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Um grupo toca, com guitarras eléctricas e um órgão, uma música monótona com o volume no máximo, debaixo de um toldo de plástico a fazer de estufa. O suor corre-lhes em bica pelas cabeças rapadas, encharcando-lhes as túnicas brancas. Quando interrompem por momentos a canção, um rapaz de calções oferece a um deles um gole da sua lata de cola. «Vocês vão morrer assados aí.» O músico, de pé em cima de um caixote para parecer mais alto, faz que não com a cabeça: «Isto é só o nosso corpo que tem calor. Não tem importância, porque nós não somos corpo.» Entramos numa tenda às listas, atraídos por uma bailarina lindíssima, de quimono vermelho, descalça, com os tornozelos cingidos de jóias e chocalhos. No lado direito do palco, duas raparigas abanam, com grandes leques e penachos, um velho careca sentado, imóvel, em posição de ioga. Elas têm os rostos a cintilar do suor e da luz vermelha da tenda, o velho tem também a careca a reluzir, não de suor, porque está a ser vigorosamente abanado pelas raparigas, mas porque, observando melhor, tem a cabeça de plástico: não é um velho --é um boneco. «Quem é aquele?», perguntamos. «Srila Bhaktivedanta Swami Prabhupada.» Ah!
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Salamat Masih, de 14 anos, e Rehmat Masih, de 40 anos, cujas sentenças de morte foram anuladas por o Supremo Tribunal de Lahore, na quinta-feira passada, deixaram secretamente Islamabad num voo dos linhas aéreas internacionais do Paquistão com destino a Frankfurt. As autoridades paquistanesas afirmaram que o dois cristãos tinham deixado a prisão central de Lahore ao fim do dia de sexta-feira mas não revelaram qual era o seu destino.
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Os números do Instituto contrastam com um Exército Vermelho que chegou a ser quase três vezes superior. Antes de começar com os programas de redução de efectivos, em 1988, a União Soviética teve 4,25 milhões de homens em armas. Peritos militares ocidentais afirmam que o Exército russo enfrenta problemas de moral, na sequência do desmembramento da URSS, que incluem corrupção, fraca disciplina e fuga à recruta. As retiradas dos contingentes da Europa Oriental e dos Estados do Báltico foram entretanto concluídas.
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É por isso que o Presidente reconhece hoje que o que é prioritário é a obtenção de verbas para criar infra-estruturas. Fundos do Banco Mundial vão permitir a construção da primeira auto-estrada, ligando o Sul e o Norte, e também graças a auxílio financeiro internacional será criada uma rede viária em torno de Tirana. Sustentando a vocação europeia da Albânia -- que já pertence ao Conselho da Europa e pediu a adesão à NATO e à União Europeia --, o Presidente Berisha tenta obter o auxílio financeiro do Ocidente. Ao mesmo tempo, tem vindo a abrir o país ao mundo árabe, com o argumento de que a maioria da população é muçulmana -- um apoio que, até aqui, se traduziu apenas na construção de mesquitas. A grande fonte de receitas é a comunidade de emigrantes -- um em cada dois albaneses --, na sua maioria clandestinos e a viver sobretudo em Itália e na Grécia.
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Como Collor, o novo presidente falou em: «reforma do Estado», «abertura da economia», «avanço da privatização» e «flexibilização dos monopólios estatais». Sem mencionar o nome, o próprio FHC deu crédito a Collor: «Isto começou a acontecer no governo anterior ao do presidente Itamar Franco». Prudente, ressalvou: «Infelizmente, de uma maneira atabalhoada, num ambiente político poluído.»
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Helmut Kohl referiu a necessidade de cumprir as promessas feitas aos povos do Leste europeu antes da queda do muro. António Guterres lembrou a necessidade de dar às jovens democracias polaca, checa ou húngara a mesma oportunidade que há dez anos foi oferecida a Portugal. Alargamento sim, a duas vozes. O chefe do Governo de Lisboa reiterou a intenção de atingir a meta dos critérios da UEM em 1999. O número um do Executivo de Bona disse que «não há melhor política social» do que essa. Moeda Única sim, a duas vozes.
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Durante os últimos anos muitas casas não aguentaram. Lanvin deixou a alta costura em 1992, Per Spook está falido e Philippe Venet dedica-se a outras actividades. Pierre Cardin só apresenta actualmente uma colecção de alta costura por ano, e apenas para alguns jornalistas. Segundo a agência Reuter, Olivier Lapidus acredita que a costura se deve modernizar e usar as tecnologias de ponta para substituir as técnicas ultrapassadas de fazer vestidos à medida. «Penso que a alta costura precisa de se tornar na vanguarda ou então de se extinguir», disse Lapidus numa entrevista. «É muito importante não fechar as casas de alta costura mas modernizar os métodos, adaptá-los à indústria dos nossos dias, torná-los viáveis para o terceiro milénio.»
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Um dos problemas que mais embaraça as crianças já crescidas e aborrece os pais -- o chichi na cama -- poderá ter, em alguns casos, origem genética. E se, para muitos, a solução deste problema, que os médicos chamam «enurese», deverá passar por um acompanhamento psicológico, uma vez que a sua origem é emocional, uma equipa de cientistas dinamarqueses diz que isso não explica tudo. Num artigo publicado na revista «Nature Genetics», esta equipa do Centro para a Investigação do Genoma, em Copenhaga, afirma ter localizado um segmento de um cromossoma onde poderá estar o principal gene defeituoso envolvido nesta disfunção.
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Em dois despachos ontem dados a conhecer ao executivo, Rui Silva nomeou a vereadora em regime de permanência (a tempo inteiro) e delegou-lhe as competências da Divisão de Apoio às Actividades Económicas, nomeadamente a execução das deliberações do executivo municipal, assinatura de correspondência camarária, e modificação ou renovação dos actos praticados pelos funcionários. Segundo a autarca, entre as várias acções que pretende desencadear, até ao final do mandato -- pouco mais de um ano --, contam-se a análise da situação empresarial do concelho e uma especial atenção às questões laborais, através do contacto com organizações representativas de sector.
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CCRC quer aproximar empresas e cientistas O recém-empossado presidente da Comissão de Coordenação da Região Centro (CCRC), Alberto Santos, considera que a região tem grandes potencialidades económicas, mas continua a faltar uma ligação eficaz entre a investigação tecnológica e a indústria. Apesar de existirem estes dois «ingredientes» de desenvolvimento -- com várias universidades e institutos politécnicos dispersos pela região, o que facilita a relação com a indústria --, não se verifica ainda, de forma significativa, uma verdadeira aplicação desse potencial tecnológico aos produtos aqui fabricados.
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A amostra foi encaminhada para um laboratório do Canadá. Até hoje o Adolfo Lutz não recebeu os resultados. Vieira diz que o exame é demorado. «Como temos problemas de cólera, meningite, tuberculose, doenças sexualmente transmissíveis, leptospirose, febre purpúrica, nossas prioridades são outras», afirma Vieira.
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Sondagens criam tensões O mercado de capitais parisiense revelou ao longo da semana uma constante permeabilidade às sondagens publicadas nos mais variados orgãos de imprensa relativas o referendo sobre o Tratado de Maastricht. Este aspecto produziu alguns reflexos negativos sobre uma serie de valores. Assim, variando alternadamente, o praça francesa viveu sessões onde a confiança foi uma constante. Certo é também que a «reentré» não ajudou, já que a grande parte dos investidores vieram de férias particularmente pessimistas. Os investidores quase nunca estiveram dispostos a comprar. Um certo nervosismo foi, deste modo, uma constante. Os estrangeiros que marcaram a sua presença na semana anterior, estiveram ao longo dos seis dias que passaram quase sempre ausentes. Todo este frenesim acabou por acabar em bem, isto porque, tal como em Londres, os últimos dias da semana foram bastante positivos. Em todo o caso, as perspectivas cinzentas da economia francesa aliadas à ideia de que o banco central alemão não pode ou não pretende suavizar a sua postura quanto ao crédito acabou por atingir os intervenientes da praça financeira de Paris. O índice CAC-40 fechou nos 1.801,99 pontos, valor que é o mais alto desde 6 de Agosto.
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Aviões da NATO atacam posições dos sérvios bósnios Ameaça cumprida Os chefes da ONU na Bósnia esperaram pouco. O seu ultimato aos sérvios bósnios para devolverem armas pesadas expirou ao meio dia e, quatro horas depois, já aviões da NATO estavam em acção, cumprindo a ameaça. O tempo de a ordem para atacar percorrer a cadeia de comando. Hoje expira mais um ultimato, e há tanta expectativa quanto a novos ataques como de saber se os sérvios bósnios se vingarão sobre os «capacetes azuis» no terreno.
