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A área do Portão Tha Pae, parte do que resta da muralha vermelha que protegia a cidade antiga em Chiang Mai, Tailândia, é uma das maiores atracções turísticas locais. Por isso mesmo, é por aqui que se concentram muitos hotéis, bares e restaurantes, lojas para turistas. Tirar uma foto perfeita no local é também um must, especialmente, ou quase obrigatoriamente para muitos, com muitos, muitos pombos a esvoaçar à volta. Basta algumas pesquisas no Instagram ou noutras redes para confirmar que fotos com pombos na Tha Pae Gate (a denominação inglesa) são aos milhares. Tal como os pombos, por ali. Juntam-se os turistas à fome da foto perfeita com pombos e nasceu uma nova profissão: o/a espanta-pombos. Por aqui, quem quer uma selfie ou uma foto com os pombos a esvoaçar na perfeição em redor, já sabe o que tem de fazer: contratar um dos profissionais que por ali estão e cuja arte é precisamente essa, a de assustar as aves de forma a que estas criem as coreografias de voo essenciais para a foto ficar como o turista quer, no enquadramento que o turista quer. Segundo o The Telegraph, o preço da “produção” da “nuvem de pombos” é baixo: comprar comida para dar às aves andará à volta dos 60 cêntimos, já o espanta-pombos pode receber uma gorjeta à volta de 1 euro. Num dos vídeos, pode ver-se uma destas profissionais em plena acção, com uma bandeira branca como ferramenta de trabalho. O jornal indica que as autoridades de Chiang Mai poderão pôr fim a este trabalho de assustar pombos em breve, já que, tal como acontece em muitas outras grandes cidades pelo mundo, a espécie é ali considerada uma praga tal a dimensão da comunidade. Como se tornaram parte da indústria turística são alimentados quer por visitantes, quer pelos locais, levando a aumento exponencial do número de pombos. Quem for apanhado a vender comida para dar aos pombos na área arrisca-se mesmo a uma multa de 600 euros. Os trabalhos de “produção” ou de assistência para criar cenários perfeitos à Instagram parecem estar em alta por todo o mundo, seja aqui na Tailândia, na Indonésia (onde em Bali se ajuda a criar a miragem de um lago) ou na Turquia (com um certo pequeno-almoço idílico “muito” encenado).
https://www.publico.pt/2019/10/15/fugas/noticia/selfie-perfeita-pombos-tailandia-contratase-profissional-assustalos-1890154?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+PublicoRSS+%28Publico.pt%29
Como fazer a “selfie” perfeita com pombos? Na Tailândia, contrata-se um “profissional” para assustá-los
Há bar e bar e depois há os bares destes hotéis de luxo. Por onde quer que se olhe na nova e riquíssima lista de “melhores bares de hotel do mundo” da poderosa revista Forbes, tudo cintila. A viagem, copo a copo, vai de Londres a Paris, de Miami ao Dubai, de refúgios de elite na Suíça à natureza de Bali ou a sofisticação de Tóquio. Ou mesmo à união entre “discrição” e “ousadia” do bar do lisboeta Ritz. Na lista de ouro, The World’s 44 Best Hotel Bars, que se diz altamente selectiva e independente (a Forbes versão “Travel Guide” diz-se o “único sistema independente e global de avaliação de hotéis, restaurantes e spas de luxo"), surge o Ritz Bar, destacado como tendo um ambiente de tons carmesim, que vale a pena visitar pela sua atmosfera “discreta e as bebidas ousadas com ligações locais”. Uma boa notícia para este clássico da hotelaria de luxo portuguesa, que celebra 60 anos em Novembro (pode recordar aqui a história do hotel, publicada aquando das celebrações dos 55 anos). Como destaques para o Four Seasons Hotel Ritz Lisbon​, surgem o cocktail 18 3838, “com base vodka e cuja cor ultravioleta homenageia os jacarandás da cidade”, ou o Gorreana Ice Tea 1883, “tributo à mais antiga plantação de chá da Europa, nos Açores”. Segundo a Forbes Travel Guide, a lista dos melhores do mundo é conseguida a partir de dados recolhidos nos locais por “inspectores” que “ficam nos hotéis anonimamente e os avaliam com base em 900 critérios”. A partir destas visitas são eleitos anualmente os melhores hotéis, mas também quartos de hotéis, spas ou bares. No caso dos bares, refere a revista em comunicado, são avaliados elementos ligados ao luxo, conforto ("sumptuoso"), oferta, criatividade nos menus e apresentação, qualidade nas bebidas e comidas, incluindo se as bebidas são servidas às temperaturas correctas, como é o equilíbrio de sabor nos cocktails, ou o serviço. E é assim que este ano o bar do Ritz lisboeta acompanha clássicos e luxos como o American Bar do Savoy de Londres, o Il Bar do Bulgari Resort de Bali, o Bahri Bar do Jumeirah Mina A’Salam do Dubai ou o Alpina Lounge & Bar do The Alpina de Gstaad, na Suíça. A lista completa dos 44 bares escolhidos pode ser verificada no site da Forbes. O bar do Ritz está aberto ao público, na rua Rodrigo da Fonseca 88 em Lisboa, das 9h30 à 1h.
https://www.publico.pt/2019/10/15/fugas/noticia/ritz-lisboa-44-melhores-bares-hotel-mundo-garante-forbes-1890087?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+PublicoRSS+%28Publico.pt%29
Ritz de Lisboa tem um dos 44 melhores bares de hotel do mundo, garante a “Forbes”
Novo Governo Os 14 ministros que ficam Há 14 ministros do anterior executivo que transitam para o actual Liliana Borges, Leonete Botelho, Sofia Rodrigues, Sofia Correia Baptista e Luciano Alvarez 15 de Outubro de 2019, 20:21 Partilhar notícia 2 partilhas Partilhar no Facebook Partilhar no Twitter Partilhar no WhatsApp Partilhar no Messenger Partilhar no Google+ Partilhar no LinkedIn Partilhar no Pinterest Enviar por email Imprimir Guardar 1 Comentário Conteúdo exclusivo Foto Augusto Santos Silva, Mariana Vieira da Silva, Mário Centeno e Pedro Siza Vieira PÚBLICO Mariana Vieira da Silva - ministra de Estado e da Presidência​ Mais populares i-album Meteorologia Já caiu a primeira neve de Outono na Serra da Estrela Imigração Funcionários das Finanças, Segurança Social e SEF detidos por corrupção na legalização de imigrantes i-album Fotografia São Paulo, a cidade “desumana” e “desigual” Continuar a ler
https://www.publico.pt/2019/10/15/politica/noticia/ministros-ficam-1890137?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+PublicoRSS+%28Publico.pt%29
Os 14 ministros que ficam
É uma das três secretárias de Estado que António Costa decidiu fazer subir a ministra. Ana Mendes Godinho sai da secretaria de Estado do Turismo e passa a ser ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social. Uma pasta pesada, com a herança de Vieira da Silva, que é um dos três ministros do Governo a sair, a seu pedido. É um regresso a uma área pela qual passou. Foi inspectora do Trabalho e directora dos Serviços de Apoio à Actividade Inspectiva da Autoridade para as Condições do Trabalho, imediatamente antes de ir para o Governo como secretária de Estado. De resto, toda a carreira de Ana Mendes Godinho foi no Turismo. Antes de ser secretária de Estado, tinha sido vice-presidente do Turismo de Portugal e passado pelo gabinete de Bernardo Trindade, quando este era secretário de Estado do Turismo. Chegou mesmo a ser falada a possibilidade de Ana Godinho ter um ministério autónomo nessa área, tendo em conta o peso crescente do turismo na economia. Mas Costa decidiu dar-lhe outra pasta de grande peso e colocando uma fasquia alta para gerir. No Governo é-lhe reconhecida a capacidade executiva e de gestão. No estilo, difere do seu antecessor. Nas mãos, terá logo nos primeiros tempos uma negociação difícil com patrões e sindicatos, que António Costa tornou a sua prioridade neste início da mandato: o acordo para aumento de rendimentos. Em campanha eleitoral e já depois de indigitado, o primeiro-ministro fez questão de frisar que a sua prioridade é conseguir um acordo em Concertação Social para o aumento de rendimentos, o que passa por ficar delineado um aumento do salário mínimo nacional, mas também quer incluir outros rendimentos. Ana Mendes Godinho, tal como as duas secretárias de Estado que sobem a ministras, Alexandra Leitão e Maria do Céu Albuquerque, faz parte do secretariado nacional do PS, reforçando assim o peso do partido no Governo.
https://www.publico.pt/2019/10/15/politica/noticia/ana-godinho-ministra-trabalho-substituir-vieira-silva-1890150?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+PublicoRSS+%28Publico.pt%29
Ana Godinho, a ministra com o trabalho de substituir Vieira da Silva
Dez partidos estão representados no parlamento português, circunstância inédita, e motivo de regozijo. Certo? Mais ou menos. Há o travo amargo da visibilidade de André Ventura e das pantominices em torno da eleição de Joacine Katar-Moreira, duas figuras nos antípodas do espectro ideológico, mas cujos nomes têm sido partilhados nos mesmos textos. Como? Com uma estratégia que tem feito escola nas caixas de comentários dos jornais e que se resume à pergunta retórica — e a extrema-esquerda? — sempre que o propósito da notícia é algum tema da, essa sim, extrema-direita. O nível do esquema é equivalente a contrapor ao racismo o racismo contra os brancos, quando aquele é sempre monopólio de quem tem poder; ou insistir que também há homens vítimas de violência doméstica, quando o prato da balança pende sempre para o lado das mulheres. Este jogo ignora, intencionalmente ou não, o carácter estrutural da opressão e das assimetrias. O recurso à estratégia de relativizar uma coisa atirando-lhe para cima um sound bite vazio atinge níveis inauditos quando se trata de relativizar o mal que vem ao mundo com a eleição do dito senhor. Face à apreensão coletiva, há quem debite — e a extrema-esquerda, representada há décadas? Joacine Katar-Moreira — para esses temerosos —encarna o exemplo acabado do extremismo, sobretudo porque se apresenta como feminista radical, e, sendo mulher, para mais negra e gaga, reúne os ingredientes certos para deixar os corações reacionários à beira do chilique. Não vale a pena detalhar o programa de Ventura. Sabemos ao que vem. Nem vale a pena deambular pela petição pública, assinada por mais de 20 mil pessoas, que visa impedir a tomada de possa da “Impatriota”! Mas vale a pena perguntar o que é isso de feminismo radical. O feminismo radical — radical porque pretende ir à raiz — surge da 2.ª vaga feminista e é contemporâneo das lutas pelos direitos civis dos anos 60. Distingue-se da 1.ª vaga, marcada pela reivindicação de direitos políticos (votar, por exemplo), porque reivindica a igualdade de género e a emancipação das mulheres, nomeadamente em temas como a saúde reprodutiva (contraceção, aborto, maternidade, sexualidade...). As feministas radicais insurgem-se contra a objetificação do corpo das mulheres, apontam o dedo à violência machista, como o femicidio, e desafiam os papéis tradicionais de género, que consideram a principal ferramenta da opressão. Trata-se de uma revolução radical? É para ter medo? Ventura, um negacionista da crise climática, cavalga a inquietação, infundada, numa cruzada contra o cigano, o imigrante ou — numa misoginia indisfarçável — contra as mulheres. Com ventos da Europa que lhe sopram de feição, a ameaça de arrefecimento económico pode ser a sua cereja no topo do bolo. A distinção é clara e, curioso, só num dos casos verdadeiramente política. Katar-Moreira luta, última ratio, a favor da igualdade entre pares — incluir-nos-á a todos — e Ventura, por sua vez, luta contra... o Outro. É neste lutar a favor/lutar contra que a distinção se torna cristalina e nela nos devemos focar para perceber que o tão apregoado racismo contra brancos é um delírio que os Venturas tentam tornar coletivo. Toleramos os diferendos sobre como trilhar o caminho do “lutar a favor” de Joacine. Mas não poderemos tolerar sem comprometer o caminho civilizacional — já percorrido — o “lutar contra” de André. É para ter medo?
https://www.publico.pt/2019/10/15/opiniao/opiniao/extremaesquerda-palavra-ordem-normalizar-1890155?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+PublicoRSS+%28Publico.pt%29
E a extrema-esquerda? Quando a palavra de ordem é normalizar
O primeiro-ministro aproveitou as eleições, a indigitação e o advento de uma nova legislatura para promover uma pequena remodelação do Governo. Quem esperava um novo ciclo político com caras novas e, eventualmente, novas ideias, desengane-se. António Costa acredita que o país que ficou contente com a experiência da “geringonça” ficou ainda mais contente com os que o governaram durante os últimos quatro anos. Sem embarcar em modas nem em tradições, tratou de “reforçar politicamente o Governo” e, seguindo Jorge Coelho, que desconfiava dos independentes por serem “muito imprevisíveis”, tratou de o transformar ainda mais num reduto do secretariado do PS. Para começo, está longe de ser auspicioso. Ninguém discutiria a continuidade de ministros como Pedro Siza Vieira, porque desde que chegou à Economia foi capaz de dar um novo impulso ao ministério. Nem de Augusto Santos Silva, o ideólogo e estratego dos governos socialistas desde a segunda metade da primeira década do século. Nem de Pedro Nuno Santos, que em poucos meses pacificou a CP e tirou as infra-estruturas do pântano. Ou de João Pedro Matos Fernandes, um dos melhores ministros do anterior Governo. Ou de Mário Centeno, claro. Ou dos ministros da área da Educação, entre alguns outros e outras. Mas será que não havia caras novas para refrescar pastas sujeitas a forte desgaste como a Administração Interna ou a Saúde? Ou pastas clandestinas como a do Planeamento? Entre o prazer do risco e o conforto do conhecido, António Costa preferiu o sofá. Pode não vir daqui mal nenhum ao mundo. A “experiência política” de que Costa fala e a militância partidária são boas receitas para governos coesos. A criação de uma guarda avançada com quatro ministros de Estado (Santos Silva, Siza Vieira, Mariana Vieira da Silva e, obviamente, Centeno) reforça a tracção do Governo em áreas críticas ou no domínio da coordenação. Mas um novo governo devia ser um governo novo – porque a eleição é sempre um momento em que se abre um capítulo novo na vida de um país. É uma oportunidade para que mais gente com o perfil do novo ministro do Mar apareça. Repetido, naturalmente desgastado e ainda mais fechado sobre o PS, este Governo perdeu à partida a oportunidade de criar sobressalto ou expectativa. Tem o benefício da dúvida e direito a estado de graça. Em breve veremos se o conservadorismo que norteou a sua formação é apenas táctico, ou se é prova de uma secreta predisposição para navegar à vista e ficar feliz com a gestão corrente.
https://www.publico.pt/2019/10/15/politica/editorial/velho-governo-nao-faz-governo-novo-1890151?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+PublicoRSS+%28Publico.pt%29
Um velho governo não faz um governo novo
As eleições já lá vão. O tempo agora é de construção. José Manuel Rodrigues, presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, eleito durante a manhã, e depois Miguel Albuquerque, chefe do executivo madeirense, empossado a meio da tarde, defenderam esta terça-feira um novo relacionamento entre o Funchal e Lisboa. Um tempo novo, disseram, que não significa prescindir dos direitos conquistados pela autonomia política. “Uma vez ultrapassadas as eleições, temos condições para solucionar em consonância também com aquilo que foi publicamente anunciado pelo senhor primeiro-ministro indigitado”, disse Albuquerque, durante a tomada de posse do XIII Governo Regional da Madeira, depois de elencar quatro dossiers que vão marcar o relacionamento entre os dois executivos. O preço das passagens aéreas; uma ligação regular de ferry entre a Madeira e o continente; a clarificação de quem paga o quê na obra de construção do novo hospital do arquipélago; e uma solução para as dívidas que os subsistemas de saúde nacionais têm para com a região. “Ninguém compreenderá que, ao fim de anos, não sejam encontradas respostas concretas para problemas que não exigem complexas soluções, mas apenas vontade política”, sustentou o líder do governo madeirense, o primeiro, na região, suportado por uma coligação partidária, no caso PSD-CDS. Antes, José Manuel Rodrigues, tinha defendido sensivelmente o mesmo. “O tempo de confrontação já lá vai; hoje o tempo é de negociação que espero que seja profícua para o interesse regional e para o interesse nacional”, disse o antigo líder regional do CDS (1997-2015), depois de considerar que a “normalização das relações” entre a República e a Madeira não é “incompatível” com a “luta por mais” autonomia. “Terminado que está um ciclo eleitoral intenso, os madeirenses exigem do Governo central o cumprimento dos seus direitos, bem como o que lhes foi prometido nas sucessivas campanhas eleitorais por quem vai formar Governo na República”, defendeu Rodrigues, que durante a manhã foi eleito presidente do parlamento madeirense. A eleição, antecedida por algumas críticas tanto no PSD como no próprio CDS e um indisfarçável desconforto do antecessor, o social-democrata José Tranquada Gomes (suspendeu o mandato, evitando assim ter de votar no dirigente centrista e empossá-lo como presidente da assembleia), acabou por ser normal. Os 24 deputados (21 do PSD e três do CDS) que sustentam o governo votaram favoravelmente, dando a Rodrigues a maioria que precisava num parlamento de 47 lugares. Houve ainda quatro votos contra e 19 em branco – o PS, segunda força política no parlamento, já avisara que votaria em branco. A regra de que preside à assembleia um elemento do partido mais votado (o PSD venceu as eleições regionais de 22 de Setembro, mas sem maioria) foi quebrada e José Manuel Rodrigues – que rejeitou sempre as acusações de ter colocado a presidência como condição para apoiar o governo – prometeu “inteira lealdade” à maioria que vai suportar o executivo e “máximo respeito” às oposições. “Sou hoje o deputado com mais anos no parlamento”, fez questão de sublinhar, prometendo ser o “denominador comum” na assembleia. À tarde, o homem que liderou a oposição nos últimos anos do jardinismo, falou da “nova realidade” com que todos têm de “conviver”, antes de citar Francisco Sá Carneiro, Freitas do Amaral, e terminar com uma frase de... Alberto João Jardim: “A Madeira será o que os madeirenses quiserem”. O novo executivo madeirense é liderado por Miguel Albuquerque e tem Pedro Calado na vice-presidência. O CDS fica com duas pastas – Economia (Rui Barreto) e Mar e Pescas (Teófilo Cunha). Eduardo Jesus (Turismo e Cultura), Augusta Aguiar (Inclusão Social e Cidadania) e João Pedro Fino (Equipamentos e Infra-estruturas) são as outras duas novidades, num governo em que continuam Jorge Carvalho (Educação, Ciência e Tecnologia), Pedro Ramos (Saúde e Protecção Civil), Humberto Vasconcelos (Agricultura e Desenvolvimento Rural) e Susana Prada (Ambiente, Recursos Naturais e Alterações Climáticas).
