvios há diversas semanas -- para transportar um total de 160 pessoas. No entanto, quando o primeiro grupo se dirigia em direcção a Mikanovci, onde está instalado um centro de recepção provisório, um dos veículos fez accionar uma mina, provocando ferimentos graves em duas enfermeiras. De seguida, e de acordo com informações fornecidas em Belgrado por um porta-voz dos MSF, os veículos foram imediatamente desviados do seu trajecto pelo Exército federal, atrasando a evacuação dos restantes feridos. «A viagem foi um pesadelo absoluto», desabafou um dos elementos da organização humanitária que acompanhava a coluna onde também seguem observadores comunitários, agora totalmente dependente dos militares que patrulham a região.
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57 -- Cerca de um ano depois da transferência do Arquivo Salazar para a Torre do Tombo, o Professor Fernando Rosas pediu para consultar o Arquivo Salazar, para um artigo que pretendia fazer sobre o Engenheiro Daniel Barbosa e foi-lhe deferido esse pedido, mas posteriormente, quanto a outros documentos diferentes do mesmo Arquivo, foram negados os pedidos de consulta a alunos seus, com fundamento no art¡ 17¡ da Lei Geral de Arquivos, para proteger a privacidade de pessoas (particulares) abrangidas pelo pedido de consulta. 58 -- O Professor Borges de Macedo via todos os pedidos com os maiores escrúpulos, nunca indeferiu nenhum por não o considerar legítimo ou suficientemente justificado, e fazia o possível por os atender a todos, nunca tendo havido qualquer protesto formal escrito ou reclamação hierárquica em casos de pedidos indeferidos.
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Maria Helena Ribeirinho tem 41 anos, e desde os 15 trabalhava na Sociedade Industrial Setubalense, uma pequena empresa de material eléctrico instalada em Setúbal. Em Março passado, começaram os rumores de que a fábrica ia fechar mas ninguém acreditou. O marido trabalha numa outra empresa da cidade, uma conserveira de futuro incerto que nos últimos meses não paga os salários com regularidade. Têm duas filhas, uma de 17 e outra de 14. Chegou em Agosto o dia em que todas as máquinas da fábrica se calaram para sempre. «O que é que eu vou dizer à minha filha mais velha, que fez o 12º ano e quer continuar a estudar?» Esta operária fabricou milhares, milhões de fusíveis e agora chora silenciosamente, não consegue controlar uma tristeza que não a deixa dormir. Não concebe o dia-a-dia sem aquele trabalho desinteressante, repetitivo e onde recebia 66 contos por mês. Sabe que aos 41 anos não tem grandes hipóteses de voltar a um emprego estável, com descontos para a segurança social. Este era o sítio onde passava uma parte fundamental do seu dia, onde encontrou amigos e menos amigos, com quem almoçava a comida levada de casa num refeitório feio e pequeno. Não sabe o que vai fazer em cada manhã.
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Vale a pena atentar no tríptico aberto enquanto espaço, pois, além da multiplicidade das histórias que conta e das tentações que apresenta, fá-lo num único e grande espaço unificado. Uma mesma linha de horizonte percorre os três painéis, enquanto em primeiro plano uma linha de água marca os limites do espectáculo. Estamos perante o grande teatro do mundo, mostrado nos seus quatro elementos: a Água, em baixo -- por vezes uma água subterrânea que parece provir de esgotos e de cloacas; a Terra, parcialmente transformada em palco ou em tablado no painel central; o Ar e o Fogo, à esquerda do painel central -- num incêndio que certamente evoca uma doença designada por «mal dos ardentes», que Santo Antão ajudava a suavizar.
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«Fui convidado para fazer um jogo frente ao Tottenham -- disse ontem o antigo defesa do Benfica -- que até me correu bem e em que joguei os 90' apesar de no início me sentir algo preso. Mas o treinador do Leicester, face às verbas envolvidas no negócio, queria que eu fizesse outro jogo, mas esse era oficial, com o Notts County, e, como tal, era preciso inscrever-me na Liga Inglesa. Para isso era preciso que o FC Porto passasse o certificado internacional, mas o FC Porto recusou». Agora, Pedro Henriques espera ter «uma oportunidade, antes do fim do campeonato» para mostrar o seu valor, mas de qualquer modo que tem mais três anos de contrato com o FC Porto. Neste momento não põe de lado a hipótese de vir a ser emprestado: «Não estou interessado em ficar parado mas, para sair, vai ter que ser com condições melhores do que aquelas que me foram apresentadas pelo Leicester», disse ainda o jogador aos jornalistas depois do treino de ontem de manhã, no Estádio das Antas, em que Sérgio Conceição voltou a recusar-se a comparecer na sala de Imprensa para falar das negociações sobre a transferência para o Deportivo da Corunha.
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Segundo Roizenblatt, o mercado nacional de fluorescentes compactas é estimado em 1 milhão de unidades, contra 300 milhões de incandescentes. A vantagem das novas lâmpadas está na durabilidade e economia de energia.
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Junte-se um populista de primeira água e um intelectual que consegue a suprema proeza de aliar a sua condição de figura cimeira da «nomenklatura» política com um perturbador inconformismo e a mistura pode ser explosiva. Acrescente-se a isto uma sala cheia com algumas centenas de militantes de base do PSD e o resultado pode chegar mesmo à subversão. Foi isso que aconteceu na quarta-feira à noite, num hotel de Lisboa, durante um debate sobre problemas urbanos organizado pela direcção de campanha da distrital. E aconteceu, mesmo se, já em fim de festa, José Miguel Júdice e Pacheco Pereira, pois é deles que se trata, não resistiram, ainda que por um momento fugaz, ao papel de exímios membros do núcleo de agitação e propaganda «laranja», pregando a excelência de uma nova vitória do PSD. Actuação compreensível, mas que peca por esbater o brilho de intervenções, cujo plano se situou a maior parte do tempo muito acima da mera partidarite, elevando-se ao patamar superior da acção cívica e do verdadeiro alertar das consciências.
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Resultados fracos As acções cotadas na Bolsa de Hong Kong continuaram ontem a perder terreno à semelhança do que vem acontecendo ao longo de toda a semana. O índice Hang Seng terminou nos 6839,98 pontos, uma quebra de 0,1 por cento em relação ao valor do dia anterior. Os investidores, principalmente os estrangeiros, estiveram bastante condicionados pela divulgação dos resultados económicos chineses e que não têm sido os mais animadores.
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Plesa é um dos milhares de estrangeiros da Europa oriental e da Ásia trazidos para Israel para substituir os palestinianos como a mão de obra barata do Estado judeu. Não recebe salário há mais de dois meses. «Estou aqui para trabalhar no duro, para fazer dinheiro e voltar à terra. Não quero piedade. Quero apenas ganhar o meu. Sem o dinheiro, não posso ir para casa», diz ele.
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Entretanto, dado que o desenho inclui elementos que a falta de espaço não permite que sejam muito detalhados, sugere-se ao leitor que vá seguindo esta secção, na qual, oportunamente, serão publicados outros artigos que completarão o tema. Ora, o caminho mais fácil para, numa das próximas noites, «chegar» a Andrómeda, passa por Markab, alfa do Pégaso, e por Alpheratz -- delta do Pégaso ou alfa de Andrómeda (dado que a estrela faz parte das duas constelações) --, chegando depois à estrela miú desta última constelação. Feito isso, «vira-se» à direita e, relativamente perto, encontra-se uma outra estrela também pouco brilhante. É logo «ao lado» dessa estrela que, mesmo à vista desarmada, se avistará uma pequena mancha difusa, aproximadamente com a forma de um melão.
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LUXEMBURGO -- O Tratado foi ratificado pelo Parlamento no dia 2 de Julho. PORTUGAL -- Não está agendada uma data para o debate parlamentar, mas a aprovação do Tratado, por larga maioria, está garantida.
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Os contactos de Monteiro com as artes da construção são iniciados por via familiar: o seu pai é proprietário de uma pequena oficina de canteiro e é aí que o jovem José Luiz adquire alguns conhecimentos sobre trabalhos em pedra. A exposição começa precisamente com os exercícios realizados na Escola de Belas-Artes de Lisboa. Com 12 anos, refina o seu gosto artístico e pratica desenho à vista com modelos vivos (nu masculino, 1863), ou então idealiza projectos de arquitectura em estilos históricos vários (moradia neoclássica, 1865), como era próprio do tempo. Copia as páginas do manual do professor José da Costa Sequeira, o tradutor português de Vignola (arquitecto italiano do século XVI). Em Lisboa, o ensino de arquitectura seguia ainda os princípios compositivos de Vignola fixados no livro «Regras das Cinco Ordens de Arquitectura», publicado originalmente em 1562. Sucedem-se os desenhos a carvão que reproduzem os capitéis das diversas ordens clássicas -- dórico, jónico, coríntio... Na academia lisboeta o ensino é monótono e enfadonho. Também o estilo manuelino inspirado pelo Mosteiro dos Jerónimos, e motivo de orgulho nacional, é de novo recuperado e os estudantes empenham-se a traçar edifícios onde surgem os pináculos e os arcos góticos (palacete neo-gótico, 1863). Mais tarde, Monteiro demonstrará com a frontaria da gare do Rossio que compreendeu o neo-manuelino. Mas este género não o entusiasma e a sua predilecção será sempre francesa, como comprova o hotel vizinho -- Hotel Avenida Palace nos Restauradores (1890)-- de linhas clássicas.