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À Madeira, disse um autarca social-democrata ao PÚBLICO, aplica-se o adágio popular «casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão». Com um dívida estimada em 120 milhões de contos, a região enfrenta enormes dificuldades de tesouraria que levaram o governo regional a abandonar as autarquias à sua sorte, particularmente a Câmara do Funchal, com uma dívida encoberta de mais de oito milhões de contos. Com este cenário de fundo, as divergências e contradições no seio do PSD-Madeira têm-se acentuado à medida que a sucessão de Jardim passou a ser tema de debate, precipitadamente lançado por sectores que temem «the afther day». O próprio presidente do governo regional reconhece a actual convulsão: «Desde que anunciei que colocava a hipótese de não me candidatar à liderança do PSD em 95 e à presidência do governo em 96, andam por aí umas vagas agitadas».
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Contactado pelo PÚBLICO -- que apurou que nem a carta existiu nem o ministro criticou o CEMGFA --, Fuzeta da Ponte foi peremptório a negar a existência de «um mau relacionamento entre o ministro da Defesa e a minha pessoa», sublinhando que António Vitorino é o terceiro titular da pasta da Defesa com quem trabalha, reconhecendo «a maneira extraordinariamente aberta» como se têm processado as relações entre ambos. Quanto ao que estará na origem das notícias, Fuzeta da Ponte escusou-se a falar, atribuindo apenas a uma «intenção pérfida» que visaria minar o seu relacionamento com o ministro. Na base de tudo isto estão as declarações de Fuzeta da Ponte aos deputados quando a comissão parlamentar de Defesa se deslocou ao Estado-Maior-General das Forças Armadas no quadro dos contactos periódicos daquela comissão. Neste último encontro, a comissão sugeriu que fosse abordado o Orçamento de Estado para as Forças Armadas, ao que Fuzeta da Ponte acedeu. O CEMGFA, todavia, deu conhecimento ao ministro das afirmações por si proferidas, tendo mesmo feito chegar informalmente a António Vitorino uma transcrição integral das declarações.
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Com a certeza que «a xenofobia e o racismo estão a crescer», a associação SOS Racismo anuncia que vai transformar 1995 -- Ano Europeu da Juventude contra o Racismo, a Xenofobia, o Anti-Semitismo e a Intolerância -- em 12 meses de «luta permanente». O programa da associação, revelado ontem em conferência de imprensa, contempla diversas acções como programas de formação para sindicalistas, professores e alunos, vários debates e publicações como o 2º guia contra o racismo. As acções vão ser acompanhadas pela continuação da campanha por um novo período de regularização de imigrantes, um trabalho que o SOS tem feito com outras estruturas de apoio a estrangeiros em Portugal, e pelo trabalho a nível internacional. Como membro do secretariado da Rede Anti-Racista Europeia para a Igualdade na Europa, que inclui 15 países, o SOS vai participar numa campanha internacional sobre legalização de estrangeiros, e fazer propostas de alteração do tratado de Maastricht, quanto a direitos de voto, de trabalho, habitação e vistos para os estrangeiros. O primeiro debate será no dia 21, no Espaço Oikos, em Lisboa, sobre «A segunda geração em Portugal.» R.C.M.
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Ele deixou sua residência em São Paulo, ontem por volta das 14h45, e seguiu para Brasília. Sobre a reunião que ele teria hoje com o presidente e os ministros Walter Barelli (Trabalho) e Sérgio Cutolo (Previdência Social) para tratar do salário mínimo, Fernando Henrique disse: «tenho reunião todos os dias não só sobre salário, mas sobre tudo. Vou continuar trabalhando.» Indagado se teria alguma definição sobre a URV, Fernando Henrique respondeu que passou o final de semana fora de Brasília. No sábado, entretanto, ele estava reunido com a equipe buscando as definições para implantar o novo indexador da economia em 1º de março, data prevista pela equipe.
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A proposta de protocolo para a constituição da sociedade que vai construir e gerir a nova central -- em que participam todos os municípios envolvidos, independentemente de qual venha a ser a localização da unidade -- foi aprovada pela Assembleia Municipal de Vila Franca na noite de sexta-feira com 30 votos favoráveis, da CDU e do PS, e quatro abstenções, do PSD. O assunto motivou, todavia, inúmeras dúvidas às diferentes bancadas. João Graça, membro do Partido Ecologista «Os Verdes», eleito pela CDU, sublinhou que o texto do protocolo é omisso quanto ao destino dos resíduos resultantes da incineração e citou as conclusões de um recente seminário organizado pela Associação Nacional de Municípios Portuguesas, que «identificam o aterro sanitário como uma solução que deverá estar sempre presente».
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Indefinição no programa espacial da CEI Sombras negras na Cidades das Estrelas Sophie Pons* Ainda há poucos anos atrás, os cosmonautas soviéticos eram considerados a nata da nação e cobertos de honras. Hoje, têm dificuldades para conseguir esticar o ordenado até ao fim do mês, trabalham em programas ameaçados de extinção e veêm-se obrigados a procurar outros empregos.
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Auditor prudente Os auditores da Guararapes dizem que não é possível determinar o desfecho do processo de concordata e das medidas para a reestruturação das companhias. Aporte mexicano A Olivetti do Brasil realizou aumento de capital, incluindo aporte equivalente a US$1,5 milhão da Olivetti Mexicana S/A.
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EUA deram pista de 7 t de coca CLAUDIO JULIO TOGNOLLI Da Reportagem Local Há cinco meses, bateu na diretoria da Polícia Federal, em Brasília, a informação de que «um enorme carregamento» de cocaína iria chegar ao Brasil, vindo de Cali, na Colômbia. Os donos da informação eram dois norte-americanos, agentes da Drugs Enforcement Administration (DEA), a agência que os EUA mantém para combater o tráfico internacional de cocaína. Essas informações foram transmitidas à Folha por dois agentes brasileiros que participaram da operação. Segundo o relato deles, os dois agentes do DEA estavam pessoalmente no encalço do carregamento de cocaína, desde que o fardo de sete toneladas chegou a Guaraí (TO), numa fazenda clandestina a 230 km de Palmas.
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Caderno de bordo Um erro demasiado óbvio O teatro não se instala bem no Centro Cultural de Belém. O erro vem de raiz. Quando o CCB foi concebido, por Teresa Patrício Gouveia e António Lamas, pensou-se em termos de espaço, mas não da sua adequação e usos. Entre o Grande Auditório, com 1200 lugares, e o Pequeno, com 240, falta um espaço intermédio, com 400 a 600 cadeiras. O Grande é-o demasiado para espectáculos teatrais: funciona para algo de imageticamente vistoso e musical, como a «Alice» de Bob Wilson, mas não para outros espectáculos em que a palavra é mais primordial, como se comprovou com a produção de «Germania 3» de Heiner Müller. O Pequeno só funciona para espectáculos de escala mais modesta, em geral com poucas representações (e menor rentabilização do esforço de criadores e intérpretes), que muitas vezes aí estão de passagem para outros espaços, como ainda recentemente sucedeu com «A Noite é Mãe do Dia» de Lárs Norden, em trânsito para a Malaposta. Isto é uma evidência, pelos vistos só desconhecida no Festival dos 100 Dias.
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Resposta De acordo com Luiz Appolonio Neto, presidente da Sabesp, «os dois imóveis citados registraram nos últimos meses consumos bem diferenciados e, por isso, os valores das contas foram diferentes». O presidente da Sabesp informa ainda que o desconto de 15% é concedido aos imóveis residenciais que têm consumo igual ou inferior a 30 m3 por mês.
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...e aumento das taxas da JAPA preocupa os comunistas O aumento das taxas de ocupação do domínio público marítimo, imposto pela Junta Autónoma do Porto de Aveiro (JAPA), que recentemente motivou uma acesa polémica entre associações desportivas, membros da Assembleia Municipal aveirense e JAPA, levou o deputado do PCP João Amaral a requerer esclarecimentos sobre o assunto ao Ministério do Equipamento, Planeamento e Administração do Território, em requerimento enviado ao presidente da Assembleia da República. Qual o motivo que levou ao aumento das taxas é uma das questões colocadas pelo deputado do PCP, que lembra que vários munícipes participaram em recentes reuniões da Assembleia Municipal, protestando contra esta medida. Amaral pretende ainda saber qual a resposta do Ministério às queixas da população e à reclamação da assembleia aveirense -- que considerou «verdadeiramente surpreendentes» os quantitativos que algumas taxas atingem -- de suspensão dos aumentos.