https://www.publico.pt/2019/10/15/politica/noticia/madeira-quer-relacao-nova-republica-nao-abdica-velhasreivindicacoes-1890152?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+PublicoRSS+%28Publico.pt%29
Madeira quer nova relação com a República, mas não abdica das velhas reivindicações
Não é a regra os ministros da Educação em Portugal terem mandatos duradouros. E na história dos governos constitucionais já foram mais de 20 os titulares desta pasta — sem contar com os governantes que ficaram exclusivamente com a tutela do ensino superior, separada dos restantes níveis de ensino. Tiago Brandão Rodrigues, nascido em Braga em 1977, consegue, contudo, algo inédito: fez um mandato completo como ministro da Educação de quatro anos e, no final, foi reconduzido para um segundo mandato. Na história dos governos constitucionais há três outros casos de recondução — mas todos eles após períodos mais curtos de liderança dos destinos da Educação. Eis a lista, que consta do Repositório Digital da História da Educação: Mário Sottomayor Cardia foi ministro da Educação e Investigação Científica de 23 de Julho de 1976 a 23 de Janeiro de 1978 (I Governo Constitucional) e tomou posse como ministro da Educação e Cultura a 23 de Janeiro de 1978, cargo que ocupou até 29 de Agosto de 1978. Era Mário Soares primeiro-ministro. Vítor Crespo foi ministro da Educação e Ciência de 3 de Janeiro de 1980 a 4 de Setembro de 1981 e logo de seguida ministro da Educação e das Universidades de 4 de Setembro de 1981 a 12 de Junho de 1982. Trabalhou com os primeiros-ministros Francisco Sá Carneiro e Francisco Pinto Balsemão. Por fim, João de Deus Rogado Salvador Pinheiro foi ministro da Educação de 15 de Fevereiro de 1985 a 6 de Novembro de 1985 e depois deste curto mandato cumpriu outro como ministro da Educação e Cultura até 17 de Agosto de 1987. Exclusivamente com a pasta do Ensino Superior são muito menos os ministros da lista de governantes: Pedro Lynce entre Abril de 2002 e Outubro de 2003; Maria da Graça Carvalho entre Outubro de 2003 e Março de 2005; Mariano Gago, titular nos dois governos de José Sócrates, entre Março de 2005 e Junho de 2011. Agora é a vez de Manuel Heitor, que esteve na última legislatura a governar esta área, a repetir a dose e a continuar a liderar os destinos da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
https://www.publico.pt/2019/10/15/politica/noticia/brandao-rodrigues-educacao-completar-mandato-quatro-anos-reconduzido-1890156?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+PublicoRSS+%28Publico.pt%29
Brandão Rodrigues é o primeiro ministro da Educação a completar um mandato de quatro anos e a ser reconduzido
O romancista bósnio-alemão Saša Stanišić, que recebeu na segunda-feira o prestigiado prémio literário Deutsches Buchpreis pelo seu romance Herkunft (Origem), usou o discurso de agradecimento para juntar a sua voz ao coro de indignação que a atribuição do Nobel da Literatura a Peter Handke, acusado de apoiar a posição da Sérvia e do regime de Slobodan Milošević na guerra civil jugoslava, está a levantar um pouco por todo o mundo. “Handke estragou o meu próprio prémio”, lamentou o escritor, citado pela revista Der Spiegel, ao público que assistia, em Frankfurt, à cerimónia de entrega deste galardão. A “realidade” que Handke reivindica “é composta apenas por mentiras”, acusa Stanišić, que nasceu em Višegrad, na Bósnia-Herzegovina, em 1978, e chegou à Alemanha aos 14 anos, em 1992, como refugiado da guerra da Bósnia. Descrevendo o seu romance agora premiado como representativo de “uma literatura que não é cínica, nem falsa, e que não toma os seus leitores por estúpidos, vendendo-lhes uma poética recoberta pela mentira”, o autor argumenta que Handke “pretende não saber a verdade para servir uma falsidade, inventando contra os factos, mas apresentando a a invenção como se fora um facto”. No seu romance de estreia (2006), cujo título é traduzível por “Como o soldado arranja o gramofone”, Stanišić aborda os massacres de civis e as violações perpetradas por milícias sérvias na sua cidade natal. Uma realidade à qual aludiu na segunda-feira: “Tive a sorte de escapar àquilo que Peter Handke não descreve nos seus textos.” A escolha da Academia Sueca já motivou entretanto o lançamento de uma petição no site change.org a exigir que seja revogada a atribuição ao escritor austríaco do Nobel da Literatura de 2019. Assinada até ao momento por cerca de 33 mil subscritores, a petição acusa Handke de ser “um apologista” do dirigente sérvio Slobodan Milošević, a quem o texto se refere como “o carniceiro dos Balcãs”, e “responsável pela morte de centenas de milhares de pessoas inocentes e pela violação de dezenas de milhares de mulheres e homens”. O primeiro-ministro e líder socialista albanês Edi Rama publicou no site Politico um texto intitulado Um gosto ignóbil em literatura, no qual considera a escolha de Handke “um gesto chocante que deve perturbar tanto o mundo político como o literário”. Lembrando que mesmo depois de terem “surgido provas claríssimas dos crimes” do regime de Milošević, Handke “foi ao ponto de acompanhar o julgamento do ditador em Haia e de comparecer, mais tarde, no seu funeral”, o governante albanês criticou a posição da Academia Sueca de pretender separar as posições políticas do escritor da sua “qualidade artística” e das suas “contribuições para a literatura”, argumentando que o apoio do dramaturgo ao dirigente sérvio e a sua indiferença pelas “vítimas de limpeza étnica e tortura” surgem na própria obra, tornando-a “profundamente política”. E referindo especificamente a obra Uma viagem de Inverno aos rios Danúbio, Save, Morawa e Drina ou Justiça para a Sérvia, de 1996, Rama observa que “os sérvios que aparecem no livro são pessoas vulgares, pobres, almas inocentes que dormem em caves sem aquecimento” e “comem couve e queijo fresco”, defendendo que, ao focar-se no quotidiano destes sérvios, Handke, cuja mãe era eslovena, “ignora a tragédia de outros grupos étnicos da região”, reforçando a tese de Milošević de que “os cidadãos sérvios eram as vítimas, que tinham de erguer-se em defesa da sua liberdade e dignidade”. No seu artigo, o dirigente albanês censura ainda “o espantoso silêncio” do novo Nobel da Literatura acerca do massacre de Srebrenica, onde se estima que tenham sido assassinados, em Julho de 1995, mais de oito mil bósnios muçulmanos. Críticas que não impedem Rama de defender que Handke “deve ser lido, estudado e discutido”, mas que, diz, justificariam que os académicos suecos não tivessem cometido “o erro descuidado” de lhe atribuir o Nobel. Entre os que têm vindo a exprimir o seu desagrado com esta escolha contam-se também muitos escritores, quer a título pessoal, quer através de organismos representativos, como o PEN America, que, citando a declaração do júri sueco, afirmou rejeitar a ideia de que “um escritor que persistentemente questionou [a veracidade] de crimes de guerra rigorosamente documentados mereça ser celebrado pelo seu ‘engenho linguístico’”. O ficcionista e jornalista anglo-indiano Hari Kunzru descreve Handke como “um excelente escritor, que combina uma grande percepção com uma chocante cegueira ética”. E acrescenta: “Mais do que nunca, precisamos de intelectuais que promovam uma defesa robusta dos direitos humanos contra a indiferença e o cinismo dos nossos líderes políticos, e Handke não é essa pessoa.” Já Salman Rushdie limitou-se a precisar que mantém o que escreveu em 1999, quando elegeu Handke como um bom candidato a “imbecil do ano”. E o filósofo esloveno Slavoj Žižek, crítico de longa data das posições do dramaturgo, começa por lembrar que este pediu em 2014 o fim do Nobel da Literatura, a pretexto de que seria “uma falsa canonização”, para depois sugerir que este Nobel de 2019 lhe veio afinal dar razão. “A Suécia hoje é isto: um apologista de crimes de guerra ganha um prémio Nobel enquanto o país participa no assassinato de carácter de um verdadeiro herói dos nossos tempos, Julian Assange”, defendeu Žižek, numa posição em que talvez já não seja seguido por todos os que partilham as suas reservas a Handke. Particularmente emotiva foi a reacção da autora eslovena Miha Mazzini. “Alguns artistas vendem a sua alma humana por ideologias, como Hamsun e o nazismo [Nobel da Literatura de 1920, o escritor norueguês Knut Hamsun veio a apoiar o III Reich durante a Segunda Guerra Mundial], alguns por ódio, como [Louis-Ferdinand] Céline e o seu raivoso anti-semitismo, alguns por dinheiro e poder, como [Emir] Kusturica, mas aquele que mais me ofendeu foi Handke com a sua ingenuidade perante o regime de Milošević”, defendeu. E acrescenta que sentiu essa “naiveté” do escritor como um insulto pessoal. “Nunca esquecerei esse Inverno quando a Jugoslávia estava a cair aos pedaços e não havia nada nas prateleiras das lojas. Éramos uma família jovem, a minha filha era bebé e estava muito frio: gastava o dia inteiro na bicha para o óleo para aquecimento e à noite, quase gelada, lia o ensaio de Handke sobre a Jugoslávia, onde ele dizia como me invejava: enquanto esses austríacos e alemães, esses ocidentais, tinham sucumbido ao consumismo, nós, jugoslavos, tínhamos de fazer bicha e lutar por tudo. Oh!, como estávamos próximos da natureza, quão menos materialistas e mais espiritualizados éramos. Já nessa altura o achei total e cruelmente absorvido na sua ingenuidade.” Um rol de acusações às quais Handke vem há muito retorquindo que não nega os crimes ocorridos durante os conflitos que sucederam à desagregação da Jugoslávia, mas que procurou apenas inteirar-se do que acontecera sem se deixar influenciar pelo que considera ser uma conspiração política e mediática para atribuir aos sérvios toda a responsabilidade pelos horrores da guerra civil.
https://www.publico.pt/2019/10/15/culturaipsilon/noticia/polemica-torno-nobel-handke-nao-sinais-amainar-1890145?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+PublicoRSS+%28Publico.pt%29
Polémica em torno do Nobel a Peter Handke não dá sinais de amainar
Apesar das receitas arrecadadas por Portugal com o IRC estarem a subir desde 2014, tendo atingido em 2018 um novo máximo histórico de 6492,4 milhões de euros, o país continua a perder uma parcela importante desse imposto para regimes fiscais mais favoráveis, nomeadamente Irlanda, Luxemburgo e Holanda. Estima-se que só em 2016 tenhamos perdido cerca de 630 milhões de euros de impostos em virtude da transferência de lucros para esses regimes fiscais. Um regime fiscal mais favorável (tendenciosamente classificado por alguns como um paraíso fiscal), não é nenhum demónio que encarnou e veio desassossegar o comum dos mortais, nem tão pouco é o Adamastor dos tempos contemporâneos. As empresas ao transferirem legalmente lucros para esses países, estão a procurar maximizar o seu valor. Trata-se de uma decisão de gestão como o são muitas outras. Só mentes perversas e superficiais podem procurar nestes procedimentos qualquer tipo de fraude. Dado que não é fraude, pode-se colocar aqui a questão da moralidade. Gerar lucros num país e pagar os impostos corporativos noutros é imoral? Penso que também não o é. Vejamos a questão por outro prisma. Defendo por diversas razões que se deve comprar produtos portugueses, mas qual o consumidor que perante igualdade nas características de dois produtos vai pagar um preço mais elevado por um produto português em detrimento de comprar um produto importado? Por mais nacionalista que seja, racionalmente vai acabar por comprar o produto importado. Neste caso o consumidor que agiu racionalmente está a promover os lucros da empresa estrangeira e a transferir indiretamente verbas para o estrangeiro, sendo que não se pode dizer que a sua decisão é imoral, pois comprou de acordo com as regras do mercado. Os consumidores tomam diariamente milhares de decisões deste género e ninguém as apelida de imorais. À empresa portuguesa só restará criar condições para no mínimo igualar o preço e assim tornar-se competitiva tornando-se uma opção válida para o consumidor. Neste caso claramente defendo que se deve comprar português. O que se passa com os impostos corporativos é praticamente a mesma coisa. Racionalmente as empresas procuraram jurisdições fiscais mais favoráveis, porque elas existem. Em diversos casos as taxas de tributação são quase metade das nossas. Por que motivo uma empresa pagará o dobro se criou condições para pagar metade? Se se apelidar de imoral esta decisão também será imoral a escolha do consumidor. Será imoral os países competirem por um bem escasso como é o caso do capital e para isso usarem instrumentos fiscais? Claro que não é imoral. Imoral e até a roçar o obsceno são algumas taxas de impostos. Uma grande parte dos países ou instituições anda a fingir lutar contra estes regimes fiscais mais favoráveis, e com isso consumindo recursos. Assim, com taxas iguais ou similares, as empresas já não sentem o incentivo de transferir lucros e tenderão a pagar nos seus países, tanto mais porque para pagar nessas jurisdições é necessário criar estruturas e condições que são onerosas. A descida do IRC é fundamental, não só para evitar esta fuga à tributação nacional, mas também para promover o investimento, que potencia a arrecadação de receitas fiscais de diversas formas, além de promover o emprego qualificado. Obviamente que não estou a defender transferências ilegais de lucros, para jurisdições sem regras, com taxas zero e com falta de cooperação internacional, como o fizeram (ou fazem), algumas empresas tecnológicas. Estou a referir que é perfeitamente compreensível a transferência de lucros onde o regime fiscal seja mais favorável, onde existem regras e cooperação internacional. Se o consumidor faz as suas escolhas, as empresas também o podem fazer. Um paraíso fiscal é uma coisa, um regime fiscal mais favorável é outra e uma Zona Franca ainda é outra, sendo que muitas vezes para satisfazer necessidades de aumentar a visibilidade, criar alarmismo social, por desconhecimento de causa ou até servir determinados interesses, procura-se lançar a confusão e medir tudo pela mesma bitola. Desde quando se pode classificar a Irlanda, a Holanda ou o Luxemburgo como paraísos fiscais? Haja paciência.
https://www.publico.pt/2019/10/16/economia/opiniao/quer-pagar-menos-irc-1890131?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+PublicoRSS+%28Publico.pt%29
Quer pagar menos IRC?
A associação ambiental Quercus denunciou esta segunda-feira o abate “iminente” de um conjunto de árvores centenárias no centro de Vila Nova de Paiva. As árvores em questão são seis tílias que foram plantadas em frente ao edifício da Câmara Municipal algures entre 1912 e 1914 pela população local — existe inclusive um registo fotográfico da altura que retrata esta plantação. Preocupados com o abate destas árvores que “já fazem parte do património, imagem e memória colectiva de Vila Nova de Paiva” para que naquele espaço seja possível criar mais estacionamento e espaço na praça que acolhe a centenária Feira de Barrelas, várias dezenas de moradores e comerciantes da zona decidiram criar uma petição contra o corte destas árvores que já conta com cerca de 600 assinaturas — no início do mês, alguns cidadãos organizaram uma manifestação que teve lugar em frente ao edifício da câmara. “O impacto desta acção, aos níveis ambiental, patrimonial e paisagístico é muito significativo. Num planeta em que todas as árvores contam para fazer face aos problemas da perda de biodiversidade e às alterações climáticas, este tipo de abate gratuito não faz qualquer sentido”, refere a Quercus em comunicado. A associação ambiental denuncia ainda a destruição de um jardim onde existem diversas árvores de outras espécies, “algumas delas também elas centenárias, que irá dar lugar a um parque estacionamento”. Contacto pelo PÚBLICO, o presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Paiva, José Morgado, explica que as mudanças no centro da vila estão previstas no Plano de de Acção para a Regeneração Urbana (PARU) do Centro de Vila Nova de Paiva, que tem apoio da União Europeia, mas que o abate das árvores nada tem a ver com estas obras. “Nós vamos proceder à preservação de todas as árvores que são possíveis de manter, e existem várias que são centenárias na vila, mas estas estão complemente podres, ocas, e com falta de segurança. A Protecção Civil já nos tinha alertado para que estas árvores fossem abatidas”, refere o autarca acrescentando que estas árvores “não foram cuidadas” ao longo dos anos e foram alvo de “poda excessiva” e que, neste momento, “estão em conflito com os edifícios municipais”. José Morgado avança ainda que o abate do conjunto de tílias foi avaliado pela equipa que elaborou o projecto, mas que a autarquia fez esta terça-feira um pedido de “estudo das árvores” à Escola Agrária de Viseu que “tem técnicos especializados” para o assunto, realçando que durante a construção de novas ciclovias foram plantadas em vários locais da vila 580 tílias. As obras na zona central de Vila Nova de Paiva deverão decorrer durante o próximo ano com uma preocupação reforçada na adaptação do espaço para a feira quinzenal com “mais estacionamento e instalações sanitárias para pessoas com mobilidade reduzida. Por sua vez, a Quercus diz que o corte destas árvores só se justifica “em caso de risco iminente de queda, total ou parcial, que possa causar danos em pessoas e bens” e sugere que deve ser feita uma avaliação árvore a árvore “com recurso a especialistas e equipamento próprio”. “Não temos conhecimento de nenhum procedimento deste tipo neste caso de Vila Nova de Paiva, o que não é certamente por falta de recursos uma vez entidades que têm todos os recursos para efectuar este tipo de avaliações, como por exemplo o Instituto Politécnico de Viseu ou a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD)”, refere a associação ambiental em comunicado.
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Quercus e moradores denunciam abate de árvores centenárias em Vila Nova de Paiva
Forte apelo privado, possíveis benefícios públicos As soluções de micromobilidade (bicicletas e trotinetes) cresceram espetacularmente em muitas cidades do mundo. As trotinetes elétricas atraíram um grande número de novos utentes, mesmo em cidades onde o seu preço é muito superior ao das bicicletas partilhadas, sugerindo que elas são preferidas por diferentes segmentos da sociedade. A introdução de bicicletas elétricas nos sistemas partilhados provou ser muito popular e pode ser decisiva para o seu uso, especialmente quando estão envolvidas distâncias e/ou declives maiores. E, embora a micromobilidade possa substituir uma parte das viagens de transporte público, também pode ser decisiva para a sua adoção em muitas outras viagens, pois fornece a ligação de “primeira/última milha” entre as estações e as origens e destinos reais. Ao mesmo tempo, pode haver benefícios muito significativos para a sociedade com a adoção destas novas opções de mobilidade, na medida em que substituam as viagens de carro, devido ao seu impacto muito positivo na poluição, congestionamentos e emissões e até na saúde pública. Podem também proporcionar uma maior equidade de acessibilidade. Afetação adequada de espaço público, essencial para a segurança Para dirigir com segurança os veículos em qualquer um desses modos, é necessário um mínimo de coordenação de movimentos, mas isso não é problema para grande parte da população. As verdadeiras questões de segurança estão no uso conjunto do espaço nas ruas com peões e/ou com veículos rodoviários. Quando uma boa ciclovia segregada não existe ou não é percebida como segura, duas coisas acontecem: o número de utentes é muito menor (pela abdicação de quem não quer andar ao lado de carros) e alguns utentes passam para o passeio (por medo de partilhar o espaço da estrada com carros). Mesmo que reconheçam os benefícios, as autoridades enfrentam o problema de encontrar o espaço público necessário para fornecer aos utentes da micromobilidade condições operacionais seguras. É necessário espaço adequado não apenas para as deslocações, mas também para o estacionamento. Mas o verdadeiro desafio para os operadores e autoridades públicas é como aumentar o uso desses modos partilhados, tornando-os um componente regular da mobilidade diária para muitos cidadãos, em vez de apenas uma opção agradável para viagens ocasionais. Para cada utente atual, isso significaria ir de quatro ou cinco viagens por mês para 40 ou 50, enquanto muitos outros utentes poderiam ser atraídos. E ao passar a ser uma solução de todos os dias, a maior parte dos utentes incluiria o porte e o uso do capacete na sua rotina. Isso traria uma mudança dramática para o perfil da receita por veículo (muitas viagens urbanas feitas de carro têm menos de 4 km de extensão e são feitas fora do pico). A barreira para esse aumento de escala parece ser uma combinação de preço, espaço operacional seguro e disponibilidade de frota, em diferentes combinações em diferentes cidades. Em muitas cidades, há assinaturas mensais e anuais bastante acessíveis para bicicletas partilhadas, tornando-as uma opção viável para uso diário, se houver oferta suficiente em termos de número, cobertura geográfica e tração, juntamente com condições operacionais seguras. A maioria desses esquemas é liderada por autoridades públicas e subsidiada significativamente. Os operadores privados não subsidiados (de bicicletas partilhadas e trotinetes elétricas) têm uma proposta de valor e preço diferente, colocando a sua oferta principalmente como uma opção de “experiência agradável” para uso não diário. Uma quota de mercado muito mais forte poderia ser alcançada com a introdução de pacotes tarifários, tanto para o uso mais intensivo desses veículos como para o seu uso integrado com o transporte público. Para ser eficaz, isso requer um investimento significativo em frota adicional (e nos seus processos de reposicionamento). Do ponto de vista da autoridade pública, esse aumento implica fornecer uma rede de pistas de duas rodas (2R) segregadas e bem projetadas e condições adequadas nos cruzamentos, garantindo aos cidadãos uma viagem segura do início ao fim da viagem. É aqui que está o problema: o espaço público ao nível da rua está totalmente comprometido, afetar parte dele para esse uso implica retirá-lo de outro uso. O alvo mais óbvio para essa operação é o espaço usado para o estacionamento na via. É importante distinguir entre o estacionamento usado pelos moradores – especialmente aqueles que não têm um estacionamento particular – e o usado pelas pessoas que viajam para a área, seja para trabalho ou para outras atividades. A parte usada pelos residentes é a mais difícil de gerir. Partes significativas das nossas cidades possuem prédios de apartamentos sem garagens e, em muitas dessas áreas, o serviço de transporte público não está a um nível que facilite a vida sem carro. São bem conhecidos muitos casos de resistência dos moradores à perda de alguns lugares de estacionamento. Essa dificuldade política torna o desenvolvimento sério de uma rede de faixas seguras de 2R um caso de “ovo e galinha”: a força política para justificar uma rede ampla e segura de faixas de 2R só aparece quando houver um grande número de utentes de micromobilidade, mas esse número não consegue concretizar-se enquanto essa rede não estiver disponível. Ação coordenada é a chave! Uma solução para esse problema pode ser encontrada por meio de ações coordenadas: o município poderia instalar uma rede 2R de alta qualidade em partes da cidade onde o espaço público é mais facilmente disponível (avenidas mais amplas, maior percentagem de habitações com estacionamento próprio). Para ter uma escala significativa, isso já deve permitir viagens de pelo menos 2 km (meia hora a pé) e incluir acesso a uma ou duas estações de transporte público pesado. Os operadores de micromobilidade introduziriam, paralelamente, pacotes tarifários atrativos e aumentariam a sua oferta naquela área, sobretudo nas imediações das estações de transporte público que a servem. Como todos esses veículos são georreferenciados, preços promocionais especiais em áreas designadas podem ser facilmente aplicados para esses serviços. Este exercício deve ser monitorado com uma recolha de dados cuidadosa e fiável, permitindo comparações antes e depois. Isso permitiria algumas melhorias de projeto na mesma área e forneceria lições para as próximas áreas de implementação. E se as taxas de adoção forem boas e com forte transferência de viagens de carro, isso pode servir como demonstração da eficácia da intervenção, criando assim a legitimidade política para programas mais ousados de construção dessa rede de 2R e promoção do uso da micromobilidade como instrumento de uma mobilidade urbana limpa, eficiente e justa. Esquemas de subsídios cuidadosamente desenhados podem ser justificáveis. Tanto para os municípios como para os operadores de micromobilidade, isso significa sair da zona de conforto, mas certamente parece que vale a pena tentar! O autor escreve segundo o novo Acordo Ortográfico
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Tirar o maior proveito da micromobilidade
Fernando Medina quer que Manuel Salgado se mantenha à frente da Sociedade de Reabilitação Urbana Lisboa Ocidental (SRU), a empresa municipal que é agora responsável pelas principais obras da autarquia. O ex-vereador do Urbanismo tinha dito ao Expresso, quando anunciou a sua saída, que gostava de manter-se na presidência da SRU, cargo que assumiu há pouco mais de um ano depois de a câmara ter decidido entregar a esta empresa “a execução de grandes projectos de investimento”. O presidente da câmara fez-lhe a vontade. Na reunião autárquica de quinta-feira será discutida uma proposta, subscrita por Fernando Medina, para que o representante do município na empresa passe a ser Miguel Gaspar, vereador da Mobilidade, em substituição de João Paulo Saraiva, vice-presidente e vereador das Finanças, que até aqui tinha aquele cargo. E, diz a mesma proposta, Miguel Gaspar ficará mandatado “para votar favoravelmente” a recondução de Manuel Salgado como presidente do conselho de administração da SRU. Salgado assumiu a liderança da SRU em Junho de 2018 por ser vereador do Urbanismo, tal como prevêem os estatutos da empresa. Com a sua saída, o cargo poderia ser tomado pelo actual titular do pelouro, Ricardo Veludo, que iniciou funções há poucos dias. Essa não foi, no entanto, a opção do presidente. Tanto a nomeação de Miguel Gaspar como a de Manuel Salgado serão sujeitas a voto secreto, como é obrigatório nestes casos. Os quatro vereadores do CDS, maior partido da oposição, vão votar contra. Os dois vereadores do PCP também vão opor-se. O vereador do Bloco de Esquerda, Manuel Grilo, parceiro de governação de Medina, já disse que não concorda com a continuidade de Salgado. Como o PS tem oito vereadores, o desfecho da votação fica assim nas mãos dos dois vereadores do PSD, cuja abstenção basta para fazer passar a proposta. O social-democrata João Pedro Costa disse ao PÚBLICO, em Agosto, que não via motivo para que Salgado saísse da SRU. A SRU Lisboa Ocidental é a última resistente de um conjunto de sociedades semelhantes que existiram para toda a cidade e que foram progressivamente extintas. A sua área de actuação começou por estar confinada às freguesias de Belém, Ajuda e Alcântara, mas foi-se expandindo até abranger a cidade inteira. A seu cargo estão obras emblemáticas da actual maioria, como o Parque Urbano da Praça de Espanha (e respectivas alterações viárias), o Hub Criativo do Beato, o Programa de Renda Acessível, a construção de centros de saúde e a reabilitação de escolas. Quando recebeu este pacote de empreitadas, a empresa deixou de ter competências de licenciamento urbanístico, que regressaram à câmara. Assim, nos últimos meses, Manuel Salgado acumulou as duas funções, licenciando na autarquia as obras que executaria na SRU. Com a mudança agora em vista, os trabalhos que chegarem à SRU para execução passarão, primeiro, pelo crivo de Ricardo Veludo, cuja visão para o pelouro ainda é desconhecida. PCP quer vereador com menos poder Aproveitando a mudança de rosto no Urbanismo e a aproximação à segunda metade do mandato, os vereadores do PCP propõem uma revisão da delegação de competências que Medina fez no seu vereador há dois anos. Segundo essa delegação, uma grande parte dos processos urbanísticos pode ser decidida por despacho do titular do pelouro, sem necessidade de discussão em câmara. “Volvidos que estão dois anos, muitas operações urbanísticas foram aprovadas sem serem submetidas à aprovação da Câmara Municipal de Lisboa. Em nosso entendimento mal”, escrevem os vereadores Ana Jara e Jorge Alves na proposta que entregaram para discussão. “Entendemos ser tempo de corrigir esse erro, que ficou explícito pela contestação pública a alguns processos urbanísticos que não passaram por decisões em câmara.” Os eleitos comunistas sugerem a eliminação de dois artigos e o alargamento das excepções na delegação de competências, o que na prática se traduziria num reforço de capacidade da câmara para analisar processos urbanísticos. No fim de Setembro, durante a última reunião pública, Fernando Medina mostrou-se contra a ideia, argumentando que as reuniões passariam a ser inundadas por milhares de projectos.