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O leitor no lugar do ombudsman JUNIA NOGUEIRA DE SÁ A coluna de hoje não foi escrita por mim, mas pelos leitores que se manifestaram ao longo da semana (53 até a noite de sexta-feira, um recorde em se tratando de um só assunto) fazendo análises e observações acerca da cobertura dada pela imprensa à morte de Ayrton Senna. Na maior parte das vezes, concordo com o que eles escreveram ou disseram pelo telefone, e acho importante reproduzir algumas de suas idéias aqui para mostrar que o leitor não é bobo (nem engole qualquer coisa como notícia). Mesmo surpresos com a morte do piloto, esses leitores souberam separar o que era boa informação de informação piegas, inútil ou apelativa, ou ainda mera desinformação. Fizeram o papel de ombudsman da mídia melhor do que eu faria nesse caso, porque o acompanhei de longe (estava nos EUA, participando do encontro anual de ombudsmen de imprensa, e li os jornais com uma semana de atraso: a essa altura, já não tinha uma opinião isenta sobre a cobertura e, por isso, prefiro as análises dos leitores, feitas a quente).
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As minhas irmãs e eu tínhamos outra filosofia. Não era verdade que a escolha da nossa casa, longe do ruído do mundo e sobretudo daquelas praias habitadas por gente sem nome próprio e onde era imperativo o telefone portátil, pronto a ligar para o toldo ao lado ou para o barco em frente, era já uma garantia de alguma exigência, de alguma «diferença» pelo menos, de uma outra concepção de férias? E sobretudo que o facto de todos eles -- desde os de vinte e tal anos até aos mais pequenos -- não trocarem por nada absolutamente este Verão em família, nem este sítio de pasmaceira e tão fora dos cânones da moda por nenhum outro, queria dizer alguma coisa? Não dispúnhamos nós, ali no nosso canto, do melhor deles todos, consubstanciado em desabafos ternos, considerações irónicas, projectos de futuro ou drásticas resoluções de vida? E depois, que diabo, a tribo passara com brilhantismo exames liceais ou universitários, era gente que não mentia nem roubava, o Verão é finito, para quê tanto barulho?
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O recrudescimento da violência no Porto levanta também a suspeita de os bandos puderem ter conseguido algumas adesões recentes. O facto de os dois jovens detidos na sequência das agressões no Café Túnel terem integrado a organização «skin» havia apenas umas duas semanas parece não só dar razão a essa suspeita como ser também «fruto», como nos foi dito em meios policiais, da acção agitadora de «ideólogos» vindos de fora. Neste momento, os investigadores dão especial atenção ao carácter, circunstancial ou não, deste cenário de crescente violência, que parece apoiado numa componente ideológica até aqui quase inexistente e, ao que tudo indica, introduzida por líderes deslocados de Lisboa para o Porto. De resto, tanto a Polícia Judiciária como a PSP do Porto possuem a identificação da maior parte dos membros dos vários grupos portuenses e, por isso, não tomaram ainda qualquer medida especial de prevenção relativamente a novas acções.
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Silva Cunha e Moreira Baptista entram em depressão. As refeições são tomadas em silêncio. O sol esplendoroso, o peixe fresco, as frutas maduras, os odores acres não quebram a crispação envolvente. A chegada de Gertrudes e Natália Thomaz, e de Ana Maria Caetano, é, a princípio, um lenitivo. Depressa, porém, a filha do almirante desestabiliza o ambiente do palácio. Acusa Marcello pelo sucedido, responsabiliza o pai por o não ter exonerado, deprecia os ex-ministros, achincalha os presentes.
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P -- Há quem diga que a sua chegada a Tbilissi serviu para legitimar os «senhores da guerra» georgianos e que, feito isso, Chevardnadze se tornará uma figura supérflua. Considera a hipótese de se retirar? R -- Agradar-me-ia muito tornar-me supérfluo, porque isso queria dizer que correu tudo bem. Mas, por ora, a minha presença é útil. Já conseguimos fazer qualquer coisa. À chegada, afirmei que «o perigo da guerra civil é real». Ora, esse perigo foi eliminado. O Conselho de Estado, que ainda não é um parlamento normal, mas que já é melhor do que o Conselho militar, e funciona. Estabelecemos relações diplomáticas com muitos países, tornámo-nos membros do FMI e do Banco Mundial, e em breve a Geórgia será membro da ONU. As relações com a Rússia
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Segundo o dr. Eduíno Lopes, a metadona é um medicamento que deve ser utilizado como um instrumento facilitador da relação terapeuta-toxicodependente, visando o seu crescimento / autonomia, a sua reinserção familiar e social, ou seja, a sua reabilitação. Antes de iniciar o tratamento, o doente é obrigatoriamente posto ao corrente das características fundamentais deste medicamento, suas vantagens e desvantagens, nomeadamente dos riscos que corre se continuar a consumir outras drogas, celebrando-se de seguida um contrato terapêutico de admissão ao programa que consiste na aceitação por parte do doente de um conjunto de normas / regras que passam necessária e resumidamente por: -- Não se recusar a ser submetido a exames físicos e meios auxiliares de diagnóstico, tais como: análises clínicas anuais, estudo de metabolitos urinários a todo o tipo de consumo de drogas e substâncias ilícitas, prova de Mantoux e microrradiografias, sempre que a equipa responsável pelo seu seguimento os considere oportunos e necessários.
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Depois da polémica em torno da falta de pneus «moulet» (com piso recortado) de acordo com as novas disposições, e da discussão acerca da segurança dos «slicks» recortados, a confusão instalou-se quando aqueles cinco pilotos do Nacional partiram sem terem marcado os seus pneumáticos. Para tal contribuíram, certamente, as alterações aos regulamentos que, até este ano, impunham apenas a marcação dos pneus destinados a asfalto seco. O Rota do Sol ficou marcado no início pela chuva, que obrigou os pilotos a optar por pneus para piso molhado, e pelo abandono, na 3ª classificativa (PEC), de Fernando Peres e Ricardo Caldeira, em Ford Escort Cosworth, com o «carter» partido. José Miguel e Carlos Magalhães, em Ford Escort Cosworth, também abandonaram na fase inicial (4ª PEC) com um princípio de incêndio. Jorge Bica e João Sena, em Lancia Integrale, sentiram problemas de transmissão e direcção e atrasaram-se na classificação.
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P. -- Habitação construída pela Câmara? R. -- Toda a habitação -- se não é construída, é facilitada. O problema da habitação não se resume à habitação social. Quando eu chego à Câmara, em 1980, havia pessoas ricas a viver em bairros sociais, porque as pessoas que deviam viver nos bairros sociais acabavam por viver nas barracas. Desde 74 a 80, não se tinha construído nada em Lisboa.
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A identidade nacional representa o cerne da argumentação da Frente nacional., cujo programa está centrado na expulsão dos imigrantes para os países de origem, na preservação da identidade francesa e no «direito do sangue». Estas declarações do dirigente da FN tiveram honras de primeira página em dois diários britânicos de ontem. O «Times» ironiza com o facto de a invasão não ter suscitado o aparecimento de nenhuma Frente de Libertação da Dordogne. O «Independent» sublinha que Le Gallou parece não compreender que no sudoeste de França os ingleses não fazem mais do que regressar às suas raízes históricas».
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P -- Como é que um dirigente de um clube lhe pode faltar ao respeito? Telefonando-lhe na véspera do jogo para lhe sugerir que influencie o resultado? R -- Não, não me telefonam na véspera do jogo. Não acho que haja um dirigente com coragem para me telefonar.
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Esse livro começou por partir de uma ideia: a de que a santidade perturba a natureza. Com o passar do tempo, isso deixou de ter muito significado para mim. E o livro deixou de ter o sentido que tinha antes, ligado ao religioso: será o livro da memória que eu tenho de mim próprio, uma autobiografia. Mas como considero que não há qualquer razão para que eu fale da minha vida de adulto -- não vivi nada que valha a pena ser contado --, pára pelos 14 ou 15 anos. As tentações são as boas e as más, isso que é, digamos, a natureza, o mundo, que seduz ou que ameaça. As notas que tenho já dariam para metade do livro e devo dizer-lhe que chega a ser um pouco inquietante a nitidez com que me surgem as recordações, provavelmente porque já tenho esta idade... No diário diz que é a primeira vez que está a escrever mais do que um livro ao mesmo tempo. As dificuldades também estão relacionadas com isso e com a mudança para Lanzarote?