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Quase no centro da capital há um prédio com 78 anos. A seu lado, a Câmara de Lisboa aprovou, em 1981, uma monstruosidade arquitectónica que tapa, na prática, quatro janelas do prédio antigo. Atenta aos seus interesses, a proprietária lesada denunciou a situação -- quando a obra se iniciou, já em 1993 -- ao actual presidente da Câmara. Seis meses depois, os serviços limitaram-se a confirmar, internamente, os factos descritos pela denunciante. Mas nessa altura, já o crime está consumado. E ninguém fez nada. Nem sequer responderam à queixosa. Que até nem é um zé ninguém. É a Santa Casa da Misericórdia de Cabeço de Vide. Uma instituição de solidariedade social.
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A proliferação nas últimas décadas do chamado romance histórico, gozando de uma enorme receptividade em quase todos os países europeus, é bem sintomática, em certa perspectiva, das actuais dificuldades de afirmação estética do realismo. A pretensão mais óbvia do romance histórico -- recriar uma realidade que o tempo dissolveu, tentando imperativamente desvendá-la como «vivida» -- transformou-o no grande bastião do romance realista, sendo, por isso, desenvolvido, salvo algumas excepções, pelos narradores esteticamente mais conservadores. Repare-se, por exemplo, que raros são o romances históricos que não terminam com um apêndice bibliográfico ou documental em que se procura fundamentar a veracidade da encenação e da trama. A obra de Mary Renault -- uma escritora inglesa, radicada na África do Sul, que, na década de 50, inflectiu a sua produção literária, passando a dedicar-se ao romance histórico -- reflecte bem esta constatação. O romance agora traduzido, «O Jovem Persa», segundo volume de uma trilogia sobre Alexandre, a que a autora se dedicou no final da sua carreira literária, é composto pelas «memórias» de um eunuco persa que, enquanto adolescente, foi o «eromenos» de Dario e, principalmente, do Macedónio, podendo, assim, testemunhar, de uma forma íntima, o glorioso apogeu e morte deste. A estrutura narrativa do romance, estritamente convencional e linear, confina-se a percorrer, passo a passo, os excepcionais acontecimentos da existência desta figura lendária.
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6. Penso que é obsoleto. O Grupo de Trabalho, a lista oficial... não é mais que um sistema de perpetuar quem se encontra no COP. O COP só terá a ganhar se os estatutos forem alterados de modo a que as eleições se processem de forma análoga ao que acontece nas federações, nomeadamente nas olímpicas. Se for eleito, eu e a minha equipa fá-lo-emos. Há um período eleitoral, candidatos, listas e eleições. Todos no mesmo pé de igualdade. Isto é uma promessa que eu faço, se for eleito.
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Quanto à estratégia para 1992, o presidente da empresa caracterizou-a como uma «evolução na continuidade». No entanto, o «véu» foi ligeiramente levantado no decurso da sessão de perguntas e respostas entre a administração do grupo e os jornalistas. Os mercados do leste da Europa são uma prioridade -- particular atenção à fábrica instalada na Rússia, que este ano iniciou a produção para exportação do perfume NAROUSSIA -- e uma maior penetração no Sudoeste asiático, nomeadamente no Japão, um objectivo. A diversificação das actividades do grupo deverá limitar-se à manutenção do interesse no audiovisual, concretizada através da participação no Canal Plus. Questionado sobre se a Nestlé iria aumentar a participação que detém na «holding» que controla a L'Oréal, Owen Jones desmentiu tal hipótese, garantindo que «o equilíbrio entre accionistas irá manter-se.» Ou seja, a confirmar essas garantias do presidente, a família Bettencourt, fundadora da L'Oréal, manterá a maioria do capital.
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Cerca de um milhar de alunos da UM estão actualmente a estagiar em empresas, frisa Carlos Bernardo, dando conta de que «as empresas procuram um número muito elevado de estagiários». Para uma maior ligação empresa-universidade concorreu, segundo o presidente da Escola de Engenharia, o Pedip I (Programa Específico de Desenvolvimento da Indústria Portuguesa), uma vez que, ao obrigar as empresas a apresentar projectos, fez com que estas recorressem «ao apoio da universidade». É uma característica que «se vai acentuar com o Pedip II».
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Diretor de 'Cinema Paradiso' chega ao Brasil para debate Tornatore participa de semana cultural em Campinas (SP) Da Reportagem Local O cineasta italiano Giuseppe Tornatore, 36, chegou ontem ao Brasil, às 10h45, vindo de Roma. Tornatore participa hoje às 20h de um debate sobre o cinema italiano em Campinas (100 km a noroeste de São Paulo). Ao desembarcar, o diretor disse que preferia falar mais sobre cinema do que política. Ao ser perguntado sobre o sucesso de seu mais famoso filme, «Cinema Paradiso», disse que não pensa no público quando filma: «Você pode acabar produzindo o filme errado no momento errado», disse.
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No texto sobre Istambul, publicado no magazine de domingo (12-11-95), na página 65, segundo parágrafo, deve ler-se: «Mehmet Ali Sahin, líder do Partido Refah na Grande Istambul, declarou, numa entrevista ao PÚBLICO, que uma empresa japonesa efectuara, em 1994, uma sondagem sobre as dez melhores municipalidades do mundo...» Ou seja, 1994 é a data em que foi efectuada a sondagem e não a entrevista, como por lapso, se escreveu. A autora do texto, Ingborg Lippmann, crê também que a tradução correcta de Partido Refah -- em inglês Welfare Party -- é Partido da Assistência Social e não Partido da Prosperidade, como saiu na página 69, segunda coluna, quinto parágrafo.
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Com as repúblicas centro-asiáticas é completamente diferente. Usbequistão, Quirquistão, Tadiquistão... em toda esta área muçulmana os russos foram uma influência estranha que nunca foi tão mal vista com as pessoas pensam, no Ocidente, porque não havia sentimento de nacionalidade. Trata-se de uma série de tribos turcas que continuam a governar as suas vidas em termos familiares ou feudais, e a influência russa nas suas vidas ou a interferência na sua religião foi muito menor do que se pensa. Essas tribos olhavam à sua volta e perguntavam-se que outra alternativa é que tinham. O Irão fundamentalista? Ou, pelo contrário, manter o modo de vida que agora têm apenas com mais comida? E eles não querem viver com os «ayatollahs» do Irão. O verdadeiro problema nesta área é a ecologia. No sentido em que estamos a falar em zonas em que o verdadeiro recurso estratégico não são os mísseis nucleares, é a água. Quem controla a água? E onde o mais grave problema ecológico não é uma fábrica qualquer poluindo a atmosfera, são as vastas áreas de terra transformadas em desertos por uma utilização agrícola, durante anos e anos. Toda a área sofre destes problemas, numa escala global de tal ordem que não têm qualquer forma de os resolver apenas com os seus próprios meios... P. -- Por isso, precisam da Rússia...
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Eu creio que a Igreja fez o exame de consciência, depois da vaga de massacres que sucederam à destruição das bases populares nas montanhas. As primeiras aproximações que tentámos foram em 1979 e, em 1980, começámos a receber manifestações de apoio, tendo culminado com o meu encontro pessoal com o saudoso e mui querido D. Martinho Lopes, na segunda metade de 1982. Liberdade não se troca por desenvolvimento P. -- Desde as últimas semanas do ano passado, têm vindo a eclodir em Timor confrontos de carácter religioso, ao mesmo tempo que foram crescendo críticas dos meios muçulmanos contra o bispo Ximenes Belo. Os confrontos coincidiram com a aproximação da atribuição do Prémio Nobel da Paz, a que monsenhor Belo era um dos candidatos mais fortes. Mas há quem veja neles uma tentativa para empolar um conflito religioso (até então) inexistente. Quer comentar?
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Condescendência prejudica Edmundo Criei meus filhos e agora, quando o futebol me permite, procuro auxiliar na criação de meus netos. Nesse processo de educação, percebo que existe uma verdade: para se evitar que um ato contestado não venha a ocorrer novamente é preciso que o assunto seja tratado com seriedade e rigor, ainda que isso possa doer para o educador.
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«Nosso endividamento é muito pequeno por critérios internacionais e muito pesado devido à situação brasileira», disse ele. «No Brasil é muito mais difícil encontrar recursos a longo prazo a um custo aceitável». Além de negociar o alongamento da dívida com os bancos, o Grupo Abril tenciona aumentar seu capital: «A combinação dessas duas coisas, bem encaminhada, vai nos permitir equacionar esses problemas rapidamente».