https://www.publico.pt/2019/10/15/local/noticia/medina-quer-manter-salgado-frente-empresa-municipal-obras-1890110?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+PublicoRSS+%28Publico.pt%29
Medina quer manter Salgado à frente da empresa municipal de obras
O EISA, Instituto Eleitoral para a Democracia Sustentável em África, é uma organização sul-africana que trabalha para a promoção de eleições credíveis e a participação política. Em Moçambique faz observação de eleições desde 1999, com escritório há 15 anos. Nestas eleições, decidiu apostar nas novas tecnologias para transmitir informação “credível” e actualizada sobre as eleições e criar um mecanismo de resolução de conflitos eleitorais para que o pós-sufrágio não traga mais tensão ao país.
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“Uma eleição sem observação independente é meio duvidosa”
A mesa onde o líder da Renamo, Ossufo Momade, exerceu o seu direito de voto esta terça-feira, na ilha de Moçambique, província de Nampula, esteve suspensa durante algum tempo por causa de uma cena de pugilato que envolveu o delegado da Renamo que foi agredido por duas escrutinadoras. O homem da Renamo acusava a mesa de irregularidades, a presidente da mesa queria impedir o principal partido da oposição de ter dois delegados presentes (a lei só permite um por partido) e, para que os ânimos se acalmassem, suspendeu a votação. Com isso, Momade viu-se obrigado a aguardar cerca de 50 minutos para poder votar.
https://www.publico.pt/2019/10/15/mundo/reportagem/eleicoes-mocambique-enchimento-urnas-mesas-vazias-gaza-1890122?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+PublicoRSS+%28Publico.pt%29
Eleições em Moçambique: “enchimento de urnas” e mesas vazias em Gaza
Para quem não tem estado atento, Portugal é um destino de surf. E não há melhor indicador disto do que o facto de ser palco de uma das 11 etapas do principal circuito da modalidade desde 2009. A partir desta quarta-feira, a elite do surf mundial entra nas águas da praia dos Supertubos, em Peniche, para a 10.º etapa masculina (nona do circuito feminino) do World Surf League (WSL) Championship Tour (CT), podendo já decidir-se no mar português os campeões de 2019. O brasileiro Gabriel Medina e a havaiana Carissa Moore podem acrescentar, em Peniche, mais um título para os respectivos currículos, mas isso não é a única coisa que está em jogo. A etapa portuguesa vai ajudar a definir quem estará na estreia olímpica do surf em Tóquio 2020. Primeiro, as contas do título. Medina chega à etapa portuguesa (que já venceu em 2017) como o líder do ranking, já com vitórias na etapa sul-africana em Jeffreys Bay e na etapa norte-americana realizada na piscina de ondas de Kelly Slater na Califórnia, e um novo triunfo em Peniche deixa-o bem próximo do seu terceiro título mundial (já venceu em 2014 e 2018). Com a ausência do lesionado John John Florence (que não compete desde Junho), a principal concorrência de Medina tem sido brasileira (Filipe Toledo e Italo Ferreira) e sul-africana (Jordy Smith) entre um lote mais alargado de surfistas que, matematicamente, ainda podem aspirar ao título. O líder do ranking não está a contar com o título já nos Supertubos, esperando uma decisão na etapa final, que será o Bilabong Pipeline Masters, no Havai, onde Medina garantiu o título em 2018. “Estou preparado para o Havai, mas quero fazer um bom campeonato aqui. Sei que cada bateria que passar ficarei mais perto do título. Esse é o meu objectivo”, disse Medina ao PÚBLICO, não apontando nenhum rival em particular para esta etapa em Peniche: “É difícil escolher um. Todos são muito difíceis. Estou focado no meu trabalho.” Um dos candidatos é Ítalo Ferreira, vencedor no ano passado em Peniche. Actual quarto classificado do ranking, o brasileiro vem bem embalado da outra etapa europeia do circuito, com um segundo lugar em França, e tem altas expectativas a prova portuguesa. “Este é um dos meus lugares favoritos. O ano foi bem difícil e divertido e muita coisa pode acontecer. Encontrei o meu equilíbrio, estou mais confiante e espero repetir o feito.” Também o título mundial feminino pode ficar fechado em Peniche. Carissa Moore pode chegar ao tetracampeonato na prova portuguesa, que regressou este ano em Peniche depois de vários anos de ausência. “Estou muito feliz por estar de volta. E acho que todas as raparigas também estão. Estou a tentar não pensar muito no título, mas estou grata por estar nesta posição”, declarou a havaiana de 27 anos, já campeã mundial em 2011, 2013 e 2015, e vencedora da etapa anterior, em França. Três portugueses Serão três os surfistas portugueses que estarão no mar de Peniche. Frederico “Kikas” Morais é o mais experiente dos três, já com seis participações, entre elas um quinto lugar em 2015, sendo que, em 2019, esta presença na etapa portuguesa não irá contar para a sua actual luta. “Kikas” está a lutar pelo regresso ao circuito principal da WSL – está em sexto na qualificação e 34.º no ranking mundial – e, por isso, diz que vai estar “mais relaxado” numa prova que será “especial”. “É impossível não ser especial. As praias vão estar cheias e é um campeonato importante. Quero fazer bom surf, apanhar boas ondas”, diz “Kikas”, que já tem no bolso a qualificação olímpica para Tóquio, garantida em Setembro passado nos World Surfing Games. Vasco Ribeiro, que já foi terceiro em Peniche (2015), e Miguel Blanco, actual campeão nacional, são os outros dois surfistas a jogar em “casa”. Sendo esta a penúltima etapa do circuito, muito do que se passar em Peniche irá influenciar a qualificação para Tóquio 2020, onde o surf irá fazer a sua estreia olímpica - 20 homens e 20 mulheres irão competir no torneio olímpico. Com oito lugares na prova masculina já fechados (um deles será de Frederico Morais) e oito vagas preenchidas na prova feminina, grande parte das vagas restantes será atribuída através dos rankings da WSL, sendo que, com a limitação de dois atletas por país, haverá enorme concorrência para chegar aos Jogos entre os surfistas brasileiros, australianos e norte-americanos – para efeitos olímpicos, os havaianos contam como norte-americanos. Considerado como o melhor surfista de sempre, Kelly Slater está em Peniche para tentar ser um dos dois norte-americanos na estreia olímpica do surf. Onze vezes campeão mundial, Slater, de 47 anos, é, actualmente, 13.º do ranking e quarto entre os norte-americanos, atrás de Kolohe Andino, John John Florence e Seth Moniz. A luta pelas duas vagas brasileiras também promete ser interessante. Três dos quatro primeiros do ranking são brasileiros (Medina, Toledo e Ítalo), mas só podem ir dois a Tóquio.
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Em Peniche dão-se títulos e viagens a Tóquio
Aos 25 anos, a jovem agrónoma Sara Guimarães Gonçalves foi uma das vencedoras deste ano dos prémios do Instituto Europeu de Inovação em Tecnologia (EIT) pela sua missão de poupar água através de sistemas inteligentes. Ganhou na categoria EIT Woman, que se destina a destacar projectos desenvolvidos por mulheres na União Europeia. A vitória foi-lhe atribuída pelo trabalho desenvolvido nos últimos dois anos com a Trigger Systems, uma startup que ajudou a fundar em 2017 para automatizar sistemas de rega em parques, jardins e campos agrícolas quando estava no último ano da faculdade. A cidade de Lisboa já tem o sistema instalado no Parque Eduardo VII, no Jardim da Estrela, nos Jardins do Campo Grande e na Quinta das Conchas. “É sempre um pouco paradoxal ganhar numa categoria destinada a eleger mulheres. Por um lado, o reconhecimento é óptimo mas, por outro, espero que daqui a uns anos este tipo de prémios deixem de ser necessários”, admite ao PÚBLICO Sara Gonçalves, pouco depois da cerimónia de entrega de prémios do EIT em Budapeste. “Ainda há muito preconceito em relação às mulheres nestas áreas, mas é preciso deixar de olhar ao género. É preciso existirem tantas mulheres como homens a trabalhar na área de inovação a tecnologia.” Além do reconhecimento, o prémio vem acompanhado de 20 mil euros que Sara Gonçalves diz que vão ser utilizados para continuar a desenvolver o produto. “O próximo passo é arranjar mais parceiros em Portugal e depois em Espanha, França e Brasil”, prevê Sara Gonçalves, que trabalha lado a lado com Francisco Manso, outro engenheiro agrónomo, mas com mais 20 anos de experiência na área. A tecnologia depende de uma plataforma online onde são programados algoritmos que são capazes de prever a quantidade de água que as plantas precisam – o resultado é enviado para o equipamento que está a ser instalado em jardins públicos, campos de golfe, e quintas por todos o país. "Conhecemos bem a área" Gonçalves acredita que o facto de ambos os fundadores serem “agrónomos antes de tecnólogos” é uma das grandes vantagens do projecto. “Viemos directos do lado do negócio, em vez de virmos do lado da tecnologia e de tentar arranjar um problema para criar uma solução. Conhecemos bem a área e por isso nós já sabíamos qual era o problema – gasta-se muito água e é preciso parar”, frisa a jovem que viveu numa quinta quando era mais nova. “Em Lisboa, por exemplo, onde há cerca de 900 sistemas de rega separados, todos podem ser programados através do Trigger Systems. Quando chove já não é preciso ir ao local para os desligar – pode-se fazer tudo à distância.” — pela internet. Com isto, o ano passado poupou-se cerca de 50% da água normalmente utilizada no Parque Eduardo VII. “Acredito que foi o equivalente a 100 mil euros em água”, diz Gonçalves. Mas a proximidade do mercado também traz algumas desvantagens – como começar a testar o produto cedo demais. “Há um ano, por exemplo, pensávamos que estava tudo súper sólido e robusto e depois existiu um raio no meio de uma quinta que destruiu um dos nossos controladores”, recorda Gonçalves. “Tivemos de voltar atrás e fazer um controlo à prova de raios. Foi um erro por ter ido muito cedo, mas também foi uma vantagem porque todos os dias acabamos por aprender.” Além do projecto ser apoiado pela InnoEnergy, que é o braço da EIT destinado a promover tecnologias que promovam a sustentabilidade, a equipa portuguesa tem recebido apoio da Portugal Ventures, da Startup Lisboa, da Câmara de Oeiras e da Câmara do Fundão, onde têm a sede. “O apoio da EIT vai mais longe que o financiamento. Ajudam-nos, por exemplo, a desenvolver patentes, a estabelecer contactos com parceiros e como têm uma grande relação com instituições académicas também nos ajudam a encontrar jovens para estagiar connosco”, resume Gonçalves. O sistema de rega português partilhou o pódio do EIT com a startup francesa Diabeloop, que está a trabalhar numa bomba de insulina automática para crianças, com o projecto sueco CorPower Ocean, que quer produzir electricidade através da energia das marés, e com a o LeafTech, uma startup alemã que estima a energia necessária para iluminar e aquecer um edifício ao combinar informação meteorológica com o gasto energético das casas e informação recolhida por sensores em janelas. Ganharam nas categorias de EIT Venture, EIT Innovators e EIT Change respectivamente. Este ano, o prémio do público foi para a Zeleros, uma startup espanhola que ambiciona criar um sistema a grande velocidade em que cápsulas viajam ao longo de gigantescos tubos (a fazer lembrar a ideia do magnata Elon Musk para o Hyperloop). Criado em 2008, o Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia – melhor conhecido pela sigla EIT – é um órgão independente na União Europeia criado para estimular a capacidade da região inovar na área da tecnologia e da inteligência artificial ao facilitar o contacto entre universidades, investigadores e empresas no mundo real. Na corrida para o domínio na área da inteligência artificial, a luta pelo primeiro lugar é cada vez mais entre os EUA e a China. O EIT quer ajudar a Europa a ganhar terreno ao apoiar projectos em áreas como o digital, alimentação, saúde, energia sustentável, matérias-primas, e mobilidade. O PÚBLICO viajou a convite do Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia.
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Portuguesa com missão de poupar água ganha prémio de inovação europeu
Em equipa que ganha não se mexe. Essa parece ser a lógica de António Costa que apresenta um Governo em muito semelhante ao anterior executivo. Mas há mudanças. Além da criação de dois novos ministérios, o primeiro-ministro indigitado apresenta mais mulheres a liderar ministérios. O novo Governo ainda não é paritário, mas apresenta-se perto disso. O Governo com mais ministérios é também o Governo com mais ministras desde o 25 de Abril. O novo executivo é também mais novo — mas pouco. Quer em caras novas, quer em idades, há poucas mudanças a registar na equipa de António Costa. Mais mulheres De cinco mulheres no último elenco ministerial, António Costa passou para oito, o que significa que a percentagem de mulheres subiu de 29,4 para 42,1. É seguro dizer-se que nunca houve um Governo tão feminino em Portugal. Até agora, era o também socialista José Sócrates quem tinha o maior número de ministérios liderados por mulheres, com cinco mulheres em 16 ministérios. Uma das estreias é de Maria do Céu Albuquerque, que deixa a secretaria de Estado do Desenvolvimento Regional para se tornar na segunda mulher a ocupar o cargo de Ministra da Agricultura. Duas caras novas Num Governo com 19 ministros (mais dois do que o anterior), há cinco novos ministros mas só há verdadeiramente duas caras novas: Ana Abrunhosa e Ricardo Serrão Santos. Todos os restantes governantes ou mantém as pastas ou são promovidos de secretarias de Estado a ministérios. É o caso de Ana Mendes Godinho, Alexandra Leitão e Maria do Céu Albuquerque. Já outros, como Mariana Vieira da Silva, passam a ministros de Estado. De acordo com António Costa, a atribuição deste novo estatuto a quatro ministros significa “um reforço do núcleo central do Governo para que o primeiro-ministro e o ministro dos Negócios Estrangeiros possam assegurar plenamente a condução da Presidência da União Europeia”. Há também a criação de dois novos ministérios: o ministério da Modernização e o ministério da Coesão Territorial. Três saídas Uma mulher e dois homens deixaram o Governo. Dos três nomes de saída, dois deles deixam familiares no Governo. É o caso de Vieira da Silva e de Ana Paula Vitorino. Do lado do primeiro, a saída não é uma surpresa. Vieira da Silva, pai da reconduzida ministra Mariana Vieira da Silva, já tinha anunciado que, por opção própria, não iria transitar para o novo executivo. Já Ana Paula Vitorino, 57 anos, deixa o Ministério do Mar. Por seu lado, o seu marido, Eduardo Cabrita, 58 anos, manter-se-á na liderança da pasta da Administração Interna. Os repetentes Ao todo, os ministros que ficam são o maior grupo: 14. As poucas mudanças no executivo foram uma das surpresas. Nomes que tinham sido dados como saídas certas – casos de Francisca van Dunem e de Manuel Heitor - acabaram por ficar. Reconhecendo que o elenco e estruturas do seu novo Governo são muito semelhantes ao que cessa funções, António Costa justifica que o novo executivo está “mais reforçado politicamente, numa lógica de continuidade”. As diferenças, diz o primeiro-ministro indigitado, prendem-se sobretudo com os quatro objectivos estratégicos. Média de idades Há também um ligeiro rejuvenescimento da equipa de António Costa. Com a saída de ministros como Luís Capoulas Santos, 68 anos, e de José António Vieira da Silva, 66 anos, e com a entrada de ministros e ministras mais jovens, a média de idades desce de 54,8 anos para 52,5 anos. O título de governante mais jovem deste executivo vai para Mariana Vieira da Silva, com 41 anos. Já os ministros mais velhos são, com 65 anos, o reconduzido Nelson de Souza e o estreante Ricardo Serrão.
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Os números e as curiosidades do novo Governo
Parecia um segundo match point desperdiçado pela Espanha (já tinha falhado com a Noruega), mas, nesta terça-feira, na qualificação para o Euro 2020, o ex-Benfica Rodrigo colocou os espanhóis no Europeu, com um golo aos 90’, dando o empate (1-1) frente à Suécia. A Espanha visitou Estocolmo sabendo que uma igualdade seria suficiente para haver festa e entrou decidida a resolver a questão. O jogo acabou por ter um desfecho justo, já que a selecção espanhola fez um bom jogo, conseguindo várias oportunidades de golo, e, sobretudo, várias jogadas de qualidade, com combinações curtas entre os atacantes. Carvajal esteve muito em jogo, bem como Thiago, e os espanhóis tiveram boas oportunidades aos 4’ (Thiago de fora da área), aos 7’ (Thiago isolado), aos 11’ (Ruiz para defesa de Robin Olsen) e aos 20’ (Moreno para nova defesa de Olsen). Também a Suécia teve uma oportunidade, por Quaison, mas o jogo foi maioritariamente de uma Espanha criativa, mas incapaz de finalizar e, sobretudo, de destruir a barreira chamada Olsen. Se o jogo já não estava a ser feliz para os espanhóis, menos ficou logo após o intervalo. Berg cabeceou para defesa de De Gea, Quaison fez a recarga para nova defesa do guardião e Berg, à terceira tentativa, conseguiu, finalmente, a finalização - o guarda-redes espanhol acabaria por deixar o jogo devido a lesão. O golo sofrido fez bem a uma Suécia que começou a organizar-se melhor e a permitir menos penetrações espanholas. A Espanha só renasceu nos últimos 20 minutos e, aí, voltou a haver Robin Olsen a barrar os intentos espanhóis. Um jogo globalmente bem conseguido pela favorita Espanha parecia condenado a um desfecho inglório, mas, perto do apito final, o recém-entrado Rodrigo, num lance confuso, finalizou perto da linha de baliza e confirmou a presença da Espanha no Europeu. Grupo D ao rubro Na Suíça, a Irlanda também tinha o apuramento à mercê, no grupo D. Os irlandeses não tinham uma missão tão acessível como a Espanha, já que, para estarem no Europeu, teriam de bater a Suíça. O jogo até chegou a estar em risco, devido ao mau estado do relvado, mas a equipa de arbitragem avançou com a partida. Numa mistura de relva com lama, o benfiquista Seferovic voltou a ser titular – o seleccionador não abdica do avançado – e, poucos dias depois de ser eleito o jogador do ano na Suíça, justificou o prémio com um golo: remate rasteiro, de fora da área, não muito forte, mas colocado. E Suíça em vantagem, aos 16’. Ricardo Rodríguez falhou um penálti na segunda parte, mas a Irlanda, que ainda sofreu um autogolo de Duffy, perdeu por 2-0 e deixou que o grupo D ficasse ao rubro: Irlanda com 12 pontos, Dinamarca com outros 12 (mas menos um jogo) e Suíça com 11.