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John Farris muda de assunto: «O álbum é muito agressivo, reflecte o nosso estado de espírito de momento. Os tempos mudam, por isso contentamo-nos em observar, como Bowie, de longe. Que importa a concorrência? Já lá vai o tempo em que Brando e Monroe fixavam o estilo de uma geração; hoje as pessoas querem ser estrelas sem serem actores. Bono fez curto-circuito de tanto flanar em LA, metido no `show-biz', nas drogas, nas festas. Não é mau. De repente, as atenções viram-se para os obscuros». Michael retoma a palavra: «O meu pai foi para Hong Kong quando eu tinha três anos. Representava a Moët & Chandon -- a minha mãe trabalhava em maquilhagem. A minha infância foi ideal: escola pública inglesa, chineses, japoneses, americanos, australianos, alemães, franceses, africanos. Faço parte de uma minoria. A minha irmã mais velha fazia' go-go' no Purple Onions de Hong Kong ao som de Aretha Franklin -- influência que foi decisiva, eu tento cantar como ela».
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A série de remakes empreendida pela Globo e SBT talvez signifique que a fantasia que Nelson Rodrigues tanto prezava em novelas de Glória Magadan como «O Sheik de Agadir» e «Rainha Louca» está de volta mas em versão muito bem comportada. «Éramos Seis» fez um sucesso discreto. Não houve muito sexo, cinismo, politização ou discurso. Na novela, a vida passa como no álbum de fotografias a que alude a vinheta de abertura. A trilha sonora instrumental intermitente ao fundo transmite uma sensação de desenrolar inevitável das coisas. Não há glamour. A vida é simples e dura, na dominação da nora rica e egoísta, na pobreza da filha honesta e batalhadora, na rebeldia do filho guerreiro. A novela não chegou a atingir cifras ameaçadoras no Ibope. Tampouco provocou celeuma. Talvez justamente por isso, pessoas das mais diversas, habituais telenoveleiros ou não, assistiram aliviadas.
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A intenção de Romano Prodi e da sua coligação de centro-esquerda, Oliveira, é a de «dar mais capacidade de decisão ao chefe do Governo. Neste momento, o primeiro-ministro nem sequer pode ver-se livre de um ministro e, quando isso é necessário, toda a equipa governamental tem de demitir-se». Mas o economista democrata-cristão exclui o modelo presidencialista francês. Perante o Presidente Oscar Luigi Scalfaro, Romano Prodi tomou ontem posse como chefe do quinquagésimo quinto Governo do país desde a II Guerra Mundial -- escolhido numa sexta-feira 17 de um ano bissexto, desafiando a superstição italiana. Os ex-comunistas do PDS (o maior partido italiano desde as últimas eleições) dominam a lista dos 20 titulares deste Governo, formado em tempo-recorde: apenas 18 horas depois de Prodi ter sido chamado por Scalfaro e 26 dias depois da vitória eleitoral da coligação Oliveira.
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Argumenta-se que o esclarecimento de «dúvidas» como aquela em causa «conduziria a uma grande instabilidade social, com perda da `paz familiar' e sacrifício dos menores». Ora, no caso em análise, é patente já não existir «paz familiar», nomeadamente quando o leitor afirma que, «sobretudo» pelas mesmas «dúvidas», a sua relação com a esposa «tem vindo a degradar-se». Assim -- e embora não seja um defensor do critério biológico como único no estabelecimento da filiação --, penso que, se as pessoas envolvidas o acham relevante, não temos o direito de dificultar o seu esclarecimento em nome da defesa de valores e normas sociais bastante nebulosas. Note-se que, mesmo valorando essa aparente estabilidade (e dificultando correspondentemente a impugnação), não será fácil decidir qual será o maior prejuízo para o menor, na exacta medida em que uma má relação conjugal constitui, claramente, um «sacrifício» para ele. Acrescente-se que não são actualmente necessárias quaisquer «guerras judiciais» para resolver este tipo de questões, existindo instituições idóneas capazes de contribuir para as resolver e de forma absolutamente sigilosa.
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Nos últimos dias, foram discutidos pelos executivos camarários, assembleias municipais e de freguesia da Amora, Paio Pires, Arrentela, Corroios, Fernão Ferro e Seixal os projectos de lei do PS, PSD e PP que visavam a elevação da Amora a concelho. Em todos estes órgãos os projectos receberem pareceres ou moções desfavoráveis à criação de um novo município. Em termos globais, os documentos foram rejeitados com 91 votos a favor da unidade do concelho do Seixal, 35 contra e duas abstenções.
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Uma trégua «táctica» do IRA e novos contactos secretos eram ontem a única esperança dos habitantes das Irlanda do Norte que, no fundo, não acreditavam que os nacionalistas interrompessem, no domingo, 25 anos de «guerra» em troca duma simples promessa de negociações. Mas nem por isso as pessoas deixaram de mostrar ontem, uma vez mais, o seu desapontamento e mesmo a sua cólera. Nos setes meses que decorreram desde a Declaração, já houve mais de 50 mortos, em atentados do IRA e dos extremistas protestantes.
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Nicotina benéfica A nicotina, responsável pela dependência do tabaco, poderá ter um efeito benéfico ao suavizar os sintomas de uma inflamação crónica do cólon, segundo um estudo publicado na última edição da revista «New England Journal of Medicine». Os médicos tinham reparado, há muito tempo, que os fumadores eram muito raramente portadores desta doença, chamada colite ulcerosa e que se traduz pela fluidez e presença de sangue nas fezes, bem como dores abdominais. A doença costuma declarar-se, por vezes, quando as pessoas deixam de fumar. O estudo foi realizado com 72 doentes do País de Gales a quem foram aplicados adesivos de nicotina ou administrados placebos. A metade que recebeu nicotina viu os seus sintomas desparecerem, bem como um quarto daqueles que receberam placebos. O relatório sublinha, no entanto, que 20 dos 37 doentes que receberam os adesivos de nicotina ressentiram-se dos efeitos secundários durante a primeira semana e dois tiveram que abandonar o tratamento. Num editorial que acompanha o estudo, Stephen Hanauer, da Universidade de Chicago, põe reservas aos resultados deste estudo, lamentando que os investigadores tenham fundamentado as suas conclusões na forma como os doentes expressavam os seus sintomas, em vez de apresentarem provas concretas sobre os efeitos da nicotina no cólon. Stephen sublinha que a nicotina pode introduzir uma modificação da percepção dos sintomas.
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Nos 90 anos do Sporting Congresso com projecto leonino O Sporting Clube de Portugal comemora no próximo dia 1 de Julho o seu 90º aniversário, tendo programado uma série de actividades para celebrar a efeméride. A realização do Congresso Leonino, a ter lugar nos dias 28, 29 e 30 próximos e que contará com a presença de vários núcleos, filiais e delegações do clube, é a iniciativa que maior interesse suscita. É que o presidente sportinguista, José Roquette, promete apresentar o tão esperado projecto de futuro.
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O Governo britânico anunciou, na passada semana, novas medidas de combate ao desemprego. Tenciona, para as pôr em prática, conquistar o apoio das empresas, subvencionando as que aderirem ao seu programa de formação profissional. Nesse sentido se orienta a campanha publicitária do Partido Trabalhista já em curso, orçada em cerca de oito milhões de libras, mais de 24 mil contos. De aumento dos subsídios aos desempregados, ou do seu alargamento, é que não há notícia. O anúncio para a televisão tem como cenário uma carruagem de comboio de primeira classe. Um homem de aspecto respeitável, usando fato e gravata, levanta-se e, perante a indignação geral, explica aos outros passageiros que é dono de uma empresa e que pretende dar uma oportunidade aos jovens, exortando os presentes a que lhe sigam o exemplo.
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Ainda segundo o sindicalista, «uma trabalhadora ausente com licença de maternidade não pode perder quaisquer direitos ou regalias». Ou seja, os trabalhadores não podem ser penalizados por ausências justificadas pelo falecimento de familiares directos, pela licença de maternidade ou pela doação de sangue, quando «essas faltas estão previstas na lei geral e no acordo de empresa». Na opinião de Fernando Ambroso, pode estar-se perante uma discriminação que viola o «princípio da constitucionalidade da igualdade de direitos». Horas perdidas aumentaram A atribuição de prémios de assiduidade, tratando do mesmo modo ausências justificadas ou injustificadas, tem sido uma prática mais ou menos generalizada, apesar da divisão de opiniões nesta matéria. Um professor do Direito do Trabalho, ouvido pelo PÚBLICO, refere, contudo, que «o absentismo que é lícito combater é o absentismo fraudulento» e que «a lei não pode tratar do mesmo modo situações completamente distintas: uma coisa é faltar para ir a um médico, outra é faltar sem justificação». Segundo este especialista, «os prémios de assiduidade funcionam entre nós como uma forma de constranger os cidadãos a não exercer os seus direitos e isso é ilícito e viola o princípio da igualdade».