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«Bem-vindos à mais completa colecção de ilusões de óptica e sensoriais da Web», lê-se à entrada deste «site». Além de um museu das ilusões, há aqui demonstrações interactivas, explicações científicas, `puzzles', imagens 3D, bibliografia sobre o assunto -- ou seja, tudo sobre a maneira de enganar o nosso cérebro, obrigando-o a inventar coisas que não estão lá. Grande parte do material apresentado é inédito, afirmam os responsáveis, que fazem parte do célebre California Institute of Technology. Sabe o que é a ilusão do «quadrado que respira»? E a das pessoas «que crescem e encolhem perante os nossos olhos»? E a da espiral de som sem fim? No fundo de uma página, uma brincadeira chamada «ilusão presidencial» atraiu particularmente a minha atenção. Trata-se de uma fotografia que nos incita a trocar Bill Clinton pelo seu vice-presidente Al Gore. Miragem ou realidade? www.playmusic.org
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Quatro pilotos mortos é o balanço do desastre aéreo ocorrido ontem perto de Cam Ranh, no Vietname, quando os aviões se despenharam na selva. Vinham da Malásia, de um festival aéreo, e regressavam à base, a mais importante que a Rússia tem para além das suas fronteiras. Voavam em caças Sukhoï e a causa do acidente é atribuída às más condições atmosféricas. Os corpos do quatro pilotos, indica a Interfax, já foram encontrados. Este desastre aéreo veio somar-se a um outro ocorrido na passada semana, em que morreram 97 pessoas. Este acidente, que se deu perto de Khabarovsk, no Extremo Oriente russo, foi também atribuído a más condições atmosféricas e particularmente sentido pela opinião pública, devido às imagens televisivas, que mostraram os destroços do avião e roupas espalhadas por árvores. Multada pelo segundo filho Uma multa de 313 mil yuans (cerca de 5.550 contos) foi a pena aplicada a uma chinesa que ousou ter um segundo filho, violando as leis do planeamento familiar. Chen Feng, de 36 anos, é a directora de uma fiação em Nuanquan, pequena cidade da província de Liaoning (no Nordeste) e recusou-se a abortar, apesar das pressões das autoridades, que a advertiram de que tinha já um filho de dez anos, noticia o «Diário das Leis» desta província. O caso de Chen Feng, membro do Partido Comunista e directora de uma empresa, foi tornado público para servir de exemplo a quem tentar desobedecer às leis em vigor na China. Guerra ao tabaco
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No Museu Nacional de Etnologia, Avª Ilha da Madeira, pode ver a exposição «Fado», entre as 14h00 e as 18h00. Fotografias, estampas, instrumentos musicais, pautas, partituras, folhetos de cordel e objectos variados, num elaborado trabalho científico nas áreas da Etnologia, Sociologia e Antropologia, em torno da origem e história do fado. Espectáculo de bailado no âmbito do projecto Skipe, no Cinearte, às 22h00. Um trabalho da coreógrafa francesa Amis Garmon.
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Quanto ao acesso ao Internato Complementar, os alunos defendem que ele se deve basear num regime que assegure igualdade de critérios e de oportunidades a todos os candidatos. Mais ainda, «o número total de vagas a abrir não poderá ser inferior ao número total de candidatos».
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A Marconi, dispondo de um espaço de 72 m2, baseou a sua presença na divulgação de quatro linhas de força: um mundo de serviços, presença internacional, sistemas de informação e rede mundial. Aquela companhia utilizou máquinas Next para apresentar informação adicional sobre cada um dos tópicos referidos, tendo ainda promovido e demonstrado o serviço de «voice messaging» prestado por empresa do grupo sediada em Inglaterra. Ocupando um «stand» com 70 m2 de área, a Telecom Portugal optou por atrair a atenção fazendo uma demonstração permanente de videoconferência com Lisboa, suportada por dois canais de 64 kbit/s. Este operador instalou ainda outros tipos de equipamento e divulgou junto dos seus visitantes os diferentes serviços que presta.
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A Hewlett-Packard (HP) vai investir 20 milhões de dólares na China, durante este ano, para o fabrico de computadores pessoais. Os pormenores da operação serão anunciados em Junho, quando a HP festejar uma década naquele país, onde participa em cinco «joint-ventures». A Universidade de Taiwan anunciou ter desenvolvido o primeiro computador que reconhece os vocábulos chineses e os transforma em caracteres latinos. O Golden Mandarin Number Three escreve três caracteres por segundo mas, para expressões mais longas, a escrita só é efectuada após 20 segundos de espera.
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Durante todo o dia haverá dança jazz, música, teatro e folclore executados pelas várias escolas participantes: Rio de Mouro, Agualva, Maceira, Abrunheira, Rinchoa, Massamá, Queluz, Santa Maria e Mem Martins, António Sérgio, Mira Sintra, Lourel, D. Fernando II, Ferreira Dias, Ouressa, entre outras. À noite, as bandas de rock «Castro e Bários» e «Cicci Boys» dão um concerto, a que se seguirá um espectáculo de fogo de artifício. A Feira encerra no domingo com um espectáculo musical por grupos de várias escolas, às 15h00.
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Para os ex-comunistas, no entanto, as coisas não eram tão evidentes e a sua participação no Governo só se concretizaria mediante a aceitação de certas condições. As tentativas do PSI para, com os ex-comunistas, recuperar a ideia da «unidade da esquerda» tiveram como resultado um redondo «não» por parte do partido liderado por Achille Occhetto.
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Isaltino ataca «mito» Branco «Daniel Branco é um mito sem substrato que não tem qualquer suporte de qualidade de vida no concelho de Vila Franca de Xira», afirmou o líder da distrital de Lisboa do PSD, Isaltino de Morais, sexta-feira à noite, durante o lançamento oficial da candidatura de Fernando Pedro Moutinho à presidência da câmara local. Isaltino frisou que o actual presidente da câmara é uma pessoa extremamente ocupada que «vai ter muito pouco tempo para a campanha eleitoral e esse será um dos pontos fracos que o PSD vai explorar».
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O próprio presidente da Comissão, o social-democrata Sousa Lara, admitiu no final, que tem sabido das notícias da preparação da visita parlamentar a Timor «pela Comunicação Social», embora acrescentasse que o organismo a que preside tem acompanhado essa preparação «a par e passo». Só hoje o ministro João de Deus Pinheiro tomará conhecimento do pedido da comissão -- à hora a que terminou a referida reunião, já ministro passara pelo Palácio das Necessidades -- dado ter chegado ontem de Kuala-Lumpur, onde decorreu a cimeira da Associação dos Países do Sueste Asiático com a CEE, os Estados Unidos e o Japão. Nesta reunião, o ministro português integrava a «troika» que preside à CEE durante este semestre, mas não teve qualquer encontro com o seu homólogo indonésio, Ali Alatas, segundo o PÚBLICO apurou ontem oficialmente do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE). Satélites contra a censura
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O substituto de Gomes, o ex-são-paulino Ronaldo, chega apenas amanhã em Los Gatos para se apresentar à comissão técnica. Ronaldo será o reserva de Márcio Santos, mas ficará com a camisa número 4, de Gomes, e o quarto do zagueiro cortado. O seu companheiro de quarto será Taffarel.
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Presidente acusa Daniel Branco de ter criado falsas expectativas ETAR de Alverca só depois do ano 2000 A estação de tratamento de águas residuais de Alverca, a maior planeada para o concelho de Vila Franca de Xira, estimada em mais de seis milhões de contos, só deverá obter financiamento no âmbito do próximo Quadro Comunitário de Apoio, que vigorará de 2000 a 2006. A informação colheu de surpresa a nova presidente da Câmara de Vila Franca que acusa o seu antecessor, Daniel Branco (CDU), de ter criado falsas expectativas de que a obra poderia avançar rapidamente. Este garante que nunca disse isso e que a câmara tem é que continuar a pressionar o Governo para acelerar o processo.
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Eurico Figueiredo anunciou a realização no Porto de «uma grande reunião de intelectuais, cientistas, representantes de zonas ribeirinhas, associações de consumidores» para um grande debate sobre o problema da água, a decorrer em simultâneo com a cimeira ibero-americana. Da reunião sairá a concretização do «Tribunal de Água» para dar seguimento ao debate sobre estas matérias. O PS convocou a conferência de imprensa para anunciar o «breve envio» ao Parlamento Europeu de uma petição já subscrita por mais de 6000 pessoas com vista à análise por parte das instâncias europeias das consequências para Portugal do Plano Hidrológico Espanhol. O primeiro subscritor é Guterres, o segundo Almeida Santos.
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Primeira ligação à rede de gás natural inaugurada ontem na Maia Clientes da Portgás desconhecem tarifário Alfredo Leite O gás natural chegou finalmente à área metropolitana do Porto (AMP). A primeira ligação doméstica foi feita na Maia, mas a cerimónia oficial decorreu no Porto. Uma opção da Portgás para não ferir susceptibilidades das duas autarquias numa matéria em que tanto Fernando Gomes como Vieira de Carvalho exprimiram algumas divergências. Para os utentes a dúvida é, para já, saber quanto vão pagar exactamente pelo serviço.