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Rodrigo coloca Espanha no Euro 2020 e Seferovic trava apuramento irlandês
A Câmara do Porto ainda não recebeu qualquer proposta de licenciamento para um grande armazém do El Corte Inglés na cidade. Nos últimos meses o grupo espanhol fez saber que mantinha todo o interesse nos terrenos que tem sob reserva, há anos, junto à rotunda da Boavista e o vereador com o pelouro das actividades económicas até chegou a afirmar que a obra poderia começar em 2020. Mas, para já, o que há é uma contestação crescente ao eventual impacto de um equipamento deste tipo, e algumas milhares de pessoas a pedirem, naquele lugar, um jardim. Sofia Maia Silva, moradora nas imediações do terreno público que o El Corte Inglés reservou em 2000, para um investimento que vem sendo adiado, considera muito satisfatória a adesão à petição em favor de um jardim naquele local. As mais de 3500 assinaturas e os comentários em defesa desta proposta deixam o grupo informal que a tornou pública certo de que o seu gesto é válido, e o próximo passo passará por apresentar a iniciativa em reuniões da Câmara e da Assembleia Municipal do Porto. Dirigida aos presidentes dos dois órgãos existe, há pelo menos uma semana, uma outra petição, “a favor do estabelecimento do El Corte Inglés no centro da Boavista em vez da criação de MAIS UM [sic] jardim”, com seis assinaturas. Entretanto, nesta terça-feira o Bloco de Esquerda fez saber que considera “extremamente preocupante” a “falta de transparência” sobre os contratos entre a Infra-estruturas de Portugal (IP) e o El Corte Inglés, que tem a opção de compra do terreno na Boavista, no Porto. Em comunicado, o Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda (BE) revela que solicitou à IP, a 29 Setembro, “a disponibilização da cópia do contrato inicialmente celebrado em 2000 entre o El Corte Inglés e a ex-Refer, e ainda dos “acordos adicionais” que o renovaram sucessivamente desde 2013 até 2021”. Contudo, “e até ao momento, ainda não se obteve qualquer resposta, nem os referidos contratos foram disponibilizados publicamente”, lamenta. O BE critica ainda “a manifesta ausência de discussão pública sobre o projecto que se prevê para aquela zona da cidade do Porto, e sobre o qual a Câmara Municipal também se deveria pronunciar, em defesa da cidade”, lê-se no comunicado. Para além das públicas declarações do vereador Ricardo Valente, que em Julho deu nota de estar bem informado das pretensões dos espanhóis, o que se sabe é que estes estão mesmo interessados em transformar a reserva do terreno numa aquisição efectiva e avançar com “um projecto, precedido do necessário Pedido de Informação Prévia que permita avaliar as possibilidades para aquele local”, como explicou fonte da empresa à Lusa no início do mês. Ricardo Valente dizia, em Julho, que “é extremamente relevante o desenvolvimento de um projecto naquela zona da cidade”, acrescentando ser “fundamental que aquela área, que é uma cratera” desapareça. Mas o BE, tal como os peticionários, vê com grande preocupação a possibilidade de ali nascer uma nova unidade comercial de grande dimensão “que, numa zona já bastante sobrecarregada, irá trazer um impacto excessivo ao nível da mobilidade e da sobrecarga para as infra-estruturas”. Na segunda-feira a Associação Campo Aberto, que subscreve a petição lançada no início do mês, defendeu que, à luz do Plano Director Municipal, o município não está obrigado a aprovar um empreendimento comercial naquela zona, se entender que outra solução seria mais benéfica para a cidade. No site desta organização ambientalista lembra-se que, cercado pelo trânsito e pelo ruído do mesmo, o jardim existente no centro da rotunda é menos utilizado do que poderia ser, pelo que faz falta, consideram, um espaço verde de qualidade naquela zona. E Sofia Silva considera que dificilmente a rotunda poderia ser alternativa à ausência de um jardim de proximidade nesta parte do Porto, ao qual os residentes possam ir sem terem de pegar num carro. Com Lusa
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Município não recebeu ainda pedido de licenciamento para El Corte Inglês na Boavista
O PÚBLICO falou com Gabriel Medina, o brasileiro que lidera o ranking mundial e que pode conquistar em Peniche o seu terceiro título. Foram nove perguntas que deram para nove respostas curtas em menos de cinco minutos, mas deu para perceber que Medina está focado em fazer o melhor possível nos Supertubos, onde se sente “em casa” e onde já venceu em 2017. Espera conquistar o título já em Portugal? Estou preparado para o Havai, mas quero fazer um bom campeonato aqui. Sei que cada bateria que passar ficarei mais perto do título. Esse é o meu objectivo. O mar está do seu agrado? Gosto desta onda. Já venci aqui, já tive aqui bons resultados. Gosto deste mar. Espero ter uma boa competição. Esta tem sido uma época muito intensa… Sim, este ano tem sido muito intenso. O circuito é muito de altos e baixos, é difícil de equilibrar, mas eu fui bem constante. Tenho tido boas etapas, sinto-me bem com essa constância, dá-me mais confiança agora. A lesão de John John Florence tirou alguma emoção à discussão do título… Acontece, né? Eu já tive contusões, graças a Deus que foi nas férias e não perdi nenhum campeonato. Isso pode acontecer com qualquer um. Claro que o John John é um dos melhores e eu amaria estar com ele competindo. Ele vai voltar no ano que vem e vai ter mais. Tem alguma prancha especial para Peniche? Não. Tenho uma antiga no meu equipamento. É uma que eu usei na França e nessas ondas de “beach break”. Quem vão ser os maiores rivais aqui em Peniche? É difícil escolher um. Todos são muito difíceis. Estou focado no meu trabalho. Portugal tem as melhores ondas da Europa? Portugal é muito bom. Gosto muito de Portugal. Gosto da comida, gosto da galera, a língua é igual, sinto-me em casa, basicamente. Também se discute vaga nos Jogos Olímpicos. É importante para si representar o Brasil em Tóquio? Para já, estou focado no título. A vaga olímpica será consequência. Mas é uma coisa muito importante, quero estar nas Olimpíadas o ano que vem. Espero que dê tudo certo. A briga vai ser boa. Claro que gostava de ter tido surf nos Jogos do Rio de Janeiro… Isso ia ser legal para a gente. Mas tudo tem a sua hora. Só nós já estarmos nas Olimpíadas é um grande feito.
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Gabriel Medina: “Em Portugal sinto-me em casa, basicamente”
Serão poucas as receitas à base de plantas a reunir o mesmo consenso de um alho francês à brás (o prato na imagem principal). Mas para almoços de domingo em família, a escolha poderá antes recair num assado de tofu com um crumble de frutos vermelhos (sem manteiga). Tal como durante a semana, e para a marmita, será mais rápido fazer um empadão de batata-doce e feijão preto, caso chova, ou uma massa de cogumelos e ervas aromáticas cremosa (mas sem natas), se o Sol ainda aparecer. Cozinhar sem produtos de origem animal, desde a carne ao leite, pode ser rápido, prático, barato, versátil e saudável. Aqui ficam algumas dicas escritas por quem, repentinamente ou de forma gradual, deixou uns ingredientes para prioritizar outros. Semear o Futuro, por Ivone e Joep Ingen Housz Ivone guarda religiosamente em frasquinhos os feijões que Joep não vai transformar em hambúrgueres. São as sementes do que nasce na Quinta das Águias, um refúgio em Rubiães, Paredes de Coura onde se serve comida vegetariana. Depois de muitos pedidos de hóspedes e amigos, Joep e Ivone, ele holandês e ela minhota, lançaram no início de Outubro um livro (edições IN, 19,99 euros) de receitas para cada estação do ano com ingredientes sazonais, um guia para identificar as propriedades das plantas silvestres e outras sugestões de “rotinas mais sustentáveis”. Vegan para Todos, por André Nogueira e Rita Parente ​Havia uma receita mexicana que fazia Rita Parente atirar-se à cozinha para, pelo estômago, “conquistar” André Nogueira. Era tiro certo. “Quesadillas de frango”, contava ela, ao P3. As adaptações a este e outros pratos foram surgindo conforme os ingredientes de origem animal deixaram de entrar no frigorífico dos dois (agora três). Entre as 80 receitas — 65 exclusivas e as restantes tiradas do blogue Cocoon Cooks, precursor digital do livro (edições IN, 19 euros) —, há adaptações de pratos omnívoros, como a bolonhesa, agora de cogumelos e noz, e outras que já “nasceram” veganas, como é o caso do xerém de beterrabas e cenouras assadas com pesto de hortelã. “Não tem de haver uma obsessão com a proteína no centro do prato rodeada de acompanhamentos”, defende Rita, “é preciso alterar completamente o chip e passar a olhar para a refeição de uma forma diferente”. “Cem reducionistas são mais relevantes para o mercado do que 50 vegetarianos”, convidam. ​The Lazy Vegan Cookbook, por Fábio Gomes O nome diz todo: este livro é para quem gosta de comer, mas não consegue passar muito tempo na cozinha. “Cada vez mais pessoas estão a mudar para uma alimentação à base de plantas. Sabemos o quão difícil essa transição pode ser. Compreendemos que não é fácil deixar os sabores e texturas com que cresceste, e não queremos que embarques numa viagem sem sabor.” É aqui que entra a edição independente de Fábio Gomes, com 60 receitas à base de plantas, lançada em Outubro e à venda online (19,90 euros). Cozinha Vegetariana À Portuguesa, por Gabriela Oliveira ​Gabriela Oliveira é vegetariana quase há 2o anos, tempo suficiente para coleccionar as receitas que já apresentou em cinco livros com temas como “poupar”, “saudável” “crianças”, “festejar” e, este, “à portuguesa" (com direito a cozido e pataniscas). No final de Outubro, a autora edita o sexto volume da colecção Cozinha Vegetariana (ArtePlural) com duas palavras-chave que aguçam apetites: “rápida e prática”. As Delícias de Ella - O Livro Cem Por Cento Vegetariano, por Deliciously Ella ​Muitos dos pratos propostos por Ella, blogger e empresária, têm feijões, batata-doce, quinoa, abacate, tomate seco ou couve-flor. O livro lançado em português pela editora Lua de Papel, em Fevereiro (18,90 euros), divide-se em receitas para o pequeno-almoço, saladas, pratos para marmitas como falafel, hambúrgueres e patés, guiados e caris, doces e pratos mais complicados para impressionar em festas com amigos. Algumas das criações de Ella Woodward estão disponíveis gratuitamente no site e consoante uma subscrição mensal na aplicação. Um guia e um manual de boas práticas Uma dieta vegetariana, desde que bem planeada, “é saudável, adequada e poderá ser benéfica para a saúde, nomeadamente na prevenção e tratamento de algumas doenças”, lê-se num manual do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável, da Direcção-Geral da Saúde (DGS), disponível online. As linhas de orientação da DGS, apresentadas em 2015, contêm esclarecimentos sobre uma dieta ovolactovegetariana (exclui carne e peixe, mas inclui ovos e lacticínios) ou vegetariana estrita ou vegana (que exclui todos os alimentos de origem animal), informações nutricionais de vários alimentos (que não dispensam uma consulta com um nutricionista), benefícios e cuidados a ter. É uma introdução para quem começa a pensar em reduzir os alimentos de origem animal ou para quem procura acautelar possíveis carências, especialmente, sublinha o manual, das vitaminas B12 e D, dos minerais ferro, cálcio, zinco, proteína de qualidade e ácidos gordos essenciais. Foi a pensar nestas situações que a Associação Vegetariana Portuguesa lançou um guia que responde às principais dúvidas de quem se vê sem a carne ou o peixe no centro do prato: “Como substituir um ovo?”, “O que barrar no pão?” ou “Como obter proteína?”. Podes fazer o download do VeggieKit gratuitamente, através do site.
https://www.publico.pt/2019/10/16/p3/noticia/cinco-livros-e-um-guia-para-uma-cozinha-mais-vegetariana-1889910?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+PublicoRSS+%28Publico.pt%29
Cinco livros e um guia para uma cozinha (mais) vegetariana
A chefe do Governo de Hong Kong, Carrie Lam, não conseguiu proferir o seu discurso anual no parlamento local devido ao boivote de deputados da oposição que levaram ao inédito cancelamento da sessão. Lam fez o seu discurso mais tarde, através de vídeo, dizendo que o governo vai aumentar substancialmente o número de projectos para habitação e acelerar a venda de habitação pública. As medidas que Carrie Lam anunciou estão entre as mais ousadas dos últimos anos para recuperar grandes extensões de terra mantidas por um punhado de construtores poderosos. “Estamos determinados a criar oportunidades de compra e venda de imóveis para pessoas de diferentes níveis de rendimento, para que elas possam fazer de Hong Kong a sua casa”, disse Lam. “Estabeleço aqui um objectivo claro de que os cidadãos de Hong Kong e suas famílias não precisarão de se preocupar com o problema da habitação, e que poderão ter a sua própria casa em Hong Kong.” A chefe do Governo, que voltou a rejeitar os pedidos para a sua demissão, disse que cerca de 700 hectares de terras privadas nos novos territórios da cidade seriam trazidos de volta para uso público. Cinco exigências Os deputados pró-democracia gritaram “cinco exigências, e não uma a menos”, o lema dos protestos que há meses enchem as ruas da região chinesa de administração especial, com Lam, que tem o apoio de Pequim , a não conseguir dar a volta à maior crise política da cidade em décadas. As exigências incluem o sufrágio universal e uma investigação independente sobre o uso de força excessiva da polícia nas manifestações. Alguns dos deputados usaram máscaras do Presidente chinês, Xi Jinping, dentro do Parlamento. A deputada pró-democracia Tanya Chan disse que Carrie Lam é a culpada pelo caos de Hong Kong. “As duas mãos dela estão encharcadas de sangue”, disse Chan numa entrevista após o encerramento da sessão. “Esperamos que Carrie Lam saia. Ela não tem capacidade para governar”, afirmou Tanya Chan.
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Chefe do Governo de Hong Kong abandona Parlamento debaixo de protestos
Num cenário de deterioração da conjuntura internacional, mas beneficiando de uma revisão em alta do PIB dos anos anteriores, o Governo reviu ligeiramente em alta a sua previsão de crescimento da economia para o próximo ano. No entanto, em vez do excedente que projectava há seis meses, agora aponta para um saldo orçamental nulo em 2020. As projecções estão presentes no esboço do Orçamento do Estado para 2020 enviado pelo Governo para Bruxelas e que, devido ao calendário eleitoral, apresenta apenas o cenário para a economia e as finanças públicos sem que sejam contabilizados os efeitos de quaisquer novas medidas. Isto é, as contas por agora apresentadas não contam com qualquer nova opção ao nível da despesa ou da receita a adoptar pelo Governo ou negociada com os partidos à sua esquerda. E, para 2020, aquilo que o Governo apresenta é um cenário base que, embora ao nível do crescimento seja ligeiramente melhor do que o traçado no Programa de Estabilidade de Abril, quando se olha para as finanças públicas é menos favorável. O esboço do OE aponta para um crescimento de 2% em 2020, uma ligeira aceleração face aos 1,9% de 2019 e um resultado melhor que os 1,9% que antes eram projectados. Desde Abril até agora, o Governo teve notícias más e boas sobre a economia. As más são que a conjuntura internacional se deteriorou significativamente, com economias importantes como a Alemanha a arriscarem uma entrada em recessão. As boas são que o INE reviu em alta o ritmo de crescimento da economia nos últimos anos, o que tem mudado as perspectivas de diversas entidades em relação ao potencial de crescimento português. Mas se o crescimento foi revisto ligeiramente em alta, o oposto aconteceu relativamente ao défice público. Em vez do excedente orçamental de 0,2% do PIB projectado em Abril pelo Governo, o que agora se está a prever, num cenário de políticas invariantes, é somente um défice zero em 2020. O Executivo parece, no rescaldo das eleições, estar agora num cenário em que o espaço de manobra orçamental é menor, o que não pode deixar de ser lido como um recado para os partidos à esquerda, quando se está a poucas semanas do início das negociações para o OE 2020. Em relação a 2019, o Governo manteve a sua estimativa de crescimento económico em 1,9% e reviu ligeiramente em baixa o défice previsto de 0,2% para 0,1%. Na semana passada, o Conselho de Finanças Pública estimou que este ano se poderá registar o primeiro excedente orçamental em mais de quatro décadas, de 0,1%.
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Governo reduz margem de manobra orçamental para 2020
Comecemos pela peça que artista e curador, respectivamente Miguel Palma e Miguel von Hafe Pérez, destacam, por ser a única que foi realizada especificamente para esta exposição. Trata-se de uma escultura de grande escala, uma montanha de ferro que recorda nitidamente esse símbolo da euforia modernista de há cem anos que é o Monumento à Terceira Internacional de Tatlin. Miguel Palma dotou-a de um motor que produz um cume nevado. De tempo a tempo, o cume da montanha exala uma pequena nuvem de vapor, e a neve produzida, que vai derretendo com a temperatura da sala, escorre como água criando uma vaga noção de perigo. Todos sabem que a electricidade, metal e a água não combinam bem.
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“Black mirror”
São raras as experiências de produção portuguesa no cinema de terror e ficção científica, apesar dos filmes sui generis de António de Macedo e das tentativas recentes (“patrocinadas” pelo MOTELX) de incentivar a sua existência — de que o exemplo mais tristemente célebre terá sido o inenarrável Linhas de Sangue. Mutant Blast, que teve estreia no MOTELX de 2018, coloca as suas ambições a um nível propositadamente trash, do género “xunga-despachado-feito-com-seis-amigos-e-três-tostões” ou “xunga tão-mau-que-é-bom”. E, ao meter ao barulho a produtora americana Troma, que tem já um mercado pré-existente para esse tipo de trash, quer (e consegue) pertencer a um contínuo da cultura pop-nerd com assinalável expressão internacional.
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As lagostas não se preocupam com as segundas-feiras
Pensamos no futuro amanhã é o título da música de Ana Bacalhau, com letra de João Só, que integra a distinta banda sonora da série de ficção 1986, da autoria de Nuno Markl. Podia, no entanto, integrar a banda sonora das nossas vidas. Nós, os (supostos) millennials. As contradições internas da teoria inaugurada por Howe e Strauss em meados dos anos 1990 e consagrada com o livro Millennials Rising em 2000, assim como a instabilidade dos dados analisados, fragilizam a assertividade e a adequação do seu resultado à realidade concreta do quotidiano. No entanto, podemos consentir que a geração Y partilha e partilhou mais do que o seu ano de nascença. A crescente globalização, as politicas de multiculturalidade, o desenvolvimento tecnológico, a sociedade em rede, a luta pela concretização dos direitos humanos, uma formação educativa mais equitativa, entre outras conquistas validadas e lutas a decorrer, estruturam o espaço público do nosso crescimento tanto individual, como colectivo. E como seria de esperar, tudo conta no desenvolvimento individual e colectivo da pessoa. Vejamos um possível efeito para cada variável supracitada: a globalização tornou os nossos hábitos mais parecidos; as medidas de inclusão desmistificaram a diferença que parece existir entre nós; o avanço tecnológico diminuiu a distância comunicacional; a sociedade em rede aumentou a informação disponível; a luta pelos direitos humanos foi além da mera declaração por escrito; a formação educativa deu-nos um conhecimento em massa que nunca tinha sido alcançado. Todos estes efeitos circunscrevem uma experiência histórica peculiar e, como sempre aconteceu, tal experiência origina uma renovação de valores e atitudes que abala o status quo institucional, político e económico. Um dos requisitos, que dizem que nós reivindicamos a qualquer custo, é a conquista de um trabalho significativo, com o objectivo que o mesmo nos realize pessoalmente. A expressão “a qualquer custo” significa, na prática, reacções concretas como: falta de lealdade, ausência de sentido de compromisso, enfim, todo um conjunto de comportamentos de natureza irresponsável, imprevisível e impulsiva. É devido a este requisito e às suas consequências que se têm realizado os mais diversos estudos sobre a gestão de recursos humanos. Analisar o impacto que o modo como nos lideram tem sob o nosso desempenho profissional tornou-se uma das tarefas fundamentais da primeira metade do século XXI. Sem dúvida que esta urgência de renovação axiológica no mercado de trabalho incomoda muita gente. A verdade é que qualquer momento de transição e renovação faz com que a carruagem ande um pouco mais devagar. Mas sabem, como se costuma dizer em bom português, às vezes é preciso dar um passo para trás, para dar dois para a frente. Gosto pouco de falar por um nós, mas acho que só queremos poder dizer “eh pá, isto afinal até tem um sentido”. Seria qualquer coisa como pensar que mesmo que um dia tudo isto vá “estoirar para sempre" (À Minha Maneira dos Xutos & Pontapés), aquele bocadinho foi, digamos, fixe. O que, em bom português, significa apenas querer sentir que isto (tudo) vale a pena. E, no fundo, nem que seja mesmo lá no fundo, todos sabemos que o sonho de querer ser feliz não é de modo algum exclusivo da nossa geração, nasceu muito antes. Talvez até antes de haver gerações.