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Setúbal derrotado (1-0) no Bessa Boavista com sangue novo O Boavista venceu ontem à noite o Setúbal (1-0), num jogo da 23ª jornada em que Manuel José aproveitou para introduzir sangue novo na equipa que quarta-feira defronta o Karlsruher, na Alemanha. O jovem Nuno, mais Casaca, Jaime e Nelson entraram de início e as melhorias foram evidentes, pese embora o futebol aberto do adversário. Tantas facilidades encontradas durante mais de uma hora e, no entanto, haveria necessidade de fazer entrar Bobó para segurar o resultado.
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Grupo Verdi gere marca Da Reportagem Local A Daihatsu do Brasil será controlada pelo Grupo Verdi, holding de 55 empresas que também administra a marca coreana Daewoo. O conglomerado está investindo cerca de US$17 milhões na negociação.
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EUA querem plano contra desemprego O presidente dos EUA, Bill Clinton, disse que pretende usar a reunião do G-7 (grupo dos sete países mais ricos do mundo), que começa hoje em Detroit (norte dos EUA), para acertar os detalhes de um plano norte-americano de combate ao desemprego nos países desenvolvidos. Petroleiros se chocam no estreito de Bósforo Dois petroleiros se chocaram ontem no estreito de Bósforo, perto de Istambul (Turquia), causando explosões e um incêndio de grandes proporções, disseram funcionários turcos. Até a tarde de ontem, não havia informações sobre a bandeira dos petroleiros nem sobre vítimas.
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Este problema tem a ver, por outro lado, com os preços que são pagos pelos países ocidentais pelos recursos naturais africanos, que não são pagos ao seu justo preço. Neste quadro de troca desigual, é difícil encontrar elementos para uma gestão racional e equilibrada do meio ambiente e para proporcionar um desenvolvimento sustentável às populações. É difícil, ainda que não seja impossível. Como disse, todos os programas exigem financiamento, e tem havido uma redução nos programas internacionais de ajuda; os financiamentos, hoje em dia, dirigem-se mais para a Europa Central e de Leste. Mas, ao mesmo tempo, hoje há uma grande sensibilidade para tudo o que sejam apoios financeiros para programa ambientais.
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Os intérpretes bastante diferentes entre si nas suas fisicalidades e experiências artísticas são Paula Castro, Filipa Francisco, Margarida Mestre, Teresa Vieira, Teresa Prima, João Galante, José Abreu, F. Pedro Oliveira, Orlando Sérgio, Stephan Jürgens, Cláudia Gama, João Didelet e Patrícia Pacheco. Todos eles, e como é habitual acontecer nos trabalhos de Madalena Victorino, participaram no processo de criação: «A minha perspectiva é sempre a de que cada intérprete tem dentro de si um potencial extraordinário em que eu acredito.» A improvisação a partir de temas foi um dos métodos usados por Victorino: «A propósito da ideia de território, trabalhamos sobre mapas, labirintos, rios, montanhas, ou sobre a almofada como lugar de conforto e de morte, sobre «O Casaquinho Preto», de António Manuel Pina, que é um poema sobre a incapacidade de agarrar a memória. Estes são apenas alguns exemplos». «Alma 13» é um espectáculo co-produzido pelo Acarte e pelo Forum Dança. ALMA 13 LISBOA. Teatro A Comuna -- Sala das Novas Tendências. Até dia 9, sempre às 22h. M.J.F.
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Durante a noite, os jovens permanecem acampados em Lonchamp e, no domingo de manhã, será ali celebrada a «missa do envio». Uma oportunidade para João Paulo II repetir aos jovens os seus apelos para que estes o ajudem na evangelização, nos primeiros anos do novo milénio que se avizinha.
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Daerden tem ainda dois jogadores a cumprirem castigo, como são os casos de Hasenhuttl e Eftevaag, que alinharam no primeiro jogo com o Sporting. Nico Van Kerckhoven também fica de fora, depois de ter sido recentemente operado a um dos joelhos. De resto, Daerden já faz o balanço da presença do Lierse na Liga dos Campeões. «Em Leverkusen fizemos o nosso melhor jogo. Esperávamos ter mais alguns pontos nesta altura. Vamos tentar levar daqui algum», começou por dizer, para depois analisar o grupo: «Não há grandes diferenças entre as equipas e o que se destacou mais foi a classe individual de alguns jogadores, como Kirsten [Bayer Leverkusen], Trezeguet e Ikpeba [Mónaco].»
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À imagem do que secedeu no ano passado, a CGTP vai levar a cabo, durante uma semana, uma campanha de luta pelo horário laboral de 40 horas semanais, no máximo, no âmbito da qual serão definidas «formas de luta que podem ir desde greves gerais de um dia em diversos sectores -- a construção civil e o sector gráfico vão paralisar durante a tarde do dia 7 de Junho -- ou resumir-se a pequenas paralisações, consoante o horário praticado em cada empresa, ao longo de uma semana, por forma a somar o máximo de 40 horas», afirmou um dos dirigentes. Paralelamente, vai decorrer nas empresas um amplo programa de debate e esclarecimento, estando já agendados cerca de duas centenas de plenários. Durante os trabalhos do dia de ontem, o plenário de dirigentes aprovou uma resolução na qual reclama «que a Assembleia da República não conceda ao Governo autorização para alterar a legislação de trabalho em termos considerados inconstitucionais e que vão contra os direitos dos trabalhadores». Recorde-se que termina hoje o prazo fixado pela Assembleia da Républica para o debate público sobre esta matéria.
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Os outros locais na lista de hipóteses para a incineração são Estarreja, Palmela e Setúbal. Este último concelho organiza hoje um debate com uma química espanhola -- Nuria Ferrer -- às 17h00 na Biblioteca Municipal. Ana Fernandes
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Defendendo que esta leitura nacionalista da história está hoje razoavelmente dissipada ao nível da investigação universitária, Adão da Fonseca admite, no entanto, ter ainda encontrado, em várias obras destinadas ao actual ensino secundário, «uma imagem muito negativa de Filipe II». Tal como Ernesto Belenguer, também este professor da Faculdade de Letras do Porto desvaloriza a eventual delicadeza do tema do congresso, bem como as reacções à escolha da gravura de Filipe III: «Há pessoas que exageram.»
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A TAP vai desistir, no final de Outubro, da rota Lisboa-Banguecoque-Macau, inaugurada com pompa e circunstância em Abril de 1996, quando a escala ainda era feita em Bruxelas, mas sobretudo conhecida por ser altamente deficitária. A «descontinuidade» da linha foi ontem confirmada através de um comunicado da empresa. Esta decisão, desde há muito esperada pelos quadros da empresa -- a ligação Lisboa-Macau pouco melhorou comercialmente com a mudança do ponto de escala --, coincide com o início dos voos da Air Macau para a Europa. Não para Portugal, mas sim para uma capital europeia mais «central». Uma das hipóteses mais faladas é Frankfurt, embora o aeroporto preferido pela Air Macau fosse Bruxelas. Ao que o PÚBLICO apurou, esta hipótese terá sido recusada pelos responsáveis da TAP, muito pouco interessados em enfrentar concorrência numa das suas rotas mais valiosas.
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Comentário Margarida Santos Lopes, em Jerusalém Agora ou nunca Os israelitas acreditaram durante muitos anos que a fórmula correcta para negociar com a OLP era «nem agora nem nunca», mas Yitzhak Rabin e Shimon Peres decidiram que era «agora ou nunca».
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Não podemos concordar com a apreciação da Relação sobre o significado da palavra «gajo», pois é um termo corrente na expressão oral, devendo também atender-se ao nível cultural e social de uma porteira. Por outro lado, a trabalhadora não se dirigiu ao administrador, mas utilizou o termo em diálogo com outra pessoa. Também se afigura excessiva a reacção dos condóminos a uma mancha de dimensão reduzida e no sexto andar! No caso apresentado pelo leitor, se for provada a matéria descrita poderá ser aplicada a pena de despedimento com justa causa (não possuímos todos os elementos).
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TRÊS HORAS DE CERIMÓNIA DE ABERTURA -- Vinte mil pessoas, a que se juntam os cerca de 10.500 atletas incluídos no desfile, participarão na cerimónia de abertura dos Jogos, a realizar no dia 25 e que terá uma duração de três horas. Um imenso palco em forma de semicírculo e encimado pelos anéis olímpicos verá desfilar um espectáculo que incluirá teatro e ópera -- com Montserrat Caballé, Plácido Domingo, Alfredo Kraus e Jose Carreras --, encerrando com 16 grupos de «castellers» (grupos tradicionais de acrobatas catalães). A cerimónia de encerramento terá duas horas e também contará com a participação de grupos de teatro da Catalunha.
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Alimentos com alto teor de cálcio (leite desnatado e queijos) são importantes para auxiliar no processo de formação de ossos mais resistentes. Os exercícios físicos devem ser dosados por um especialista de acordo com a capacidade de cada mulher.