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Depois do juramento da praxe perante o presidente do Congresso, Fernando Henrique recebeu, no Palácio do Planalto, a faixa presidencial das mãos de Itamar Franco, que encerra o seu Governo com um índice de popularidade (88 por cento) igualmente inédito no Brasil. Reflectindo o clima de optimismo, Fernando Henrique assegurou, na cerimónia de posse: «O Brasil vai dar certo. Não é mais uma questão de esperança, nem uma euforia passageira», afirmou. O novo Presidente disse que o seu grande objectivo, nos próximos quatro anos, será a justiça social. «O movimento de reformas que eu represento quer unir a nação em torno de uma vida melhor para todos».
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Zambujeira do Mar Comerciantes não querem festival no Verão Os organizadores do Festival Sudoeste anunciaram que a edição de 1999 começa a 6 de Agosto na Zambujeira do Mar, mas os comerciantes locais já fizeram saber que se opõem à realização do evento na época de maior incidência turística, ou seja, os meses de Verão.
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Segundo o edital de privatização da Embraer, os novos donos serão obrigados, de imediato, a investir R$30 milhões na empresa. Esta foi a condição do governo federal para aceitar 100% em «moedas podres» no leilão. Estrangeiros O leilão de ontem foi o que contou, até agora, com a maior participação de investidores internacionais no programa de privatização brasileiro.
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Oposição sérvia sobe o tom dos discursos Padres condenam Milosevic Paulo Moura Depois de um «reveillon» de protesto com um quarto de milhão de pessoas, que não mereceu sequer uma notícia na televisão, a oposição sérvia conta desde ontem com um novo aliado: a Igreja ortodoxa. E o comunicado dos bispos foi tão duro que obrigou os líderes do «Zajedno» a subirem de tom.
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Guterres, que garantiu que apresentará a proposta ainda antes do início da sessão legislativa, impôs, no entanto, quatro condições: «o respeito total» pela Constituição da República; pela proporcionalidade do sistema; pela salvaguarda dos resultados dos actuais partidos parlamentares; e, por último, pelo carácter mobilizador de «toda a sociedade» da proposta. Prometeu «isenção» na definição dos círculos. Foi esta a grande novidade do discurso do primeiro-ministro, mas, aferindo a reacção da assistência de Faro, será difícil a Guterres conseguir a tal mobilização de «toda a sociedade». Mas os desafios ao PSD não se ficaram por aqui. Guterres comprometeu-se também a apresentar uma proposta de Orçamento de Estado para 98 «sem qualquer aumento de impostos», mas quer que, em troca, os sociais-democratas se comprometam a viabilizá-la sem tentarem introduzir alterações que deturpem o seu conteúdo.
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Para Oliveira Martins, nenhuma arte ou filosofia valia o poder. A influência social ou a direcção do Estado pareceram-lhe sempre a medida de todas as coisas. Por isso nunca compreendeu o recolhimento a que o seu amigo Antero de Quental se sujeitou. O mundo estava aberto a todas as conquistas. O liberalismo desorganizara a sociedade, reduzindo-a a uma massa de indivíduos sem nada em comum a não ser o egoísmo de cada qual. O Estado liberal passara a tratar a religião católica, que até então dera coerência à vida em comum, como uma prática privada, que em 1870, nos lares das classes médias, já estava reservada apenas às mulheres, crianças e criadas. Não havia um princípio que formasse a sociedade, a não ser a ideia muito liberal de que a livre iniciativa criaria a maior prosperidade para o maior número. Ora, Oliveira Martins nunca acreditou que a «liberdade» por si só levasse os indivíduos a algum lado. Não era um liberal. Não era mesmo o que hoje se chamaria um «democrata» à maneira da Europa Ocidental. As eleições pareciam-lhe uma farsa. Ria-se do sistema de partidos. Os parlamentos só lhe mereciam desprezo. Tudo se lhe afigurava encaminhar-se para um «big-bang» social. Era necessário reorganizar a sociedade. Para isso, não confiava em revoluções populares, com o povinho nas barricadas. Só havia dois meios para regularizar a vida em comum: uma administração austera, com pulso firme e competente, ou o exercício do poder por um homem cuja vontade heróica representasse as aspirações colectivas. Da «vida nova» ao conservadorismo
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Inicialmente, o Governo israelita negou ter escrito qualquer carta, mas esta semana Peres admitiu que de facto escrevera uma carta dirigida ao ministro dos Negócios Estrangeiros norueguês, Johan Joergen Holst, entretanto falecido. A carta diz: «todas as instituições palestinianas de Jerusalém Oriental, incluindo as económicas, sociais, educacionais e culturais, e os lugares sagrados cristãos e muçulmanos, desempenham uma função essencial para a população palestiniana. Será desnecessário dizer que não vamos prejudicar a sua actividade». Dan Meridor, do Likud, o principal partido da oposição, afirmou que era um dia triste quando os israelitas se encontravam divididos entre acreditar em Arafat ou no seu próprio Governo. Peres insistiu que a carta não era dirigida a Arafat e não estabelecia nenhum compromisso para além da manutenção do «status quo» existente em Jerusalém antes do acordo de paz. Interrogado sobre o que acontecerá se os palestinianos usarem a Orient House, em Jerusalém, para gerirem a partir daí a autonomia de Gaza e Jericó, o chefe da diplomacia israelita respondeu: «Fechamo-la. Jerusalém está fechada a nível político mas aberta a nível religioso».
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É por isso que a Suécia -- o estandarte da reforma educacional progressista no Ocidente, no período a seguir à Segunda Grande Guerra -- está agora a virar mais ou menos de pernas para o ar a sua política educacional e a instituir um cauteloso sistema de «vouchers» para promover uma espécie de mercado competitivo na educação. Esta mudança tipifica a tendência para a mudança nos países ocidentais quando estes começam a tentar responder às necessidades das «sociedades da aprendizagem». Em breves palavras, a intensificação da competição económico-social global entre a Europa, a América do Norte e o Japão constitui uma corrida na criação das necessidades das sociedades da aprendizagem para o século XXI, mas verifica-se uma profunda confusão sobre o papel das escolas nessas sociedades. De círculo virtuoso a equação impossível
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O ouvinte é convidado para uma viagem que começa no final dos anos 50, com o surgimento do ska. A Jamaica se tornava independente do império britânico, e esse sentimento de liberdade era traduzido por essa música.
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Portanto, todas as células do novo ser -- desde células cerebrais até os espermatozóides ou óvulos que ele vier a produzir -- carregarão a alteração genética. Apesar de polêmica, a técnica tem o potencial de eliminar doenças genéticas.
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Rali da Catalunha Sainz quer ganhar em casa A Catalunha recebe, de hoje a quarta-feira, a quinta prova do Mundial de Ralis. Três dos 125 pilotos inscritos são portugueses, assumindo-se Rui Madeira como cabecilha do grupo. Com objectivos mais exigentes, Carlos Sainz tentará levar o Toyota Corolla WRC a uma vitória que lhe permita consolidar a liderança do Mundial. Além de que pretende dar espectáculo no seu país, onde diz ser muito importante ganhar.
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Satélites de Taiwan O governo de Taiwan aprovou o orçamento do programa espacial do país, no valor de 500 milhões de dólares. Taiwan tenciona desenvolver os seus próprios satélites, colocando o primeiro em órbita nos próximos seis anos. O objectivo é lançar um total de três aparelhos nos próximos 15 anos, segundo noticia a agência Reuter. Os satélites serão destinados à investigação científica de base, mas o governo poderá vir também a lançar satélites de telecomunicações. Taiwan tenciona recorrer aos lançadores comerciais europeus, americanos ou de outros países.
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Questionada sobre a proposta da Petrogal, a ministra do Ambiente, Elisa Ferreira, deixou a porta aberta, dizendo, em declarações ao PÚBLICO, que o assunto «está em negociação». Isso será possível, acrescentou, «se os pacotes de medidas ambientais registarem um saldo positivo em 2002». Ou seja, tudo dependerá do deve e do haver das contas ambientais da Petrogal e do peso que tal saldo tiver então junto de Bruxelas. A proposta implicaria não respeitar a primeira etapa, mas ter dois anos depois toda a «obra» feita e antecipar, assim, em três anos a segunda e última. A solução parece agradar ao Governo, declaradamente avesso a pedir derrogações nesta matéria. À margem do Auto-Oil está o pacote das medidas ambientais a concretizar pela Petrogal até 2005: acções de melhoria do desempenho das ETAR, a redução das emissões de dióxido de enxofre e de óxido de nitrato e a redução de emissões voláteis.