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O sonho vulgar de um futuro (in)vulgar
Fernando Santos não é o seleccionador mais empático do mundo. Não é o melhor treinador do mundo. Não é o pior treinador do mundo. Não é o mais audaz. Não é o mais inovador. Isto é o que o técnico da selecção de Portugal, na minha leitura, não é. Vamos, agora, àquilo que Fernando Santos é. É um treinador competente, que procura a rota mais segura para atingir o sucesso. É um treinador de equilíbrios, determinado, frontal. É um treinador com grande capacidade de análise. Quando ganha e quando perde. Os portugueses são um povo inflamável, que tanto espalha um calor desmedido à luz da vitória, como ferve em pouca água na ressaca da derrota, por mais rara ou injusta que seja. Para o bem e para o mal, os portugueses são também um povo eternamente insatisfeito, que exige aos seus mundos e fundos, encavalitado na presunção de uma superioridade quase inata que nunca existiu verdadeiramente. Sim, Portugal tem no futebol uma fonte de talento renovável e um filão competitivo como em muito poucas áreas do sector produtivo. Reconhecê-lo é um sinal de lucidez. É preciso aproveitar essa lucidez, porém, para ver também para além do nosso meio-campo e perceber que do lado oposto há todo um novo mundo a trabalhar com matéria-prima de qualidade e a incorporar algumas notas dissonantes na partitura da velha guarda do futebol europeu. O desaire com a Ucrânia não é uma queda no abismo, nem tão-pouco um sintoma de quebra continuada de rendimento. Foi a vitória de uma selecção tremendamente competente em organização defensiva, que se sentiu como peixe na água depois de se ter colocado em vantagem num lance de bola parada que expôs algumas debilidades portuguesas na marcação. E que acabou por tirar partido da falta de critério do adversário em zonas de definição. Falharam as escolhas do seleccionador português? Olhando estritamente para o resultado, é inevitável dizer que sim. Mas a equipa que usou e abusou das iniciativas pelo corredor central, afunilando em demasia o jogo (especialmente na segunda parte), foi a mesma que conseguiu explorar as costas dos laterais em diferentes momentos, mais graças às acções de Nelson Semedo do que de Raphael Guerreiro. E o desenho de maior mobilidade no eixo do ataque, com Ronaldo, Gonçalo Guedes, Bernardo Silva e até João Mário em constantes trocas posicionais, fazia todo o sentido no papel. Ainda que tenha faltado a capacidade de atrair no meio para libertar nas alas e assim desequilibrar o 4x1x4x1 ucraniano. Tal como acontecera no embate entre as duas selecções no Estádio da Luz, em Lisboa, Portugal fechou as contas com significativamente mais remates, mais pontapés de canto e mais posse de bola. De pouco lhe valeu esse ascendente aparente, no entanto, porque durante demasiado tempo abusou de iniciativas individuais (Bernardo e João Félix) em detrimento das combinações pelos corredores laterais que tão promissoras se tinham revelado (foi assim que nasceram os dois cabeceamentos mais perigosos). Foi a tomada de decisão no último terço que comprometeu o primeiro lugar do grupo - e não os caminhos escolhidos para lá chegar. É por isso que apontar baterias exclusivamente ao seleccionador, qualquer que ele seja, num contexto como este não é apenas imprudente, é totalmente descabido. Podemos discutir as ideias, a metodologia de trabalho, a estratégia, o modelo e o sistema de jogo que Fernando Santos preconiza. Pôr em causa a qualidade das prestações da selecção e entender que têm ficado muito aquém da real valia dos jogadores à disposição. Tudo isso é legítimo, mesmo que a subjectividade do tema provoque profundas divisões. O que não devemos cair na tentação de fazer é lançar nuvens de fumo sobre a competência do único seleccionador que, até à data, permitiu que os debates em torno do êxito de Portugal no futebol tivessem também uma medição objectiva: um título europeu e uma Liga das Nações. É pouco? Pois bem, pelo menos por agora, é tudo o que temos para apresentar no palmarés. Jornalista. Escreve às quartas-feiras.
https://www.publico.pt/2019/10/16/desporto/opiniao/seleccao-amplitude-termica-1890081?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+PublicoRSS+%28Publico.pt%29
A selecção e a amplitude térmica
Este tem sido um ano intenso na vida de Frederico “Kikas” Morais. Tem sido uma época de requalificação para a “primeira divisão” do circuito mundial, mas também uma época em que já garantiu uma vaga na estreia do surf nos Jogos Olímpicos, que acontecerá já no próximo Verão, em Tóquio. Em conversa com o PÚBLICO, o surfista português de 27 anos falou das suas expectativas quanto à sua participação na etapa portuguesa do Championship Tour, do bom estado do surf português, da qualificação olímpica e daquele dia em 2013, também em Peniche, em que afastou uma lenda chamada Kelly Slater. Que espera de mais esta participação em Peniche? As perspectivas são boas. Adoro competir aqui em Peniche. É um sítio super-especial, temos um público super-especial. Toda a gente fala em pressão, há pressão, é só saber canaliza-la de uma forma boa porque os portugueses só nos querem ver brilhar e ter bons resultados. É isso que eu tento fazer quando compito em casa. Espero que Peniche não fuja à regra. Mas desta vez vai ter menos pressão, porque não está a pensar em pontos… Sim, sem dúvida. É um campeonato que não define nada na minha carreira em termos de requalificação. Claro que um bom resultado aqui seria um grande objectivo… E a prova de que este é o seu lugar… Claramente. Este ano já tenho um terceiro lugar, no Brasil, e fazer um grande resultado aqui em Peniche seria óptimo. Como tem sido essa época de requalificação? Neste momento estou em sexto. Estou dentro, mas ainda faltam dois campeonatos no Havai, ainda há muito trabalho. Está bem encaminhado, mas o foco não pode ser perdido. Espero que corra bem. Fisicamente estou muito bem, melhor do que nunca e feliz. Já teve um quinto lugar aqui em Peniche. Sim, cheguei aos quartos-de-final. No seu ano de estreia em Peniche, em 2013, eliminou o Kelly Slater. Foi um dia super-especial. Era um daqueles “heats” em que o meu treinador me dizia, ‘Se tu perderes, está toda a gente à espera que percas. Se ganhares, vais brilhar e ser uma estrela, por isso apanha as melhores ondas há uma grande probabilidade de ganhares. Ele é que tem toda a pressão. Está a disputar o título. Aproveita’. Foi o que eu fiz e deu bom resultado. Foi o primeiro “gigante” que abateu no circuito? No circuito, sim, porque foi a primeira vez que participei numa etapa do World Tour. Mas em outros campeonatos do circuito de qualificação, acho que já tinha surfado contra o Mick Fanning e o Bede Durbidge. Mas essa com o Kelly Slater foi muito especial, porque foi em casa e porque foi o primeiro grande boom mediático que eu tive a nível nacional e internacional. Expôs-me muito como surfista e competidor e ajudou muito a minha carreira. Três portugueses em Peniche. Isto quer dizer o quê? Significa que o surf em Portugal está em boas mãos. Temos bons surfistas que todos os surfistas do World Tour vão respeitar muito os portugueses que vão apanhar no “heat”, vão ter de ter cuidado, são surfistas muito perigosos. Tenho a certeza que tanto o Vasco [Ribeiro] como o Miguel [Blanco] vão dar cartas e vão brilhar. Sei bem o valor que eles têm e o valor que nós temos. A qualificação olímpica soube bem? Soube muito bem. Soube muito bem fazer história no surf português, fazer história para mim. Consegui meter Portugal na primeira vez que o surf está nos Jogos Olímpicos. Foi um orgulho enorme. Fui para o Japão com esse objectivo e saí com um sentimento de realização brutal. Quando começou, passava-lhe pela cabeça ser atleta olímpico no surf? Não, não pensava nisso. Para ser honesto, era uma realidade muito distante. Só há uns anos é que se começou a falar nisso. Quando me iniciei, isso não era uma realidade. Sempre vi Jogos Olímpicos, mas nunca pensei que tivesse hipóteses de participar. Isso acontecer é brutal, poder partilhar isso com a minha família. A mensagem que eu recebi do meu pai foi, ‘Eu tinha um sonho de estar nos Jogos Olímpicos e ele foi realizado pelo meu filho’. O meu pai era jogador de râguebi. Que tal são as ondas no Japão? Neste sítio onde nós fomos, em Myasaki, eram boas. Tivemos sorte, apanhámos boas ondas, os bancos de areia na praia estavam bons, e deu para aproveitar. Não é o mesmo sítio onde será o surf olímpico. O outro sitio é Chiba. Entre um e outro, acho que Myasaki é melhor, mas, lá está, não conseguimos prever o mar. Ainda falta muito, mas espero que em 2020 tenhamos óptimas ondas. Gostava de ser o porta-estandarte? Só de poder estar na cerimónia de abertura já estou felicíssimo. É um momento dos Jogos Olímpicos que eu vejo sempre. Só de ver ao vivo e poder estar presente com Portugal aos ombros vai ser especial.
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“Eliminar o Kelly Slater foi muito importante para a minha carreira”
A Polícia Judiciária desencadeou esta terça-feira uma mega-operação destinada a desmantelar uma rede criminosa que funcionava com a cumplicidade de funcionários públicos e se dedicava à legalização de imigrantes. Entre os detidos estão dois funcionários das Finanças, outros tantos da Segurança Social, uma inspectora do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras e três advogados.
https://www.publico.pt/2019/10/16/sociedade/noticia/so-funcionaria-emitiu-15-mil-numeros-contribuinte-fraudulentos-tres-anos-1890159?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+PublicoRSS+%28Publico.pt%29
Funcionária fez 15 mil números de contribuinte fraudulentos em três anos
A Direcção-geral da Saúde recomenda suplementos de vitaminas e minerais para bebés e grávidas com alimentação vegetariana e lembra que a dieta não omnívora no primeiro ano de vida deve estar sempre sob supervisão médica. “A existência de um número crescente de progenitores que praticam e pretendem que o lactente pratique outras dietas, nomeadamente vegetarianas, leva à necessidade de saber adequar, com a máxima segurança possível, a alimentação do lactente a uma alimentação não omnívora”, recordam os autores das linhas de orientação para profissionais sobre a alimentação saudável dos 0 aos 6 anos. Os especialistas dizem que a alimentação vegetariana durante o primeiro ano de vida é possível, mas avisam que “quanto mais restritiva for a dieta maior o risco de carências nutricionais com repercussão no crescimento, maturação e desenvolvimento” e defendem que “deve ser estritamente cumprida a suplementação vitamínica e mineral recomendada”. O défice em vitamina B12, “associado a compromisso irreversível do desenvolvimento cerebral, do crescimento e ainda à anemia megaloblástica”, e a carência de vitamina D e cálcio, “que compromete o crescimento e a saúde óssea e o desenvolvimento muscular”, e de ferro, associada ao desenvolvimento neuro-cognitivo e motor, são algumas das limitações a ter em conta. Num recém-nascido/lactente, filho de mãe vegetariana, a realizar aleitamento materno, “deve ser rigorosamente vigiada a suplementação materna em vitaminas e minerais, bem como efectuada suplementação ao lactente”, aconselham. “É uma opção que carece de alguns cuidados, pode ter risco e deve ser acompanhada devidamente pelo profissional de saúde. É muito importante que a gravidez seja vigiada, aliás, um dos requisitos para a gravidez saudável é a sua vigilância”, considera a directora-geral da Saúde, Graça Freitas. A responsável sublinha que os primeiros 1000 dias de vida — desde a concepção até ao final do segundo ano de idade — é uma altura “extremamente exigente do ponto de vista nutricional”. Os autores destas linhas orientadoras para profissionais de saúde educadores recomendam ainda que, quando inicia outros alimentos além do leite materno, a criança deve ter uma oferta variada, de preferência sem açúcar nem sal, e em doses pequenas, e que a refeição não deve ser prolongada além dos 30 minutos. Para as crianças nos primeiros anos de vida, mais do que o valor energético total, importa o adequado aporte em micronutrientes e a aprendizagem dos hábitos e comportamentos que condicionam o consumo alimentar ao longo da vida, recordam. Em caso de dúvida, aconselham, “a Roda da Alimentação Mediterrânica é um bom guia do que deverá ser ofertado às crianças”. Os especialistas recomendam ainda a prática de actividade física desde cedo, combatendo o sedentarismo, a defendem que os aparelhos electrónicos “nunca devem ser usados durante a refeição, nem durante os dois primeiros anos de vida”. Após o 3.º ano de vida, a sua utilização lúdica e educativa deve ser excepcional e não ultrapassar uma hora diária.
https://www.publico.pt/2019/10/16/sociedade/noticia/gravidas-bebes-vegetarianos-tomar-suplementos-vitaminas-minerais-1890172?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+PublicoRSS+%28Publico.pt%29
Grávidas e bebés vegetarianos devem tomar suplementos de vitaminas e minerais
Os “alimentos processados (por exemplo bolachas, cereais de pequeno-almoço) ou doces (como sumos, xaropes e mel) não deverão fazer parte da oferta alimentar das creches e infantários nem da rotina familiar”, defende a Direcção-Geral da Saúde (DGS). Esta é uma das várias recomendações que pais, educadores e profissionais de saúde podem encontrar no manual Alimentação Saudável dos 0 aos 6 Anos, lançado esta quarta-feira. Uma das novidades do manual, que marca o Dia Mundial da Alimentação, são as recomendações direccionadas para berçários e creches, algo que até agora não existia. Para os jardins-de-infância e para as escolas existem várias normas que resultam de um trabalho conjunto entre a DGS e a Direcção-Geral da Educação. O manual, que lembra que o excesso de peso atinge 32,6% das crianças com idades compreendidas entre 1 e 3 anos em Portugal, traz indicações sobre quantidades e a forma como devem ser introduzidos os alimentos. “A partir dos seis meses é hora de começar a diversificar a alimentação. Esta é uma oportunidade única para treinar o paladar e as texturas”, diz Maria João Gregório, directora do Programa Nacional para a Alimentação Saudável, da DGS. A comida confeccionada para as crianças até um ano não deve ter sal e açúcar adicionados e “os alimentos introduzidos devem ser os da Roda dos Alimentos”. “Neste período deve-se variar a oferta alimentar e há alimentos proibidos: o açúcar e o sal adicionados e também os alimentos processados que têm adição de açúcar e sal”, aponta a responsável. A partir dos 12 meses, a criança passa a partilhar a mesma alimentação da família. “Os pais têm um papel enquanto modelo e a creche também”, diz Maria João Gregório. Crianças pequenas comem doses pequenas, reforça a directora do programa nacional que destaca que “não se deve forçar” a criança a comer mais quando não quer, nem “não aceitar que repita a dose” para evitar o consumo excessivo. Sumos devem estar fora da ementa — a água é a bebida mais importante —, tal como os doces e os alimentos processados, que “poderão ser a excepção nos dias de festa”, dizem as recomendações. Não existe uma avaliação à comida oferecida nas creches. Mas as respostas que os profissionais de saúde recebem dos pais quando questionam sobre a alimentação “não são muitas vezes as que gostaríamos de ouvir”, reconhece Maria João Gregório. “O manual pretende uniformizar um conjunto de orientações e dar ferramentas para que os berçários, creches e jardins-de-infância estejam mais capacitados para poderem ser promotores de uma alimentação saudável”, refere, adiantando que faz parte dos objectivos do programa trabalhar em conjunto com a Segurança Social para avaliar a alimentação dada nestes espaços. Primeiros mil dias de vida A par do manual, a DGS apresenta também a primeira Estratégia Nacional para a Alimentação do Lactente e Criança Pequena, seguindo as recomendações da Organização Mundial da Saúde. Dedicada aos primeiros mil dias de vida — a começar durante a gestação —, a estratégia divide-se em cinco eixos e será coordenada pela antiga ministra da Saúde e pediatra Ana Jorge. Um dos focos principais é a promoção do aleitamento materno. “Dados da Notícia de Nascimento digital (instrumento de registo do Programa Nacional de Saúde Infantil e Juvenil) no SNS, ainda não publicados (relativos a um período de 3 meses em 2017), permitem verificar que até à data da alta da maternidade 79,1% dos recém-nascidos tiveram aleitamento materno exclusivo. Destes, 45% mantinham aleitamento materno exclusivo aos seis meses”, diz o documento. “Sabemos que para promovermos o aleitamento materno durante um maior período de tempo, será necessário implementar um conjunto de medidas para um ambiente mais facilitador”, assume Maria João Gregório. Entre as medidas a promover estão a criação de uma rede nacional de bancos de leite humano — actualmente só a Maternidade Alfredo da Costa tem um — e a criação/revisão de legislação que preveja a existência de espaços próximos dos locais de trabalho onde as mães possam amamentar. A estratégia pretende também que as áreas da actividade física, estilos de vida saudáveis e nutrição com especial ênfase na prática do aleitamento materno sejam incluídas nos currículos de formação de professores, educadores e outros profissionais. Outro dos eixos passa pela aposta em investigação com o objectivo de se criarem políticas e programas nacionais nesta área.
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Direcção-Geral da Saúde recomenda que creches não dêem bolachas, sumos e doces
Apesar de ter sido condenado em Abril de 2013 a cinco anos de pena suspensa por 20 crimes de falsificação de documentos e 19 de auxílio à imigração ilegal, a Ordem dos Advogados nunca conseguiu expulsar ou sequer suspender de funções Sabirali Ali. Apesar de ter sido condenado em Abril de 2013 a cinco anos de pena suspensa por 20 crimes de falsificação de documentos e 19 de auxílio à imigração ilegal, a Ordem dos Advogados nunca conseguiu expulsar ou sequer suspender de funções Sabirali Ali.
https://www.publico.pt/2019/10/16/sociedade/noticia/ordem-advogados-conseguiu-suspender-principal-arguido-1890144?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+PublicoRSS+%28Publico.pt%29
“Operação Rota do Cabo”: Ordem dos Advogados nunca conseguiu suspender principal arguido
E se o nosso corpo tivesse os mesmos “superpoderes” de regeneração das salamandras? Embora não consigamos ganhar novos membros como esses anfíbios, conseguimos regenerar cartilagens lesionadas nas articulações através do mesmo processo usado por eles, revela um artigo científico publicado na última edição da revista Scientific Advances. No trabalho elaborado por uma equipa de cientistas dos Estados Unidos e da Suécia, anuncia-se ainda que os humanos têm as mesmas moléculas (em quantidades mais pequenas) que as salamandras usam para regenerar os seus membros. De acordo com os autores, este estudo pode contribuir para o desenvolvimento de tratamentos para a artrite. O axolote (Ambystoma mexicanum) tem a capacidade de regenerar partes inteiras do seu corpo. Esta espécie de salamandra volta a ganhar membros com músculos, ossos e nervos e consegue ainda reparar a espinal medula e o tecido da retina. Também o peixe-zebra (Danio rerio) tem grandes capacidades regenerativas. A regeneração de ambas as espécies é regulada por um circuito de micro-ARN (pequenas moléculas que regulam a expressão de proteínas), salienta-se no início do artigo. Para estudar a capacidade regenerativa humana, a equipa recolheu cartilagens de articulações de cirurgias realizadas no Hospital da Universidade de Duke, nos Estados Unidos. Ao todo, analisaram-se exemplares de articulações de ancas, joelhos e tornozelos de 18 indivíduos. Ao observar modificações moleculares de proteínas nas cartilagens, a equipa concluiu que as articulações humanas têm uma capacidade de regeneração natural e que esta é mais forte na extremidade dos membros. Mais concretamente, descobriu-se que a regeneração do tornozelo é mais forte do que a do joelho. Já a capacidade de regeneração do joelho é maior do que a da anca. “A cartilagem do tornozelo tem sobretudo proteínas ‘novas’ com poucas modificações químicas; a cartilagem da anca tem, principalmente, proteínas ‘velhas’ com muitas modificações químicas; e a do joelho está entre as duas anteriores”, enumera Virginia Byers Kraus, da Escola de Medicina da Universidade de Duke e uma das autoras do estudo. Estes resultados comprovam assim que há regeneração e renovação de proteínas nas cartilagens humanas. Demonstraram ainda por que é que as lesões nos joelhos e nas ancas, normalmente, têm uma recuperação mais lenta do que as do tornozelo e podem até levar à artrite. Descobriu-se assim que alguns micro-ARN específicos que as salamandras usam para regenerar os seus membros estão envolvidos na capacidade de regeneração das cartilagens humanas. Além das salamandras, estas pequenas moléculas estão mais activas em animais conhecidos pela regeneração da cauda, membros e barbatana, como o peixe-zebra e lagartos. Virginia Byers Kraus assinalou ainda ao jornal britânico The Guardian que a associação entre estes micro-ARN e a renovação das proteínas é maior em pessoas com osteoartrite do que em indivíduos sem esse problema. A salamandra que há em nós “Os humanos não conseguem regenerar as pernas e os braços, mas parecem ter ainda alguma resposta à reparação natural, tal como as salamandras”, resume Virginia Byers Kraus. A equipa espera assim que este estudo contribua para o desenvolvimento do tratamento da artrite. “Ao providenciarmos mais destes micro-ARN regenerativos [aos doentes], por exemplo através de injecções nas articulações, provavelmente poderemos abrandar ou prevenir a osteoartrite que ocorre com o envelhecimento ou devido a lesões nas articulações.” Contudo, a cientista salienta que esta investigação tem algumas limitações, nomeadamente o facto de só se terem estudado algumas proteínas mais fáceis de extrair dos tecidos, o que pode estar a subestimar a taxa de modificações químicas provocadas por proteínas. “As cartilagens podem ter uma capacidade regenerativa ainda mais rápida do que estimamos.” Fiona Watt – do Instituto Kennedy de Reumatologia da Universidade de Oxford (no Reino Unido) e que não fez parte do estudo – afirmou ao The Guardian que este estudo sugere que as cartilagens têm um mecanismo específico para se regenerarem. Para ela, é importante que se realizem estudos de longo prazo para perceber como é que este processo pode ter influência no desenvolvimento da osteoartrite e para explorar a melhor forma de a tratar. Agora, a equipa de Virginia Byers Kraus testará os micro-ARN regenerativos em animais com osteoartrite. “Estas experiências poderão levar-nos a aprender mais sobre o que falta aos humanos e o que têm as salamandras. Talvez a regeneração de membros humanos seja possível um dia.” Como tal, a cientista pretende ainda compreender melhor a capacidade regenerativa dos humanos e encontrar as restantes componentes deste circuito. No fundo, para Virginia Byers Kraus, a sua investigação pode resumir-se desta forma: “É como invocar a salamandra que há em nós.”