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«Países que seguiram uma política parecida com a portuguesa -- dinheiro caro para combater a inflação e aguentar a paridade da moeda -- tiveram problemas», afirma João Salgueiro. No caso presente, é previsível que o escudo possa ser afectado pela saída de dinheiro estrangeiro e por parte de investidores nacionais que se tenham financiado nos mercados externos e que, agora, se sentiam receosos face ao risco cambial. Ainda haverá movimentos, «não um ataque violento ao escudo, mas a divisa será apanhada na turbulência», estima João Salgueiro. Alterações nas taxas de juro poderão ser uma «primeira linha de defesa, quando as declarações e a credibilidade não chegam». «Prova de fogo» Tavares Moreira, ex-governador do Banco de Portugal, defende igualmente haver necessidade de uma alteração no peso das diversas divisas, nomeadamente do escudo, se se não pretender assistir a dificuldades na balança comercial e no produto interno.
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Entretanto, o «pilar» irlandês Peter Clohessy, que havia sido punido com 6 meses de suspensão por ter pisado a cabeça de Olivier Roumat, segunda-linha do «quinze» da França, em jogo do Torneio das Cinco Nações, em Fevereiro último, deverá jogar na próxima época na equipa de Queensland, estado do Nordeste da Austrália. Clohessy assinou já um contrato de cinco meses. Entretanto, em Portugal, efectuam-se neste fim-de-semana os jogos correspondentes à segunda jornada do Torneio de Abertura. Hoje realizam-se o Cascais-Académica de Coimbra e o Agronomia-Técnico, ambos às 15h, no Estádio Nacional, respectivamente, no campo B e campo 2. Amanhã, R.C. Lousã-Benfica, às 16h, no Campo de Santa Rita, na Lousã, e Belenenses-CDUL, às 15h, no Estádio Nacional (Campo 2). Marcelino Nunes, com AFP
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As linhas de Cascais e da Azambuja assim como o Metropolitano serão as outras «ligações-alvo» das unidades especiais. Antes de mais, porque registam níveis de violência apreciáveis. Mas também por razões particulares. A linha de Cascais terá como término num futuro próximo o interface do Cais do Sodré, com ligações fluviais, rodoviárias e ao metro. Se a rede não for segura não captará todos os segmentos de mercado ao seu alcance, logo não será tão rentável... Um metropolitano expandido, melhorado e com novas estações só cumprirá o objectivo de retirar carros das ruas de Lisboa se, entre outras condições, for seguro. Quanto à Linha da Azambuja, será o canal que conduzirá à sacrossanta Expo 98, a qual terá como interface a menina-dos-olhos da CP, a futura Gare do Oriente. Tudo isto terá de ter um módico de arrumação e bom comportamento, terão pensado Ferreira do Amaral e Dias Loureiro ao prepararem esta aliança tácita.
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Particularmente preocupantes são as situações em França -- com uma taxa de 53 por milhão de habitantes até 1988 -- e em Espanha, que apresenta «a subida mais brusca dos valores até 1990, tendo ultrapassado as taxas de incidência da França em 1989 e em 1990». Eduardo Magalhães e Manuel Lucas alertam, contudo, para que «não se verifica ainda a inflexão do fenómeno, pelo que a sida se mantém um problema importante de saúde pública». Travar a sida
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Receberão, por exemplo, as prestações de consorciados já contemplados (que estão de posse do bem). Isto porque esses pagamentos não são suspensos com a liquidação da administradora. «Se o consorciado já recebeu o carro, por exemplo, precisa pagar 100% de seu valor», explica Marcondes. Serão rateados ainda entre os consorciados não-contemplados os pagamentos feitos por consorciados pela via judicial (integrantes de grupos com prestações em atraso, que estão sendo executados judicialmente).
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Mas a «pièce de résistance» é a forma diferente como a CPS tratou a interface. Os dois anos gastos no desenvolvimento do programa não foram apenas para escrever linhas de código. Grande parte do tempo terá sido empregue em estudos de mercado e recolha de opiniões de utilizadores sobre a forma como gostariam que o Windows funcionasse e não funciona. O que a CPS fez foi esquecer a metáfora do «desktop» como interface primária. Em vez dela, a metáfora principal é a de «office», ou seja, de escritório. Quando o Windows arranca pela primeira vez após a instalação do PCTW, o utilizador é brindado como uma versão electrónica de um escritório. A partir deles, pode-se, então, ter diversos «desktops» -- além dos três criados automaticamente com o processo de instalação.
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Marisa -- Imagina! Não dá nem bola para pesquisa. Dá bola para o trabalho que nós estamos fazendo. Não para pesquisa. Folha -- Depois da implantação do real ficou mais fácil ou mais difícil administrar a casa?
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Eduardo Machado nega a existência de qualquer boicote, pois garante que há aulas a funcionar. «Se existe um boicote, nós não estamos a dar por ele. Há é alunos que estão a faltar e o mais que lhes pode acontecer é não poderem ser avaliados no fim do ano e chumbarem», disse. Este director diz que não pode satisfazer as reivindicações dos alunos, pois «há questões que são da competência do IPL». Quanto ao corpo docente, disse que «aqui não se fazem saneamentos de professores sem razões fundamentadas». Uma das reivindicações dos alunos, porém, tem já solução garantida, ainda que a longo prazo. Esta semana, o IPL adjudicou a obra de reconstrução do antigo Hospital de Santo Isidoro, ao lado do novo edifício da ESTGAD, onde ficará instalada a cantina e os serviços sociais da escola. A obra custará 184 mil contos e estará concluída em 1999.
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No barco, sentei-me em cima de duas galinhas e observei os últimos passageiros, que vieram a nado. Sentia-me inquieto com o caixote de bananas que passava por cima da minha cabeça, pendurado num guincho enferrujado, mas isso não me impediu de falar mais um pouco sobre futebol com o passageiro do lado. E depois o caixote caiu violentamente e uma tonelada e meia de bananas esborrachou-se a meus pés. Filosoficamente, pensei na notícia da minha morte e de como as pessoas se iriam rir e a calma voltou ao mundo: «... esmagado por um caixote de bananas, no barco do Fogo para a Brava, quando discutia transferências.»
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Entre o Outono de 1989 e o Outono de 1990 teve lugar nas duas Alemanhas de então o processo mais espectacular e controverso da história do pós-guerra. A literatura foi reflectindo, quase sempre já em retrospectiva, esses acontecimentos, vistos pelos poetas e prosadores dos dois lados com empenho, esperança, melancolia e desencanto. É possível reconstituir hoje, através de obras de poesia e prosa, os momentos determinantes desse processo que, ecoando o célebre poema satírico de Heinrich Heine, «Alemanha, um Conto de Inverno», será amanhã documentado numa leitura encenada com o título «Alemanha, um Conto de Outono». Um grupo de estudantes da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa realizou, sob a orientação de João Barrento, uma montagem de textos (essencialmente de poesia traduzida), imagem e som que preencherá a «Leitura ao fim da Tarde» de amanhã (às 18, 30 horas) na Livraria Buchholz, em Lisboa.
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Mitterrand disse que a posição do premiê britânico traz o risco de reacender o debate sobre os propósitos básicos da UE, entre os que favorecem a integração e aqueles que querem limitá-la a uma zona de livre comércio. Dahaeme é visto por Major como um burocrata que pretende fazer as regulamentações da UE limitarem a soberania dos países-membros.
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Foi graças ao aparato de segurança criado pelo pai que «Baby Doc» permaneceu no poder durante 15 anos. O seu estilo era menos brutal -- muitas vezes deportava os opositores em vez de os matar --, mas o sofrimento da maioria continuou igual ao que sempre fora. O princípio do fim para Jean-Claude Duvalier surgiu em 1984, quando haitianos esfomeados pilharam armazéns de produtos alimentares nas províncias. Duvalier remodelou o Governo, reduziu os preços dos alimentos, encerrou universidades e, finalmente, declarou a lei marcial. Mas, em Janeiro de 1986, encontrou-se perante um dilema que lhe deixava uma escolha fácil: ou permanecia no poder e enfrentava a crescente violência e dissidência, ou pegava na sua imensa fortuna pessoal e partia para um exílio sumptuoso na Riviera Francesa. Duvalier e a mulher deixaram o Haiti num avião militar americano em 7 de Fevereiro de 1986.
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Mulheres com sida resistem menos que os homens As mulheres infectadas pelo vírus da sida (HIV) têm uma esperança de vida inferior à dos homens na mesma situação e estão particularmente sujeitas a contrair pneumonias -- a primeira causa de morte entre as pessoas seropositivas. Esta é a principal conclusão de um estudo feito por investigadores da Universidade de Minnesota (EUA) e publicado no órgão oficial da Associação Médica Americana («Journal of the American Medical Association» ou «JAMA»).