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Do outro, estava Conceição, noiva de Ronaldo, o irmão de Romário, e Carina, uma funcionária da Brahma. Ninguém quis se identificar. Na versão de Conceição, a briga teve início após os estudantes a ofenderem com gestos e palavras grosseiras. Ela, então, deu um tapa na cara de um deles.
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Eficaz ou não, a medida patenteia a preocupação das autoridades relativamente aos recursos de financiamento do Estado, nomeadamente ao IVA. A conjugação de um forte abrandamento da actividade económica com a alteração do esquema de cobrança do IVA, decorrente da criação, em Janeiro, do Mercado Único (deixando de ser cobrado pelas alfândegas e passando a estar dependente das entregas das empresas), a que se poderá somar a ausência de um mecanismo de controlo do comércio externo, teve efeitos significativos e levou a uma cobrança inferior à esperada. As dificuldades de tesouraria poderão ser agravadas, em parte, pela situação de reembolsos de IRS, ainda que possa ser uma «boa notícia» para os contribuintes normais. Segundo o sindicato, dificilmente o Estado conseguirá entregar os reembolsos até 30 de Junho deste ano, tal como estipula o Código do IRS, e, a verificar-se tal situação, ficará obrigado ao pagamento de juros.
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No que se refere especificamente à dívida pública, a análise do Banco de Portugal tenta avaliar a sustentabilidade da sua evolução através do estudo da estabilidade do rácio da dívida pelo PIB, mas alerta para o facto de que uma evolução estável do rácio da dívida poder não ser desejável nem óptima. Pelo que da constatação de que a evolução não foi estável não se pode concluir que tenha sido negativa. O mesmo não se passa quanto à política orçamental como um todo. Aqui, aliás, chega a conclusões claramente preocupantes a partir da análise do «desvio de curto prazo do défice (sem juros)» e do «desvio orçamental de médio prazo», entendido como a diferença entre o quociente de receitas observado e o necessário para manter o quociente de endividamento numa trajectória estável (dadas as despesas sem juros actuais e as previstas para os próximos dois anos, a taxa de juro real e a taxa de crescimento do produto real).
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Verso e reverso de uma Presidência Aberta A Presidência Aberta sobre o ambiente, desde ontem marcada para decorrer de 6 a 17 de Abril, tem todas as condições para se transformar num dos pontos altos do segundo mandato de Mário Soares. Mas, em simultâneo, pode vir igualmente a tornar-se numa faca de dois gumes. A questão está em saber se Mário Soares está preocupado em trazer para a ribalta os graves problemas ambientais do país, ou se está interessado em fazer desses problemas uma arma de arremesso político contra o Governo.
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4. As novas televisões regionais (locais, por cabo, temáticas, etc.) não poderão tornar-se, em caso algum, num novo-riquismo próprio de «patos bravos do audiovisual», Berlusconis das Avenidas Novas oriundos da província desertificada e que encontraram, finalmente, o Mercedes que lhes faltava para se passearem ao domingo, perante os antigos colegas de escola e que ficaram a marcar passo na terrinha. Terão que ser, seguramente, o lugar mais nobre onde, pelo profissionalismo e criatividade dos seus projectos, tudo seja possível discutir, tudo seja possível desejar.
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Para a CAP, a declaração de calamidade deveria ter sido decretada em Maio, altura em que se verificava uma quebra brutal na produção de cereais em vastas zonas do Alentejo. O ministro respondeu que eventuais quebras de rendimento só ocorreriam em Julho ou Agosto e prometeu negociar ajudas especiais para os agricultores penalizados junto da Comissão Europeia. Essa negociação, porém, não surtiu qualquer efeito ao contrário do que acontecera nas secas de 1992 e 1994 e o ministro acabou por regressar ao ponto de partida, desbloqueando o fundo de calamidade. A grande novidade da medida é que agora a margem de cobertura permite considerar os prejuízos de outras culturas que não apenas a dos cereais. Mesmo assim não foram divulgadas verbas, mas apenas as zonas abrangidas pelas ajudas, que são as seguintes: para a seca que afectou os cereais foram considerados todos os concelhos da Direcção Regional da Agricultura do Alentejo, Algarve, Trás-os-Montes, Beira Interior e quatro concelhos do Ribatejo e Oeste; para a vinha foram seleccionados 60 concelhos de Trás-os-Montes e das regiões do Douro, Dão e Bairrada; para a cereja os concelhos de Tabuaço, Valpaços, Vila Flor, Vinhais, Fundão, Covilhã, Resende, Alfândega da Fé, Bragança, Lamego, Macedo de Cavaleiros e Mirandela; para o tomate os concelhos de Avis, Campo Maior e Elvas.
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Com o mar calmo, ficou provado que a vida destes homens não é fácil e que vivem em esforço permanente, permitindo-se apenas alguns momentos de lazer, como a televisão ou um jogo de cartas, que depressa perdem terreno para o cansaço e que os obriga a recolher ao beliche. Com o mar a atingir ondas de 10 e 12 metros, o enjoo a castigar o corpo e a necessidade de continuar em missão porque há vidas em perigo, supõe-se que o Verão é o mais próximo de uma trégua que os 365 dias do ano lhes concedem. A bordo contaram-se histórias dos que nunca enjoam, mas também daqueles que na ponte, ou em outros pontos da corveta, têm que se arrastar entre os balanços do navio, com um saco de plástico preso à cintura para que possam vomitar sem quebrar o ritmo das quatro horas de serviço a que estão obrigados.
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20/4 -- A magistratura de Palermo entrega ao Senado um novo «dossier» de acusações feitas por arrependidos da Mafia, um dos quais afirma ter assistido a um encontro entre o senador democrata-cristão Giulio Andreotti e o chefe da Mafia Tótó Riina. 22/4 -- Amato anuncia a sua demissão e pede a renovação das instituições e da elite política.
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Na região ninguém se lembra de «uma coisa assim». Felicidade Queijo, de 67 anos, que mora em Grijó, Macedo de Cavaleiros,diz que nunca viu nada igual na sua vida. «A pedra era grande e caiu com muita força, partiu vidros de janelas, estragou a fruta, a azeitona, as cerejas estão no chão, esmagou tudo». E acrescenta que foi tudo tão inesperado que a gente da aldeia ficou «assombradinha». Serafim Augusto, da Moimenta, Vinhais, diz que apanhou o maior susto da sua vida e que a filha chegou a cair com medo dos relâmpagos e teve de ser assistida no hospital.
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Moradia estudantil da USP é vistoriada O dirtor do Contru (Departamento de Controle e Uso de Imóveis da Prefeitura de São Paulo) Carlos Alberto Venturelli (foto) vistoriou anteontem o Crusp (Conjunto Residencial da Universidade de São Paulo). Na semana passada um estudante caiu no poço do elevador do bloco D, que foi interditado. Uma equipe de técnicos continua a vistoria e deve divulgar um relatório na próxima semana. O NÚMERO 6 6... pessoas morreram e 86 ficaram feridas nos acidentes registrados nas estradas federais do Rio durante o feriado da Semana Santa.
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A caminho do Sul Pedro Caldeira Rodrigues, em Skopje Deixa-se Belgrado com um lamento. Como se aquela gente orgulhosa e hospitaleira, que insiste em sobreviver, ficasse abandonada à sua sorte. Mas o universo muda quando embarcamos num combóio sérvio. O Sul não é apenas uma noção geográfica.
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Depois do almoço, fez uma breve visita ao pólo II da Universidade e ao Instituto Biomédico da Investigação da Luz e da Imagem, ambos em construção. Antes do regresso a Lisboa, visitou o seu amigo Miguel Torga.
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Depois de assumir a oposição ao voto dos emigrantes, César esclareceu que, a seu ver, deve ser feita uma excepção: relativamente aos açorianos na diáspora, que «devem ter a possibilidade de eleger um deputado para a Assembleia Legislativa Regional». O chefe do executivo açoriano deslocou-se aos Estados Unidos a convite da comissão organizadora das Grandes Festas do Espírito Santo da Nova Inglaterra, que contam com o apoio do Governo Regional dos Açores.
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Entretanto, um professor primário de 28 anos, Vuyo Tekan, afecto ao Congresso Pan-Africano (PAC), da extrema-esquerda, foi detido sob suspeita de envolvimento na chacina de 11 pessoas, na sua maior parte brancas, numa igreja dos arredores da Cidade do Cabo.