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Humanos conseguem regenerar cartilagens (quase) como as salamandras
1. Os ideais europeus de um mundo pacífico, democrático e respeitador dos direitos humanos e das minorias, na lógica dos valores da União Europeia, esbarram com a realidade nas suas fronteiras Leste e Sul. A Rússia já provocou vários choques de realidade mostrando, na Geórgia, na Crimeia e na Ucrânia, que não era esse o mundo que pretendia construir no século XXI. Nos últimos dias a Turquia, ao invadir a região curda do Nordeste da Síria, provocou um novo e doloroso choque de realidade à União Europeia. Ao contrário da Rússia, historicamente avessa aos valores europeus e ocidentais, problemática e por vezes ameaçadora — seja no passado soviético, seja no seu ressurgimento com Vladimir Putin —, a Turquia parecia destinada à europeização e a pôr em prática os valores europeus num contexto multicultural e muçulmano. Assim, em 1999, foi atribuído à Turquia o estatuto de candidato oficial à adesão à União Europeia e em 2005 deu-se a abertura oficial de negociações entre ambas partes. O objectivo era, no espaço de uma década, tornar a Turquia um Estado-membro da União Europeia. Mas os europeus estavam impregnados de um optimismo exagerado, desfasado da realidade geopolítica do Mediterrâneo Oriental e do Médio Oriente. Sobrestimaram, também, a sua própria capacidade de integração de um Estado com essa dimensão e características. 2. Um dos maiores equívocos face à Turquia foi os europeus convencerem-se de que Recep Tayyip Erdoğan e o seu Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP), no poder desde finais de 2002, seriam o interlocutor ideal para a adesão. Hoje é nítido que foi uma avaliação errónea, onde o wishful thinking dominante levou a subestimar as tendências negativas latentes na sua personalidade e governo. O modelo de Recep Tayyip Erdogan para a Turquia sempre foi o da grandiosidade do Império Otomano — e de um Estado iliberal e impregnado de valores islâmicos sunitas —, não o modelo secular de democracia, de direitos humanos e de protecção das minorias da União Europeia. Na realidade, Erdoğan nunca escondeu isso, bastava olhar bem para o que este dizia e fazia internamente. Todavia, os europeus, queriam acreditar que estavam perante um reformador, genuinamente empenhado em aproximar a Turquia dos valores europeus. O resultado paradoxal foi alimentarem o sentimento de rejeição europeia na Turquia. Na prática, ajudaram, ainda que involuntariamente, a criar uma Turquia que ignora a União Europeia. Ao mesmo tempo, coloca delicadíssimos problemas humanitários e de segurança nas suas fronteiras, os quais vão desde o fluxo de refugiados ao possível ressurgimento do Daesh. 3. A tentativa de golpe de Estado de 2016, bastante obscura nos seus contornos exactos, deu a Recep Tayyip Erdoğan o pretexto ideal para se livrar dos seus opositores políticos e controlar o aparelho estadual. Foram detidos em massa membros da oposição, jornalistas e juízes. Milhares de funcionários públicos foram varridos dos seus cargos. A incapacidade de pressionar a Turquia para repor os mecanismos normais de um Estado de direito e o respeito dos direitos humanos mostrou a fragilidade da União Europeia. Os Estados candidatos têm de cumprir determinados critérios previstos nos Tratados. Esses critérios incluem, conforme já referido, a estabilidade das instituições democráticas, o Estado de direito, os direitos humanos e o respeito pelas minorias. A realidade é que o Governo do AKP e Recep Tayyip Erdogan fizeram tábua rasa deles e nada aconteceu. Com esse precedente, a fragilidade da União Europeia influenciar o mundo envolvente tornou-se (demasiado) óbvia, quer para a Turquia, quer para qualquer observador atento dos acontecimentos internacionais. Se, apesar da sua dimensão e poder económico, a União Europeia não tem meios efectivos para pressionar um candidato à adesão, então certamente não conta na política internacional. Só os europeus não viram isso. 4. Pelo histórico descrito, não surpreende que ignorar a União Europeia seja a atitude de política externa normal na Turquia de hoje. Afinal, o desrespeito pelos valores europeus no passado foi inconsequente. Mas Recep Tayyip Erdogan faz mais do que ignorar as declarações europeias. Ameaça a própria União: “ se tentarem descrever a nossa operação como uma invasão faremos o que é mais fácil para nós: abriremos as portas e enviaremos 3,6 milhões de refugiados” para a Europa (ver Turkish op to avoid a terror state in Syria in Hürriyet Daily News, 10/10/2019). Assim, o único instrumento de política externa que a União Europeia parece ter é usar dinheiro para tentar resolver problemas, como fez com os acordos para manter os refugiados da guerra da Síria no território da Turquia, pagando-lhe para o efeito. Todavia, essa diplomacia tem os seus limites como mostra a incursão militar turca no Nordeste da Síria. Acossado por problemas económicos internos e perda de apoio político, Recep Tayyip Erdoğan apostou em mobilizar o nacionalismo curdo contra os curdos. Não vai ser a União Europeia que o vai fazer recuar, pois não tem meios político-militares, nem sequer económicos, para o pressionar eficazmente. E a candidatura da Turquia à União Europeia nada vale, pois o objectivo último de Erdoğan provavelmente nunca foi a adesão, mas tirar vantagens das negociações. 5. Há um preocupante desalinhamento dos interesses nacionais de segurança da Turquia com a União Europeia e a NATO. A invasão do Nordeste da Síria, feita sob a crítica e oposição dos europeus e distanciamento ambíguo dos EUA, mostra isso com crueza. A Turquia de hoje não é a fundada por Mustafa Kemal Atatürk em 1923, nem a que se tornou membro da NATO em 1952, nem a que iniciou negociações de adesão à União Europeia em 2005. A sua actual política externa pode ser sintetizada numa estratégia tríplice: jogar com os EUA/NATO, a Rússia e a União Europeia à medida dos seus interesses nacionais, procurando afirmar-se como grande potência regional. Assim, actua algumas vezes como Estado amigo e aliado, outras vezes como Estado rival e quase inimigo. Nos últimos tempos a Turquia comprou, ou pretendeu comprar, caças furtivos F-35 de última geração aos EUA. Paralelamente, comprou sofisticados mísseis anti-aéreos S-400 à Rússia. Como já notado, ignorou ainda ostensivamente os valores europeus, apesar de se manter como candidata à adesão. Se a União Europeia já tinha um problema sério na sua fronteira Leste com a Rússia, agora tem outro não menos delicado na sua fronteira Sudeste com a Turquia. Basta pensar nos membros do Daesh que estão de novo à solta na Síria. Consumida em questiúnculas internas com a nomeação de novos comissários, intermináveis negociações com os britânicos para a sua saída, e sem meios eficazes de política externa e segurança, a União Europeia mostra-se perigosamente frágil num mundo hostil.
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A fragilidade da União Europeia face à Turquia
Os distritos do Porto, Viana do Castelo, Aveiro e Braga vão estar sob aviso amarelo entre as 15:00 desta quarta-feira e as 06:00 de quinta-feira devido à previsão de períodos de chuva, por vezes forte, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). Mas amanhã a chuva estende-se a quase todo território do continente, com excepção do Algarve, e no Norte fica até ao fim de semana. Na quinta-feira, o distrito de Vila Real também vai estar sob aviso amarelo por causa da chuva entre as 00:00 e as 06:00. O aviso amarelo, o terceiro de uma escala de quatro, revela situação de risco para determinadas actividades dependentes da situação meteorológica. As temperaturas máximas no continente vão oscilar entre os 15 graus Celsius (Guarda e Bragança) e os 24 (em Santarém) — Lisboa passa dos 21 para os 23, entre hoje e amanhã, e Porto dos 18 para 20. Já as mínimas vão oscilar entre os 6 graus Celsius (na Guarda) e os 14 (no Porto). O IPMA prevê para hoje nas regiões do Norte e Centro céu geralmente muito nublado e períodos de chuva primeiro na região Norte, estendendo-se gradualmente à região Centro, e sendo por vezes forte e persistente no Minho e Douro Litoral a partir da tarde. Nas terras altas, vento será moderado a forte do quadrante sul com rajadas até 75 quilómetros por hora. A previsão aponta ainda para neblina ou nevoeiro matinal, pequena subida da temperatura mínima e pequena subida da máxima no interior. Para a região sul estão previstos períodos de céu muito nublado, apresentando-se geralmente pouco nublado no Baixo Alentejo e Algarve e vento em geral fraco do quadrante oeste, soprando por vezes moderado nas terras altas. O IPMA prevê ainda para a região sul neblina ou nevoeiro matinal, pequena subida da temperatura mínima e pequena subida da máxima no interior.
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Chuva começa hoje no Norte e chega amanhã a todo o país. Só Algarve escapa
O ex-presidente da Câmara de Oliveira de Azeméis, Hermínio Loureiro, está entre as dezenas de actuais e antigos autarcas que foram constituídos arguidos no âmbito da chamada Operação Éter, inquérito em que o ex-presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal está detido preventivamente há perto de um ano, por suspeita de ter cometido vários crimes, parte dos quais relacionados com a forma como foram contratadas as lojas de turismo interactivas da região.
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Hermínio Loureiro entre as dezenas de autarcas arguidos na “Operação Éter”
Rui Rio parece apostado em manter o tabu da sua decisão sobre se recandidata a líder do PSD, o que está a ser visto como um condicionamento do partido. O líder social-democrata tem também nas suas mãos o calendário interno. O conselho nacional para analisar os resultados eleitorais poderá ser apenas em Novembro. Até lá, Rio assume o seu lugar de deputado e será o interlocutor do primeiro-ministro no Parlamento.
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Rui Rio gere silêncio e pode atirar conselho nacional para Novembro
No P24 desta quarta-feira, Pedro Sales Dias, editor de Sociedade, conta alguns pormenores da operação Rota do Cabo, que desmantelou uma rede de auxílio à imigração ilegal, enquanto Timóteo Macedo, da associação Solidariedade Imigrante (Solim), explica os problemas no acolhimento de imigrantes em Portugal nos últimos anos.
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Quando as leis apertam para imigrantes, as redes ilegais aparecem
O primeiro-ministro assumiu-o frontalmente no final da audiência em que entregou o elenco ministerial do seu segundo Governo: há um “reforço do centro do Governo”, quando o PS está “mais reforçado politicamente, numa lógica de continuidade” – ou seja, perante o crescimento parlamentar do PS com um governo minoritário sem acordos prévios o objectivo é de claro reforço político do executivo. De facto, a direcção do PS ganha força neste executivo e passam de três a seis os ministros que são membros do secretariado nacional. A Graça Fonseca, Mariana Vieira da Silva e Pedro Nuno Santos juntam-se agora Alexandra Leitão, Ana Mendes Godinho e Maria do Céu Albuquerque. Já do ponto de vista institucional, surgem quatro ministros de Estado, que encabeçam o organograma do Governo. São eles Pedro Siza Vieira, Augusto Santos Silva, Mariana Vieira da Silva e Mário Centeno. No anterior governo de António Costa não havia nenhum. Pedro Siza Vieira adquire o lugar de número dois no organograma do Governo passando Santos Silva para terceiro, uma mudança que, ao que o PÚBLICO apurou, se deve à proximidade da presidência portuguesa da União Europeia – António Costa e Santos Silva terão de se ausentar do país. Com a posse prevista para 22 ou 23 de Outubro, o Governo tem 19 ministros, cinco deles estreantes absolutos em funções governamentais: Ana Abrunhosa, ministra da Coesão Territorial, e Ricardo Serrão, ministro do Mar. Mas sobem à primeira linha do Conselho de Ministros três anteriores secretárias de Estado: Alexandra Leitão, Ana Mendes Godinho e Maria do Céu Albuquerque. No total há cinco novos ministros num governo em que são criados dois novos ministérios: o da Modernização do Estado e da Administração Pública e o da Coesão Territorial. O primeiro-ministro manteve também a orientação que tem defendido sobre paridade de género no poder político-institucional: há oito mulheres e 11 homens, o que corresponde a uma quota mínima de representação por género de 42% de mulheres. O Governo é assim essencialmente de continuidade, como o primeiro-ministro salientou no Palácio de Belém ontem. António Costa prevê remodelar provavelmente com mais amplitude os ministros no Outono de 2021, depois das eleições presidenciais de Janeiro, da presidência portuguesa da União Europeia, no primeiro semestre, e a tempo das autárquicas. Promoção de Alexandra Leitão Aos 46 anos, Alexandra Leitão ocupa o agora criado Ministério da Modernização do Estado e da Administração Pública. Alexandra Leitão era secretária de Estado adjunta e da Educação e foi ela quem conduziu, ao longo dos quatro anos, as negociações com os professores sobre o reconhecimento do tempo de serviço. É membro do secretariado nacional do PS. Outra mulher que se estreia como ministra mas também no Governo é Ana Abrunhosa, de 49 anos, no igualmente novo Ministério da Coesão Territorial. Foi presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro e dirigiu a reconstrução em Pedrógão, a seguir aos incêndios de 2017. Não é militante do PS. A nova ministra da Agricultura é Maria do Céu Albuquerque, de 49 anos. Era secretária de Estado do Desenvolvimento Regional e integra o secretariado nacional do PS. Ana Mendes Godinho, aos 47 anos, será ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, em substituição de José António Vieira da Silva. Até agora, era secretária de Estado do Turismo e é membro do secretariado nacional do PS. Estreante no Governo é o novo ministro do Mar, o ex-eurodeputado Ricardo Serrão, de 65 anos, em substituição de Ana Paula Vitorino. Continuam catorze Ganhando o estatuto de ministro de Estado transita do anterior Governo Pedro Siza Vieira, agora ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital. Tem 55 anos. Mariana Vieira da Silva, 42 anos, continua como ministra da Presidência, agora também de Estado. Perde a Modernização Administrativa para Alexandra Leitão. Mariana Vieira da Silva é membro do secretariado nacional do PS. Com estatuto de ministro de Estado, confirma-se a continuação de Mário Centeno, 52 anos, na pasta das Finanças, tal como o PÚBLICO noticiou há um ano. Em causa está a continuidade e a estabilidade da política financeira e orçamental, bem como a prossecução do mandato como presidente do Eurogrupo. A política europeia e o facto de Portugal ir presidir à União Europeia no primeiro semestre de 2021 são as razões da continuidade de Augusto Santos Silva, de 63 anos, à frente do Ministério dos Negócios Estrangeiros, como o PÚBLICO então noticiou. Agora também passa a ministro de Estado. Na Justiça mantém-se Francisca van Dunem, de 63 anos, e na Administração Interna permanece Eduardo Cabrita, de 58 anos. Assim como Manuel Heitor, 61 anos, se mantém à frente do Ministério da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior, e Tiago Brandão Rodrigues, de 42 anos, no Ministério da Educação. Nélson de Souza, de 55 anos, fica como ministro do Planeamento. Pedro Nuno Santos, de 42 anos, permanece como ministro das Infra-estruturas e da Habitação e João Pedro Matos Fernandes, de 51 anos, mantém-se como ministro do Ambiente e agora também da Acção Climática. Mantêm-se os ministros que foram empossados na remodelação de há um ano. Assim, Gomes Cravinho, de 55 anos, continua como ministro da Defesa, Marta Temido, de 45 anos, como ministra da Saúde e Graça Fonseca, de 48 anos, como ministra da Cultura. Graça Fonseca integra o secretariado nacional do PS. O novo secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro é Tiago Antunes, de 41 anos, até aqui secretário de Estado da Presidência e Modernização Administrativa. Duarte Cordeiro, de 40 anos, permanece como secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares. E André Caldas é o novo secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros. André Caldas era há cerca de três meses presidente do Opart, depois de ter sido quatro anos chefe de gabinete de Mário Centeno. Em Setembro, em entrevista ao PÚBLICO garantia que ser membro do Governo não estava no seu horizonte. “Não está. Assumi este compromisso para três anos de boa-fé, mas vou responder como responderia o dr. Jorge Sampaio: ‘Não prescindo de nenhum dos meus direitos cívicos.’ Estou genuinamente apostado num mandato de três anos e em merecer a confiança da tutela e a recondução.” E acrescentou: “Não tenho nenhum sinal de que outra coisa pudesse estar no espírito de quem quer que seja. As pessoas conhecem a minha militância partidária e as minhas responsabilidades no PS, mas não sou comissário político do PS nesta empresa, sou um gestor público que tem uma ideologia.” Já na liderança do grupo parlamentar entra Ana Catarina Mendes, 46 anos, que é substituída por José Luís Carneiro, de 48 anos, no lugar de secretário-geral adjunto.
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Secretariado do PS ganha peso no Governo, que só tem duas estreias
Salário Mínimo Nacional Segundo um estudo da Universidade de Coimbra, o aumento do Salário Mínimo Nacional (SMN) nos últimos anos provocou a subido dos salários médios. A comprovação desta situação deu-se comparando os salários gerais com os das atividades financeiras e seguros, onde os salários mais baixos são muito acima do SMN. Isto prova que, e ao contrário do que tem sido dito, os salários podem subir bem mais pois irão, seguramente, provocar maior consumo e melhoria da economia e das receitas da Segurança Social e Finanças. Há quem invoque a necessidade de ter salários baixos por causa da competitividade das nossas exportações. A maioria das nossas exportações são para a UE, onde os salários são muito acima dos nossos, logo, não é por aí que se perde competitividade. Quando a CGTP defende o aumento do SMN para 850 euros tem toda a razão. Os salários baixos são inimigos da competitividade porque não incentivam o investimento em novas tecnologias. Espero que o próximo governo perceba isso. Mário Pires Miguel, Reboleira Martírio nos transportes públicos Moro na Margem Sul do Tejo e, por dever de esperança e caridade – as mesmas de que nos fala o Papa Francisco perante a emergência ambiental que vivemos –, obrigo-me a usar transportes públicos. Sucede, no entanto, que a caridade se converte repetidas vezes em martírio. No espaço de apenas uma semana, três avarias no metro de Lisboa – duas na linha amarela e uma na linha vermelha – tornaram incompatível aquele compromisso com os deveres profissionais e familiares que também tenho. Ora, assim não. E a bem da salubridade no discurso público, que cessem por favor as proclamações ambientais de responsáveis políticos enquanto persistir a incúria nos serviços de transportes públicos. Luís Pereira Coutinho, Montijo As eleições e o Partido da Abstenção Nas legislativas que tiveram lugar no dia 7 de Outubro, apesar dos apelos dos dirigentes partidários, e, apesar do apelo do presidente da República para a necessidade premente do voto, mais de 4 milhões e 250 mil eleitores fizeram ouvidos de mercador e não se deslocaram às urnas de voto. E um número apreciável das pessoas que se deslocaram às mesas de voto espalhadas pelo país votou em branco, 129.590, a que se juntaram os votos nulos, 88.539. Por este facto, não foi surpresa o Partido da Abstenção alcançar os 45.5% - bateu todos os outros partidos, aliás como se tem verificado ao longo destes anos de democracia. Só nas eleições de 1975 mais de 95% dos portugueses votaram. Não admira que, à época, os portugueses tivessem votado maciçamente. Estavam ébrios de liberdade, estavam felizes e ansiavam por votar. O tempo, inexorável, foi passando e, ano após ano, o desencanto e a desilusão foram medrando reflectindo-se no número de eleitores que, eleição após eleição – ao longo de mais de 40 anos – foi diminuindo. E a realidade é que nestes 40 e tal anos que passaram após o 25 de Abril a abstenção octuplicou! Estaremos numa democracia plena que reflecte o que os eleitores desejam? António Cândido Miguéis, Vila Real
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Cartas ao director
Há um momento no julgamento dos independentistas catalães que me ficou na memória. Um dos arguidos dizia ao juiz: “Quero falar em catalão.” O juiz respondia-lhe: “Vossa senhoria tem duas hipóteses: ou fala em espanhol ou enfrenta as consequências legais.” O arguido: “Mas eu…” E não se ouviu mais nada, porque o seu microfone foi cortado.
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E se 1640 tivesse saído ao contrário?