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Disputa só depois das presidenciais Críticas adiadas no PSD-Viseu A esperada onda de críticas à liderança de José Cesário na distrital de Viseu do PSD não se confirmou na assembleia distrital realizada ontem. Tanto Luís Martins, ex-presidente da distrital social-democrata, como Soares Marques, actual governador civil de Viseu, ambos potenciais opositores de Cesário, não desferiram ataques ao líder, como se esperava, nem nenhuma moção de censura surgiu durante a reunião.
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Esse texto, assinado pelo anterior director da Ópera de Paris, o mitterrandista Pierre Bergé, previa a presença de Chung na Bastilha até ao ano 2000, com uma remuneração total de 40 milhões de francos (cerca de um milhão e duzentos mil contos), dando-lhe plenos poderes para a escolha dos maestros convidados, dos encenadores, decoradores e cantores. Hugues Gall pretendia reduzir o salário a Chung e retirar-lhe os direitos de director musical. O maestro sul-coreano ataca imediatamente a direcção da Ópera da Bastilha por ruptura de contrato, e o tribunal de Paris dá-lhe razão, ordenando a sua reintegração. Mas é uma outra batalha que Chung trava junto da opinião pública. Apoiado por autocarros inteiros de turistas sul-coreanos que paravam na Praça da Bastilha para saudar o compatriota «traído pela França», o maestro sublinha aos microfones do mundo inteiro que a questão é pura e simplesmente «uma luta de poder».
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Dos três negociadores, Tudjman foi o que passou menos tempo na arena de Dayton. Ele afirma que a Croácia atingiu os seus objectivos políticos, mas a situação pode tornar-se mais complicada para ele do que parece. Em várias ocasiões no passado, Tudjman declarou que parte alguma do solo croata seria utilizada como moeda de troca, mas duzentos mil croatas da zona de Posavina, no norte da Bósnia, nunca lhe perdoarão por ele os ter sacrificado. E também os da península de Prevlaka, na costa do Adriático, que passará para mãos sérvias. O maior dos sacrifícios poderá no entanto ter ainda de ser feito: o fim da Herceg-Bósnia (entidade croata bósnia), que ele próprio criou. Os norte-americanos decidiram formar um país complicado e muito caro a partir da Bósnia desmembrada, um país incapaz de funcionar como um todo. Para todos os efeitos práticos, terá três governos, o mesmo número de forças policiais e quatro exércitos. O quarto, as forças da NATO, será o mais forte: terá cerca de 60 mil soldados, um terço deles norte-americanos. Alguns utilizarão este e outros factos para demonstrar que a Bósnia é de facto um estado. Outros usá-los-ão para provar exactamente o contrário.
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O imaginário e a historiografia sobre a Antiguidade grega têm assentado em mitos que dificultam o trabalho do historiador, deixando-o enredado em interpretações que muito devem à história das ideologias. Vidal-Naquet, a partir do historial desta apropriação do passado por parte dos ideólogos, desmonta algumas destas representações. Octávio Gameiro A historiografia helenista, ou filo-helénica, foi criando discursos interpretativos nos quais pontificam mitificações várias, decorrentes quer do estádio dos conhecimentos quer, mais comummente, dos reflexos ideológicos de uma dada época em que o historiador opera. Vidal-Naquet, considerando-se mais uma vez como agitador de consciências, apresenta-nos uma colectânea de artigos cujo ponto comum radica na desmontagem de alguns desses mitos que povoam a historiografia. Partindo de um «alhures» a um mesmo tempo «social», «temporal» e «intelectual», dá-nos a ver os excluídos da mirífica democracia ateniense, bem como o modo como as diversas ideologias se alimentaram duma certa conceptualização histórica dessa democracia e as referências intelectuais que se foram introduzindo neste modelo de representações.
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Segundo o PÚBLICO apurou, a CMVM iniciou há já alguns meses os trabalhos preparatórios para a transposição desta directiva, tendo incluído no seu plano de actividades para este ano, a sugestão de que o produto das coimas aplicadas deixe de ser atribuído à Comissão e passe a ser entregue ao fundo. Desta forma, a instituição presidida por Nunes Pereira, consegue calar as vozes críticas que acusavam a CMVM de basear a sua política de autofinanciamento nas receitas registadas com a aplicação das coimas. Esta afirmação é, todavia, duramente contestada pela instituição, que quantifica em apenas três por cento das receitas totais a parte proveniente das coimas. A intenção da CMVM de transferir as receitas para o fundo de garantia foi aplaudida pela totalidade dos responsáveis contactados pelo PÚBLICO. José Lemos e Alves Monteiro, presidente da Bolsa de Valores de Lisboa e administrador-delegado da Bolsa de Derivados do Porto consideraram esta medida muito positiva. Lemos reafirmou, no entanto, que «não concordaria que a CMVM assentasse nas coimas a sua política de autofinanciamento». Também Garcia dos Santos, presidente da Associação Portuguesa de Corretores, felicita a CMVM por esta disposição. «O mercado não pode suspeitar que, com o objectivo de financiar o seu orçamento, a CMVM possa ter uma atitude menos pedagógica», disse. Por sua vez, Rocha Pinto, presidente da Bolsa de Derivados do Porto, considerou o alargamento deste fundo de garantia a todos os investidores como um passo «positivo». «É para bem do mercado. Concordo que a receita das coimas, que são já muito elevadas, sejam afectas a essa finalidade"afirmou.
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Para o soldado Francisco, a guerra era como uma «brincadeira», onde a vida tinha pouco significado. O mais importante era «desenrascar-se» e dos filmes que tem visto poucos têm a ver com esses anos de guerra. «Medo? Não. Nunca tive medo». Mortos eram aos centos «Os portugueses defendiam parte da linha da frente, composta também por ingleses e franceses, por nós ninguém passou. Cada vez que vinha aquela invasão era tiro que fervia a varrer aquela gente toda. Nem tinham conta os corpos que ficavam na lama depois de cada ataque». Recorda Francisco da Rosa, sem parar de tecer a rede que lhe encomendaram e com o olhar fixo no infinito da sua memória.
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Benfica ultrapassa Dínamo de Moscovo Goleada falhada Leonor Pinhão O Benfica está nos quartos-de-final da Taça UEFA com todo o mérito, porque, em Moscovo e na Luz, foi sempre superior ao Dínamo. Ontem a exibição da equipa de Toni merecia uma goleada, mas a lendária incompetência dos «encarnados» para fazer golos não deixou que o resultado se avolumasse.
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Uma leitura apressada destes resultados poderia induzir que a esquerda está em progressão vertiginosa, e os partidos à direita em queda vertical. Nada de mais errado. O que aparentemente se estará a passar -- dando ao estudo o valor que se deve atribuir a este tipo de trabalhos -- relaciona-se com a fraqueza e ausência de iniciativa da liderança social-democrata, por um lado, e com «recolocação» do PP no seu «sítio», por outro, isto depois de uma subida significativa nas legislativas de 1995.
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Ana Benavente esclarece: o projecto não surgiu do nada e foi baseado precisamente naquilo que já é feito no terreno, principalmente com bons resultados. A escola primária nº 44 é um dos exemplos onde a portaria de 1977 e o que o bom senso manda são as únicas orientações dos professores. Aqui ainda não se discutiu coisa nenhuma sobre as novas regras. Situada na zona do Rego, em Lisboa, está próxima de alguns bairros degradados com famílias com baixos rendimentos. A professora hesita em associar a indisciplina ao «facto de se ser filho de pobre ou rico». «Não é taxativo!», diz. Mais peso parece ter a origem: «Temos muitos cabo-verdianos e ciganos, meninos que não estão tão bem integrados e que têm problemas familiares». Nos «mais ricos», continua, os problemas têm «mais a ver com a desmotivação». O que, regra geral, «em termos comportamentais se revela menos grave».
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O movimento dos moradores estava, porém, em marcha e a sua determinação era clara: «Nem mais um fogo no bairro». O local previsto para o dizer em alto e bom som era a Assembleia de Freguesia que se iniciou na passada sexta-feira, mas a exiguidade das instalações obrigou a que este ponto da ordem de trabalhos fosse adiado para a sessão que, anteontem à noite, teve lugar no auditório da Associação dos Deficientes das Forças Armadas. E foi de uma forma expressiva (e maciça) que duas a três centenas de moradores, esmagadoramente da classe média, com grande número de licenciados de todas as especialidades entre eles, vieram, unanimemente, rejeitar as intenções camarárias. Repetindo argumentos até à exaustão, as dezenas de intervenções não conseguiram, contudo, iludir a questão de fundo e que tem a ver com a possibilidade de ali serem realojados dezenas de famílias oriundas dos bairros de barracas.
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Se juntarmos os números dos expositores e dos visitantes previstos para cada uma destas manifestações da Porte des Versailles, será relativamente grandioso: para o Salon du Livre, 1 200 expositores e 150.000 visitantes; respectivamente 550 e 50.000 para o Musicora, 130 e 40.000 para Saga e 100 e 50.000 para Découvertes. Este ano, os temas do Salon du Livre são Voltaire, de quem se comemora o tricentenário do nascimento, e a Itália, que é o país convidado. No seguimento do que se passou em Frankfurt o ano passado, uma parte vai ser dedicada à edição electrónica. T.C.