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E isto são números confirmáveis por quem quer que seja, não são afirmações balofas. O próprio Ministério da Saúde o reconhece, na resposta que lhe deu, em 27 de Dezembro de 1994, onde prometia: «Os aspectos nela [na carta] focados serão objecto de estudo por parte do Ministério da Saúde e de outros departamentos ministeriais com competência na matéria, visando a correcção dos desajustamentos existentes.» Pedir a comparação entre os recibos de uns e de outros é deitar areia para os olhos de alguém menos avisado; é querer comparar coisas diferentes, porque nos recibos dos médicos estão incluídas as horas extraordinárias e incomodativas -- sem as quais, todos o sabemos, grande parte dos SAP e urgências não poderiam funcionar. Se quisermos comparar coisas comparáveis, é o vencimento-base que deve ser analisado, e o que se verifica é que, para categorias idênticas, o mesmo tempo de serviço e o mesmo regime de trabalho (35 horas), os vencimentos-base dos enfermeiros são superiores aos dos médicos -- e, sendo a hora extraordinária calculada a partir do vencimento-base, também a hora extraordinária dos enfermeiros é superior à dos médicos.
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Até a semana passada, a conversão das mensalidades pelo mesmo critério dos salários média de novembro a fevereiro era a proposta vencedora dentro do Ministério da Fazenda. Foi esse o critério seguido, em março, pelas escolas do Sieeesp que são de 1º e 2º graus.
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Para Torrente, ocorre neste momento, em Espanha, um debate que não passa de um equívoco: a boa ou má prosa. Para ele, apenas há uma questão: se a prosa é novelística ou não. E deu um exemplo: Cervantes, que em sua opinião não é grande escritor, conta coisas das quais os leitores não conseguem libertar-se. Em contrapartida, Quevedo escreve muito melhor, mas as suas histórias são primárias. Cervantes inventa, Quevedo escreve... Quando a professora Maria Alzira Seixo lhe perguntou o que pensava da literatura portuguesa contemporânea, Torrente -- velho galego esperto -- replicou: «E a que chamas tu contemporâneo?» Ele, que começara a ler Eça de Queirós muito cedo, considera-o um grande escritor contemporâneo. Perante a insistência da portuguesa, que queria saber o que ele pensava de Saramago, o galego cortou: «Dele não falo, que é meu amigo.» E não houve maneira de o demover...
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No 12º Quarteto, de 1968, a investigação visa a unidade da forma e da temática. No «moderato» inicial, uma série dodecafónica é exposta e longamente variada. O «allegretto» é, de facto, uma conjugação de andamentos clássicos -- «scherzo», «adagio» e final -- e de secções da forma-sonata -- desenvolvimento e reexposição. Há uma intenção programática confessada (oportuna neste ano de invasão da Checoslováquia!): a exposição de um «mundo de altos ideais», contrariado por «ameaçadoras forças destrutivas», suscita um «modo de desespero»; no desenvolvimento volta a «pureza de intenções e uma elevada aspiração», e a conclusão é «reafirmação do bem sobre o mal». Estas e outras afirmações, sempre ambíguas, têm incitado a hermenêutica deste universo sonoro, que o regime desejava didáctico e cujo autor, no seu livro «Testemunho», em vez de explicitar significados apenas declara: «A minha música diz tudo!» O 13º Quarteto, de 1970 (ano em que Soljenitsyne é impedido de receber o Prémio Nobel), leva a contenção formal ao limite de um só andamento, Adagio, onde um variado vocabulário de angústia e desolação é articulado com um «scherzo» central picaresco, terminando com o gesto patético de um si bemol com intensidade crescente desde pianíssimo a fortíssimo «sforzando»!
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Na aerogare Charles de Gaulle 2D, avangard da Air France, foram instaladas máquinas que permitem o check-in em livre-serviço. Um passageiro munido de um bilhete magnético ATB pode efectuar ele próprio a transacção. Basta introduzir o seu bilhete na máquina equipada com um ecran sensor que permite o diálogo.
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Benfica Multas e contratações Marinho, Marcelo e Paredão, estes dois por intermédio do empresário Manuel Barbosa, assinaram ontem, ao princípio da tarde, contratos com o Benfica válidos por três anos. A ocasião foi também aproveitada pelo presidente benfiquista, Manuel Damásio, para informar que os «encarnados» ainda não desistiram da contratação do vimaranense Pedro Barbosa, futebolista que parece mais perto do Sporting, face às últimas propostas apresentadas pelo candidato à presidência dos «leões» Santana Lopes.
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Comentando alegações das autoridades militares segundo as quais estes últimos haviam sido enviados para um «curso de orientação», a carta diz que tal implica, em muitos casos, o envio dos jovens, contra a sua vontade, para quartéis, alguns destes situados em locais remotos e onde ficam sujeitos a aulas sobre a Pancasila (a ideologia oficial do regime) e a trabalhos como criados dos militares. Enquanto isto, as respectivas famílias são submetidas a interrogatórios insistentes, perseguições e ameaças, para que não enviem informações para o exterior. A situação em Díli, Baucau, Lospalos e Manatuto é referida como «mantendo-se muito tensa», com estas localidades «sob vigilância estreita dos militares».
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Zairenses da Portela mandados regressar O Ministério da Administração Interna indeferiu ao fim da tarde de ontem os pedidos de asilo de dois dos zairenses, Mateus Muamba e Mboma Lutoto, retidos, desde 29 de Janeiro, no aeroporto da Portela. À hora do fecho desta edição previa-se que regressassem hoje de madrugada a Brazzaville, no Congo, país vizinho do Zaire, visto que o aeroporto deste país não funciona há meses. Relativamente a Isabelle Ntumba, a mais velha dos três, as autoridades portuguesas esperavam apenas as últimas diligências da Amnistia Internacional para decidirem sobre o seu repatriamento.
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Sem perder tempo, Ruas, citado pela Lusa, afirmou que, com a linha de crédito do Governo ou sem ela, «os encargos da autarquia são exactamente os mesmos, porque é a Câmara que vai pagar as obras de reconstrução, havendo apenas um bónus de 1800 contos», que, segundo o autarca, «é pouco mais do que aquilo que se gasta com a feitura de uma reunião extraordinária, necessária para a aprovação da contracção da divída». «O Governo teve uma actuação discriminatória para com o concelho de Viseu», adiantou, dando como exemplo os 191 mil contos que couberam ao concelho de Aveiro, «comparados com os 58 mil que couberam a Viseu, onde se registaram os mais altos índices pluviométricos, bem como o índice de estragos», adiantou. Logo a seguir, acusou os deputados socialistas na Assembleia da República presentes na AM de serem «comissários do Governo», porque «apenas se preocupam em defendê-lo em vez de defenderem o concelho a que pertencem». A resposta a esta acusação, irónica, esteve a cargo de Miguel Ginestal, deputado no Parlamento e presidente da Concelhia do PS de Viseu, que afirmou que, «se o problema do presidente da Câmara de Viseu são os gastos que tem a feitura da reunião extraordinária presente, então que seja aprovada uma proposta onde os deputados [municipais] abdicam da sua senha de presença». A sala explodiu em risos e «mimos» da bancada maioritária do PSD.
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«O PSD, quando cá veio, também foi mal recebido», esclarece um morador, acrescentando: «Por acaso, ficou dependente deste resultado a eleição de um deputado; mas não queremos misturar a política» porque a povoação «é um arco-íris, em que cada um tem a sua tendência». Em relação à tentativa de furar o boicote, Aires Paixão, responsável da comissão de melhoramentos, considera «natural que tentem fazer isso», mas remete para a próxima quinta-feira a hipótese de uma alteração à posição de boicote. Contudo, embora reconheça que possa haver «alguma divisão», está confiante em que se mantenha a situação, porque, «na próxima vez, se votarmos, já vão pensar que houve política no caso».
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Num comunicado divulgado em Moscovo, o Ministério arménio dos Negócios Estrangeiros defendeu que o Conselho de Segurança se pronunciasse pelo envio de forças de paz para o enclave e expressou os receios de Erevan quanto a uma eventual intervenção da Turquia ao lado das forças do Azerbaijão. O Azerbaijão apelou à Turquia e a outros Estados da região que o ajudassem a manter a sua integridade territorial. No sábado, o Governo de Ancara pediu também uma reunião do Conselho de Segurança para analisar a situação em Nagorno-Karabakh (ver página 18).