Apesar da sombra de Sócrates, apesar do nepotismo que promoveu e consentiu, apesar dos incêndios e de Tancos, apesar da degradação dos serviços públicos, apesar do aumento da dívida pública, António Costa ganhou as eleições, marcadas pela mais alta taxa de abstenção da nossa democracia, que expressa um preocupante alheamento cívico e um preocupante abismo entre representantes e representados. Vale a pena, a este propósito, olhar para os números eleitorais (ainda que não definitivos, mas onde o erro será só por excesso), sob um outro ângulo: nos cadernos eleitorais estavam recenseados 10.810.662 cidadãos; não foram votar 4.918.851; 129.500 votos foram brancos e 88.500 nulos; dos 5.673.811 votos válidos, o PS registou a seu favor 36,65% (2.079.452). Mas foram apenas 19,23% dos portugueses que podiam votar que escolheram o PS e, por extensão, António Costa. Feito o mesmo exercício para os restantes partidos, os números são ainda mais expressivos, a pedir atenção demorada para o seu significado. Que percurso está agora reservado a António Costa, por escolha própria? Um sinuoso jogo de cintura, lei a lei, orçamento a orçamento, entre a esquerda e a direita, num equilíbrio pouco saudável para a estabilidade que reclama, sobretudo porque todos os partidos com que terá de negociar foram a votos com dezenas de promessas e prioridades que não são as suas. Dir-me-ão que já era assim com a “geringonça”. Recordo diferenças substantivas: o panorama social, económico e político de 2019 é bem diferente do de 2015, quando António Costa capitalizou a seu favor o trauma provocado pelo governo da troika; em 2015, foram escritos e assinados papéis que garantiam a aprovação dos orçamentos da legislatura; em 2015, temas fracturantes (Nato, Europa, euro e leis do trabalho, por exemplo) ficaram, prudentemente, fora dos entendimentos escritos. Acresce que, apesar da Europa e do mundo terem genericamente sido ignorados numa campanha eleitoral de paróquia (palco principal para casos e tricas), são variáveis de que dependeremos mais no futuro próximo do que dependemos de 2015 a 2019 (recessão na Alemanha, “Brexit” e guerra comercial EUA-China, por exemplo). Enquanto isto, depois de 25 mil milhões de euros gastos com a banca, continuamos com 1 milhão e 700 mil portugueses com um rendimento mensal inferior a 468€ (Inquérito às Condições de Vida e Rendimento do Instituto Nacional de Estatística) e um respeito pela escola e pela profissão docente que diminuiu acentuadamente ao longo da legislatura finda. O que se espera para a Educação? Uma acção de continuidade, indiciada por um programa eleitoral que nem sequer lhe dedicou um capítulo autónomo. Com o PS e Centeno, pelo menos até uma eventual crise política que determine eleições antecipadas (pode acontecer em 2021, depois da presidência portuguesa da União Europeia), persistirá a espoliação dos mais de seis anos de serviço, poderá acontecer uma nova alteração do estatuto da carreira docente (ou não tivesse já António Costa afirmado a necessidade de se libertar da despesa inerente às progressões nas carreiras especiais) e persistirá a ideologia igualitarista, que tentará, na senda do sucesso a qualquer preço, eliminar mais provas de avaliação externa, para que nada possa ser comparável nem sindicável. A era do absurdo pedagógico tornou pesado o exercício da docência. A acção sindical, perdida nos seus labirintos políticos, foi-a desprotegendo e narcotizou-a. Espera-nos um dissimulado sistema autoritário, onde a autonomia intelectual dos professores continuará em perda. A ténue resistência dos professores aos atropelos de toda a ordem (a que muitos dispensam uma estranha reacção proselitista e bajuladora) e a incapacidade para lidar com uma realidade cada vez mais afastada do conhecimento e do simples bom senso, só pode ser explicada pelo ambiente de distopia em que a Educação mergulhou. Os que teimam vivem encastelados na razão, mas enfraquecidos pela dominância da desrazão imediatista: uma desrazão que transforma a distopia em que vivemos na decantada utopia da Educação do século XXI. E é por aqui que iremos com o Governo que aí vem. O roteiro do PS mandará trocar o necessário pelo ficcional, tantas vezes quantas as necessárias para que os professores deixem de perguntar: onde estamos? Para onde vamos?
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Onde estamos? Para onde vamos?
Na segunda fase do projecto Radar foram sinalizados mais de 11 mil idosos que vivem sozinhos, ou acompanhados por alguém da mesma faixa etária em Lisboa. Este é um projecto conjunto entre câmara e Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, que arrancou no início do ano, e pretende identificar as pessoas com mais de 65 anos que estão mais isoladas e perceber em que condições o fazem, que necessidades têm e que respostas precisam para que tenham uma vida autónoma e confortável. Depois de uma fase piloto, que chegou a 4500 idosos das freguesias dos Olivais, Areeiro e Ajuda, o projecto estendeu-se a mais nove freguesias – Santa Clara, Marvila, Alcântara, Arroios, Alvalade, São Domingos de Benfica, São Vicente, Beato e Parque das Nações. Entre Julho e Setembro, os técnicos deste projecto encontraram 11.361 idosos sozinhos, sendo que quase metade (42%) tem entre 75 e 84 anos. Dois terços são mulheres, revelam os resultados que foram enviados ao PÚBLICO pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. À semelhança do que aconteceu na fase piloto, os dados indicam que a grande maioria dos entrevistados (92%) estão no “nível de intervenção planeado” – o que significa que estão em situações controladas, que não necessitam de receber apoio no momento. No entanto, foram detectadas duas pessoas que necessitaram de uma intervenção imediata das instituições. Deste universo de mais de 11 mil idosos que estão sozinhos, 12% não têm médico de família ou não sabe se tem. Entre as dificuldades apontadas pelos mais velhos, grande parte revela ter obstáculos na higiene e limpeza das suas casas e necessidade de cuidados de saúde. Cerca de 90% dos idosos identificados revelou ainda não receber acompanhamento de instituições de apoio social. Pelas contas das associações envolvidas no projecto vivem em Lisboa cerca de 30 mil idosos sozinhos, num universo de cerca de 132 mil pessoas com mais de 65 anos. O projecto Radar vai, assim, entrar na terceira fase esta quinta-feira, chegando, espera-se, a mais 14.274 pessoas, que vivem nas freguesias das Avenidas Novas, Belém, Benfica, Campo de Ourique, Campolide, Carnide, Estrela, Lumiar, Misericórdia, Penha de França, Santa Maria Maior e Santo António. Este projecto é uma vertente do Programa “Lisboa, Cidade de Todas as Idades”, que funciona em rede com várias entidades – a Câmara Municipal de Lisboa, a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, o Instituto da Segurança Social, a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, a PSP, as juntas de freguesia, a Rede Social de Lisboa.
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Projecto Radar vai entrar na terceira fase, à procura de mais 14 mil idosos sozinhos em Lisboa
A Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (FBAUP) inaugura na quinta-feira uma exposição de desenhos antigos e contemporâneos para assinalar os 500 anos da morte de Leonardo Da Vinci, que se cumprem em 2019. Sonhos e Raciocínios reúne desenhos da colecção do Museu da FBAUP, que inclui autores como Polidoro da Caravaggio e Giovanni Battista Paggi, e de artistas convidados, que têm como ponto de partida o desenho de Leonardo da Vinci que pertence ao acervo da faculdade, Rapariga lavando os pés a uma criança, conhecido como o “desenho do Porto”. Alberto Carneiro, Álvaro Lapa, Ângelo de Sousa, António Soares dos Reis, Arlindo Silva, Bárbara Fonte, Carlo Maratti, Carlos Nogueira, Cesare Nebbia, Conceição Abreu, Fernando José Pereira, Francisco Laranjo, Francisco Tropa, Giovanni Battista Paggi, Henrique Pousão, João Jacinto, Jorge Pinheiro, Jorge Queiroz, Mário Américo, Mário Bismarck, Mattia Denise, Monika Weiss, Morgan O"Hara, Pedro H. A. Paixão, Polidoro da Caravaggio e Richard Zimler são os artistas representados. Em comunicado, a Faculdade de Belas Artes afirma que a exposição tem por objectivo interrogar os modos de ver o desenho hoje: “Que continuidades persistem entre as rupturas que moldam a história da arte e do desenho? De que formas o desenho continua a ser um meio de relação com os outros, com o quotidiano e com a história? O que o caracteriza ainda como um instrumento de curiosidade e de mudança?”. Os desenhos expostos – datados dos séculos XVI ao XXI – organizam-se em torno de cinco aspectos identificados no desenho de Leonardo da FBAUP: “a variante e variação, o gesto da escrita, mínimo e excesso, o gesto quotidiano e o olhar íntimo”, enumera a instituição. “As correspondências entre os desenhos enfatizam as relações conceptuais, visuais e técnicas que os informam, revelando não só o que os desenhos contemporâneos incorporam do seu passado, mas também como a nossa interpretação do desenho antigo reflecte as categorias do presente”, acrescenta. Em Maio, a FBAUP expôs por um dia o desenho de Leonardo da Vinci, que agora se encontra no Museu do Louvre, em Paris, onde a partir do próximo dia 24 integrará a grande exposição que marcará os 500 anos da morte do artista. Antes, entre o final do ano passado e o início deste ano, esteve na Holanda, na mostra do Museu Teyler, em Haarlem, dedicada aos principais desenhos sobreviventes do mestre da Renascença. Com curadoria de Paulo Luís Almeida, do Departamento de Desenho da FBAUP, a exposição Sonhos e Raciocínios ficará patente no Pavilhão de Exposições da faculdade até 14 de Dezembro.
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Faculdade de Belas Artes do Porto expõe Sonhos e Raciocínios para lembrar Leonardo da Vinci
A terceira edição do Anozero – Bienal de Arte Contemporânea Coimbra, que decorre de 2 de Novembro a 29 de Dezembro, sob o tema A Terceira Margem, apresentará 20 obras comissionadas e, além de contar com artistas consagrados, procurará dar visibilidade aos que tiveram ainda poucas oportunidades de expor, avançou a curadora-adjunta, Lígia Afonso. A responsável falava aos jornalistas na conferência de imprensa de apresentação do programa da bienal, esta tarde, no Convento de Santa Clara-a-Nova. O edifício volta assim a receber o Anozero, funcionando com principal espaço de exposições da iniciativa que decorre de 2 de Novembro a 29 de Dezembro e que também ocupará o Convento S. Francisco, o Edifício do Chiado, a Sala da Cidade, as Galerias Avenida, os dois pólos do Círculo de Artes Plásticas de Coimbra (CAPC) e vários edifícios da Universidade de Coimbra. A bienal, uma iniciativa do CAPC, da Câmara Municipal de Coimbra (CMC) e da Universidade de Coimbra, conta este ano com a curadoria-geral de Agnaldo Farias e com a curadoria-adjunta de Lígia Afonso e Nuno de Brito Rocha. O tema parte do conto do escritor brasileiro João Guimarães Rosa, A Terceira Margem do Rio. De acordo com a curadora-adjunta, a organização tentou dar igualdade nas condições de produção a todos os artistas, num esforço que passa não só por “dar visibilidade a artistas emergentes”, mas também àqueles “que tiveram poucas oportunidades” de expor. A lista de 39 artistas que participam no Anozero, previamente anunciada, conta porém também com nomes consagrados, como Anna Boughiguian, Leão de Ouro da bienal de Veneza em 2015 e cujas obras integram colecções do MoMA e do Guggenheim, ou Erika Verzutti, que acaba de expor no Centro Pompidou, em Paris. Steve McQueen e Susan Hiller tinham sido outros dos nomes já avançados. Once Upon a Time (2002) é a instalação que o cineasta londrino, que começou a carreira como artista plástico, levará a Coimbra. Trata-se de uma projecção de slides que a NASA incluiu no disco que seguiu a bordo da missão Voyager II, em 1977. Já The Last Silent Movie (2007/2008) é a obra audiovisual de 22 minutos da artista norte-americana desaparecida em Janeiro deste ano que vai integrar a bienal. Lígia Afonso destaca ainda a obra que os artistas portugueses João Maria Gusmão & Pedro Paiva fizeram especificamente para a Anozero, a ser instalada no refeitório de Santa Clara-a-Nova. Agnaldo Farias destacou o trabalho de difusão e produção de arte da bienal de Coimbra, destacando o “grande contingente de jovens” que participam no projecto. Além das exposições, o programa do Anozero conta com oficinas, leituras, aulas abertas e visitas acompanhadas. Há ainda programação convergente da bienal, que conjuga música cinema e arquitectura. Depois de se ter verificado um aumento de 2015 para 2017, o orçamento desta edição da bienal de Coimbra mantém-se em 500 mil euros. 75% deste valor é assegurado pela CMC, pela Universidade de Coimbra e pela Direcção-Geral das Artes, sendo que as contribuições de mecenas privados representam os restantes 25%. Bienal fica com parte do convento Em Novembro de 2018, a CMC deu início a um processo negocial com o Governo para que parte do convento de Santa Clara-a-Nova ficasse afectada à bienal. O edifício está incluído na lista de imóveis disponíveis no âmbito do Revive, programa que prevê a concessão a privados de edifícios públicos classificados, mas ainda não foi lançado o respectivo concurso. Questionada pelos jornalistas, a vereadora da Cultura, Carina Gomes, respondeu que não há ainda um protocolo assinado, mas que já estão definidas as áreas do convento a concessionar e a parte que fica para a bienal, via autarquia. Esses limites terão de ser incluídos no caderno de encargos que for a concurso, referiu. A autarquia quer ficar com parte da cozinha e com vários espaços da cerca, como garagens e armazéns, por um período de 50 anos. Simultaneamente, a Câmara tem aberto as portas do convento para o mostrar a potenciais interessados. “A boa notícia é que será um lugar de inclusão, que é coisa que um hotel de cinco estrelas não é”, acrescentou o director do CAPC, Carlos Antunes. Na conferência de imprensa estiveram também o vice-reitor da Universidade de Coimbra, Delfim Leão, e o presidente da Turismo do Centro, Pedro Machado. As exposições da terceira bienal Anozero, à semelhança das edições anteriores, serão de entrada livre.
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Anozero regressa a Coimbra entre artistas consagrados e emergentes
O médio William Carvalho foi esta quarta-feira operado com sucesso, em Lisboa, a uma hérnia discal lombar, informou o próprio internacional português do Bétis através das redes sociais. “Felizmente correu da melhor maneira possível a cirurgia. Obrigado a todos pelo apoio…”, pode ler-se no instagram oficial de William Carvalho. Tal como o clube andaluz tinha adiantado na terça-feira, foi o médio que “pediu” para ser intervencionado na capital portuguesa, numa cirurgia supervisionada pelo director dos serviços médicos do Bétis, José Manuel Alvarez, sendo que fará a recuperação em Sevilha, após a primeira fase de repouso. O médio tinha sido dispensado na passada quarta-feira dos trabalhos da selecção portuguesa de futebol, para a qual tinha sido convocado, com vista aos jogos de qualificação para o Euro2020, que Portugal venceu diante do Luxemburgo, por 3-0, e perdeu com a Ucrânia, por 2-1.
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William Carvalho operado em Lisboa
Um executivo à imagem e semelhança de António Costa e feito para durar apenas dois anos. É esta a leitura que o ex-eurodeputado do Partido Socialista (PS) Francisco Assis faz do Governo apresentado esta terça-feira pelo primeiro-ministro indigitado. Para Francisco Assis, a orgânica do executivo de António Costa mostra a intenção de “combate político permanente” durante dois anos e aponta “momentos importantíssimos”: a presidência portuguesa da União Europeia e as eleições autárquicas. Mas deixa outros recados: a inexistência de um acordo governativo como o de 2015 mostra que para António Costa a “geringonça” foi uma ferramenta para superar “uma derrota eleitoral em termos relativos”. No programa Casa Comum da Renascença, o socialista afirmou que Costa “formou um Governo a pensar neste dois anos”. Usando a mesma expressão utilizada por António Costa esta terça-feira à saída do encontro com o Presidente da República, Assis reconheceu que Costa “valorizou muito a continuidade, a experiência” dos ministros reconduzidos. Mas atira farpas: a continuidade foi também para “ministros que estão muito desgastados junto da opinião pública”. Para Assis, os nomes escolhidos por António Costa criam um Governo à sua imagem. “Quando se diz que este é um Governo ‘muito do Partido Socialista’, tenho alguma discordância. Este é um Governo ‘muito António Costa,’ com pessoas muito próximas do primeiro-ministro”, assinala. Depois parte para exemplos, criticando a escolha de Pedro Siza Vieira para ministro da Economia, “um número dois que nunca teve qualquer vida pública, no sentido de intervenção política”. E questiona ainda a atribuição do estatuto de ministra de Estado de Mariana Vieira da Silva, que fica com a pasta da Presidência. Para Francisco Assis, é “estranho” que Mariana Vieira da Silva assuma este estatuto, tendo em conta que “não tem um percurso político que se lhe conheça, um pensamento, uma linha de orientação, uma causa, uma luta, uma disputa, qualquer coisa”. Para o socialista, Mariana Vieira da Silva, filha do agora ex-ministro do Trabalho, José António Vieira da Silva, “é uma pessoa que cresce ali na redoma do Governo e de repente é ministra da Estado”. "A ‘geringonça’ serviu para superar uma derrota eleitoral" Sobre a “geringonça”, a cuja constituição se opôs em 2015, Francisco Assis lembra que foi algo “apresentado ao país à Europa e ao Mundo como uma coisa extraordinária que configurava uma ruptura fundamental na vida política portuguesa”. Hoje, Francisco Assis conclui que “foi objectivamente um expediente que a direcção do PS recorreu há quatro anos para superar uma derrota eleitoral em termos relativos e para garantir um apoio parlamentar”. “Há uma tentativa de alguns sectores do PS de dizer que há uma outra ‘geringonça’ e até falam da ‘esquerda plural’. Acho que isso é a pior forma de abordar a questão”, considera o ex-eurodeputado e pede que seja dita “a inteira verdade ao país”. “A ‘geringonça’ acabou e entrámos numa nova fase. Pessoalmente estou satisfeito, porque sempre achei que, na actual fase da vida política portuguesa, a ‘geringonça’ tinha mais aspectos positivos que negativos”, sublinhou. Defendendo que o PS tem de ter capacidade para falar para a esquerda e para a direita, Assis critica a escolha de Costa para ter “aliados preferenciais” e de continuar a “demonizar a direita” em termos que considera “totalmente impróprios”.
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Assis diz que novo Governo foi criado à imagem de Costa e só está preparado para dois anos
Com curadoria de Miguel von Hafe Pérez chega à cidade do Porto o take dois da exposição Ver as vozes dos artistas. Se em 2018 podíamos assistir a uma série de obras no metro da cidade invicta, entre os dias 18 e 20 de Outubro vamos poder passear pela cidade e observar a arte impressa em bandeiras. Bandeiras essas que vão ser colocadas em mastros de edifícios icónicos da cidade. É uma exposição em que a utilidade das bandeiras muda de figura: já não vão ser utilizadas para delimitar ou marcar espaços, mas “marcar” obras artísticas individuais “que desafiam a recepção codificada e linear”. A ideia surgiu do pensamento de querer fazer algo “novo e diferente”, disse Miguel ao PÚBLICO. A par disso, salientou que “sempre lhe interessou esta questão do espaço público como afirmação do território” e da utilização de mastros como suporte para as obras. “Os artistas têm um espaço público muito limitado relativamente a anos anteriores” e por isso, como salientou Miguel, um dos objectivos é realçar a importância desta visibilidade pública.
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Vem aí uma exposição que coloca a arte contemporânea em bandeiras de edifícios do Porto
Seguindo a tendência dos últimos dias, João Sousa foi também ultrapassado por um jogador da nova geração do ténis mundial. Na ronda inaugural do Intrum Stockholm Open, o experiente número um português foi derrotado pelo homólogo sueco, Mikael Ymer, de 21 anos, que vive o melhor momento da carreira, tendo recentemente entrado no top-100, onde figura no 75.º posto. O tenista sueco, nove anos mais novo que Sousa, evidenciou a confiança adquirida nos 12 encontros ganhos consecutivamente – dois encontros no play-off da Taça Davis, seguidos de dois títulos em challengers disputados em França – para estender a série com uma vitória sobre o vimaranense, pelos parciais de 7-5, 6-4. Mikael Ymer, que, ao lado do irmão Elias, tem lidado com a pesada herança do ténis sueco, esteve melhor nos pontos importantes, tendo concretizado seis de 10 breaks-points, enquanto Sousa (64.º) somou quatro em sete ocasiões. “Estou desapontado com esta derrota. Não consegui estar ao nível bom a que tinha ultimamente estado a jogar, principalmente fisicamente, não estive tão bem. Tive algumas oportunidades que não consegui aproveitar, nomeadamente quando estive a servir para fechar o primeiro set e, depois, ele também jogou bastante bem em momentos decisivos. No segundo, à semelhança do primeiro, também tive várias oportunidades para estar por cima”, admitiu Sousa. Enquanto Ymer vai continuar a somar pontos para cimentar-se no top-100 e melhorar o actual nono posto na qualificação para as NextGen ATP Finals – que, no início de Novembro, reunirá em Milão os melhores tenistas com menos de 22 anos –, Sousa vai preparar-se para os dois últimos eventos da época: o ATP 500 de Basileia, onde deverá jogar o qualifying no próximo fim-de-semana, e o Masters 1000 de Paris. Na semana em que ocupa o seu melhor ranking de sempre, o 223.º posto, Frederico Silva já garantiu novo máximo pessoal ao ultrapassar a segunda ronda no challenger de Ningbo. O tenista nascido há 24 anos nas Caldas da Rainha venceu, por 7-6 (10/8), 6-4, o tunisino Malek Jaziri, que iniciou o ano no 42.º lugar do ranking mundial, mas que várias lesões o atiraram para o 149.º posto. Nos oitavos-de-final do torneio chinês, Silva vai defrontar o veterano japonês Tatsuma Ito, actual 137.º mundial, mas que já figurou na 60.ª posição em 2012.