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Autoridades norte-americanas vistoriam 152 aviões Boeing da TAP escapam à inspecção Os quatro aviões Boeing 737-200 ao serviço da TAP não vão ser sujeitos às mesmas inspecções de emergência que serão efectuadas num espaço de sete dias a 152 aparelhos 737-100 e 737-200 das companhias aéreas norte-americanas. O alerta sobre esses aparelhos foi lançado na noite de quinta-feira pela Federal Aviation Authority (FAA), o organismo que regulamenta o sector nos Estados Unidos, depois de ter sido detectada a entrada de combustível num tubo onde se encontram fios eléctricos.
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O trabalho auxiliado por uma máquina não deixa de ser artesanal, como assegura Abreu de Lima: «a nova tecnologia é uma ferramenta». O banco de dados, adianta, é um dicionário visual que, em pouco tempo, permite a consulta de peças espalhadas por todo o país. A partir dessa consulta, há a possibilidade de criação de objectos completamente novos, que, embora inspirados por esta ou aquela peça, podem não ter nada a ver com ela. A aplicação das novas tecnologias dá-se, normalmente, ao nível da concepção e decoração dos objectos. Num tapete de Arraiolos, por exemplo, só para o desenho se pode recorrer ao computador, sempre como fonte de inspiração. Mesmo nos casos em que a tecnologia substitua a mão humana, numa ou noutra fase, desde que a produção não seja em série, e que haja a diferenciação peça a peça, continua a tratar-se de artesanato. As leis do mercado
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Um cheque de cerca de seis milhões de contos sem cobertura é uma das irregularidades detectadas na investigação do caso Sofin. No entanto, aparentemente, este cheque não foi considerado pelo Ministério Público como um importante elemento indiciário dos crimes eventualmente cometidos pelos arguidos nesta investigação já que não se pronunciou sobre ele quando se pronunciou sobre o caso. Em face dos elementos recolhidos, a Polícia Judiciária defendeu a existência de um caso de burla agravada contra o Mercado de Valores Mobiliários e por isso propôs a emissão de mandados de detenção contra Judite Correia, Manuel Lima e mais cinco arguidos no processo. Esta tese era defendida por juristas, designadamente juízes, com quem os responsáveis da PJ -- também com formação jurídica --, analisaram informalmente o caso.
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O objectivo principal é acelerar o processo de distribuição, já que as cartas passam a fazer grande parte do percurso de distribuição electronicamente -- muito mais rápido que viajar pelo país de carrinha ou mesmo de avião. Além do custo dos selos, o cliente do Telepost paga também o serviço de tratamento informático, impressão e envelopagem -- que tem um custo médio de oito escudos por carta, adiantou a COMPUTADORES Alberto Pimenta, director de Desenvolvimento, Estratégia e Serviços dos CTT. Mas no caso das empresas, o custo da adesão ao Telepost dependerá muito do volume de mensagens envolvido e de outros factores, como o prazo pelo qual os CTT são contratados para prestar o serviço. O Telepost será aberto ao grande público no terceiro trimestre deste ano. Para os particulares, o novo serviço de correio híbrido será disponibilizado através do «site» dos CTT na Web. De acordo com Alberto Pimenta, a utilização do Telepost será semelhante à de um serviço de acesso à Internet: paga-se uma quantia mensal fixa -- que permitirá, por exemplo, o envio de 10 cartas -- e recarrega-se esse «plafond» através das caixas Multibanco.
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Vejamos então. Que verbo é «informar»? Como se constrói? A gramática diz-nos tratar-se de um transitivo que se constrói «informar alguém de alguma coisa». Lá temos, pois, o «de» que permite frases como «informar o cliente do preço» e «informar o cliente de que é caro». Por outras palavras, o emprego do «de que» é legítimo numa construção como esta. Passam-se, no entanto, dois fenómenos curiosos e, aparentemente, contraditórios. Por um lado, ouve-se e lê-se, com certa frequência, «informar que é caro»; por outro, caem nos nossos ouvidos frases como «quero referir-lhe de que». Ora, a construção proposta pela gramática para o verbo referir é «referir alguma coisa» -- portanto, «referir que».
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Festa à beira-rio no domingo O passeio marítimo de Alcântara vai transformar-se em palco privilegiado para a população de Lisboa, no próximo domingo, com a realização da Grande Festa -- Lisboa Ribeirinha 96, organizada em conjunto pela Administração do Porto de Lisboa, Câmara Municipal, Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, Aporvela e Expo-98. «Esta comissão é a mesma que está encarregada de organizar a escala em Lisboa da `Cutty Sark Tall Ship' s Race -- Lisbon Sail 98 -- Vasco da Gama Memorial', um tradicional evento náutico internacional que se integrará nos festejos da Expo-98», afirma Guimarães Lobato, da Aporvela, explicando que a iniciativa do próximo domingo visa apresentar aos lisboetas a área reservada para a ancoragem dos «tall ships» e demais embarcações à vela da frota que visitará a cidade entre 31 de Julho e 3 de Agosto de 1998.
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As respostas, muito provavelmente, só se saberão depois das eleições, quando os «órgãos de coordenação», para citar Machado dos Santos, se movimentarem no sentido de alterar o regime de acesso ao ensino superior, com uma premissa em vista: acabar com as provas específicas. Veiga Simão reforça a ideia da urgência de medidas e do que não tem dúvidas é que a confusão gerada pelo processo está criar um precedente de «desvalorização da educação», que é preciso inverter. O seminário -- um passo para uma reflexão maior sobre o sistema global de ensino, segundo a FNE -- serviu de pretexto para várias análises da estrutura educativa, embora Manuela Teixeira tenha considerado igualmente importante a «avaliação das políticas» educativas, ou da «não política», corrigiu.
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Manuel Cintra Ferreira O homem das sete vidas No lançamento das produções Samuel Goldwin, que em boa hora a Lusomundo se lembrou de trazer para o mercado, juntam-se aos filmes de Gary Cooper, Cary Grant e Frederic March, já aqui tratados, dois de um dos mais populares actores de comédia dos anos 40 -- Danny Kaye. Uma descoberta para muitos. Um agradável reencontro para outros.
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Roberto Eldridge e Robert Maltby, das universidades de Sheffield e de Leeds, apresentarão um estudo sobre a existência e os custos de implicação do mercado medieval inglês de futuros e opções, enquanto que Gaston Siegelaer, do Instituto de Investigação e Serviços Financeiros da Holanda, falará sobre a «gestão dinâmica de riscos numa câmara de compensação de futuros». Durante a manhã de segunda feira (o simpósio encerra às 13 horas), um responsável londrino pela Fuji International Finance analisará o mercado de opções americano, seguindo-se uma palestra relativa a «opções sobre contratos de futuros de obrigações», da responsabilidade de Chris Strickland, da universidade de Warwick.
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Em entrevista ao PÚBLICO, na quinta-feira passada, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Polónia, Dariusz Rosati, tornou claro que Varsóvia «não aceita nenhumas pré-condições para a sua adesão à NATO»: «Se teremos armas nucleares, bases militares, etc., nada disso pode ser objecto de um compromisso `a priori' com a Rússia.» Mas a NATO já declarou, na sua última cimeira em Bruxelas, que não tenciona instalar mais armas nucleares em países europeus, pelo que esse argumento não poderá servir nem para criar obstáculos à entrada de nenhum dos candidatos, nem para dar a Moscovo a sensação de ter imposto uma condição à NATO.
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Não é fácil avaliar os resultados das prescrições do jubileu bíblico. Segundo a opinião mais comum entre os exegetas, manteve-se como um ideal, uma utopia, mas não há testemunhos para verificar se constituiu, do facto, uma prática fiscalizada. Mas os pressupostos destas tradições pré-monárquicas não eram puramente conjunturais. Eram teológicos: se Iahvé era o verdadeiro proprietário das terras e os israelitas apenas os seus administradores, se as riquezas da criação são um dom de Deus para todos, impõe-se que sejam consideradas um bem comum do toda a humanidade e não propriedade exclusiva de alguns. O ano jubilar servia precisamente para recriar a justiça social e, segundo o Papa, é nesta tradição que a doutrina social da Igreja encontra uma das suas raízes; teve sempre lugar no ensino da Igreja, sobretudo a partir da encíclica «Rerum novarum». No exame de consciência acerca do testemunho da Igreja em nosso tempo, embora num estilo rebuscado, o Papa não deixa do ser muito claro (nº 36): «Como não sentir dor, pela falta de discernimento, que por vezes chega à aprovação de não poucos cristãos em face da violação de fundamentais direitos humanos por parte do regimes totalitários? Como não lamentar, entre as sombras do presente, a co-responsabilidade de tantos cristãos em graves formas de injustiça e de marginalização social? É preciso perguntar-se quantos deles conhecem a fundo e praticam coerentemente as directrizes da doutrina social da Igreja?»