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«Em tempos quis comprar uma casinha junto do mar e passar aí a minha reforma», grita Yurtcu através da divisória de metal e vidro, enquanto os soldados encostados encostados à parede ouvem. «Mas agora que fui preso percebi que há muita coisa para fazer antes de me reformar», diz, com as barras de aço a projectar sombras negras que tornam impossível ver a sua cara. Aliza Marcus, jornalista da Reuter
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«Se lhe quiserem chamar de acompanhamento, tudo bem. Desde que, quanto mais não seja, a AR tenha conhecimento das contas e dos gastos da EXPO, efectuando um verdadeiro controlo político», aceitou Silva Carvalho. Dando o sinal da disponibilidade do PP para ceder. Lobo Xavier, o deputado que na véspera bateu com a porta da direcção de Manuel Monteiro, já em tempos esgrimira a urgência de reforçar a fiscalização da EXPO, mas através de auditorias externas. E a discrepância com a actual proposta do PP foi amplamente explorada pelo social-democrata Carlos Encarnação. Xavier viu-se obrigado a esclarecer que a sua posição sempre foi a mesma. O controlo financeiro deve caber a auditores; o controlo político deve ficar para a AR, tendo os deputados acesso aos relatórios das auditorias. A versão inicial do projecto do PP apontava para algo mais arrojado: seria a própria AR a fiscalizar as contas da EXPO. Ninguém concordou, nem Xavier concordava. E Silva Carvalho recuou.
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O ministro referiu o «grande rigor dos juízes das penas» e esclareceu que Portugal tem a taxa de reclusão mais elevada da Europa e que o sistema prisional português é o «mais duro» dos países europeus. Paula Torres de Carvalho
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P. -- Mas quem dirigia o Movimento? Quem detinha o poder? A Comissão Coordenadora? Logo a seguir, surge a Comissão Coordenadora do Programa do MFA... Qual era, afinal, a relação entre elas? R. -- O Movimento era dirigido pela sua Comissão Coordenadora. Quem detinha o poder... é mais difícil de explicar, ainda não havia verdadeiro poder para administrar. A direcção era da Comissão Coordenadora. Em 5 de Março, em Cascais, nomearam-se duas comissões: uma, militar, para a preparação da acção militar e uma outra, chamada a Comissão de Redacção do Programa.
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26 Quarta A comissão luso-espanhola encarregada de elaborar um estudo sobre a viabilidade da construção da Barragem de Sela, no rio Minho, deverá dar um parecer negativo ao empreendimento. A revelação foi feita pelo presidente da Câmara de Melgaço, Rui Solheiro, que recolheu a informação junto de «fonte oficiosa». 27 Quinta É inaugurado mais um troço da Via de Cintura Externa de Ermesinde, em Valongo, ligando, ao longo de 1300 metros, a Rua de Bartolomeu Dias ao complexo desportivo do Atlético Clube Alfenense.
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Depois de três dias frenéticos, a vila de Paredes de Coura regressou ontem à normalidade, à medida que iam sendo desmontadas as últimas tendas e os autocarros transportavam os melómanos de tenda às costas: vaivém até Valença, de onde partiria um comboio especial em direcção a Campanhã.
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Shaath disse que há ainda um ponto de desacordo: as duas partes ainda não chegaram a entendimento quanto aos restantes 3500 prisioneiros palestinianos, muitos deles membros de grupos de oposição ao acordo entre a OLP e Israel. «Penso que não há nada que não possamos resolver. Não vamos parar até termos chegado ao fim», prometeu. Samila Nakhoul, Reuter, no Cairo
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Mas François Mitterrand desinteressa-se também do destino da França. Esta campanha não o apaixonou. Ele, que tanto personificou a própria essência da política, raramente fez um comentário. Aquele a quem chamam o «Príncipe», tal é a sua maestria na arte de Maquiavel, recusou dar uma última estocada de génio florentino. Escolha talvez motivada pelo seu diálogo com a morte, essa companheira que tanto o fascina e que ele combate com a mesma pugnacidade reservada outrora aos seus inimigos políticos. Escolha imposta talvez pela fase dolorosa da doença que atravessa desde há um mês. Talvez. No entanto, há quem diga que o Presidente está muito «ferido» com o distanciamento que o candidato socialista lhe impôs. Lionel Jospin não quis solicitar o apoio do patriarca na hora da grande batalha pela sobrevivência do PSF. E outorgou-se um direito de crítica em relação a 14 anos de mitterrandismo, afirmando que assume apenas os aspectos positivos da herança. Mitterrand teria ficado tão afectado no plano pessoal, como no plano político, dizem os últimos fiéis do Eliseu.
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Hamburgueria no antigo Imperial abre em Outubro McDonald' s à moda do Porto Jorge Marmelo Abre já em Outubro o restaurante que a multinacional McDonald' s está a instalar no espaço do antigo Café Imperial, no centro do Porto. Com novidades interessantes: para além da recuperação do ambiente original do local, a hamburgueria adaptar-se-á aos antigos hábitos, possibilitando que lá se tome apenas café.
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João Cravinho garante apoio do Governo ao Vale do Ave Um envelope com 108 milhões Luís Paulo Rodrigues João Cravinho foi ontem ao Vale do Ave dar um «empurrão» ao Plano de Desenvolvimento Integrado (PDI) da região, mas não deixou de ouvir queixas pela falta de concertação entre as autarquias e os vários ministérios governamentais. Até 2000, a região pode receber um «envelope» de 108 milhões de contos a aplicar em domínios diversos, mas Cravinho apelou à co-responsabilização Governo-autarquias para que o dinheiro seja aplicado bem e dentro dos prazos previstos.
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Também Daniela Hunger, depois de vencer os 200 metros estilos, considerou que a sua vitória deveria servir «para levantar o moral da equipa». Em privado, muitos atletas atribuem a «crise» à redução de fundos destinados à natação na Alemanha reunificada. «Os fundos governamentais são muito limitados na Alemanha unida», afirmou Michael Gross, uma lenda da natação alemã. O «albatroz» Gross conquistou três medalhas de ouro olímpicas, cinco medalhas de oiro em Campeonatos do Mundo e dez medalhas de ouro em «Europeus». O fim do «doping» A redução de fundos, sendo um facto, não explica tudo. Alguns dirigentes e técnicos adiantam que a «falta da disciplina imposta pelo Governo da ex-RDA aos seus atletas» e a mudança radical de estilo de vida dos nadadores «afectou profundamente as suas prestações».
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O belga Louis Denis, que presidiu a este encontro patrocinado pela Organização Mundial da Saúde, diria aliás que a doença faz sofrer milhões de homens num silêncio embaraçado. «Milhões de homens com mais de 50 anos sofrem num silêncio embaraçado -- e até com medo -- de problemas urinários causados por esta doença comum mas geralmente mal entendida», disse o urologista. Caberia também a Denis, que inaugurou o encontro ao qual assistiram uma centena de jornalistas, dizer o que era a próstata: «A glândula da próstata tem um papel determinante no sistema reprodutor masculino. É um órgão do tamanho de uma noz, situado imediatamente abaixo da bexiga. Rodeia a uretra, o tubo que leva a urina da bexiga para o pénis. A glândula aumenta na meia idade, principalmente devido aos efeitos de uma hormona masculina chamada dihidrotestosterona. O alargamento da próstata pode causar dificuldades em urinar pois a uretra é apertada.» A próstata produz um fluido que constitui 50 por cento do volume do esperma e pensa-se que a sua presença é indispensável para a viabilidade dos espermatozóides, ainda que não existam grandes certezas sobre a sua função.
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Contudo, recusa divulgar quanto ganhou e qual o seu actual salário. «Deve ganhar pelo topo, dado que ele é um `jockey' de classe mundial», afiança o editor do «Eastern». Um pequeno jardim rodeia a moradia de dois pisos onde habita com a sua mulher, Paulette, uma chinesa de Singapura, os dois filhos, duas criadas filipinas e um cão. Há um conforto discreto no interior da residência: boas mobílias, quadros de mestres franceses e uma sofisticada aparelhagem. Nada de muito especial para um português de Hong Kong... O que o tornou diferente, relativamente à sua geração, foi a opção pelos cavalos, resultante de um meio familiar ligado às corridas. O seu pai, José Maria, português de Xangai, e um tio materno foram cavaleiros com alguma projecção. Com três anos, já Tony montava e entrou para a escola de «jockeys» do clube de corridas de cavalos de Hong Kong aos 15 anos, a idade com que os seus amigos do colégio La Salle, a escola dos portugueses, iniciavam uma carreira bancária ou na administração pública da colónia britânica. Tony e o seu irmão Derek, um conhecido treinador de cavalos, cresceram a ouvir pela rádio os relatos das corridas em que participavam o pai e o tio. E enquanto os seus colegas corriam para o clube de recreio, em Kowloon, para partidas de hóquei em campo ou de «lawn balls», os dois irmãos viviam praticamente em Happy Valley, a lendária pista de cavalos do Extremo Oriente.
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