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Também João Sousa cede à NextGen
“O quiosque do piorio está morto, longa vida ao quiosque!” A mensagem – acompanhada por uma fotografia do quiosque já semi-demolido – era o anúncio do funeral no qual a The Worst Tours recusava acreditar. Na terça-feira à noite, a estrutura junto à Biblioteca Municipal era quase um esqueleto e os lamentos subiam de tom no Facebook da associação que desde 2012 mostra a portuenses e turistas a cidade para lá dos mapas turísticos. Questionava-se a decisão camarária, mostrava-se incredulidade e tristeza. Em português e noutras línguas. A Câmara do Porto já tinha avisado ter para aquele local um outro “conceito” e que o “arranjo público” programado não era conciliável com o quiosque. Em Setembro, 15 meses depois de a The Worst Tours ter sido obrigada a abandonar o local, assumiu estar ainda a ponderar o “destino” do quiosque, sem declinar a “hipótese de remoção do mesmo”. Agora, a demolição avançou. Para dar lugar a quê? É uma réplica ainda sem resposta. O quiosque construído entre os anos 60 e 70 foi ocupado pela The Worst Tours em 2016, dando vida ao espaço municipal desocupado há pelo menos uma década. Projecto de três arquitectos desempregados a resistir à emigração em tempos de austeridade, foi ganhando estatuto e merecendo a atenção da imprensa internacional a partir de um pequeno quiosque amarelo. O “metro quadrado mais optimista do Porto” transformou-se em símbolo de liberdade de expressão, aceitando a colagem de qualquer cartaz, recorte de jornal, palavra de ordem. Mas também utopia de uma outra cidade, onde se abraça o turismo sem esquecer o Porto real. Quando o executivo comunicou à Associação Simplesmente Notável a intenção de cessar o contrato, Margarida Castro Felga e Pedro Figueiredo, os actuais rostos do projecto, fizeram uma contra-proposta. Estavam disponíveis para comprar aquele equipamento. Mas Moreira disse não. Propuseram um contrato de comodato, com a ideia de dar palco a todos quantos quisessem ocupar o quiosque. Moreira voltou a recusar. No fim de Maio de 2018, fez-se a “festa de encerramento”, mas com esperança num outro desfecho. Margarida Castro Felga mantinha-a até esta terça-feira. “Não acreditava que mandassem abaixo…” Mas mandaram. Questionada pelo PÚBLICO, a Câmara do Porto manteve o silêncio, recusando explicar qual o plano que tem para aquela zona oriental da cidade. E por que razão o destino deste quiosque foi diferente dos restantes 30 quiosques municipais. A Direcção Regional de Cultura do Norte também não esclareceu se emitiu parecer para a demolição deste quiosque, inserido em zona protegida. Em Setembro, a autarquia levou a hasta pública três destas estruturas e as licitações subiram a preços inalcançáveis para a maioria. Segundo avançou o Jornal de Notícias na altura, um deles, que tinha uma base de licitação de 3700 euros, chegou aos 11800 euros por mês. Na cidade, existem neste momento 22 quiosques municipais concessionados, a desenvolver actividades como venda de produtos e serviços de turismo, venda de jornais e revistas e bebidas. E a autarquia adiantou ter intenção de dar o mesmo fim aos que permanecem encerrados. Foi por testemunhar essa política que Margarida Castro Felga julgava impossível a autarquia demolir um espaço que até podia ser rentável. “Não concordo com a forma como estão a ser feitos esses leilões, inacessíveis a quase todos e a projectos mais artísticos”, afirmou. “Mas até por isso acreditava que não iriam acabar com este quiosque.” A pergunta feita pela arquitecta é a mesma à qual a autarquia recusou responder. “Há-de haver um plano para o local. Vamos querer saber o que é. E estranhamos que não seja discutido em público.” José Pedro Tenreiro, investigador em História da Arquitectura, ainda se lembra do quiosque junto a São Lázaro funcionar como tabacaria, nos anos 80. Até hoje, encontrou pouca documentação sobre a origem daquela estrutura. Terá sido erguido entre os anos 60 e 70 em terrenos públicos que pertenciam à Biblioteca Municipal. E substituído um outro, mais antigo, ali instalado antes. Se do ponto de vista patrimonial e de arquitectura o quiosque não tinha um “valor extraordinário”, havia para José Pedro Tenreiro um “valor social e humano” a preservar. “Já não temos quiosques como tínhamos há 30 anos. Temos alguns, geralmente prototipados, peças encomendadas que vêm feitas. Aquele era dos poucos que ainda restava sem serem os prototipados ou turísticos.” José Pacheco Pereira visitava-o com frequência quando passava pelo Porto. Naquele “pequeno espaço de liberdade na cidade”, fotografava os cartazes e coleccionava-os no Ephemera. Por isso, ao saber do “despejo” da The Worst Tours, em Maio de 2018, não calou a surpresa nem a crítica à Câmara do Porto. “O Quiosque do Piorio pode ser excessivo, esquerdista, nostálgico de um Porto que não era lá grande coisa, mas uma câmara adulta não só deveria conviver bem com esta contestação, como a deveria considerar boa para cidade, onde fazem falta estas vozes”, escreveu no PÚBLICO na altura.
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“Quiosque do piorio” demolido e espaço público sem futuro anunciado
Se tudo tivesse corrido como previsto, a reunião do Conselho Europeu que arranca nesta quinta-feira seria a última com a presença do presidente da Comissão, Jean-Claude Juncker, e do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson. No entanto, as vicissitudes que inviabilizam a tomada de posse do novo executivo comunitário a 1 de Novembro, e sobretudo as dificuldades em conseguir fechar um acordo que garanta a saída ordenada do Reino Unido da União Europeia no último dia deste mês, devem forçar Juncker a esticar o seu mandato e as equipas negociais de Bruxelas e Londres a prolongar as discussões para encontrar uma solução para o “Brexit” — com o presidente do Conselho, Donald Tusk, provavelmente a ter de convocar uma cimeira extraordinária de líderes antes de, também ele, se despedir de Bruxelas.
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Acordo para o “Brexit” está pronto, mas ainda falta assinar os papéis
O PSD acusa o Governo de estar a dever aos bombeiros que participaram no dispositivo de combate a incêndios os honorários referentes ao mês de Setembro. De acordo com deputados sociais-democratas, os pagamentos ainda não foram feitos pela Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil às associações de bombeiros que, por sua vez, não pagaram aos voluntários. “Mais uma vez, o Governo, e em particular o Ministério da Administração Interna, volta a demonstrar o maior desrespeito pelos Bombeiros Portugueses quando chegamos a 17 de Outubro e ainda não ter pago os honorários relativo a Setembro dos homens e mulheres que integram o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR)”, lê-se numa pergunta de três deputados do PSD, Duarte Marques, Fernando Negrão e Carlos Peixoto, enviada ao gabinete de Eduardo Cabrita, o ministro que será reconduzido no cargo. Na pergunta, os deputados do PSD consideram que se trata de um “vergonhoso atraso”. “Se o atraso verificado já seria grave e pouco compreensível se se tratasse de um período de desempenho de funções que tivesse sido alargado ao período inicial, nesta caso trata-se do período previsto inicialmente para a duração do DECIR”, escrevem os parlamentares. “É por isso ainda menos compreensível que a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) não tenha ainda transferido para as associações e para os bombeiros as verbas relativas aos honorários de Setembro”, acrescentam. No texto, o PSD pergunta “quando pretende o Governo e a ANEPC pagar os honorários em atraso”. Além disso questiona: “Como justifica o Governo que possa haver um vergonhoso atraso como este no pagamento dos honorários das pessoas que diariamente arriscam a vida para defender os outros e os seus bens?”
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PSD diz que Governo não pagou honorários de Setembro aos bombeiros
O novo Governo liderado por António Costa tem uma maioria de ministros independentes. Dos 19 que vão tomar posse no início da próxima semana, dez não são militantes do PS. Logo ao nível dos quatro ministros de Estado há dois independentes: Pedro Siza Vieira, que tem a pasta da Economia e da Transição Digital, e Mário Centeno, que será reconduzido nas Finanças. Também João Gomes Cravinho, ministro da Defesa Nacional, Francisca Van Dunem, ministra da Justiça, Nelson de Souza, ministro do Planeamento, Manuel Heitor, ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, e Tiago Brandão Rodrigues, ministro da Educação, não são filiados no PS. O mesmo acontece com a ministra da Saúde, Marta Temido, com a nova ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, e com o novo responsável pelo Ministério do Mar, Ricardo Serrão Santos. Este último foi candidato a eurodeputado em 2014 nas listas do PS (e foi eleito), mas integrou-as sem ter cartão partidário. Dos restantes nove ministros, João Pedro Matos Fernandes, que tutela o Ambiente e a Acção Climática, é militante de base com filiação recente no partido (inscreveu-se já depois de ter sido convidado para o Governo), mas não tem qualquer cargo nas estruturas partidárias. À direcção política executiva do PS, o secretariado nacional, pertencem agora seis ministros, quando no Governo cessante eram três. Foram reconduzidos os socialistas Graça Fonseca, ministra da Cultura, Mariana Vieira da Silva, ministra de Estado e da Presidência, e Pedro Nuno Santos, ministro das Infra-estruturas e da Habitação. E juntaram-se-lhe mais três membros do secretariado: Alexandra Leitão, ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública; Ana Mendes Godinho, ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social; e Maria do Céu Albuquerque, ministra da Agricultura. Há ainda dois membros da comissão política do PS: Augusto Santos Silva, ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, e Eduardo Cabrita ministro da Administração Interna. O investigador António Costa Pinto coordenou recentemente um estudo comparado sobre vários países europeus no qual concluía que em Portugal, ao contrário do que acontece em países como a Inglaterra ou França, a presença de ministros sem vida política ou partidária é muito comum. As estatísticas apontam para uma presença média de cerca de 5% de ministros não-políticos nos governos de Inglaterra, 18,6% em Itália (entre 1948 e 2014), 16,3% em França (1958/2014), ou 24,7% na Suécia (1945-2014), quando em Portugal essa média é normalmente superior – José Sócrates, por exemplo, recrutou mais especialistas do que políticos nos seus dois Governos (52,4% e 56,3%). “A democracia portuguesa caracteriza-se por, sucessivamente, ter estruturado o modo de recrutamento ministerial através de um grande número de ministros independentes”, explicava António Costa Pinto ao PÚBLICO num artigo publicado em Abril deste ano sobre o seu estudo.
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Dez dos 19 ministros são independentes
A primeira fotografia de natureza publicada pela National Geopraphic Society, a descoberta de Machu Picchu ou a primatóloga Jane Goodall a tocar num chimpanzé recém-nascido: estas são algumas das imagens icónicas que vão poder ser vistas, entre os dias 18 de Outubro de 2019 e 19 de Julho de 2020, no Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto (edifício da Reitoria). Um século e tanto é uma exposição para celebrar os 130 anos da National Geographic e mostrar, através de cerca de 150 objectos e imagens, a importância da investigação e exploração nas áreas da ciência e tecnologia. Além de uma selecção de peças trazidas do museu da instituição sediado em Washington, D.C., a exposição vai contar também com 200 capas de edições nacionais e internacionais da revista, bem como fotografias, ilustrações, mapas e objectos das colecções do MHNC-UP, da Sociedade de Geografia de Lisboa, do Museu de Marinha e do Museu Nacional de História Natural e da Ciência da Universidade de Lisboa. As visitas podem ser feitas de terça-feira a domingo, entre as 10 e as 18 horas. Os bilhetes de adulto custam nove euros, os reduzidos (crianças com mais de cinco anos, estudantes e maiores de 65 anos) custam quatro, e o bilhete familiar custa 23 euros.
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A National Geographic vai expôr “Um Século e Tanto” de descobertas no Porto
O Planetário de Espinho acolhe, desta quinta-feira a domingo, a sua bienal de cinema imersivo, a que este ano concorrem 50 filmes de 18 países, todos para projecção em telas a 360 graus, com tecnologia 2D ou 3D. O IFF (sigla para Immersive Film Festival) está na quinta edição e leva à cúpula do planetário filmes que, dadas as suas elevadas exigências tecnológicas a nível de gravação e reprodução, apresentam uma duração tipicamente não superior a 35 minutos e privilegiam temáticas relacionadas com ciência. O astrónomo António Pedrosa, director do Planetário de Espinho que dirige igualmente o IFF — “​o primeiro festival europeu de cinema imersivo” — declara à Lusa que, comparativamente a anteriores edições, o programa de 2019 evidencia “um notável avanço tecnológico nos seus filmes, quer em termos de narrativa, quer no que se refere à própria produção”. Acrescenta ainda que “quase todos os filmes são estreias nacionais”. A consolidação do cinema imersivo fica a dever-se ao ritmo de crescimento das audiências, como explica o astrónomo. “A evolução tem sido grande pois, nos últimos anos, esta tecnologia passou a estar mais acessível ao grande público, o que permite que o envolvimento por parte de criadores e produtores seja cada vez maior”, defende. Sobre as obras em competição em 2019, o astrónomo realça: “Há filmes muito interessantes, desde os completamente abstractos, que nos levam a passear pelos mundos dos fractais, até aos que abordam criações artísticas de cariz muito particular, como as da arte japonesa”. O director do IFF destaca também, pelo seu especial interesse histórico, científico e urbanístico, “a produção que aborda um tema muito caro aos portugueses: o terramoto de 1755, num filme em que se passeia pela velha Lisboa e no qual se retratam os fatídicos acontecimentos desse dia”. O filme foi produzido pelo Fulldome Studio DN, de Berlim, e integra uma abordagem mais alargada a filmes sobre outras fenómenos geológicos violentos e respectivas causas. “A história parte do exemplo de Lisboa, na altura uma das mais ricas cidades da Europa, e conta como o terramoto surgiu sem aviso e com grande impacto”, revela António Pedrosa. O programa da quinta edição do IFF inclui ainda “um concerto imersivo a 360 graus por Surma”, no qual a artista portuguesa com carreira internacional apresentará temas do álbum Antwerpen, envolta pela projecção de um “vídeo audiorreactivo” registado ao vivo. “A criação visual estará a cargo do DJ Pixel Bitch, conhecido pelo seu trabalho como VJ e Mapper em eventos de videoarte, e a imagem será lançada como se de um instrumento musical se tratasse, acompanhando e interagindo em tempo real com o trabalho de Surma”, revela fonte do Planetário de Espinho. Todos os conteúdos do concerto serão “originais e gerados em tempo real”, para que, mediante o acréscimo de formas 3D ao espaço e de reacções ao áudio, o público experimente “uma total sensação de imersão” no espectáculo.
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Mergulhar no “cinema imersivo” em Espinho
O protesto está na rua. Professores, funcionários e alunos da E.B. Prof. Pedro D´Orey da Cunha, na Amadora, fizeram esta quarta-feira um cordão humano junto ao estabelecimento de ensino para exigir a retirada de amianto. Alguns professores, funcionários e alunos daquela escola colocaram uma faixa no gradeamento da escola e distribuíram às pessoas folhetos informativos e máscaras para o nariz e boca, contou André Pestana, dirigente do Sindicato de Todos Os Professores (S.TO.P.). “A escola não está encerrada. Há vários professores e funcionários a fazer greve e muitos alunos estiveram à entrada da escola onde fizeram um cordão humano para chamar a atenção para o problema do amianto nas escolas portuguesas e para a necessidade deste ser retirado rapidamente e em segurança”, disse. A greve, convocada por este sindicato, começou no dia 3 de Outubro e termina na próxima sexta-feira. Ao que diz André Pestana, “pelo menos quatro escolas fecharam”. Mais ainda fizeram marchas, cordões humanos, como, por exemplo, a EB 2/3 Garpar Correia e a Secundária da Portela. Tudo “para mostrar que as comunidades educativas não querem fazer parte das estatísticas. Esta situação é inadmissível. Queremos que o Ministério da Educação e as autarquias façam alguma coisa”. O dirigente sindical lembrou a promessa do Governo de erradicar o amianto de todos os edifícios públicos até 2018. Naquela escola da Amadora, por exemplo, só parte do amianto foi retirado. “Retiraram o amianto dos passadiços que ligavam os vários blocos da escola onde os miúdos ficam quando está a chover, mas mantiveram o amianto em cima do dos blocos. Isto é inadmissível”, realçou. De acordo com este sindicato, há cerca de 100 escolas onde o amianto continua a ser um problema para alunos, professores, funcionários e até pessoas que vivem nas proximidades. Muitos desses estabelecimentos foram alvo de intervenções para a retirada dessa substância, considerada cancerígena, mas o trabalho de remoção foi mal feito, segundo o porta-voz do sindicato.
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Cordão humano em escola da Amadora para exigir retirada de amianto
A juíza conselheira Dulce Neto toma esta quarta-feira posse como presidente do Supremo Tribunal Administrativo (STA). A escolha tem um significado especial já que até ao 25 de Abril de 1974 a carreira da magistratura estava vedada às mulheres e que esta é a a primeira vez que uma mulher ocupa o lugar central num tribunal superior. Dulce Manuel da Conceição Neto nasceu, em Coimbra, em 17 de Março de 1961. Tem 58 anos. Viveu e estudou na Figueira da Foz até ingressar na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra onde se licenciou em 1984. Ingressou no Centro de Estudos Judiciários em 1985, tendo sido juíza nos tribunais judiciais de Sátão, Estarreja e Aveiro. Em finais de 1992, foi nomeada, em comissão permanente de serviço, juíza na jurisdição administrativa e fiscal, tendo exercido funções no Tribunal Administrativo de Círculo do Porto, Tributário de Primeira Instância do Porto e no Tribunal Tributário de Primeira Instância de Aveiro. Em 2008, foi nomeada juíza desembargadora da Relação de Guimarães, tendo sido também antes sido, durante anos, juíza nos tribunais de segunda instância da jurisdição administrativa e fiscal. Tornou-se juíza conselheira do Supremo Tribunal Administrativo em Setembro 2009. Foi nomeada presidente do Tribunal Administrativo e Fiscal de Aveiro, em Maio de 2010, cargo que exerceu em acumulação com as funções de juíza conselheira até 2012. Em Fevereiro desse ano, foi eleita vice-presidente da Secção de Contencioso Tributário, para um mandato de cinco anos, cargo que exerceu até 2017. Já era vogal do Conselho Superior dos Tribunais Administrativos e Fiscais desde 2016. Torna-se agora presidente, substituindo Vítor Gomes. Estarão presentes na cerimónia de tomada de posse o presidente do Tribunal Constitucional, o presidente do Supremo Tribunal de Justiça, a ministra da Justiça, a procuradora-geral da República e a Provedora de Justiça, entre outras figuras ligadas ao sector.
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Dulce Neto torna-se na primeira mulher a presidir a um tribunal superior em Portugal
Foi num dia como outro qualquer – em que o sol nasceu e se pôs no ponto cardeal esperado, em que a vida seguia o seu fluxo habitual – que eu senti que algo de diferente se manifestava no meu corpo. Ainda não sabia o que era, mas sentia que iria ser o início de uma jornada que exigiria de mim uma redobrada capacidade de superação. Eu era a mesma mulher que no dia anterior, aparentemente saudável, mas naquela noite, enquanto estava a tomar banho, detectei uma alteração no meu corpo que me deixou em estado de alerta e com medo de ouvir o que não estava preparada para aceitar. Aliás, ninguém está preparado para receber um diagnóstico oncológico, mas a verdade é que quando ele entra na nossa vida, podemos aceitar e ultrapassar ou lutar contra essa nova realidade. Confesso que tive tendência para me agarrar com todas as forças à minha vida anterior. Aquela em que, com alguma ingenuidade, julgava ter todo o tempo do mundo para cumprir os meus planos de vida. Mas essa noção oceânica da vida transformou-se, inesperada e figurativamente falando, numa tempestade em alto mar. O gigante Adamastor entrou na minha vida sob a forma de carcinoma invasor com focos ductais in situ e metastização axilar, grau 3, receptores hormonais e Her2 positivos, grau de proliferação superior a 75%. Cumpri o protocolo de oito ciclos de quimioterapia de três em três semanas. Um mês após o seu término, entrei no bloco para a mastectomia radical modificada com esvaziamento axilar, seguida de 25 sessões de radioterapia, dez meses de anticorpo e o tratamento hormonal durante cinco anos (injecções mensais) e dez anos (comprimidos diários), ainda a decorrer. Não sei identificar o momento em que deixei de lutar contra a maré e iniciei a minha cura emocional. Mas sei o que me fez querer mudar a minha postura face ao problema, e prendeu-se com uma frase do médico que me disse que 50% de uma resposta positiva dependia dos tratamentos e os restantes 50% dependiam de mim. Até ali eu sentia-me impotente, mas aquela frase devolveu-me a possibilidade de voltar a ter controlo sobre a minha vida e capacitou-me da força e da vontade de fazer cumprir os 50% que estavam na minha mão. Comecei a trabalhar diariamente a forma como reagia às coisas e, em tom de mantra pessoal, repetia para mim que “Eu hoje posso estar mal, mas sei que amanhã vou estar melhor”. Acompanhei todos os ciclos de quimioterapia com reiki e ao longo de todo o processo tive sempre a minha família e uma grande amiga do meu lado que, ainda que não pudessem aliviar a dor, caminharam lado a lado não permitindo que este fosse um percurso solitário. Não existe uma fórmula mágica que nos ensine a lidar com esta nova realidade e grande parte dos estudos incidem sobre os efeitos visíveis, ficando de fora todos os efeitos emocionais e físicos que não se traduzem em alterações visuais do corpo. E são esses os aspectos sobre os quais importa reflectir, pois são eles que ditam a qualidade de vida dos pacientes, quer durante os tratamentos, quer após o término dos mesmos. É urgente olhar para as condições físicas e emocionais dos sobreviventes e arranjar mecanismos de reintegração que passam por um aumento da consciencialização da sociedade face a essas condições, e introduzir processos de reestruturação emocional que permitam ultrapassar o stress pós-traumático do sobrevivente mas também do cuidador. Ninguém nos garante quanto tempo nos resta para viver e é nosso dever celebrarmos os dias com a intensidade de uma vida, mantendo sempre presente a importância da prevenção para a manutenção da nossa saúde. Arquitecta
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O Adamastor entrou na minha vida sob a forma de carcinoma
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