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Estavam presentes, entre outros, Tasso Jereissati, governador eleito do Ceará, e Marcello Alencar, que disputa o segundo turno no Rio contra Anthony Garotinho (PDT). A missa foi rezada por iniciativa do Palácio dos Bandeirantes. Quércia e lideranças quercistas não compareceram. O candidato derrotado do PMDB à Presidência descansa com a família na ilha de Santa Lúcia, no Caribe.
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África do Sul De Klerk em Moscovo, Mandela nos EUA Enquanto o líder do ANC, Nelson Mandela, prossegue a sua visita aos Estados Unidos, o Presidente sul-africano, Frederik de Klerk, segue na sexta-feira para Moscovo.
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Assim, a revisão constitucional começa não como revisão, mas como um saco coletor de proposições não votadas. Devemos fazer o que a nação está pedindo. Revisar a Constituição, mudar o seu texto permanente nos aspectos em que condena o Brasil ao atraso e sentar à mesa com o ministro da Fazenda e encontrar uma solução para os problemas, e não obrigá-lo, o que não se adapta a sua biografia, a romper a Constituição. Afinal, ela não é saco de praia. José Sarney escreve às sextas-feiras nesta coluna.
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Essa introdução do conceito medieval de acédia constitui um dos aspectos mais interessantes da comunicação de Pinto do Amaral, que a definiu como «a conjunção de um desejo de comunicação com o divino acompanhada da consciência da sua impossibilidade», uma espécie de preguiça espiritual considerada «não apenas uma doença mas um pecado grave». Na sequência do que já empreendera, na primeira intervenção de ontem, o escritor e filósofo francês Yves Hersant, Pinto do Amaral sondou as origens da melancolia na pré-história científica, quando esta era ainda identificada a essa enigmática bílis negra, que Galeno viria a situar no baço. E a sobrevivência subtil da tese está bem patente no ascendente que o termo «spleen» -- baço em inglês -- viria a assumir na literatura do final do século passado.
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As associações de estudantes não perderam a oportunidade para uma conversa de pouco mais de cinco minutos com Manuela Ferreira Leite. A ministra lamentou que a tenham criticado nos jornais por só falar em reuniões do partido e disse o que os estudantes não esperavam ouvir: «Estou sempre disponível para falar convosco.» «Nem sempre», lembraram os estudantes, que enumeraram os convites feitos e não aceites. Mas Manuela Ferreira Leite desculpou-se argumentando não ter tido agenda, mas reiterando a sua disponibilidade para falar com os estudantes sempre que o fizessem em moldes sérios. «Mas agora já é tarde, senhora ministra», responderam-lhe, recordando-lhe o que ela já sabe: «Está em final de mandato, pouco se pode mudar, é tarde demais.»
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Braindead Blend CD edição EMI-Valentim de Carvalho Tidos como uma das revelações mais recentes do rock feito por cá, que não do «rock português», os Braindead viram inflacionado o seu estatuto através de um processo algo complicado de edição. Da estreia quase ocasional numa pequena independente, que por várias vezes adiada provocou alguma polémica, passaram-se para uma multinacional de peso que abriu um precedente ao inscrevê-los nas suas fileiras. No processo aconteceu também toda uma regravação daquilo que é o seu disco de estreia, de modo a adaptar o nível de produção a este novo horizonte, visto que um produto para um reduzido culto de conhecedores não é por força das circunstâncias a mesma coisa que um disco para consumir a nível alargado. E esta nova versão de «Blend» reflecte bem o ambiente em que foi feita.
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Os lances de golo sucederam-se a um ritmo elevado e se o Setúbal teve duas boas oportunidades logo nos primeiros minutos (Chiquinho atirou de cabeça por cima aos dois minutos e Clint só não marcou porque Carlos Brito substituiu o seu guarda-redes aos 11 ') o Rio Ave desperdiçou golos atrás de golos quase sempre através de jogadas de Gama, que foi o melhor homem em campo, mas não teve nos colegas concretizadores à altura. Neste capítulo destacou-se negativamente Pelé, que nunca soube honrar tão ilustre nome. A completar o espectáculo protagonizado por duas boas equipas também terceira, a de arbitragem, liderada pelo lisboeta Jorge Coroado, contribuiu para o espectáculo. Apesar de contestado pelos vilacondenses aos 40', por alegada grande penalidade cometida por Elísio sobre Pelé, e aos 83', por anular um golo a Spassov, Coroado ajuizou bem estes lances e se deixou escapar dois ou três fora-de-jogos foi mais por culpa dos fiscais-de-linha do que dele próprio. O Setúbal também viu um golo anulado, aos 82', por pé em riste de Chiquinho.
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GAL no Supremo Tribunal de Madrid Sequestro foi decisão política O sequestro do cidadão francês de origem espanhola Segundo Marey, em Dezembro de 1983, foi uma decisão política, assegurou ontem, perante o Supremo Tribunal de Madrid, o antigo comissário da polícia espanhola José Amedo, condenado em 1991 a 108 anos de prisão por envolvimento nas acções dos autodenominados Grupos Antiterroristas de Libertação (GAL), que realizaram 33 atentados no Sul de França, matando 28 pessoas.
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Quando, aos 34', Vítor Paneira visou com êxito a baliza de Brassard, acabou com a «virgindade» dos vimaranenses dentro de portas. O golo, obtido contra a corrente do jogo, era só por si um marco, mas não chegava para arrumar a questão. Havia ainda muito tempo para jogar e o golo de Paneira, a passe de João Pinto, não era mais que um passo na direcção desejada pelo Benfica, num jogo que se previa difícil e constituia um verdadeiro teste ao actual momento do líder. Tudo se tornou, entretanto, diferente quando Aílton, mesmo em cima da hora para o fim da primeira parte, rematou de cabeça com êxito para a baliza deserta, fazendo o segundo golo do Benfica. Com dois golos de vantagem, dificilmente o clube da Luz entregaria os dois pontos, depois duma primeira parte controlada pelo Vitória de Guimarães, a equipa que, de facto, mais mandou no terreno.
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O presidente reassumiu o cargo há pouco mais de um mês, depois de uma negociação diplomática, conduzida pelos Estados Unidos, que levou ao afastamento da Junta Militar que havia deposto Aristide. O papel do Brasil na crise haitiana tem uma dupla faceta. De um lado, opôs-se à intervenção militar que precedeu a restituição do governo ao presidente legítimo.
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As anedotas «picantes» e as canções brejeiras levadas à praça pública por caras mascaradas, no meio de multidões animadas pela confusão e pelas refeições bem regadas, sempre constituíram o lado simpático da desinibição destes festejos. No entanto, outras «graças» foram sendo acrescentadas, que acrescentaram em violência o que «no Carnaval não se podia levar a mal». Hoje, conhecemos só formas atenuadas dessas «liberdades»: os estalinhos, os martelinhos que chiam, as bisnagas de água, os confetes e as serpentinas. Mas, no século passado, chegaram a gerar-se verdadeiras batalhas campais, em que se levavam para a rua todos os trastes que havia em casaÉ ou os atiravam directamente da janela. Nos nossos dias, o Carnaval é um pretexto para fazer grandes festas colectivas e para dar provas de imaginação: nas máscaras, nos concursos de charadas, nos arranjos dos salões de baile.
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«Bem-vindo sejais à nossa aldeia/ As ruas estão libertas/ É calmo o seu ambiente/ E tem as portas abertas/ Pra receber toda a gente», lê-se numa inscrição a azul, sobre azulejos. Acabamos de entrar em Gouveia. Em cada esquina, em cada poço, uns versos, do Largo do Rossio até à entrada de Fontanelas -- a aldeia irmã que Virgílio Ferreira celebrizou, tantas são as referências que lhe prodigaliza na sua «Conta-Corrente». Aqui o alumínio ainda não venceu a madeira, as flores vicejam nas paredes das casas, sobre peanhas, e os olhos perdem-se no desenho das rendas que ornamentam as janelas. Há depois os caminhos de terra, as vivendas por entre pinheiros, o cozido à portuguesa no Restaurante do Zé, a quietude aldeã dos dias de canícula. Fruir Gouveia e Fontanelas talvez não seja compatível, pois, com o bulício destes dias de festa. Prometa voltar mais tarde («Fontanelas é como se fosse sempre uma iniciação», garante Virgílio Ferreira) e faça daqui ponto de partida para uma incursão à praia da Aguda. Só a descida e a subida por aqueles incontáveis degraus de madeira, com uma fonte a meio para dessedentar o viageiro, valem a deslocação. Se é dado aos prazeres da caminhada vá, a pé, até ao Magoito: ou junto ao mar, na maré vazia; ou cá por cima, rente aos penhascos, a face ao vento, que ali sopra forte.
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